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Introdução CONFLUÊNCIAS

REFLEXÕES SOBRE BUROCRACIA E DOCUMENTOS


Revista Interdisciplinar de Sociologia e Direito
Quando os professores Eros Grau incorporados às discussões os profes-
ISSN 1678-7145 || EISSN 2318-4558
(USP) e Antoine Jeammaud (Univer- sores Cristina Mangarelli (Universidad
sité Lyon III) propuseram a realização de la Republica, Uruguai), Eric Soriano
REFLEXÕES SOBRE BUROCRACIA E
de um colóquio em março de 2011, na (Université Montpellier III), Fernando
cidade de Tiradentes (MG), com o pro- Fontainha (FGV-RJ), Maria Cristina
DOCUMENTOS: APRESENTAÇÃO DO DOSSIÊ
pósito de discutir trinta anos de traba- Vidotte (UFG), Olivier Leclerc (Uni-
lho crítico sobre o direito, não imagina- versité Nancy II), Pedro Heitor Barros
vam que estivessem lançando a semente Geraldo (UFF), Ronaldo Lobão (UFF)
Letícia Carvalho de Mesquita Ferreira
de uma reunião anual perene em que e Tatiana Sachs (Université Paris X). Na
diferentes professores
Professora adjunta da brasileiros e fran- Sociais/CPDOC
Escola de Ciências ocasião, todos foram
da FGV.instados a reagir
ceses passassem a compartilhar
E-mail: leticiacarvalho@gmail.com uma ao texto base de Michel Miaille, cuja lei-
agenda comum de pesquisas. Naquela tura é agora oferecida ao leitor de Con-

Larissa Nadai
ocasião, entusiasmados com as possibi- fluências. Para além deste texto base, o
lidades de cooperação, seus nove parti- leitor poderá ainda conhecer as contri-
Aluna de doutorado
cipantes – Antoinepelo Programa(Univer-
Jeammaud de Pós-Graduação
buiçõesemrealizadas
Ciências Sociais da UNICAMP).
por Cristina Man-
E-mail:
sité Lyonlarissa_unicamp@yahoo.com.br
III), Eric Millard (Université garelli, Eric Millard, Eros Grau, Leonel
Paris X), Eros Grau (USP), Evélyne Sé- Alvim, Maria Cristina Vidote, Rabah
vérin (Université Paris X), Leonel Al- Belaidi, Ronaldo Lobão, Tatiana Sachs
vim (UFF), Michel Miaille (Université e Olivier Leclerc. Nelas, discutem-se
Montpellier I), Rabah Belaidi (UFG), questões epistêmicas sobre as noções
Roberto Fragale Filho (UFF) e Tércio de direito e redistribuição, a articula-
Sampaio Ferraz (USP) – propuseram-se ção entre direito e sociedade, além de
a renovar o encontro no ano seguinte. questões específicas relacionadas à dis-
Assim, em março de 2012, agora sob o tribuição agrária e à existência de dis-
tema “Redistribuir por meio do direi- positivos incitativos à distribuição. O
to?”, ocorreu um segundo encontro em cardápio dos temas tratados é amplo,
Tiradentes (MG) cuja organização foi convidativo e antecipa as discussões
assegurada pelos professores Roberto que animariam o grupo em seu encon-
Fragale Filho, Leonel Alvim e Ronal- tro subsequente, sempre em Tiradentes
do Lobão, coordenadores do Núcleo (MG), agora sob o tema “O poder e o
de Pesquisas sobre Práticas e Institui- papel político dos juízes”, em abril de
ções Jurídicas (NUPIJ) do Programa de 2014, quando o presente dossiê, cons-
Pós-Graduação em Sociologia e Direito truído entre 2012 e 2013, ganhou fôlego
(PPGSD) da Universidade Federal Flu- para sua apresentação em Confluên-
minense (UFF). O grupo original foi cias. Que o leitor possa saboreá-lo como
ampliado, não obstante a ausência jus- antecipação de uma próxima rodada é o
tificada de Evélyne Sévérin, pois foram nosso maior desejo.
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FERREIRA, Letícia C de M.; NADAI, Larissa

O presente dossiê reúne artigos que de forma incerta e inesperada, de pro-


tomam como objeto de reflexão práti- duzir sujeitos, afetos, conflitos e modos
cas de documentação e artefatos do- de sociabilidade institucional, acompa-
cumentais produzidos e/ou arquivados nhando debates e reflexões que, com
em diferentes instâncias de burocracias fôlego renovado, têm mobilizado pes-
estatais. Resultado do grupo de trabalho quisadores dedicados ao estudo de bu-
“Antropologia, burocracia e documen- rocracias e documentos, notadamente
tos”, realizado no IV Encontro Nacional no campo da antropologia. (cf. Nava-
de Antropologia do Direito (ENADIR), ro-Yashin, 2007; Muzzopappa e Villata,
em agosto de 2015, na Universidade de 2011; Hull, 2012; Gupta, 2012).
São Paulo (USP), o volume apresenta Reflexões antropológicas acerca da
importantes reflexões acerca dos mo- administração judicial e policial de di-
dos pelos quais documentos diversos ferentes situações e conflitos há muito
- como processos judiciais, inquéritos têm chamado atenção para os efeitos
policiais, laudos periciais, relatórios e definitivos que classificações, avalia-
ofícios - são produzidos, transaciona- ções e decisões registradas em docu-
dos e arquivados em e através de bu- mentos confeccionados e/ou arqui-
rocracias, constituindo as tramas pelas vados por funcionários de diferentes
quais órgãos, decisões e políticas pú- instituições burocráticas provocam nas
blicas ganham sentido e visibilidade na vidas dos sujeitos a que se referem. Nes-
vida social. Os artigos aqui compilados se sentido, o trabalho de Sergio Carrara
contribuem, assim, para diversos cam- (1998) é referência obrigatória e inspi-
pos e debates interdisciplinares no âm- ração àqueles preocupados em etnogra-
bito das Ciências Sociais, e em especial far “aldeias-arquivos” áridas e inóspitas
para a interface entre Sociologia e Di- a iniciantes “em apuros”. A pesquisa
reito, foco da Revista Confluências. minuciosa realizada pelo autor junto ao
Como o leitor notará, os trabalhos Manicômio Judiciário do Rio de Janeiro
que compõem o dossiê colocam em di- foi pioneira no que tange a possibilidade
álogo resultados de pesquisas que en- de se conjugar itinerários etnográficos
caram documentos não só como uma a arquivos e documentos (prontuários,
via de acesso às instituições onde circu- textos médicos e jurídicos e/ou parece-
lam, mas também como artefatos que res e laudos periciais) arquivados (ou
carregam, em sua materialidade, forma não) nessa instituição. Já no campo dos
e conteúdo, inúmeras modalidades de estudos antropológicos sobre adminis-
controle administrativo. Ademais, os tração judicial de conflitos envolvendo
artigos abordam as capacidades que crianças e adolescentes, por exemplo,
tais artefatos demonstram, por vezes os trabalhos de Vianna (1999; 2002) e
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Lugones (2012) são do mesmo modo trar em contato, já na vida adulta, com
exemplares. No âmbito de instituições documentos e prontuários produzidos
que lidam com conflitos dessa ordem, a seu respeito (Schritzmeyer, 2014);
as interações entre operadores do di- ou, ainda, o uso de bilhetes, cartões e
reito, policiais, assistentes sociais, fa- fotografias para disputar parâmetros
miliares e, algumas vezes, os próprios morais a partir dos quais famílias são
meninos e meninas em causa, revelam avaliadas em instituições do sistema de
que o que fica (ou não) registrado em garantia de direitos de crianças e ado-
documentos desempenha papel cen- lescentes (Ferreira, 2015) são apenas
tral na gestão de conflitos e nos desti- alguns exemplos de trabalhos bastante
nos de crianças e adolescentes. recentes que caminham nessa direção.
Mais recentemente, muitas etno- Em suma, antropólogos dedicados
grafias também têm dado atenção à a campos de pesquisa variados, notada-
produção e ao acionamento de docu- mente a antropologia do direito e a an-
mentos pelos diferentes sujeitos e cole- tropologia das práticas de poder, têm ex-
tividades que apresentam demandas e plorado o potencial analítico da lida com
disputam visões e decisões com agen- registros escritos variados e encarado
tes e agências estatais. Cartas “pesso- esses documentos como “artefatos etno-
ais” utilizadas como instrumentos de gráficos” (Hull, 2012; Lowenkron e Fer-
identificação e comprovação de rela- reira, 2014), superando a tendência de
ções familiares em contextos prisio- produzir análises apenas sobre o que su-
nais (Padovani, 2013); laudos periciais postamente pode ser visto através deles.
reinterpretados e acionados por mo- Nesse movimento, importantes discus-
vimentos de familiares para disputar sões em torno dos usos e efeitos da escri-
versões em torno de crimes contra a ta (Gupta, 2012), bem como da presença
vida (Farias, 2014); inquéritos poli- emblemática e incontornável dos arqui-
ciais confeccionados por delegadas e vos em instituições burocráticas (Riles,
escrivãs com vistas a diferenciar, ates- 2006) vêm sendo produzidas a partir de
tar, oficializar e convencionar os estu- etnografias diversas. Foi no bojo dessas
pros que chegam a essas repartições discussões que surgiu a proposta do GT
policiais (Nadai, 2012); documentos e que primeiro reuniu os autores dos arti-
investigações policiais e papeis e pro- gos compilados nesse dossiê, e são elas
cedimentos legislativos que produzem, que ganham densidade, aprofundamento
em diferentes planos, a pedofilia como e contundentes contribuições a partir das
infração criminal e problema moral pesquisas empíricas neles apresentadas.
(Lowenkron, 2015); “a experiência Nesse sentido, ao etnografar os mais
marcante” de crianças abrigadas de en- diversos papéis por meio de suas grafias,
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estéticas, conteúdos, circulações e efei- cadavéricos, boletins de ocorrência e lau-


tos, os autores aqui reunidos dão aten- dos de perícia no local nos quais casos de
ção aos documentos e aos sentidos e “mortes de rua” são produzidos de forma
engajamentos levados a cabo pelo ato de opaca como “mortes na rua”, conforme
documentar - forjar, atestar, oficializar argumentam Rosemeire Barbosa da Sil-
e portar uma documentação. (Vianna, va e Tomás Henrique de Azevedo Gomes
2014). Como argumenta Peirano (2006), Melo. O tempo gestado por meio e através
diante dos papéis legais que “inferni- de inquéritos policiais, laudos cadavéricos e
zam” a vida dos cidadãos, os documen- processos penais que condenam o Manía-
tos são, ao mesmo tempo, tanto aquilo co Matador de Velhinhas e documentam a
que torna um individuo único e particu- morte e o crime perpetrado contra “senho-
lar – ou seja, atribui a ele uma identidade ras” idosas como Dona Rosa, Dália, Camé-
– quanto um tipo específico de técnica lia, Margarida e Violeta, personagens do
de controle e legibilidade por meio da artigo de Cilmara Veiga. Os procedimentos
qual o Estado pode, enfim, contar, so- de avaliação e documentação que conce-
mar e agregar indivíduos numa dada po- dem o “direito a ter direitos” a transexuais
pulação. Vistos por esse ângulo, os textos que buscam a alteração de seus registros
iluminam os efeitos de prova e modos de civis através de um serviço oferecido pelo
governo de corpos, indivíduos e popula- Núcleo de Defesa da Diversidade Sexual e
ções acionados por diversos documentos, Direitos Homoafetivos (NUDIVERSIS) da
visando constituir a verdade de sujeitos Defensoria Pública Geral do Estado do Rio
e de processos jurídicos, judiciários e/ou de Janeiro (DPGE-RJ), analisados no arti-
policiais nos quais figuram como perso- go de Lucas Freire. E ainda as tramas que
nagens transexuais, presas, moradores de transfiguram a antropóloga Natália Co-
favela, loucos, antropólogos, cadáveres razza Padovani em “Indiana Jones” e suas
idosos ou “de rua” e assassinos. competências acadêmicas em instrumento
Os autos processuais que dão carne à por meio do qual um documento de sani-
biografia judiciária de Maura Lopes Can- dade mental e, não menos importante, o
çado e podem ser lançados contra a au- caderno de campo da antropóloga possa
tobiografia tramada e publicada pela ré, ser agenciado por certas presas em contex-
conforme mostra o trabalho Maria Luisa tos, eles mesmos inesperados e imprevisí-
Scaramella. Os laudos cadavéricos oficiais veis de interação. Esses são algumas das ce-
e/ou ad hoc e as denúncias realizadas pelo nas etnográficas com as quais o leitor irá se
Ministério Público no caso de execuções aventurar ao seguir às páginas desse dossiê.
perpetradas por policiais militares em Ao se debruçarem sobre temas e ob-
favelas no Rio de Janeiro, objeto de refle- jetos empíricos tão variados, os autores
xão no texto de Juliana Farias. Os laudos desse dossiê lançam luz, nos termos de
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Foucault (2008), aos “regimes de veridi- deixa claro Natália Corazza Padovani.
ção”1, colocados em operação por ins- Reunindo essa rica variedade de tra-
tâncias estatais e burocráticas das mais balhos, o presente dossiê busca colocar
diversas – da polícia civil ao judiciário, da em diálogo, em suma, pesquisas que
perícia médico-legal à psiquiatria forense, reflitam sobre os documentos produzi-
de organizações não governamentais a dos, transacionados e/ou arquivados em
universidades públicas. Tais regimes são instâncias judiciais e policiais, exploran-
centrais, exatamente porque produzem do suas diferentes dimensões e capaci-
formas de “governo”2. (Foucault, 2008). dades. Isto é: seu papel na produção de
Fabricam, por assim dizer, uma louca e “provas” e verdades, sua materialidade,
uma assassina, no trabalho de Maria Lu- sua capacidade de associar pessoas ou
ísa Scaramella; um crime, uma autoria e provocar rupturas, seus possíveis efeitos
uma condenação, como vemos no texto de ocultamento ou exibição de assime-
de Cilmara Veiga; uma zona de tatua- trias, hierarquias e autoridades, e, ainda,
gem, uma execução e uma inconclusão, os afetos, agenciamentos e poderes que
conforme argumenta Juliana Farias; uma documentos exercem em determinados
morte opaca, um corpo não reclamado e contextos. Ademais, buscamos reunir
um tipo de humanidade, como susten- tanto etnografias das práticas de escrita
tam Rosemeire Barbosa da Silva e Tomás que estão a serviço da consolidação do
Henrique de Azevedo Gomes Melo; um controle estatal sobre sujeitos, popula-
sexo, um gênero e um nome, como mos- ções, territórios e vidas, quanto aquelas
tra Lucas Freire; e, não obstante, produ- que escapam a essa prescrição e permi-
zem também, sem dúvidas, uma antropó- tem que o Estado seja constantemente
loga, uma antropologia e uma mãe, como experimentado, construído e descons-
truído mediante a ilegibilidade de suas
1
Essas reflexões foram produzidas de forma coletiva, em próprias práticas e de seus documentos
interlocução direta com Everton de Oliveira e culminaram
em um Workshop intitulado “Sofrimento e modos de go- (Das e Poole, 2004). Esperamos que a lei-
verno: como fazer etnografia em contextos formados e in- tura dos textos seja tão prazerosa quando
formados pela dor”, realizado na Universidade Estadual de
Campinas, no dia 19 de novembro de 2015.
foi, para nós, a organização do volume.
2
Fazemos remissão aqui, a ideia de governo, formulada por Fou-
cault (2008). Pelo termo governo, Foucault (2008) busca mostrar REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
como se constituiu ao longo do século XIX uma nova governa-
mentalidade (nova razão de Estado) que tem como pano de fundo
CARRARA, Sérgio. 1998. Crime e
o poder pastoral (século XV e XVII) – uma arte de conduzir, diri- Loucura: o aparecimento do manicômio
gir, levar, gerir, controlar e manipular os homens. Assim, por téc-
nicas de governo devemos entender um conjunto de instituições,
judiciário na passagem do século. Rio de
procedimentos, análises, reflexões, cálculos e táticas que permita o Janeiro: EdUERJ; São Paulo: EdUSP.
exercício de um tipo específico e complexo de poder, e que tem por
objeto principal a população. Essa última, um conjunto de elemen-
DAS, Veena e Poole, Deborah. 2004.
tos sob o qual podemos depreender constantes e regularidades. “State and its margins: comparative eth-
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2014. “Fios da vida: crianças abrigadas, hoje


adultas, diante de seus prontuários”. Trabalho
apresentado na 29ª Reunião Brasileira de An-
tropologia. Natal, 3 a 6 de agosto de 2014.
VIANNA, Adriana de Resende Bar-
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1920. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional.
____________________________
____. 2002. Os limites da menoridade: res-
ponsabilidade, tutela e família em julgamento.
Tese de doutorado. Museu Nacional/UFRJ.
____________________________
____. 2014. “Etnografando documentos:
uma antropóloga em meio a processos ju-
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A. C. de; Teixeira, C. C. (orgs). Antropolo-
gia das Práticas de Poder: reflexões etno-
gráficas entre burocratas, elites e corpora-
ções. Rio de Janeiro: Contra Capa: Faperj.

Letícia Carvalho de Mesquita Ferreira


Professora adjunta da Escola de Ci-
ências Sociais/CPDOC da Fundação
Getúlio Vargas (FGV). Mestre e douto-
ra em Antropologia Social pelo Progra-
ma de Pós-Graduação em Antropologia
Social do Museu Nacional/UFRJ.

Larissa Nadai
Aluna de doutorado pelo Programa
de Pós-Graduação em Ciências Sociais
da Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP). Mestre em Antropologia
Social pelo Programa de Pós-Graduação
em Antropologia Social da Universidade
Estadual de Campinas (UNICAMP).
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