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Partições de Rd
1
Somas superiores e somas inferiores
X
S(f, P ) = MRJ vol(RJ )
RJ ∈P
X
s(f, P ) = mRJ vol(RJ )
RJ ∈P
Lema 1.2. Se Q refina P (partições sobre R), então S(f ; Q) ≤ S(f ; P ) e s(f ; P ) ≤ s(f ; Q)
Demonstração. Vamos fazer o caso das somas superiores e daí o caso das somas inferiores
segue de forma análoga (verifique!).
P P
S(f ; P ) = MRJ vol(RJ ) e S(f ; Q) = MQJ vol(QJ ). Fixe RJ ⊂ R. Como
RJ ⊂R QJ ⊂R
m
S
Q refina P , então RJ = QJi (aqui, a menos de bordas, podemos supor que essa é
i=1
2
m
P
uma união disjunta, sem perda de generalidade). Assim temos vol(RJ ) = vol(QJi ).
i=1
Como A ⊂ B ⇒ supA ≤ supB, então MQJi ≤ MRJ , j = 1, ..., m. E daí temos que
m
P m
P m
P
MQJi vol(QJi ) ≤ MRJ vol(QJi ) = MRJ vol(QJi ) = MRJ vol(RJ ). Se repetirmos para
i=1 i=1 i=1
os demais RJ da partição e tomarmos a somatória, temos:
P P
MQJi vol(QJi ) ≤ MRJ vol(RJ ), isto é, S(f ; Q) ≤ S(f ; P )
QJi ⊂Q RJ ⊂R
3
Integral
Integral Inferior
Z
f dx = sup s(f, P )
−R P
R R−
Obs.: −R f dx ≤ R f dx
Demonstração. Tome P uma partição fixa, então s(f, P ) ≤ S(f, Q) para qualquer partição
Q, pelo Lema 1.3. Logo, s(f, P ) é uma cota inferior do conjunto {S(f, Q) : Q é partição}.
R−
Portanto, s(f, P ) ≤ inf Q S(f, Q) = R f dx.
Z Z − Z
f dx = f dx = f dx
R R −R
4
O que implica inf {S(f ; P ) : P é partição de R} = sup{s(f ; P ) : P é partição de R} =
c vol(R)
R− R R
Ou seja, R
f dx = −R
f dx = R
f dx = c vol(R)
Corolário 1.5. Seja R um paralelepípedo em Rn e seja {Qi }ki=1 uma coleção finita de retângulos
k
P
que cobre Q. Então vol(Q) ≤ vol(Qi )
i=1
Demonstração. Suponha que essa cobertura é disjunta e note que {Qi ∩ Q}ki=1 forma uma
k
P
partição de Q satisfazendo vol(Q) = vol(Qi ∩ Q). Como ∀j ∈ {1, ..., k}, tem-se
i=1
k
P k
P
Qj ∩ Q ⊂ Qj , então vol(Qj ∩ Q) ≤ vol(Qj ) ⇒ vol(Q) = vol(Qi ∩ Q) ≤ vol(Qi ).
i=1 i=1
Se supormos que tal cobertura de retângulos não é disjunta, podemos montar uma
S
0 k 0 0 k
cobertura disjunta {Qi }i=1 com Q1 = Q1 ∩ Q e Qk+1 = Qk+1 − j=1 Qj ∩ Q. Como
Q0i ⊂ Qi , ∀i, podemos repetir o mesmo procedimento para concluir a desigualdade do
enunciado.
Teorema 1.6. f é integrável se, e somente se, ∀ ε > 0 existe uma partição P de Q tal que
P
R∈P ω(f, R)vol(R) < ε
X
ω(f, R)vol(R) < ε
R∈P
Equivalentemente,
X X
sup f (x)vol(R) < ε + inf f (x)vol(R)
x∈R x∈R
R∈P R∈P
5
Z X
f dx = inf sup f (x)vol(R)
Q P
R∈P
X
≤ sup f (x)vol(R)
R∈P
X
< + inf f (x)vol(R)
x∈R
R∈P
X
≤ + sup inf f (x)vol(R)
P x∈R
R∈P
Z
≤ + f dx
Q
Z Z
Ou seja, f dx < + f dx
Q Q
Z Z
Por outro lado, já sabemos que, f dx − f dx ≥ 0.
Q Q
Z Z
Logo, f dx = f dx
Q Q
(⇒): Suponha que f é integrável e existe um ε0 > 0 e uma partição P tais que
X
ω(f, R)vol(R) ≥ ε0 .
R∈P
Z Z
Como f dx = f dx, então existe P, P 0 partições de Q tais que,
Q Q
Z
X 0
sup f (x)vol(R) < f dx +
R∈P
x∈R Q 2
Z
ε0 X
f dx − < inf f (x)vol(R)
Q
2 R∈P 0
x∈R
Note que,
Z
X ε0
sup f (x)vol(R) < f dx +
R∈P
x∈R Q 2
Z
X ε0
− inf f (x)vol(R) < − f dx +
R∈P 0
x∈R
Q
2
6
X
Donde, segue que, ω(f, R)vol(R) < ε0 ,o que é absurdo.
R∈P
Teorema 1.7. Seja f : Q → R uma função limitada. Então f é integrável em Q se, e somente se,
dado ε > 0 existe δ > 0 tal que S(f, P ) − s(f, P ) < ε qualquer que seja a partição P com norma
menor que δ.
0 ≤ s(f, P 0 ) − s(f, P )
X X
= mR (f )vol(R) − mR (f )vol(R)
R∈P 0 R∈P
X
= mR vol(R)
R∈P 0
≤ 2M (normaP )(larguraQ)d−1
Analogamente,
0 ≤ S(f, P ) − s(f, P 0 )
X X
= MR (f )vol(R) − MR (f )vol(R)
R∈P R∈P 0
X
= MR vol(R)
R∈P 0
≤ 2M (normaP 0 )(larguraQ)d−1
7
(⇐) : Suponhamos f integrável em Q, dado ε > 0, tome P partição de Q tal que,
ε
S(f, P ) − s(f, P ) <
2
ε
Tome δ = , então normaP < δ, o que implica em, S(f, P ) −
8M normaP (largura Q)d−1
s(f, P ) < ε
Definição 2. D ⊂ Rd é dito ter medida d-nula (ou simplesmente medida nula) quando
S
dado ε > 0 existir uma cobertura Rk de paralelepípedos (d-dimensionais) sobre D tal
k∈N
P
que vol(Rk ) < ε.
k∈N
S
Demonstração. Dado ε > 0, nosso objetivo é encontrar uma cobertura Rk de
k∈N
paralelepípedos (n-dimensional) sobre Rn−1 ×{0} tal que
P
vol(Rk ) < ε.
k∈N
Usando o fato que Qn−1 é enumerável e denso em Rn−1 , podemos construir uma
cobertura enumerável de paralelepípedos ((n-1)-dimensional) sobre Rn−1 ; digamos
{Qj }j∈N . E, além disso, podemos construí-la de tal forma que em Rn−1 , tenhamos
vol(Qj ) = V ; 0 < V < 1; ∀j ∈ N.
8
h k k
i
Defina Rk = Qk × − ε(1−V2 )V , ε(1−V2 )V . Temos que (Rk )k∈N forma uma cobertura sobre
k k
Rn−1 ×{0} ⊂ Rn e vol(Rk ) = V ε(1−V2 )V − (− ε(1−V2 )V ) = ε(1 − V )V k+1 .
1
− 1 < ε(1−V )
P P k+1
Logo vol(Rk ) = ε(1 − V ) V = ε(1 − V ) 1−V 1−V
=ε
k∈N k∈N
Obs.: Acima usamos a variação da série geométrica. Como 0 < V < 1, então temos que
1 1
P k P k+1
V = 1−V ⇒ V = 1−V −1
k∈N k∈N
9
Aδ = {f (x)/x ∈ Bδ }
Mδ = sup Aδ
mδ = inf Aδ
ω(f, Bδ (a)) = Mδ − mδ
ν(f, a) = inf δ>0 ω(f, Bδ (a))
P
Demonstração. Dado > 0, ∃ partição P tal que R∈P ω(f, R)vol(R) <
1
Dm = {a ∈ Q/ν(f, a) > m
}
∪m∈N = D
Dm ⊂ ki=1 Ri
S
Dm = Dm 0 t Dm 00
0
⊂ ki=1 ∂Ri ⇒ Dm0
S
Dm tem medida nula
0
⊂ ki=1 R̊i
S
Dm
0
ā ∈ Dm ∩ R̊i
ν(f, a) 6 Mg − mg , bδ (a) ⊂ R̊i
1
6 ν(f, a) 6 Mg − mg 6 M (f, R̊i ) − m(f, R̊i ) = ω(f, R̊i )
m
Proposição 1.10. Sejam f, g : [0, 1] → R crescentes e positivas, mostre que a função h : [0, 1]2 →
R dada por h(x, y) = f (x)g(y) é integrável em [0, 1]2 .
Demonstração. Seja P 0 a partição de [0, 1] dada por xi − xi−1 = 1/n. Temos que P = P 0 × P 0
10
é uma partição de [0, 1]2 . Seja > 0, observe que
X X
U (h, P ) − L(h, P ) = sup {f (x)g(y)}vol(R) − inf {f (x)g(y)}vol(R)
(x,y)∈R
R⊂P (x,y)∈R R⊂P
n Pn 2
X 1 i=1 (xi − x2i−1 )
= (x2i − x2i−1 ) = <
i=1
n2 n2
ii. Uma união enumerável de subconjuntos de medida nula de Rn também tem medida nula.
iii. Um subconjunto A de Rn tem medida nula se e somente se para todo > 0 existe uma
cobertura enumeravel de A por retângulos abertos {Qi }i∈N tais que
∞
X
vol(Qi ) <
i=1
Demonstração. i. Como A tem medida nula em Rn , então para cada > 0 existe uma
cobertura P de A tal que
X
vol(R) <
R⊂P
S
eB ⊂ R⊂P R, e portanto B tem medida nula.
P
ii. Dado > 0, seja {Qij }j∈N uma cobertura de Ai por retângulos tais que j∈N vol(Qij ) <
/2i . Então
[ [
Ai ⊂ Qij
i∈N i,j∈N
11
X X
vol(Qij ) < i
=
i,j∈N i∈N
2
S S S
iii. Se A ⊂ i∈N Qi então A ⊂ Ā ⊂ i∈NQ̄i . Logo, os retângulos fechados
Qi = i∈N
P
Q̄i formam uma cobertura de A, e, por hipótese, i∈N vol(Qi ) < . Portanto A tem
medida nula em Rn .
Teorema 1.12. Seja f : Q → R limitada. Então f é integrável se, e somente se, o conjunto de
descontinuidade de f possui medida nula.
Demonstração.
onde
∞
X
vol(Q̊i ) <
i=1
podemos tomar ainda Q̊i com faces paralelas aos eixos. Deste modo Q̊i ∩ Q também são
retângulos. Agora toma ∀a ∈ Q \ D, ou seja, a onde a função f é contínua. Com isso, faça
Q̊δa o retângulo aberto tal que
12
Temos
∞
!
[ [
Q⊂ Q̊i ∪ Q̊a
i=1 a∈Q\D
Formamos assim uma cobertura de Q, mas como Q é compacto então possui uma
subcobertura finita, diga-se
Contrua uma partição P a partir desta cobertura finita Q̊1 , . . . , Q̊k , Qa1 , . . . , Qar
Seja ω(f, R) = MR − mR onde MR = supx∈R f (x) e mR = inf x∈R f (x). Defina
R : R se R ⊂ Q̊i nesse caso temos ω(f, R) < 2M
Ra : R se R ⊂ Qaj nesse caso temos ω(f, R) < 2
Então P = R t Ra . Finalmente temos
P P P
R∈P ω(f, R)vol(R) = ω(f, R)vol(R) + R∈Ra ω(f, R)vol(R)
R∈R
P P
≤ R∈R 2M vol(R) + R∈Ra vol(R)
Note que
[ k
[ X
⊂ Qi → vol(R) <
R∈R i=1 R∈R
Além disso
X
vol(R) < vol(Q)
R∈Ra
Portanto
X
ω(f, R)vol(R) ≤ 2M + vol(Q) = (2M + vol(Q))
R∈P
13
definição. Pelo Teorema CITAR TEOREMA temos que f é contínua em a se, e somente se,
ν(f, a) = 0
Dado ε, existe uma partição P tal que
X
ω(f, R)vol(R) < ε
R∈R
0 S 0
também tem medida nula. Como Dm ⊂ R ∂R então podemos cobrir Dm por contáveis
retângulos tais que o volume total seja menor que ε/2
00
Para Dm , sejam R1 , . . . , Rk os subretângulos determinados por P que contém os pontos
00 00
de Dm . Dado i, o retângulo Ri contém um ponto a de Dm .
1
≤ ν(f, a) ≤ Mδ − mδ ≤ M (f, R̊i ) − m(f, R̊i ) = ω(f, R̊i )
m
k k
X 1 X
vol(Ri ) ≤ ω(f, R̊i )vol(Ri ) < ε
i=1
m i=1
k
X
vol(Ri ) < εm
i=1
14
Teorema 1.13. Seja Q = [0, 1] × [0, 1]. Defina f : Q −→ R por f (x, y) = 1/q, se y ∈ Q e
x = p/q, fração de inteiros com mdc(p, q) = 1 (assuma sempre p, q positivos); caso contrário,
R
f (x, y) = 0. Nessas condições, Q f existe.
Z Z −
h(x) = f (x, y) e g(x) = f (x, y)
−y∈[0,1] y∈[0,1]
Resolução:
h(x): Fixando x ∈ [0, 1] e dada P = {t0 = 0, t1 , ..., tn = 1} uma partição real em [0, 1],
então ∀ 0 ≤ i ≤ n − 1, temos que m(f ; {x} × [ti , ti+1 ]) = 0, pois o intervalo [ti , ti+1 ] admite
valores irracionais. Denotando {x} × P como uma partição de {x} × [0, 1] temos que
15
R
s(f ; {x} × P ) = 0. Logo sup s(f ; {x} × P ) = −y∈[0,1]
f (x, y) = 0.
{x}×P
g(x): Utilizando as notações acima e fixando x ∈ [0, 1] irracional temos que M (f ; {x} ×
[ti , ti+1 ]) = 0, ∀i e daí a integral superior se anula. Se x ∈ Q, sob a forma, x = pq , com
1
p, q inteiros (sendo q positivo e mdc(p; q) = 1), então M (f ; {x} × [ti , ti+1 ]) = q
, ∀i, já
que podemos tomar um valor racional na segunda coordenada. Logo: S(f ; {x} × P =
1 1
R−
q
(1 − 0)) = q
e portanto: y∈[0,1]
f (x, y) = inf S(f ; {x} × P ) = 1q .
{x}×P
R− 0 , se x for irracional ou 0
Em suma, definimos uma função g(x) = y∈[0,1] f (x, y) =
1 , se x da forma p acima.
q q
Resolução:
Z Z
h(x) = 0 ⇒ f (x, y) = 0
x∈[0,1] −y∈[0,1]
Além disso,
Z Z − Z
f (x, y) = g(x)
x∈[0,1] y∈[0,1] x∈[0,1]
Como em [0, 1] há sempre pontos irracionais, segue de forma análoga à observação (1)
R
que − x∈[0,1] g(x) = 0.
R−
Para vermos que x∈[0,1] g(x) = 0, consideremos a seguinte construção: dado ε > 0,
1 1
existe n0 ∈ N tal que n0
< ε e dai ∀n > n0 , tem-se n
< ε. Notamos agora que
16
!
n o n0
q
g −1 ({ 1q }) ⊂ 1 2
para todo inteiro positivo q e que 1 ∈ g −1 { 1j } . Com
S
,
q q
, ..., q
= 1
j=1
isso essa pré-imagem tem um número finito de elementos digamos {k1 , k2 , ..., kr = 1} já
colocados em ordem crescente.
Tomemos agora m = min{|kj+1 − kj | : 1 ≤ j ≤ r − 1} ∪ { rε } e definamos os intervalos
Ij = kj − m2 , kj + m2 , 1 ≤ j ≤ r − 1 e Ir = [1 − m, 1]. Assim o comprimento de todos esses
intervalos é |Ij | = m. Como a função g é limitada com máximo 1 (e ínfimo 0), M (g; Ij ) ≤ 1.
Assim:
r r
|Ij | = rm ≤ r rε = ε
P P
M (g; Ij )|Ij | ≤
j=1 j=1
Por outro lado Pε = {0, k1 , ..., kr = 1} forma uma partição de [0, 1]. Os subintervalos da
partição restantes (fora dos Ij ) somam comprimento menor ! do que 1 pois particionam
n0
[0, 1] − rj=1 IJ e além disso estão fora de g −1 { 1j } . Então em cada subintervalo
S S
j=1
1
desses, o supremo é menor que < ε. Denotemos Jk tais subintervalos, desta forma
n0
P
M (g; Jk )|Jk | < ε.
Jk ∈P
P P
Por fim S(g; Pε ) = M (g; Jk )|Jk | + M (g; Ik )|Ik | < ε + ε = 2 ε. E daí como
Jk ∈Pε Ik ∈Pε
estamos trabalhando sempre com valores positivos, o ínfimo dessas somas superiores
deve ser 0, conforme desejávamos. Logo,
Z Z − Z Z
f (x, y) = f (x, y) = 0
x∈[0,1] y∈[0,1] x∈[0,1] −y∈[0,1]
R
Para ver que Q
f = 0, basta aplicar o teorema acima, o qual garante a existência desta
integral e portanto deve ser igual a integral inferior, que é 0 pois todo o elemento de um
sub-retângulo terá pontos com uma coordenada irracional, o que termina a verificação do
teorema de Fubini para este caso.
Teorema 1.14. (Fubini para regiões simples) Seja S = {(x, t)|x ∈ C e φ(x) ≤ t ≤ ψ(x)} ⊂ Rn ,
R
onde C 1 = vol(C) existe e φ, ψ são funções reais contínuas definidas no domínio C e ∀x ∈ C,
17
−M ≤ φ(x) ≤ ψ(x) ≤ M . E seja f : S −→ R contínua. Então f é integrável sobre S e:
Z Z Z t=ψ(x)
f= f (x, t)
S x∈C t=φ(x)
Z Z Z t=M
fS = fS (x, t)
Q x∈Q t=−M
Z Z Z t=M
f= fS (x, t)
S x∈C t=−M
Além disso fS (x, t) se anula a menos que φ(x) ≤ t ≤ ψ(x), o que implica
Z Z Z t=ψ(x) Z Z t=ψ(x)
f= fS (x, t) == f (x, t)
S x∈C t=φ(x) x∈C t=φ(x)
Z Z
f= f
Q Q0
Isto é, uma integral existe se, e somente se, a outra integral existe.
18
de descontinuidade de f o interior de Q. Então as aplicações f : Q → R e f : Q0 → R
são contínuas exceto nos pontos de D e possivelmente na fronteira de Q. Desse modo, a
existência de cada integral é equivalente a requerer que D tenha medida nula.
Suponhamos que as integrais existem, seja P uma partição de Q0 , e P 0 um refinamento
de P obtido por meio de P e adjunção dos pontos finais de cada intervalo que compoem
Q. Então Q é a união de subbretângulos R determinados por P 0 . Se R é um subretângulo
determinado por P 0 que não está contido em Q, então f desaparece nos pontos de R,
donde mR (f ) ≤ 0.
X Z Z
0
Isso mostra que, s(f, P ) ≤ f . Donde segue que, s(f, P ) ≤
mR (f )vol(R) ≤ f.
R⊂Q Q Q
Z
Com argumentação similar, mostra-se que S(f, P ) ≥ f , como P é uma partição
Z Z Q
19
Para |x − x0 | < δ e x ∈ S, para valores de x, segue que,
Por outro lado, suponhamos f (x0 ) > g(x0 ), por continuidade, tomemos U uma
vizinhança de x0 tal que f (x) − g(x) > 0, ∀x ∈ U e x ∈ S. Então F (x) = f (x) e G(x) = g(x)
em U ∩ S, o que mostra que F e G são contínuas em x0 . Similarmente, se f (x0 ) < g(x0 ).
(b) Suponha f e g integráveis sobre S. Seja Q um retângulo contendo S. Então fS , gS
são contínuas em Q exceto nos conjuntos dos pontos de descontinuidade de f, (D) em Q
e nos pontos de fronteira de S, (E), cada qual com medida nula. Assim,
20
2 Conjuntos J - mensuráveis e Conteúdo de Conjuntos
Z Z
f= fQ
S Q
R
Obs.: a integral f está bem definida, pois independe da escolha de Q. De fato, basta
S
21
Obs.: S é J-mensurável se, e somente se, ∂S possui medida nula.
R
Definição 5. O conteúdo de um conjunto S J-mensurável é definido por vol(S) = S
1
R k
S
Obs.:(1) Se S
1 = 0, então existem finitos retângulos Qi tais que S ⊂ Qi
i=1
Z
fQ = 0
Q
X
M (fQ , R)vol(R) < ε
R∈P
1 , se R ∩ S 6= ∅
M (fQ ; R) =
0 , caso contrário.
Note que:
[
S⊂ R
R∈P
eR∩S6=∅
X
V ol(R) < ε
R∈P
eR∩S6=∅
(2) Se S possui conteúdo nulo, então S possui medida nula; (segue direto da
demonstração em (1) ).
22
k
S k
P
(3) Se S é tal que, dado ε > 0, existem finitos Qi com S ⊂ Qi e V ol(Qi ) < ε, então
i=1 i=1
R
S
1 = 0; (também é direto).
(4) Se S é compacto e possui medida nula, então S possui conteúdo nulo;
e
∞
X
V ol(Qi ) < ε
i=1
k
[
S⊂ Qij
j=1
e,
k
X ∞
X
V ol(Qij ) ≤ V ol(Qi ) < ε
j=1 i=1
Demonstração.
[0, 1] ∩ Q = {q1 , q2 , . . . , qn , . . .}
ai
q1 ∈ (ai , bi ); bi − ai =
2i
∞
[
A= (ai , bi )
i=1
23
Afirmação:∂A não tem medida nula
∞
P
dos vol(ai , bi ) = a
i=1
∂A˚
∪A = Ā = [0, 1]
[ ∞
X
∂A ⊂ Qi , V ol(Qi ) < ε
i=1
∞
S
Note que [0, 1] ⊂ A ∪ Qi
i=1
Como a e ε são arbitrários. Podem assumir valores tais que sua soma é menor que 1,
portanto temos um absurdo.
Z Z Z
(af + bg) = a f +b g
S S S
Z Z
f≤ g
S S
24
Além disso, |f | é integrável sobre S e
Z Z
| f| ≤ |f |
S S
Z Z
f≤ f
T S
Z Z Z Z
f= f+ f− f
S S1 S2 S1 ∩S2
25
para todo x ∈ R. Segue que
então
Z
00 00 00
a L(f, P ) + b L(g, P ) ≤ L(af + bg, P ) ≤ (af + bg)
Q
Similarmente temos
então
Z
00 00 00
a U (f, P ) + b U (g, P ) ≥ U (af + bg, P ) ≥ (af + bg)
Q
Z
0
a L(f, P ) + b L(g, P ) ≤ (af + bg) ≤ a U (f, P ) + b U (g, P 0 )
Q
R R
Agora por definição sabemos que a Q
f +b Q
g também está entre a L(f, P ) +
b L(g, P 0 ) e a U (f, P ) + b U (g, P 0 ). Como tomamos P e P 0 arbitrários então
26
Z Z Z
(af + bg) = a f +b g
Q Q Q
Para completar a prova, ou seja com outras possibilidades para a e b, iremos mostrar
que
Z Z
(−f ) = − f
Q Q
então, por definição, sabemos que mR (−f ) deve ser a maior das cotas inferiores de
−f em R e MR (−f ) deve ser a menor das cotas superiores de −f em R, logo
ficamos com
Z
−U (f, P ) ≤ L(−f, P ) ≤ (−f ) ≤ U (−f, P ) ≤ −L(f, P )
Q
R
Por definição − Q
f está entre −U (f, P ) e −L(f, P ). Mas como P é arbitrátio então
27
Z Z
− f= −f
Q Q
e a partir disto podemos extender a prova para outros valores de a e b que não
somente para os positivos.
mR (f ) ≤ f (x) ≤ g(x)
Z
L(f, P ) ≤ L(g, P ) ≤ g
Q
Z Z
f≤ g
Q Q
28
e temos
Z Z Z
− |f | ≤ f≤ |f |
S S S
Logo
Z Z Z
| f | ≤ |f | = |f |
S S S
Z Z
fT (x) ≤ fS (x)
T T
fS (x) = max{fS1 (x), fS2 (x)} e fT (x) = min{fS1 (x), fS2 (x)}
29
f (x) = f+ (x) − f− (x)
Da equação
Z Z Z Z
f= f+ f− f
S S1 S2 S1 ∩S2
Teorema 2.4. Seja S um conjunto limitado em Rn , seja f → R uma função contínua e limitada,
R R
seja A = int(S). Se f é integrável sobre S então f é integrável sobre A, e S f = A f
lembrando que:
30
Tomados arbitrariamente, próximo de x0 estão pontos x que não estão em S, para
os quais fS (x) = 0, logo este limite deve ser 0 e assim fS (x0 ) = 0. Como fA (x) é
igual a fS (x) ou 0 pois A ⊂ S, devemos ter fA (x) → 0 quando x → x0 . Além disso,
fA (x0 ) = 0 pois x0 ∈
/ A. Portanto fA é contínua em x0 e coincide com fS em x0 .
31
3 O Teorema da Mudança de Variável
Teorema 3.1. Sejam h :]a, b[→]c, d[ difeomorfismo e f : I → R uma função limitada, I ⊂]a, b[
compacto. Então,
Z Z
f (y)dy = f (h(x))|h0 (x)|dx
I=h(S) J
∂φ
Demonstração. Seja φ : Rd → R, tome h(x1 , ..., xd ) = (φ(x1 , ..., xd ), x2 , ..., xd ) onde 6= 0.
∂x1
Assim,
Z Z Z Z
f (y)dy = fQ (y)dy = fQ (s, w)ds dw
S J×A A J
Z Z Z Z
fQ (s, w)ds dw = fw (s)ds dw
A J A Iw
Z Z
= fw (φ(t))|φ0 (t)|dt dw
A I
Z Z
= f (φ(t, x2 , ..., xd ))| det Dh|dt dw
ZA I
32
é um difeomorfismo admissível.
Z Z
f (y)dy = f (y)dy
h1 (W ) h1 ◦h2 (X)
Z Z Z
f (y)dy = f (h1 (w))|detDh1 (w)|dw = f (h1 (w))|detDh1 (w)|dw
h1 (W ) W h2 (X)
Definindo g(w) = f (h1 (w))|detDh1 (w)|, como h2 ∈ D segue de forma análoga que:
Z Z Z
f (h1 (w))|detDh1 (w)|dw = g(w)dw = g(h2 (x))|detDh2 (x)|dx
h2 (X) h2 (X) X
Daí,
Z Z Z
g(w)dw = f (h1 (h2 (x)))|detDh1 (h2 (x))||detDh2 (x)|dx = f (h1 ◦h2 (x))|detDh1 ◦h2 (x))|dx
h2 (X) X X
33
Concluímos:
Z Z
f (y)dy = f (h1 ◦ h2 (x))|detDh1 ◦ h2 (x))|dx
h1 ◦h2 (X) X
Ou seja, h1 ◦ h2 ∈ D.
Obs.: O teorema acima já nos diz que podemos combinar (onde estiver bem definido)
difeomorfismos dos Tipos 1 e 2 e isso nos será útil para um resultado a seguir que nos
dirá que todo difeomorfimo de classe C 1 é, pelo menos, localmente admissível, mas antes
precisamos da forma local das submersões.
Teorema 3.4 (Forma Local das Submersões (1)). Seja f : U −→ Rn , onde U ⊂ Rn+m aberto,
h i
f ∈ C k e p = (a, b) ∈ U , onde ∂f∂yi (p)
j
, com 1 ≤ i, j ≤ n, é uma matriz inversível. e f (p) = c.
n×n
m n
Então existem abertos V ⊂ R , W ⊂ R , Z ⊂ U com a ∈ V, c ∈ W e p ∈ Z e existe também um
difeomorfismo C k , digamos h : V × W −→ Z satisfazendo f (h(x, w)) = w, ∀x ∈ V, ∀w ∈ W .
Teorema 3.5. (Forma Local das Submersões (2) ): Seja f : M m → N n uma aplicação diferenciável
que seja uma submersão num ponto p ∈ M . Então, dada uma parametrização Ψ : V → Ψ(V ) em
N , com f (p) ∈ Ψ(V ), existe ξ : V × W → Z difeomorfismo, com Z ⊂ M e p ∈ Z, f (Z) ⊂ Ψ(V ),
e W ⊂ Rm−n aberto, tais que:
34
Demonstração. Considere uma parametrização φ : U → φ(U) de M , com p ∈ φ(U) e
f (φ(U)) ⊂ Φ(V ). como df (p) é sobrejetora, segue que a diferencial df (a), da representação
f¯ = Φ−1 ◦ f ◦ φ de f , também é sobrejetora, na qual a = φ−1 (p), com a = (a1 , a2 ) ∈
Rn × Rm−n . Assim, pela forma local das submersões em espaços euclidianos, restringindo
os domínios, se necessário, existe um difeomorfismo h : V × W → U, no qual W ⊂ Rm−n
é um aberto contendo a2 , tal que
[(Φ−1 ◦ f ◦ φ) ◦ h](x, y) = x
35
(assim pelo raciocínio indutivo será possível considerar o caso mais geral quando j = d
numa vizinhança suficientemente próxima de x0 )
∂
Podemos supor sem perda de generalidade que h (x)
∂xj j
6= 0 (pois h em cada ponto
não pode ter Jacobiana nula já que é um difeomorfismo C 1 e podemos compor com
difeomorfismos do tipo 1).
Segue do teorema da forma local das submersões (1) que existe k difeomorfismo de
classe C 1 , cuja imagem é uma vizinhança Vx de x e satisfaz, em todo seu domínio:
hj ◦ k(y1 , . . . , yd ) = yj
Logo,
h(k(y)) = (h1 (k(y)), ..., hj−1 (k(y)), yj , ..., yd )
Conforme queríamos.
36
menor que δ.
k
S
Segue também que h(X) = h(Xi ).
i=1
Por fim,
Z k
X Z k Z
X Z
f (y)dy = f (y)dy = f (h(x))|detDh(x)|dx = f (h(x))|detDh(x)|dx
i=1 i=1 X X
h(X) h(Xi ) i
37
4 Álgebra Multilinear
Lema 4.1. Seja V ∗ como citado acima, então dim(V ∗ ) = n, onde n = dim(V ).
Demonstração. Seja {vi }ni=1 uma base para V . Faça fj (vi ) = δij , então se v ∈ V , existem
αi ∈ R tais que
n
X
v= αi vi
i=1
n
! n
X X
fj (v) = fj αi vi = αi fj (vi ) = αj
i=1 i=1
{fj }ni=1 é uma base para V ∗ , de fato, precisamos mostrar que é linearmente
independente e que gera o espaço V ∗ .
n
X
βj fj = 0 ∈ V ∗ , βj ∈ R
i=1
38
n
! n n
X X X
βj f j (vi ) = βj fj (vi ) = βj δij = βi = 0)
j=1 j=1 j=1
2. Agora iremos provar que {fj } gera V ∗ . Tome f ∈ V ∗ , como f é linear então para
v ∈ V com v = ni=1 αi vi temos
P
f (v) = f ( ni=1 αi vi )
P
Pn
= i=1 αi f (vi )
Pn
= i=1 fi (v)f (vi )
n
X
f (v) = ki fi (v)
i=1
Notação: {fj }nj=1 é a base dual associada à base {vi }ni=1 , onde algumas notações são
vi∗ = fi
v i = fi
dvi = fi
Definindo V ∗∗ ≡ (V ∗ )∗ e
39
J : V → V ∗∗
v 7→ J (v) : V ∗ → R
J (v)f = f (v)
Formas Bilineares
onde α ∈ R.
OBS:
para cada v ∈ V
Defina
fv (u) = B(v, u)
f v (u) = B(u, v)
Lema 4.2. Seja V espaço vetorial, então B = {B : V xV → R;B é bilinear} é espaço vetorial com
as operações definidas abaixo e dim(B) = n2 , onde dim(V ) = n.
40
(B1 + B2 )(u, v) = B1 (u, v) + B2 (u, v)
(λB)(u, v) = λB(u, v)
Seja n = dim(V ). A partir do exemplo anterior, se fi (vj ) = δij , onde {vj }ni=1 é uma base
de V . Então sabemos que se definirmos Bkm (u, v) = fk (u)fm (v) teremos Bkm bilinear com
u, v ∈ V . Se v = ni=1 αi vi e u = nj=1 βj vj temos
P P
Exemplo. Seja V = Rn e {ei }ni=1 sua base canôninca. Se v, u ∈ V então podemos escrevê-
los como combinação linear a base
n
X n
X
v= yi ei u= xi ei
i=1 i=1
n
X
B(u, v) = aij xi yi
i,j=1
41
Queremos provar que {Bkm } é base de B, comecemos provando que é um conjunto L.I.
Seja
n
X
γkm Bkm = 0 ∈ B
k,m=1
n
X n
X
γkm Bkm (vi , vj ) = γkm δ(k,m)(i,j) = γij = 0
k,m=1 k,m=1
Pn Pn
B(u, v) = i,j=1 βi αj B(vi , vj ) = i,j=1 fi (u)fj (v)aij
Pn
= i,j=1 aij Bij (u, v)
pois
Pn P
Bij (u, v) = k,m=1 βk αm Bij (vk , vm ) = βk αm fi (vk )fj (vm )
k,m=1
Pn Pn Pn
= k,m=1 fi (βk vk )fj (αm vm ) = fi ( k=1 βk vk ) fj ( m=1 αm vm )
= fi (u)fj (v)
42
5 Formas Alternadas
Os resultados a seguir são ferramentas de teoria de grupos, os quais serão úteis para
mais adiante construirmos e analisarmos as formas alternadas e posteriormente as formas
diferenciais.
i+1 , se j = i
σi (j) = i , se j = i + 1
j , demais casos.
Propriedades:
43
1. sgn : (Sn , ◦) −→ ({1, −1}, .) é um homomorfismo de grupos. Ou seja sgn(σ ◦ τ ) =
sgn(σ)sgn(τ )
44
Proposição 5.2. f é alternada ⇔ ∀σ ∈ Sn , f σ = sgn(σ)f
Demonstração. A volta é imediata, usando o fato que o sinal de toda permutação elementar
é (−1) (adendo sobre grupos de permutação).
Ida: Seja f alternada e σ ∈ Sn , então existem permutações elementares σi1 , ..., σim
tais que σ = σi1 ◦ ... ◦ σim . Como o sinal de cada permutação elementar é (−1), segue
da proposição anterior que f σi1 ◦...◦ σim = (−1)m f . Também pelo adendo de grupos de
permutação, sgn(σ) = (−1)m , o que completa a prova.
Exemplo (1). dimV = 2 e f ∈ L2 (V ) dada por: f (u, v) = Φ1 (u)Φ2 (v) − Φ2 (u)Φ1 (v), onde
Φ1 , Φ2 ∈ V ∗ . As únicas permutações possíveis são a identidade (denotaremos por τ ) e a
permutação que troca as duas coordenadas de posição (denotaremos por σ), a qual satisfaz
f (v, u) = −f (u, v). Se definimos I = (1, 2) e ΦI = Φ1 ⊗ Φ2 então ΦI (u, v) = Φ1 (u)Φ2 (v) e
−ΦI (v, u) = −Φ1 (v)Φ2 (u). Ou seja, temos que:
sgn(τ )(ΦI )τ (u, v) = sgn(τ )Φ1 (u)Φ2 (v) = Φ1 (u)Φ2 (v)
sgn(σ)(ΦI )σ (u, v) = sgn(σ)Φ2 (u)Φ1 (v) = −Φ2 (u)Φ1 (v)
S2 = {σ, τ }
O que nos permite reescrever f como:
X
f= sgn(σ)(ΦI )σ
σ∈S2
45
Exercício: Verifique de forma análoga ao exemplo anterior que:
X
f= sgn(σ)(ΦI )σ , I = (1, 2, 3), ΦI = Φ1 ⊗ Φ2 ⊗ Φ3
σ∈S3
3
X 3
X
f (v1 , v2 ) = c1i c2j a(i,j) = Φi (v1 ) Φj (v2 ) a(i,j)
i,j=1 i,j=1
46
3
X 3
X 3
X
f (v2 , v1 ) = − Φj (v1 ) Φi (v2 ) a(j,i) = Φj (v1 ) Φi (v2 ) (−a(j,i) ) = Φj (v1 ) Φi (v2 ) a(i,j)
i,j=1 i,j=1 i,j=1
1 1 1
f (v1 , v2 ) = (f (v1 , v2 ) − f (v2 , v1 )) + (f (v1 , v2 ) + f (v2 , v1 )) = (f (v1 , v2 ) − f (v2 , v1 ))
2 2 2
3
X 1
(∗) f (v1 , v2 ) = a(i,j) (Φi (v1 )Φj (v2 ) − Φj (v1 )Φi (v2 ))
i,j=1
2
Obs.:
(1) quando i = j, a parcela é nula.
(2) Se i < j, as parcelas estão diretamente em termos de ψ1 , ψ2 e ψ3
(3) Se j > i, basta notar que as parcelas estão escritas em termos de −ψ1 , −ψ2 e −ψ3
(4) Conclusão: A equação (∗) mostra que f é combinação linear de ψ1 , ψ2 e ψ3
47
f σ (uσ(1) , ..., uσ(k) ) = (sinal σ)f (u1 , ..., uk )
f (vi1 , ..., vik ) = αi1 ...ik
{v1 , ..., vn } e {vi1 , ..., vik } com i1 < i2 < ... < ik
Lema 5.3. Sejam {v1 , ..., vn } base de V , f, g ∈ Ak (V ) e f (vi1 , ..., vik ) = g(vi1 , ..., vik ), para
qualquer i1 < i2 < ... < ik , então f = g.
Demonstração. Sejam f, g k-lineares tais que f (vi1 , ..., vik ) = g(vi1 , ..., vik ), com ij ∈
{1, ..., n}, j ∈ {1, ..., k} e j1 , ..., jk ∈ 1, ..., n uma esolha arbitrária.
Temos que f (vj1 , ..., vjk ) = 0 se algum índice se repetir, pois a forma é alternada e as
aplicações são trivialmente coincidentes.
Consideremos o caso em que os índices são todos distintos. Então, existe uma
permutação σ ∈ Sk que coloca a escolha j1 , ..., jk na ordem i1 , ..., ik com in < in+1 , ∀n ∈ N.
Assim,
n!
Se dim V = n então dim(Ak (V )) = .
k!(n − k)!
Se k = 1, então dim(Ak (V )) = dim V ∗ = n
Se k = n, então dim(An (V )) = 1
i1 < i2 < ... < ik , I = (i1 , ..., ik )
X
ΦI = sinal σ(Φi1 ⊗ Φi2 ... ⊗ Φik )σ
σ
48
Vamos mostrar que ΦI é alternada.
De fato, seja τ ∈ Sk , j1 < j2 < ... < jk temos que,
X
ΦτI (vj1 , ..., vjk ) = sinal σ(Φi1 ⊗ Φi2 ... ⊗ Φik )σ◦τ
σ
X
= sinal τ sinal τ sinal σ(Φi1 ⊗ Φi2 ... ⊗ Φik )σ◦τ
σ
X
= sinal τ sinal(σ ◦ τ )(Φi1 ⊗ Φi2 ... ⊗ Φik )σ◦τ
σ◦τ
= (sinal τ )ΦI
Temos que,
1 se(j1 , ..., jk ) = I
ΦI (vj1 , ..., vjk ) =
0 caso contrário
Exercício 15. Mostre que os ΦI são linearmente independentes e que geram o espaço.
Determinantes
Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Definimos det A = ψ(A1 , ..., An ) ∈ An (Rn ),
onde Aj é a j-ésima coluna de A, e ψ(e1 , ..., en ) = 1.
Considere T : Rn → Rn , det T = det[T ]β , onde β é uma base de Rn .
Seja B ∈ Mn×n e consideremos i1 < i2 < ... < ik , I = (i1 , ..., ik ) e seja BI = [Bi1 ...Bik ] ∈
Mk×k , note que, em cada Bij comparecem apenas as linhas i1 , ..., ik .
Teorema 5.4. Sejam I = (i1 , i2 , ..., ik ), i1 < i2 < ... < ik e ΦI uma k-forma alternada elementar
em Rn . Então ∀B ∈ Mn×n vale detk BI = ΦI (Bi1 , ..., Bik ) em que Bij são vetores de Rn
49
Observação 16. Seja σ ∈ Sl , aplicação σ 7→ Lσh = hσ é uma ação de Sl em Ll (V ) ou
Representação de Sl em Ll (V ).
50
Superfícies Parametrizadas
Uma curva parametrizada α : I → Rd é dita regular quando sua derivada não se anula
em todo o seu traço, ou seja α0 6= 0∀t ∈ I. Uma superfície Φ : V0 ⊂ Rk → Rd é dita regular
quando DΦ(x) é injetiva em todo o domínio.M é uma parametrização de Φ.
51
6 Formas Diferenciais
(f ∗ ω) é chamada de pullback.
1. linearidade: f ∗ (aω1 + ω2 ) = af ∗ ω1 + f ∗ ω2 , a ∈ R
2. f ∗ (ω1 ∧ ω2 ) = f ∗ ω1 ∧ f ∗ ω2
3. (g ◦ f )∗ ω = f ∗ (g ∗ ω)
(Deixa-se ao leitor como exercício, aplicar a definição para mostrar as 3 propriedades acima)
52
(Exercício: Mostre que a aplicação de inclusão acima coincide com a restrição de ω ao
domínio M , ou seja, i∗ ω = ω|M ).
53
0-formas (funções diferenciáveis)
1-formas (funcionais lineares)
2-formas (formas alternadas)
d - diferencial exterior
d : Λ0 (U ) → Λ1 (U )
f : U → R, U ⊂ Rd
Df (x) ∈ (Rd )∗
d
X ∂f (x)
df (x)v := Df (x)v = dxi (v)
i=1
∂xi
Pd
Se v = i=1 vi ei , vi ∈ R, então dxi (v) = vi
xi : U → R
xi (x1 , x2 , ..., xd ) = xi
dxi (v) = vi
Exemplo. d : Λ1 (U ) → Λ2 (U )
ω ∈ Λ1 (U )
Xd
ω(x) = ai (x)dxi
i=1
Xd
dω(x) = dai (x) ∧ dxi
i=1
d
X ∂ai
Como dai (x) = dxk , então,
k=1
∂x k
54
d
X
dω(x) := dai (x) ∧ dxi
i=1
d
X ∂ai
= dxk ∧ dxi
i,k=1
∂xk
d d
X ∂ai X ∂ai
= dxk ∧ dxi + dxk ∧ dxi
i>k
∂x k
i<k
∂x k
d h
X ∂ai ∂ai i
= − dxk ∧ dxi
i>k
∂xk ∂xk
Exemplo. Seja f : U → R
P ∂f (x)
df (x) = di=1 dxi
∂xi
Então,
X h ∂ 2f ∂ 2f i
d(df (x)) = − dxk ∧ xi = 0
i>k
∂x k xi ∂x i xk
d diferencial exterior
d : Γk (U ) → Γk+1 (U )
P
ω(x) = I aI (x)dxI
dxI = dxi1 ∧ dxi2 ∧ ... ∧ dxik , I = (i1 , i2 , ..., ik )
P
dω(x) = I daI (x) ∧ dxI
Pd ∂aI
Demonstração. Seja daI = k=1 dxk
∂xk
d
XX ∂ 2 aI
d(dω) = dxl ∧ dxk ∧ dxI
I l,k=1
∂xl ∂xk
d h
XX ∂ 2 aI ∂ 2 aI i
= − dxl ∧ dxk ∧ dxI
I l,k=1
∂xl ∂xk ∂xk ∂xl
= 0
55
Sejam ω e η duas formas, e seja k o grau de ω.
d(ω ∧ η) = d(ω) ∧ +(−1)k ω ∧ d(η)
P P
ω = I aI dxI , η = J bJ dxJ
P
ω ∧ η = I,J aI bJ dxI ∧ dxJ
P P ∂
d(ω ∧ η) = I,J k (aI bJ )dxk ∧ dxI ∧ dxJ
∂xk
P P ∂aI P P ∂bJ
= I,J k bJ dxk ∧ dxI ∧ dxJ + I,J k )aI dxk ∧ dxI ∧ dxJ
∂xk ∂xk
P P P ∂
Como ω ∧ d(η) = I aI dxI ∧ J k bJ dxk ∧ dxJ
∂xk
P P ∂bJ
= I,J k aI dxI ∧ dxk ∧ dxJ
∂xk
Portanto, d(ω ∧ η) = d(ω) ∧ +(−1)k ω ∧ d(η)
Φ : V → U, ω ∈ Λr (U )
Φ∗ ω(x) = ω(Φ(x)) (DΦ, ..., DΦ)
d(Φ∗ ω)(x) = Φ∗ (dω)(x)
7 Integral de Linha
ai : U → R tais que
w(x) = di=1 ai (x)dxi
P
OBS:
dw = 0
no caso de w = df , f : U → R de classe C 1
56
Definição 20. Seja w uma 1-forma de classe C 1 . Dizemos que w é fechada quando
dw = 0
Definição 21. Seja w uma 1-forma de classe C 1 tal que existe f : U → R com df = w. Tais
formas são chamadas exatas.
Z Z b
w= w(γ(t))(γ 0 (t))dt
γ a
Pd
Sabemos que γ(t) = (x1 (t), . . . , xd (t)), como w(x) = i=1 ai (x)dxi ficamos com
d
0
X dxi
w(γ(t))(γ (t)) = ai (γ(t))
i=1
dt
e assim
Z Z bX
dxi
w= )di=1 ai (γ(t)) dt
γ a dt
R b=ϕ(d) Rd
a=ϕ(c)
w(γ(t))γ 0 (t)dt = c
w(γ(ϕ(s)))γ 0 (ϕ(s)) dϕ
ds
ds
Rd
= c
w(γ ◦ ϕ)(γ ◦ ϕ)0 ds
x y
ω= dx + 2 dy
x2 +y 2 x + y2
57
Mostraremos que tal forma é fechada e exata.
De fato, temos que,
x y
dω = d 2 ∧ dx + d 2 ∧ dy
x + y2 x + y2
y 2 − x2 −2xy −2xy x2 − y 2
= dx + 2 dy ∧ dx + dx + 2 dy ∧ dy
(x2 + y 2 )2 (x + y 2 )2 (x2 + y 2 )2 x + y2
−2xy −2xy
= dy ∧ dx + dx ∧ dy
(x2 + y 2 )2 (x2 + y 2 )2
2xy −2xy
= dx ∧ dy + dx ∧ dy
(x2 + y 2 )2 (x2 + y 2 )2
= 0
∂θ ∂θ
dθ = dx + dy
∂x ∂y
∂θ x
= 2
x + y2
∂x
∂θ =
y
∂y x + y2
2
58
1
h(y) = k, onde k ∈ R é uma constante. Note que, θ(x, y) = ln(x2 + y 2 ) + k é contínua em
2
A, pois é composta de funções contínuas em A e é diferenciável em A.
59