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Questão Discursiva 00505

A respeito do tema ASSÉDIO SEXUAL, responda de forma clara e objetiva:

1) Explicite e faça um cotejo entre os conceitos de assédio sexual para a psicologia judiciária e para o direito penal, esclarecendo em que diferem entre si;

2) Do ponto de vista da psicologia judiciária, informe quais os quatro elementos que constituem o assédio sexual e discorra brevemente sobre cada um.

Observe que a utilização correta do idioma oficial, a capacidade de exposição e o conhecimento do vernáculo (artigos 48, parágrafo único, e 49, parágrafo único,
Res. 75/CNJ) serão contemplados na avaliação.

Resposta #001824

Por: arthur dos santos brito 6 de Julho de 2016 às 18:09

O conceito psicológico-judiciário de assédio sexual é amplo e abarca todo e qualquer ato reiterado de constranger alguém, mediante gestos, palavras ou
violência (física ou moral), prevalecendo-se de relações de autoridade, de hierarquia, de confiança ou de privilégio, com a finalidade ou pretenção de obter
indevida vantagem de natureza libidinosa ou sexual. Já o conceito dogmático-penal de assédio sexual é mais restrito e , nos termos do art.216-A do Código
Penal, abarca todo e qualquer ato de constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua
condição de superior hierárquico ou ascendencia inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.

Nestes termos, o conceiro psicológico-judiciário de assédio sexual é mais amplo do que o conceito dogmático-penal, eis qu aquele abarca todo e qualquer
ato constrangedor com finalidade sexual, praticado reiteradamente com prevalecimento de relações de privilégio em quaisquer áreas ou ramos de atividades
e relações humanas ( ex:, familiares, trabalhistas, academicas, associativas, etc), enquanto este é mais restrito e abarca apenas os atos de constrangimento
com pretensão sexual, ainda que nao praticados reiteradamente, valendo-se o agente da condição de superioridade hierárquico (assédio vertical), apenas e
tão-somente no ambiente de trabalho.

Do ponto de vista psicológido-jurídico, os elementos que constituem o assédio sexual são: 1) existência do assediador e do assediado, ou seja, a
caracterização do assédio sexual exige, pelo menos, a presença de dois indivíduos; 2) conduta de natureza sexual, ou seja, a conduta do assediador deve
visar à satisfação de sua libido; 3) rejeição à conduta do agente, ou seja, é essencial que a conduta do assediador seja repelida expressa ou tacitamente pelo
assediado; 4) reiteração da conduta, ou seja, para a caracterização do assédio sexual não basta a prática de ato isolado; é necessária a reiteração da
conduta constrangedora indesejda.

Resposta #004976

Por: rsoares 5 de Fevereiro de 2019 às 00:15

O assédio sexual é um tipo de coerção de caráter sexual praticada por uma pessoa em posição hierárquica superior em relação a um subordinado,
normalmente em local de trabalho ou ambiente acadêmico. O assédio sexual caracteriza-se por alguma ameaça, insinuação de ameaça ou hostilidade contra
o subordinado, com fundamento em sexismo.

Pode-se citar como exemplo as condições impostas para uma promoção que envolvam favores sexuais, ou a ameaça de demissão caso o empregado
recuse o flerte do superior.

Resposta #005526

Por: NSV 26 de Julho de 2019 às 13:21

1) Assédio sexual para a psicologia judiciária consiste na conduta, que pode ser única ou reiterada, de importunar ou constranger, determinado indíviduo com
fins lidibinosos no ambiente de trabalho. A caracterização do assédio sexual independe de ser o ofensor superior hierárquico da vítima, podendo ocorrer,
inclusive, por ato de subordinado. Tanto o sujeito ativo quanto o passivo podem ser homem ou mulher, embora o mais comum é que homens importunem
mulheres.

Se diferencia da conduta criminosa tipificada no art. 216-A, do Código Penal no que diz respeito à necessidade de o agente ser superior hierárquico da
vítima.
Logo, pode ocorrer de o ato ser considerado assédio sexual para a psicologia, mas não ser caraterizado como crime. De outro vértice, sempre que ocorrer a
hipótese do art. 216-A, restará caracterizado também assédio sexual para a psicologia judiciária.

2) Para a psicologia judiciária a caracterização do assédio deve ocorrer (1) no ambiente de trabalho, pois, ocorrendo em outros espaços pode caracterizar
outro tipo de ilícito; (2) contra a vontade da vítima, ou seja, condutas com fins lidibinosos entre colegas de trabalho que consentem com o ato não é tida como
assédio, de modo que pode haver romance entre pessoas do mesmo ambiente laboral; (3) deve ter fins lidibinosos, pois o constrangimento com o intuito de
humilhar, subjugar ou qualquer outro fim que não sexual pode vir a se enquadrar como assédio moral; e (4) independe do cargo, emprego ou função do
agente e da vítima.

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