No período a decorrer, Sol despede-se de Capricórnio e ingressa no signo sanguíneo e
racional de Aquário, um local zodiacal que não lhe é favorável nem concordante com o que representa na sua essência. A sua passagem infeliz por este signo faz com que se distancie demasiado do conforto e da segurança do seu trono. É sem dúvida um passo para o exílio e exclusão intencional que demonstra as dificuldades e as inseguranças vividas sob um ambiente em que os protocolos, as regras e as leis não existem nem são consideradas como ordem estabelecida. A mente procura sintonizar-se além do véu da sociedade, da realidade e do manifestado, onde não existem limites nem contenção das forças que incidem sobre as diversas experiências a um nível pessoal. A procura de algo mais transcendente e revelador nas camadas mais densas e materiais torna-se impossível e desgastante quando a mente se separa do corpo físico, mas orienta-se para o invisível, onde não é possível gerar ramificações ou bifurcações, apenas na experiência da multitude das emoções e pensamentos vividos. Um plano que parece não existir, mas onde tudo reside sobre as mais diversas formas, sob medos, premonições, êxtases e alienações, orquestrando uma imagem caótica de possibilidades que parecem confundir a mente mais organizada. Se em Capricórnio representa o epítome da experiência mais terrena, então Aquário vem trazer uma onda de energias em constante mutação e transformação de processos que se desfizeram em pleno caos. Procuram-se as centelhas divinas, as preces mais eficazes e o caminho que leva à profundidade do universo que reside em cada um. É um período anunciado pela miséria, pela pobreza e de escravatura em prol da busca de um maior propósito, sensação de auto-realização e de uma recuperação anímica de todas as vontades que adormeceram e que querem um novo despertar. Sol caminha então nesta direcção, onde Mercúrio já segue os mesmos sinais pela Casa do Aguadeiro.