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77EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA

COMARCA DE RIO CLARO - ESTADO DE SÃO PAULO

PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO:

AUTOR COM IDADE SUPERIOR A 60 (SESSENTA) ANOS

AUTORA PESSOA PORTADORA DE DOENÇA GRAVE

RUI CASSAVIA FILHO, brasileiro, casado, empresário, portador da


Cédula de Identidade RG número 5.267.490 SSP/SP, regularmente inscrito o Cadastro
de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob o número 773.398.948-53, residente e
domiciliado a cidade e Comarca de Piracicaba, Estado de São Paulo, na Avenida Brasil,
número 1.245, bairro Cidade Jardim, CEP 13.416.530;

PÉROLA CYBELE MACHADO LUZ CASSAVIA, brasileira, divorciada,


cirurgiã dentista, portadora da Cédula de Identidade RG número 9.677.798-9 SSP/SP,
regularmente inscrita no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob o
número 060.631.688-42, residente e domiciliada na cidade e Comarca de Rio Claro,
Estado de São Paulo, na Avenida Sete, número 870, Centro, CEP 13.500-370; ambos
por seu Advogado e Procurador infra-assinado, - conforme Mandatos Procuratórios em
anexo - Carlos Henrique de Castro Tolosa de Souza Campos, regularmente inscrito na
Ordem dos Advogados do Brasil, Seção São Paulo, sob o número 337.545, com

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escritórios na cidade e Comarca de Rio Claro, Estado de São Paulo, na Avenida 9,
número 911, Centro, CEP 13500-360, telefone 19.998661659, WattsApp 19
998661659, e-mail souzacamposce@gmail.com, endereços nos quais receberá
intimações e demais comunicações, vem, à presença de Vossa Excelência, nos termos
do Artigo 1.314 e seguintes do Código Civil, cominados com os Artigos 569, II e 588 e
seguintes do Código de Processo Civil, propor

AÇÃO DE DIVISÃO E EXTINÇÃO DE CONDOMÍNIO

em face de

GILBERTA MACHADO LUZ CASSAVIA, brasileira, divorciada, prendas


domésticas, portadora da Cédula de Identidade RG número 4.816.858-0 SSP/SP,
regularmente inscrita no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob o
número 776.998.318-53, atualmente com endereço habitual ou domicílio fiscal
desconhecidos, tendo em vista os ora autores desconhecerem seu atual paradeiro,
sendo portanto incerto e não sabido, para o que requerem desde já a sua citação e
intimação por edital, nos termos do Artigo 256 do Código de Processo ;

MARCELLO CASSAVIA, brasileiro, solteiro, designer, portador da Cédula


de Identidade RG número 37.988.831-2 SSP/SP, regularmente inscrito no Cadastro de
Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob o número 368.555.088-80, residente e
domiciliado na cidade e Comarca de São Paulo, Estado de São Paulo, na Rua Fábia,
número 138, apartamento 22, bairro Vila Romana, CEP 05051-030;

BRUNO CASSAVIA, brasileiro, solteiro, administrador, portador da


Cédula de Identidade RG número 37.988.832-4 SSP/SP, regularmente inscrito no
Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob o número 386.893.428-69,

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residente e domiciliado na cidade e Comarca de São Paulo, Estado de São Paulo, na
Rua Fábia, número 138, apartamento 22, bairro Vila Romana, CEP 05051-030 e

GIOVANNA CASSAVIA, brasileira, solteira, estudante, portadora da


Cédula de identidade RG 39.877.024-4 SSP/SP, regularmente inscrita o Cadastro de
Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob o número 386.893.418-97, residente e
domiciliada na cidade e Comarca de São Paulo, Estado de São Paulo, na Rua Fábia,
número 138, apartamento 22, bairro Vila Romana, CEP 05051-030.

PRELIMINARMENTE

O Autor Rui Cassavia Filho conta com a idade de 67 anos, conforme se


verifica ao exame de seus documentos de identidade acostados à esta peça exordial;

A Autora Pérola Cybele Machado Luz Cassavia é portadora de Doença


Grave, Carcinoma Ductal Invasivo Grau 3, com Macrometástese Carcinomatosa para
quatro de 11 linfonodos axilares e extensa invasão do tecido extranodal por células
neoplásicas, conforme se afere ao documento probatório em anexo, tendo já se
submetido a processo cirúrgico de quadrantectomia e esvaziamento subaxilar,
também a tratamento quimioterápico, radioterápico e, submetendo-se, atualmente, à
tratamento medicamentoso de controle hormonal. CID C509.

Nestes termos, assistem-lhes o direito ao benefício da tramitação


prioritária do processo, nos termos do Artigo 1.048 do Código de Processo Civil;

DOS FATOS

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Os Autores juntamente com os Réus, são co-proprietários de uma
propriedade rural denominada Chácara Girumape,na cidade e Comarca de Rio Claro,
Estado de São Paulo, na Avenida M7, bairro Santa Maria, devidamente registrada no 1º
Oficial de Registro de Imóveis de Rio Claro, Estado de São Paulo, sob a matrícula
número 4.935 e assim descrita: destacada da gleba 5, da Chácara Boa Esperança,
Bairro do Sobrado, compreendida nestas medidas e confrontações: na face que divide
com Jaime Fernando Graciolli, mede 186,31 metros face oposta, onde divide com
Durval Roath Brunelli e com corredor que dá acesso ao imóvel, mede 128,00 metros;
de um lado da frente aos fundos, mais 358,40 metros, onde divide com Durval
Nevoeiro, Paulino Maligeri e Estevan Batista de Godoy e na face oposta, onde divide
com Mecenas David Teixeira, mede 423,72 metros, encerrando uma área de 57.865
metros quadrados; a qual acha-se cadastrada no INCRA sob nº 623.075.007.420, área
total 5.7, módulo 17,1, n] de módulos 0,31, fração mínima de parcelamento 5,7,
devidamente registrado na Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda sob
o número 0.296.553-4, conforme se afere ao exame dos documentos relativos ao
Imposto Territorial Rural e Matrícula do Cartório de Registro de Imóveis;

A referida propriedade advém da sucessão dos genitores dos Autores,


da Ré Gilberta Machado Luz Cassavia e avós dos Réus Marcello, Bruno e Giovanna
Cassavia; - Rui Cassavia e Pérola Machado Luz Cassavia – cujo Inventário tramita
perante a Quarta Vara Cível da cidade e Comarca de Rio Claro, sob o número 011351-
85.2006.8.26.0510, número de ordem 2346/2006, sendo o correspondente formal de
partilha referente à este imóvel foi devidamente registrado, às expensas do
Requerente Rui Cassavia Filho, no valor de R$ 2.730,16, junto à matrícula número
4.935 (a ele referente) em 19 de outubro de 2.018, na ficha 02, e que estabeleceu:

“o imóvel objeto da presente matrícula, foi partilhado


entre os herdeiros filhos, GILBERTA MACHADO LUZ
CASSAVIA CALIL, brasileira, professora, titular RG nº
4.816.858-0-SSP/SP, e inscrita no CPF/MF sob o nº
333.106.268-57, casada sob o regime de comunhão

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universal de bens e na vigência da Lei nº 6.515/77, com
CARLITO CALIL JUNIOR, brasileiro, professor
universitário, titular da cédula de identidade,RG
5.412.646-SSP/SP, e inscrito no CPF/MF sob o número
847.958.408-49, cujo respectivo pacto antenupcial foi
registrado sob o nº 1.633, no Livro 3-Registro Auxiliar,
neste Oficial de Registro de Imóveis, residentes e
domiciliados na Rua 17, nº 1.085, Jardim Claret, nesta
cidade, CEP 13503-092, na proporção de ¼; RUI
CASSAVIA FILHO, brasileiro, corretor imobiliário, titular
da cédula de identidade, RG nº 5.267.490-SSP/SP, e
inscrito no CPF/MF sob o número 773.398.948-53, casado
sob o regime da comunhão parcial de bens e na vigência
da Lei nº 6.515/77, com TELMA DE FÁTIMA WOLF
CASSAVIA(brasileira, funcionária pública, titular da cédula
de identidade RG nº 11.976.924-4-SSP/SP, e inscrita no
CPF/MF sob o nº 028.230.498-35), residentes e
domiciliados na Avenida Brasil, nº 1.245, Jardim Europa,
em Piracicaba – SP, CEP 13416-530, na proporção de ¼;
PÉROLA CYBELE MACHADO LUZ CASSAVIA SANTANA,
brasleira, cirurgiã dentista, titular da cédula de identidade
RG nº 9.677.798-9-SSP/SP, e inscrita no CPF/MF sob o nº
060.631.688-42, casada sob o regime da separação de
bens, nos termos do artigo1.641, parágrafo único, inciso I,
do Código Civil /2002, na vigência da Lei 6.515/77, com
RUBENS SANTANA (brasileiro, comerciante, titular da
cédula de identidade, rg nº 8.419.619-SSP/SP, e inscrito
no CPF/MF sob o nº 700.967.328-49, residentes e
domiciliados nesta cidade, na Avenida 29, nº 401,
apartamento 12, Vila Santo Antonio, nesta cidade, CEP
13.501.130, na proporção de1/4; e os herdeiros netos

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(filhos de Mariano Cassavia Neto (falecido), que era
casado sob o regime de comunhão parcial de bens e na
vigência da lei nº 6.515/77, com Agnes Maria Hernandez
Cassavia), MARCELLO CASSAVIA, brasileiro, solteiro,
estudante, maior, capaz, natural da cidade de São Paulo-
SP, titular da cédula de identidade RG nº 37.988.831-2-
SSP/SP, e inscrito o CPF/MF sob o nº 368.555.088-80,
domiciliado e residente na Alameda Pintassilgo, nº 273 –
Morada dos Pássaros – Aldeia da Serra, em Barueri-SP,
CEP 06.428-90, na proporção de 1/12; BRUNO CASSAVIA,
brasileiro, solteiro, estudante, menor, nascido em
19/02/1992, natural da cidade de São Paulo, Capital ,
titular da cédula de identidade, RG nº 37.988.832-4-
SSP/SP, e inscrito no CPF/MF, sob o nº 386.893.428-69,,
domiciliado e residente na Alameda Pintassilgo, nº 273 –
Morada dos Pássaros – Aldeia da Serra, em Barueri-SP,
CEP 06.428-90, na proporção de 1/12; e, GIOVANNA
CASSAVIA, brasileira, solteira, estudante, menor
impúbere, nascida em 05/10/1996, natural da cidade de
São Paulo, Capital , titular da cédula de identidade, RG nº
39.877.024-4-SSP/SP, e inscrita no CPF/MF, sob o nº
386.893.418-97,, domiciliada e residente na Alameda
Pintassilgo, nº 273 – Morada dos Pássaros – Aldeia da
Serra, em Barueri-SP, CEP 06.428-90, na proporção de
1/12, nos termos da partilha homologada por sentença
de 16 de julho de 2.015, que transitou em julgado em 11
de agosto de 2.015. Valor venal do imóvel/ITR: R$
561.000,00 (Título prenotado sob “o nº 159.236, em 19
de setembro de 2018).”

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Na área objeto deste feito, existem as seguintes edificações, todas em
situação de mal estado de conservação: uma casa sede, em alvenaria, com
aproximadamente 300 metros quadrados de construção, uma casa de caseiro, uma
casa de bombas d’água, um barracão em estrutura pré moldada, este em bom estado
de conservação, sem fechamentos laterais e sem laje de piso. Na referida propriedade
existem vários exemplares de frutíferas sem aproveitamento de qualquer espécie,
gramíneas sem o devido trato, e grandes extensões nas quais dominam espécies
rasteiras sem qualquer tipo de utilidade. Desconhece-se também o estado real das
cercas que delimitam a propriedade.

De ser salientado que a referida propriedade foi e é objeto de uma série


de desídias, conflitos familiares entre os Autores e os Réus, promovidas pelos
segundos, uma vez que os primeiros sempre tiveram obstaculizado o acesso irrestrito à
mesma, uma vez que “guardada” por um funcionário do, até então espólio”, mas que
observava orientações estritas de permissão de acesso pela herdeira/Ré Gilberta e,
ultimamente, seu filho e procurador Rui Cesar Cassavia Calil, o que tornava infrutífera
toda e qualquer tentativa do Autor Rui Cassavia Filho em propiciar um aproveitamento
econômico da área, até mesmo nos termos da função social da propriedade, nos
termos da Constituição Federal de 1.988, tendo o mesmo, inclusive, lançado mão de
valores financeiros às suas expensas, no importe de R$ 25.000,00 (vinte cinco mil
Reais), o que será objeto de cobrança neste mesmo feito, para a realização de
levantamentos planialtimétricos e cadastrais para análises de viabilidade de uso;

Estas incongruências familiares causadas exclusivamente pelos Réus,


notadamente a Ré Gilberta Machado Luz Cassavia Calil inicialmente, e agora também
por seu filho e procurador Rui Cesar Cassavia Calil, tem, notadamente, causado uma
deterioração perceptível à propriedade, tendo já ocorrido o perecimento de sua
função inicial no âmbito familiar: o lazer e a convivência;

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Diante desta situação fática, portanto, não restam quaisquer tipos de
dúvidas sobre a premente necessidade de que se promova a referida divisão e
extinção de condomínio nos moldes atuais, sob os quais a propriedade se encontra;

Estes, os fatos.

DO DIREITO

Nos termos do ordenamento jurídico vigente, qualquer dos condôminos


pode promover ação de divisão, obrigando os outros a partilhar o imóvel,
principalmente porque a indivisão deve ser sempre temporária, dado o caráter de
exclusividade direito de propriedade (Constituição Federal de 1.988, artigo 5º, inciso
XXII), e também porque o uso comum da coisa gera conflitos entre os co-proprietários,
inviabilizando o cumprimento de sua função social (inciso XXIII), inclusive forma plena.

Conforme preceitua CAIO MÁRIO DA SILVA PEREIRA:

“A comunhão não é a modalidade natural da


propriedade. É um estado anormal (Clóvis Bevilacqua),
muito freqüentemente geral de rixas e desavenças, e
fomentador de discórdias e litígios. Por isto mesmo,
considera-se um estado transitório, destinado a cessar a
todo tempo. A propósito, vige então a idéia central que
reconhece aos condôminos o direito de lhe pôr termo... é
lícito aos condôminos acordarem em que a coisa fique
indivisa. Guardada essa ressalva, pode qualquer
condômino a todo tempo exigir a divisão da coisa comum
(código civil de 1.916, artigo 629, com correspondência
no artigo 1.320 do código civil de 2.002)

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E acentua:
“Quando a coisa for indivisível ou se tornar, pela divisão,
imprópria ao seu destino, e os consortes não quiserem
adjudicá-la a um só,indenizados os outros, será vendida.
Em tal caso, qualquer dos condôminos requererá a
alienação com observância do disposto no Código de
Processo Civil, sendo o bem vendido em hasta pública, na
qual serão observadas as preferências gradativas: o
condômino em condições iguais pre3fere ao estranho; ...
Praceado o bem, e deduzidas as despesas, o preço será
repartido na proporção dos quinhões ou sortes.”(in
Instituições de Direito Civil, Ed. Forense, 11ª Edição, p.
134/135)

Ainda, preceitua o Código Civil que o estado de indivisão pode


permanecer por período de até 05 anos, podendo ser prorrogado (artigo 1.320, §§ 1º e
2º), entretanto, ainda que recente, a indivisão estabelecida se torna inviável, dadas as
circunstâncias já expostas;

Aliás, essa norma de direito civil é tão importante que, segundo


preceitua SÍLVIO RODRIGUES, trata-se de preceito de ordem pública, sendo a divisão
direito fundamental do condômino e atributo inerente à propriedade. (in Direito das
Coisas, 4ª edição, Volume 5, p. 222).

Neste sentido, é pacífico o entendimento jurisprudencial, in verbis:

APELAÇÕES CÍVEIS. CONDOMÍNIO. AÇÃO DE DIVISÃO E


EXTINÇÃO DE CONDOMÍNIO. PROVA PERICIAL.
DESNECESSIDADE. CUMULAÇÃO DE PEDIDOS.

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POSSIBILIDADE. RITO ORDINÁRIO. IMPOSSIBILIDADE
JURÍDICA E AUSÊNCIA DEINTERESSE PROCESSUAL NÃO
CARACTERIZADAS. (...) Desnecessária a perícia técnica no
caso concreto, porquanto o fato que se pretende provar
ela perícia,já está devidamente elucidado pelas demais
provas, não necessitando de especial conhecimento
técnico. Agravo retido desprovido. Não há falar em
cumulação indevida de pedidos, pois a parte autora se
valeu do procedimento ordinário, permitida a cumulação
de pedidos contra o mesmo réu, ainda que entre eles não
haja conexão, desde que compatíveis os ritos e atendidas
as demais exigências do artigo 292 do CPC. Preliminar
rejeitada. Impossibilitada jurídica do pedido não
caracterizada, uma vez que o pleito de demarcação de
terras, extinção de condomínio e imissão na posse, não é
vedado pelo ordenamento jurídico vigente. Preliminar
rejeitada. Caracteriza-se o interesse processual quando a
parte tem a necessidade de vir a juízo para obter a tutela
pretendida, conferindo utilidade e eficácia ao
pronunciamento judicial. Caso em que os autores
possuem interesse processual em virtude da propriedade
sobre a área sub júdice. (...) Mérito. A ação de divisão é a
medida jurídica cabível ao condômino que pretende
impingir aos demais a individualização da coisa. Para
ensejar a procedência do pedido, mostra-se
indispensável a existência de condomínio sobre terras
particulares; que os direitos dos condôminos sobre a
coisa sejam de natureza idêntica; que a res tenha sido
havida or título singular e que o imóvel seja passível de
divisão natural e jurídica. (...) Manutenção da sentença
exarada em primeiro grau. AGRAVO RETIDO

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DESPROVIDO. PRELIMINARES REJEITADAS. DESPROVIDOS
AMBOS OS APELOS. UNÂNIME. (TJRS – 18ª Câm. Cível,
APC nº 70025722505, Relª Elaine Maria Canto da
Fonseca, j. 29/11/2012) - destaquei

E também o STJ, in verbis:


EXTNÇÃO DE CONDOMÍNIO. MÓDULO (ART. 65 DA LEI
4.505, DE 30.11.64) DIVISIBILIDADE. É DIVISÍVEL O
IMÓVEL RURAL, SE, DE UM LADO, O QUINHÃO
PERTENCENTE AOS AUTORES É SUPERIOR AO MÓDULO
REGIONAL E SE, DE OUTRO, TAMBÉM O SÃO OS
QUINHÕES SOMADOS DOS RÉUS, PERMANECENDO ESTES
EM COMUNHÃO. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E
PROVIDO. (STJ – 4ª T., REsp 16851/MG, Rel. Min. Barros
Monteiro, j. 08/09/1992)

Com efeito, o requisito essencial da ação de divisão é que o imóvel seja


divisível, ou seja, que contenha uma área mínima de dimensão superior ao Módulo
Rural, conforme dispõe o art. 8º da Lei 5.868/74, o art. 65 da Lei 4.504/64 – Estatuto
da Terra e o art. 39 do Decreto nº 72.106/73 – Sistema Nacional de Cadastro Rural.

Aliás, nesse sentido já decidiu o STJ que “o desmembramento do imóvel


deve respeitar o módulo rural” (AgRg no Ag 37810, SP, REsp 36713, RJ e REsp nº
16.851-0, MG. (Grifei)

No caso sub judice, o imóvel objeto da divisão possui, no total, a área de


5,7 hectares, caso em que realizada a divisão entre os 06 co-proprietários, resultará
exatamente em: aos autores, que continuarão em condomínio, o equivalente à 2,85
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hectares, o que torna o quinhão pretendido superior ao módulo de desmembramento
estipulado para a área em questão, restando aos Réus a área remanescente, que
poderá serem condomínio, igualmente.

Posto isso, pugnam pela procedência desta Ação de Divisão e Extinção


de Condomínio, na forma da fundamentação supra, inclusive sem incidência do ITBI –
Imposto de Transmissão de Bens Intervivos, quando do registro junto ao CRI, haja vista
que, neste caso, inexiste transmissão onerosa de propriedade (STJ – 2ª T., REsp
722752/RJ, Rel. Min. Herman Benjamim, j. 05/03/2009).

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requerem:

a) A CITAÇÃO da Ré Gilberta Machado Luz Cassavia, por Edital, nos


termos do inciso II do Artigo 256 do Código de Processo Civil;

b) A CITAÇÃO dos Réus Marcello Cassavia, Bruno Cassavia, por via


postal, nos termos do Artigo 247, do Código de Processo Civil,

para, querendo, contestar este feito no prazo comum de 15 (quinze) dias, nos termos
do Artigo 577 do Código de Processo Civil, advertindo-os que a inércia no aludido
prazo importará em revelia e confissão, caso em que contestada ou não, a ação seja
julgada procedente nos termos do que preceitua o Artigo 355 do Código de Processo
Civil; por se tratar de questão que independe de julgamento de mérito;

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c) Seja julgada procedente a presente ação, determinando-se à
divisão geodésica do imóvel objeto do litígio, encerrando-se a primeira fase do
processo, o qual resolverá acerca da admissibilidade da divisão e extinção do
condomínio;

d) Na segunda fase, não havendo consenso quanto à divisão


geodésica em partes iguais e extinção de condomínio de forma amigável, seja
expedido novo mandado de CITAÇÃO dos Réus , intimando-os para formularem,
dentro de 10 dias, os seus pedidos sobre a constituição dos quinhões (Artigo 591 do
Código de Processo Civil);

e) Seja deferida a utilização dos levantamentos geodésicos já


realizados por engenheiro agrimensor devidamente registrado junto ao Conselho
Regional de Engenharia e Arquitetura do Estado de São Paulo, nos termos do que
disposto no Artigo 590 do Código de Processo Civil;

f) De conformidade com a sentença proferida na primeira fase, seja


Homologada a divisão geodésica, confirmando a extinção do condomínio,expedindo-
se o mandado de divisão e partilha a cada condômino da parte que lhe couber,
optando os Requerentes de início pela área que demonstrarem, em juízo, como de seu
interesse, nos termos dos Artigos 595 e 596 do Código de Processo Civil, sem prejuízo
de eventual acordos;

g) A condenação dos Réus nas custas, despesas processuais e


honorários advocatícios em 20% (vinte por cento) do valor da causa em ambas as
fases, nos termos do § 2º, do Artigo 85 do Código de Processo Civil, bem como ao
ressarcimento das despesas havidas pelo Requerente Rui Cassavia Filho com a
realização de todos os levantamentos geodésicos necessários ao aproveitamento

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econômico da área em litígio, que serão utilizados por este juízo e também das
despesas havidas com o registro, junto ao CRI de Rio Claro, do formal de partilha
referente ao imóvel;

h) A produção de provas testemunhais, documentais, periciais, e o


depoimento pessoal dos Réus, apenas se necessário;

i) A designação de audiência de conciliação, nos termos do Artigo


334 do Código de Processo Civil.

Atribui-se valor à causa em R$ 561.000,00 (quinhentos e sessenta e um


mil Reais).

Termos em que, com os documentos inclusos,

Pedem deferimento.

Rio Claro, SP, 30 de janeiro de 2.019.

CARLOS HENRIQUE DE CASTRO TOLOSA DE SOUZA CAMPOS


OAB/SP 337.545

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