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Vitória na Fraqueza

© AUTOR: Pr. Luiz Augusto Silva Júnior (adaptada)


-Tema: A sua Fraqueza é a fonte manifestação do poder de Deus

II Cor 12:7-10

-Introdução: Um dos momentos mais difíceis na nossa caminhada Cristã é quando, ante as dificuldades, nos
sentimos fracos e impotentes para que se resolva o problema. O Apóstolo Paulo fez uma afirmação difícil de
entender, e mais difícil ainda de aplicar na nossa vida: "Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte" (2
Coríntios 12:10). Atrás dessas palavras enigmáticas encontramos algumas lições importantes e edificantes.
Vamos procurar entender o que Paulo disse e como aplicar esse ensinamento quando enfrentamos
dificuldades.

Como Deus usou o sofrimento de Paulo

Quando Deus recusou tirar o espinho da vida de Paulo, ele ofereceu esta explicação: "A minha graça te
basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza" (2 Coríntios 12:9). A graça contradiz a autossuficiência.
Se Paulo, no passado, se julgou autossuficiente, ele, após ouvir estas Palavras de Deus, mudou a forma de
agir. Filipenses 3:7-8 diz o seguinte: “Mas o que para mim era lucro, passei a considerar perda, por causa
de Cristo. Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do
conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por cuja causa perdi todas as coisas. Eu as considero como
esterco para poder ganhar a Cristo”. Nas tribulações, ele aprendeu depender da graça do Senhor. Quando
sentimos que temos tudo sob controle por causa da nossa própria capacidade, facilmente esquecemo-nos de
Deus. Nas horas de maior fraqueza, quando sentimos incapazes de resolver os nossos problemas sozinhos,
tendemos a voltar para Deus e nos entregar à poderosa mão dele. Nossa inteligência não nos basta. Nossos
recursos financeiros não nos bastam. Nossos amigos não conseguem preencher as nossas necessidades. A
graça de Deus nos basta, e o poder dele se manifesta através da nossa fraqueza. É exatamente isso que Paulo
entendeu: "De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de
Cristo" (2 Coríntios 12:9).

Como Paulo usou seu próprio sofrimento

As palavras de Paulo em 2 Coríntios 12:10 são impressionantes, um exemplo de vida para aqueles que
tomam posição de vítima diante das dificuldades, refletindo uma maturidade espiritual que poucos
alcançam: "Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas
angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte." Ele sentia prazer no
sofrimento! Será que nós sentimos a mesma coisa? É comum sentir pena de si, ou amargura, ou profunda
depressão, mas sentir prazer? O comentário de Paulo não trata de alguma maluquice, mas de sua capacidade
de confiar plenamente no Senhor. Ele entendeu que o sofrimento nos oferece oportunidades para
aproximar mais de Deus, e Paulo aproveitou tais oportunidades ao máximo. Da mesma forma que a pessoa
que pratica ginástica ou musculação pode sentir prazer no esforço e sofrimento da malhação, visando os
resultados em termos da saúde física, Paulo sentia prazer nas angústias da vida, tendo em vista os resultados
de crescimento espiritual e do galardão eterno. Tiago falou a mesma coisa: "Meus irmãos, tende por motivo
de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada,
produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em
nada deficientes" (Tiago 1:2-4).
Paulo explica seu prazer em dois sentidos: Œ "...por amor de Cristo". Quando Paulo admitiu sua própria
incapacidade, ele deixou Cristo tomar o controle total da vida dele. Como Cristo morreu para nos dar
vida, nosso velho homem morre para dar lugar para Jesus viver: "Porque eu, mediante a própria lei, morri
para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas
Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e
a si mesmo se entregou por mim” (Gálatas 2:19-20). Jesus aceitou a "fraqueza" da sua forma humana para se
entregar por nós. E somente quando aceitamos a nossa própria dependência, nossa fraqueza, nossa
incapacidade é que temos condições de nos entregar todas as nossas aflições e angústias a
Cristo. • "Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte". Quando Paulo confiou plenamente em Cristo,
se esvaziando do orgulho e da ideia de achar que ele resolveria tudo sozinho, ele ganhou força bem maior.
Cristo vivendo em Paulo era infinitamente mais forte do que Paulo sozinho.

Como nós usamos o sofrimento?

Considere as palavras que Paulo usa em 2 Coríntios 12:10. Como você reage aos mesmos desafios na sua
vida? Paulo enfrentou:

Fraquezas. Você se sente incapaz de enfrentar algumas fraquezas (problemas, tentações vícios, etc.)? Essas
fraquezas devem servir de convite para permitir Jesus reinar na sua vida.

Injúrias. Você foi maltratado ou ofendido por outros? O diabo quer usar suas injúrias como motivo de ódio,
vingança e blasfêmia. Mas Deus quer que você fique forte, usando essas injúrias como oportunidade para
crescer.

Necessidades. Você enfrenta grandes dificuldades financeiras? Não sabe como resolvê-las? Nada melhor que
a fome para tornar o homem dependente de Deus. Jesus deu este desafio:"Buscai, pois, em primeiro lugar, o
seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o
dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal" (Mateus 6:33-34).
Pessoas que nunca conheceram a pobreza têm dificuldade em entender esse princípio. Quando temos
geladeiras abastecidas e armários cheios de alimentos, é difícil imaginar a circunstância que Jesus descreve.
Esse é, sem dúvida, um dos motivos que poucos ricos são convertidos a Cristo (1 Coríntios 1:26-29; Marcos
10:23-25).

Perseguições. Quando sofremos por causa de Cristo, é o momento de desistir ou de ficar mais firmes que
nunca? Muitas pessoas egoístas justificam sua desistência porque não querem sofrer. Mas os discípulos
verdadeiros imitam o exemplo dos cristãos hebreus: "Lembrai_vos, porém, dos dias anteriores, em que,
depois de iluminados, sustentastes grande luta e sofrimentos; ora expostos como em espetáculo, tanto de
opróbrio quanto de tribulações, ora tornando_vos co_participantes com aqueles que desse modo foram
tratados. Porque não somente vos compadecestes dos encarcerados, como também aceitastes com alegria o
espólio dos vossos bens, tendo ciência de possuirdes vós mesmos patrimônio superior e durável.... Nós,
porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé, para a conservação da
alma" (Hebreus 10:32-34,39). Falando de perseguições, devemos lembrar que fazem parte da vida do cristão.
Paulo usou uma palavra bem abrangente para frisar esse fato: "Ora, todos quantos querem viver
piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos" (2 Timóteo 3:12). Nenhum servo do Senhor tem
imunidade da perseguição.

Angústias. A palavra usada aqui vem de uma raiz que descreve lugares estreitos ou apertados. Muitas pessoas
sofrem de claustrofobia. Quando se encontram em lugares apertados e fechados sentem-se desesperadas.
Espiritualmente, muitos reagem da mesma forma. Quando se vê em apuros, como você reage? Abandona os
princípios de Deus e age de uma forma errada no desespero? A única saída é aceitar o fato que você é incapaz
de sair do problema sozinho. Temos que reconhecer a necessidade da graça de Deus, para aceitar o resgate
que ele nos oferece. "Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de
Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo
o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus" (Filipenses 4:6-7).

Conclusão

Os servos do Senhor sofrem nessa vida. Enfrentamos perseguições, angústias, fraquezas, necessidades, etc. Da
mesma maneira que Deus recusou tirar o espinho de Paulo, ele pode deixar qualquer um de nós em
circunstâncias difíceis e desagradáveis. Quando nos encontramos nessas situações, vamos ter a fé e a coragem
que Paulo mostrou para aproveitar a oportunidade e crescer espiritualmente. Quando nos entregamos a Cristo,
encontramos a graça e a força verdadeira.

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