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Motor de vento iônico pode

impulsionar aviões
Os motores iônicos já fazem sucesso no espaço, e deverão
equipar a nave robótica que a NASA enviará para capturar um
asteroide.

Agora, engenheiros estão querendo usar um tipo diferente de


motor iônico – um motor de vento iônico – para impulsionar não
espaçonaves, mas aeronaves.

Kento Masuyama e Steven Barrett, do MIT, afirmam ter uma


demonstração cabal de que motores de vento iônico podem
ser capazes de impulsionar alguns tipos de aviões, dispensando
o querosene de aviação e usando um motor elétrico
absolutamente silencioso.

Propulsão eletrohidrodinâmica

Quando uma corrente elétrica passa entre dois eletrodos – um


mais grosso do que o outro – ela cria um vento no ar entre os
dois. Se for aplicada uma tensão suficiente, o vento
resultante pode produzir um impulso sem a ajuda de motores
ou combustível.

Esse fenômeno, chamado de propulsão eletrohidrodinâmica – ou,


mais informalmente, “vento iônico” – foi descoberto na década
de 1960.

Desde então, o vento iônico tem feito muito sucesso em feiras


de ciência, em “ionoveículos” e até em “ionoaviões”,
aeromodelos de balsa, papel alumínio e fios que decolam e voam
razoavelmente bem.

Apesar do entusiasmo que causam no público amador, porém, as


teorias indicam que usar motores de vento iônico para
substituir turbinas de avião seria altamente ineficiente,
exigindo quantidades enormes de energia para impulsionar uma
aeronave comercial.

Masuyama e Barrett discordam: depois de realizar seus próprios


experimentos e cálculos, eles concluíram que os motores a
vento iônico podem ser muito mais eficientes do que a
propulsão fornecida pelas turbinas a jato tradicionais.

Os experimentos mostraram que o vento iônico produz 110


newtons de força por kilowatt, comparados com 2 newtons por
kilowatt de uma moderna turbina de avião.

Além da maior eficiência energética, os motores iônicos têm


várias outras vantagens: eles são silenciosos, não poluem e
não geram nenhum calor.

O impulso gerado pelo motor de vento iônico depende do espaço


entre os eletrodos: quanto maior o espaço, maior a força
produzida. [Imagem: Masuyama/Barrett/SIT/Protótipo: Wikipedia]

Eficiência
Mas nem tudo é um mar de rosas nessa tecnologia aparentemente
revolucionária: a densidade de empuxo, ou seja, o empuxo
produzido por área, é pequeno.

O impulso gerado pelo motor de vento iônico depende do espaço


entre os eletrodos: quanto maior o espaço, maior a força
produzida. Assim, para impulsionar um avião comercial, os
pesquisadores estimam que o espaço entre os eletrodos deveria
ser tão grande quanto o próprio avião. Por isso, a dupla
propõe o uso dos motores de vento iônico para pequenos aviões
e para aeronaves não tripuladas (VANTs).

“A eficiência é, provavelmente, a preocupação número um no


design de aeronaves. Os propulsores iônicos são viáveis na
medida em que forem eficientes. Há ainda algumas questões não
respondidas, mas como eles parecem ser tão eficientes,
definitivamente vale a pena investigar mais,” disse Barret. É
o que a dupla pretende fazer a seguir, dimensionando os
motores necessários segundo o peso e a dimensão das aeronaves.

Motor de vento iônico

Um propulsor iônico básico é constituído por três partes: um


eletrodo de cobre muito fino, chamado emissor, um tubo mais
grosso de alumínio, chamado coletor, e o intervalo de ar entre
os dois.

Quando uma diferença de potencial é aplicada entre o eletrodo


e o tubo, o gradiente de campo arranca elétrons das moléculas
de ar no interior do tubo. Essas moléculas ionizadas são
fortemente repelidas pelo fio emissor, e fortemente atraídas
para o coletor. Conforme esta nuvem de íons se movimenta em
direção ao coletor, ela colide com as moléculas neutras de ar
ao redor, empurrando-as e criando um vento, o empuxo do motor
de vento iônico.

Fonte: INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

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