ADAPTAÇÕES NEURAIS E

EFEITOS HIPERTRÓFICOS
DO TREINAMENTO
CONTRA RESISTÊNCIA

Prof. Dr. Guilherme Rosa

 O treinamento contra resistência induz aumento de
qual capacidade física nas fases iniciais?
 Qual a relação entre o nível de treinamento e a
aquisição dessa capacidade física?
 A que fator é atribuído o aumento dessa
capacidade física na fase inicial do treinamento?
 Quanto tempo dura em média a predominância de
tal fator?
 O aumento do tamanho do músculo ocorre
simultaneamente às adaptações mencionadas?
 Descreva os quatro fatores que resumem o fenômeno
de adaptação neural para o aumento da força.
 Que variável de treinamento é primordial para que
ocorram as adaptações neurais?
 Conceitue hipertrofia sarcoplasmática.
 Que fatores contribuem para o surgimento desse
fenômeno?
 Conceitue hipertrofia miofibrilar.
 Descreva os dois fatores abordados que contribuem
para a hipertrofia miofibrilar.
1990, 1998 e 2011
2002 e 2009
 Adaptação
 O termo adaptação é definido como modificação
no comportamento, na fisiologia ou estrutura em
resposta a alguma alteração ambiental.

 No contexto do músculo esquelético, adaptação é

considerada como uma modificação estrutural em
resposta a um determinado estímulo.

Snijders et al. (2015)

 Treinamento contra resistência
 Aumento da força e hipertrofia muscular

 Intensidade;
 Volume;
 Ordem de execução dos exercícios;
 Nível de treinamento do praticante.

Novaes et al, 2008.

Ganhos de força vs. Fases do
treinamento

Maior et al, 2003 adaptado de ACSM, 2002.

 Com base na tabela apresentada, algumas
pesquisas concluem que os ganhos de força ocorrem
dentro de um prazo de 4 a 8 semanas a partir do
início do treinamento.

 Entretanto, nas fases iniciais, tais aumentos não

foram acompanhados pelo aumento no tamanho do
músculo.

Maior et al, 2003; Brentano et al, 2001.

 Os principais fatores que contribuem para o
incremento da força em função do treinamento são
as adaptações neurais e os efeitos hipertróficos.

Novaes et al, 2008.

Adaptações Neurais
 Adaptações Neurais
 Adaptações neurais são frequentemente
dominantes em programas de exercício resistido
para pessoas não treinadas.

 Contribuem primordialmente para ganhos iniciais

de força, com pouco impacto nos ganhos de massa
muscular.

Novaes et al, 2008.

 Adaptações Neurais
 Este termo te sido utilizado para resumir alguns
fenômenos que influenciam o aumento da força:

 Aumento do número de unidades motoras recrutadas;

 Aumento da frequência de disparo dessas unidades
motoras;
 Redução da co-ativação de grupos antagonistas;
 Aumento da coordenação intra e inter muscular.

Novaes et al, 2008; Bloomer et al, 2000.

 Adaptações Neurais
 Assim, a primeira meta no “treinamento” do SNC é
promover a máxima ativação neural.

 Dessa forma, nessa fase de treinamento, o volume

torna-se a variável metodológica de prescrição
prioritária.

Novaes, 2008.
 Adaptações Neurais
 O volume de treinamento é um dos elementos-chave no
conhecimento motor.

 Assim, um número limitado de exercícios com muitas

séries é recomendado, em vez de muitos exercícios com
poucas séries.

 Um elevado número de séries de um único exercício,

deve facilitar adaptações motoras para um movimento
particular.

Novaes et al, 2008.

 Adaptações Neurais
 Para que seja evitado o treinamento de um número
limitado de grupos musculares em virtude da
utilização de poucos exercícios, recomenda-se o uso
de uma combinação que envolva múltiplas
articulações e grandes grupamentos musculares.

Simão, 2003.
Adaptações Neurais
Co-ativação de antagonistas e
Coordenação Intra e intermuscular.
 Co-ativação de antagonistas
 Quando o agonista recebe o impulso para se
contrair, seu antagonista relaxa através da inibição
recíproca.

 Para que um músculo agonista produza força

máxima, todas as unidades motoras dos músculos
devem ser recrutadas para minimizar a intensidade
da co-ativação, assim ocorrendo a contração
máxima.
Maior et al, 2003.
Coordenação Intra e Intermuscular
 Quanto à melhoria das funções intramusculares,
Weineck (1999) destaca que o aumento da
capacidade de um músculo em mobilizar um maior
número de unidades motoras, causa aumento da
capacidade de se desenvolver força de contração.

 A coordenação intermuscular representa a

cooperação de diversos músculos em relação a uma
sequência que se tem em vista (HOLLMANN;
HETTINGER, 1983).
Maior et al, 2003.
Efeitos Hipertróficos
Sarcoplasmática X Miofibrilar
 Hipertrofia Sarcoplasmática
 Aumento da área de secção transversa do músculo, sem
aumento da força;

 A hipertrofia sarcoplasmática ocorre devido ao aumento

das organelas (mitocôndrias, ribossomos) e pelo aumento
das reservas intramusculares (glicogênio, CK, IGF-1);

 Este fenômeno ocorre nas primeiras três a quatro

semanas, prioritariamente pela elevação do volume de
treinamento.

Simão, 2003; Dantas, 2003.

 Hipertrofia Miofibrilar
 A hipertrofia miofibrilar é o resultado de um
aumento na área de secção transversal das fibras
existentes;

 Este processo envolve um aumento na síntese de

proteínas contráteis dentro da miofibrila muscular;

 Os novos filamentos são adicionados às camadas

externas da miofibrila, resultando em aumento de
seu diâmetro.
 Hipertrofia Miofibrilar
 O treinamento de força induz à hipertrofia, de
modo seletivo, das fibras musculares do tipo II e, em
menor proporção das fibras musculares do tipo I.

 Sessões de treinamento de força com características

de intensidade elevada e baixo volume parecem
favorecer a hipertrofia muscular.

Fleck; Kraemer, 2006.

Síntese de Proteínas
 Síntese de proteínas
 A hipertrofia muscular é o resultado do aumento da
síntese protéica, da diminuição da degradação de
proteínas, ou de ambas.

 Quando a quantidade de proteínas sintetizadas

excede o quanto é degradado, então o balanço
protéico é positivo e a hipertrofia ocorre.

Fleck; Kraemer, 2006.

 Síntese de proteínas
 Há cada vez mais evidências que demonstram a
importância do aporte sanguíneo na síntese
protéica e na hipertrofia muscular.

 Isso explica, em parte, a eficácia dos programas

que utilizam cargas moderadas e altos volumes com
curtos tempos de intervalo para o aumento da
hipertrofia muscular.

Fleck; Kraemer, 2006.

 Síntese de proteínas
 A síntese de proteína muscular após o exercício de força
depende muito da disponibilidade de aminoácidos.

 Após o exercício de força, a taxa de síntese protéica é

estimulada pela ingestão de aminoácidos e é duplicada
quando coincide com aumentos no fluxo sanguíneo
muscular.

 Quando os aminoácidos são consumidos antes do treino,

os efeitos parecem ser maiores.
Fleck; Kraemer, 2006.
 Síntese de proteínas
 Metabolismo protéico durante o exercício de força:

1) Esse tipo de exercício estimula a síntese de proteínas;

2) As concentrações de aas intramusculares são reduzidas;
3) A queda nas concentrações de aas estimulam a
degradação protéica e o transporte de aas nessa célula
muscular;
4) A disponibilidade aumentada de aas favorece o
estímulo à síntese protéica;
5) Ocorre a remodelação tecidual.
Fleck; Kraemer, 2006.
Células Satélite
 Células Satélite
 Apesar de ainda haver mais perguntas do que
respostas sobre este tópico, as células tronco do
tecido muscular, conhecidas como células satélite,
são observadas atualmente como um dos
mecanismos chave para o processo adaptativo.

Snijders et al. (2015)

 Células Satélite
 São estruturas localizadas entre o sarcolema e a
lâmina basal da fibra que, no músculo adulto,
permanecem em um estado quiescente.

 Entretanto, ao receberem estímulos, elas se ativam e

se proliferam/diferenciam.

Snijders et al. (2015)

 Células Satélite
 Os mioblastos, subprodutos das células satélite,
podem se fundir e formar novas miofibrilas; se
fundir a uma fibra existente doando seu núcleo; ou
retornar ao estado quiescente, recompondo o pool
de células satélite por auto renovação.

Snijdres et al. (2015)

Bellamy et al. (2014)
 16 semanas de treinamento de força
 ↑ 1.9 - 24.7% Volume do quadríceps
 ↑7.0 – 51.7% AST
 ↑ pool de CS
 Alteração relativa nas fibras do tipo II associadas às
CS X percentual de aumento da massa magra do
quadríceps (r2=0.493; p=0.027).
 Em conclusão
 O estudo demonstrou expansão aguda do pool de
CS associadas às fibras do tipo II após o exercício.

 Houve relação entre a expansão do pool de CS

associadas às fibras do tipo II e a extensão da
hipertrofia muscular após o treinamento.

 Em condições fisiológicas, a adição de núcleo para

as miofibrilas através das CS é importante para a
regulação da hipertrofia muscular.
 Para fixar...
 O treinamento contra resistência induz aumento de
qual capacidade física nas fases iniciais?
 Qual a relação entre o nível de treinamento e a
aquisição dessa capacidade física?
 A que fator é atribuído o aumento dessa
capacidade física na fase inicial do treinamento?
 Quanto tempo dura em média a predominância de
tal fator?
 O aumento do tamanho do músculo ocorre
simultaneamente às adaptações mencionadas?
 Para fixar...
 Descreva os quatro fatores que resumem o fenômeno
de adaptação neural para o aumento da força.
 Que variável de treinamento é primordial para que
ocorram as adaptações neurais?
 Conceitue hipertrofia sarcoplasmática.
 Que fatores contribuem para o surgimento desse
fenômeno?
 Conceitue hipertrofia muscular/miofibrilar.
 Descreva os dois fatores abordados que contribuem
para a hipertrofia miofibrilar.