Você está na página 1de 7

Trabalho Laboratorial: CALIBRAÇÃO DE UM TERMOPAR

Disciplina: Termodinâmica Aplicada

Professora: Cristina Ribeiro

Curso: LEIM

Nome: Selma Schultes nº 1120929

Nome: Ana Catarina Monteiro nº 1100853

2016
Objectivos:

 Calibração de um termopar de cobre constantan, como traçado da curva θ(V) na gama de


temperaturas (0ºC a 90ºC);
 Determinação do coeficiente de Seebeck η=dV/dθ pelo método gráfico;
 Introduzindo a sonda de referência em neve carbónica e água aquecida, obter a sua
temperatura (tomando como referência a fonte quente);
 Comparar os valores obtidos com os valores esperados.

Introdução Teórica

Este trabalho baseia no efeito eléctrico seebeck que é a produção de uma diferença de potencial entre
duas junções de condutores de materiais diferentes.

Actualmente o efeito Seebeck é muito utilizado para a construção de termómetros em que se mede
diferença de temperatura através de um voltímetro calibrado para este fim.

Outra aplicação deste mesmo efeito é a construção de pilhas atómicas (Gerador termoeléctrico de
radioisótopos) para produzir pequenas potências, mas de longa duração, o que é necessário em
situações especiais como na sonda Cassini-Huygens e nas sondas Voyager. [2]

Quando os dois metais diferentes dos condutores entram em contacto, geram a passagem de
electrões entre eles (sempre do metal com menor trabalho de extracção para o outro) como
representado na figura 2. [1]

Figura 2 - com os metais A e B, verificamos o aparecimento de uma força eletromotriz entre os pontos 3 e 4, que
depende da diferença de temperaturas entre as junções 1 e 2

“A relação entre a força electromotriz e a diferença de temperaturas pode ser


representada por um polinómio do tipo:

equação (1)

A derivada da tensão termoeléctrica em ordem à temperatura designa-se por sensibilidade ou


coeficiente de Seebeck (η) do termopar:

Esta relação, que caracteriza as propriedades do termopar, verifica-se em muitos casos, com bastante
rigor, até cerca dos 300ºC.” [1]

Laboratório de Termodinâmica P á g i n a |2
O método utilizado neste trabalho foi o de utilizar um termopar de cobre constantan e fazermos uma
aproximação ao tomarmos a expressão da força termo eléctrica eq.(1) por uma recta utilizando-se
apenas o termo de primeira ordem. [1]

Conforme o tipo os termopares classificam-se com uma letra específica e possuem diferentes
características conforme segue:

Termopar tipo T (Cobre - Constantan)

Termoelemento positivo (TP): Cu100%

Termoelemento negativo (TN): Cu55%Ni45%

Faixa de utilização: -270°C a 400°C f.e.m. produzida: -6,258 mV a 20,872 mV

Características: pode ser utilizado em atmosferas inertes, oxidantes ou redutoras. Devido à grande
homogeneidade com que o cobre pode ser processado, possui uma boa precisão. Em temperaturas
acima de 300°C, a oxidação do cobre torna-se muito intensa, reduzindo sua vida útil e provocando
desvios em sua curva de resposta original. [3]

Procedimento Experimental:

Figura 1 – Esquema de montagem experimental do par cobre constantan [1]

Laboratório de Termodinâmica P á g i n a |3
Materiais Utilizados:

 Multímetro digital;
 Termómetros digital;
 Banho termostático;
 Recipiente com água e gelo;
 Neve carbónica;
 Termopar de cobre constantan T

Descrição:

Realizamos a montagem de acordo com a figura 1, colocando o termómetro digital de modo que
esteja em contacto com a junção do termopar dentro do banho termostático.

No termóstato, rodou-se o botão de aquecimento para 90ºC e procedemos ao registo dos valores de
tensão eléctrica para cada temperatura considerada de 5 em 5ºC, até 80ºC constantes na tabela 1 do
anexo 1.

Para aquisição dos dados da tabela 2 do anexo 1 desligamos a cabeça termostática e esperamos que a
temperatura diminuísse para um valor próximo de 60ºC, substituímos a junção do termopar da tina de
gelo e água por neve carbónica.

Retiramos a água do banho termostático e medimos com um termómetro a sua temperatura e


medimos a tensão com o multímetro através do termopar conforme dados da tabela 3 anexo 1.

Cálculos Realizados

 Pela regressão linear obtemos a sensibilidade, 𝜂:

𝑉 = 𝜂( θ𝐵𝑀 − θ2 )
1
( θ𝐵𝑀 − θ2 ) = 𝑉
𝜂

Logo, sendo m o declive, a sensibilidade é


1 1
𝜂= =
𝑚 25
 Para temperatura da Neve Carbónica:
𝑉 = 𝜂( θ𝐵𝑀 − θ2 ), sendo θ𝑁𝐶 = θ2 + b
1
4,8 = ( 60 − θ2 ) ⇔ θ2 = −60 ℃
25
θ𝑁𝐶 = −60 + 2,9 = −57,1℃

 Para a temperatura da Água:


1
0,7 = ( 60 − θ2 ) ⇔ θ2 = 42,5 ℃
25
θÁ𝑔𝑢𝑎 = 42,5 + 2,9 = 45,4 ℃

 Erro de medição:

Laboratório de Termodinâmica P á g i n a |4
Temperatura medida pelo Termopar Temperatura medida pelo Termómetro Erro de Medição
(ºC) (ºC) (ºC)
45,4 44,2 -1,2

Discussão dos Resultados:

O coeficiente de determinação, R²=1 encontrado o conforme gráfico 1 do anexo 1, indica que o


modelo de regressão encontrado consegue explicar os valores observados ajustando-se perfeitamente
aos valores da amostra, o que evidencia os dados alinhados precisamente em uma reta.

Conclusão:

Os procedimentos realizados na experiência laboratorial correram dentro do esperado. Os resultados


obtidos com a calibração do termopar por regressão linear evidenciam que este é um método valido
para a obtenção da sensibilidade do termopar.

Respostas as Questões:

Fez a calibração do termopar para temperaturas positivas. Será correcto utilizar a recta obtida
nessas condições para fazer a determinação da temperatura da neve carbónica que é negativa?
Justifique.

Sim porque as características físicas do termopar de cobre constantan permitem sua utilização na faixa
de -270°C a 400°C f.e.m. produzida: -6,258 mV a 20,872 mV

É possível construir termopares com qualquer par de metais? Seria possível que o termopar fosse
constituído somente por cobre? Justifique.

Não. Para se escolher os metais deve-se ter em consideração a força eletromotriz gerada, de modo a
criar uma diferença de potencial.

Bibliografia:

[1] Guião Laboratórios de Física ISEP –DEFI-NRM-1010 versão:01 data 14/03/2008

[2] https://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_Seebeck em 11/12/2015

[3] http://www.estatica-metrologia.com.br/termopares.php em 11/12/2015

Laboratório de Termodinâmica P á g i n a |5
Anexos

Laboratório de Termodinâmica P á g i n a |6
Tabela 1 – Dados referentes aos valores medidos da tensão com a variação da temperatura.

∆θ = Tbanho – Tgelo (ºC) Tensão (mV)


20,4 0,7
25,4 0,9
30,4 1,1
35,4 1,3
40,4 1,5
45,4 1,7
50,4 1,9
55,4 2,1
60,4 2,3
65,4 2,5
70,4 2,7
75,4 2,9
80,4 3,1

Tabela 2 – Tensão medida na neve carbónica

℃ V(mV)
4,8

Tabela 3 – tensão medida do banho termostático

Tágua (℃) V (mV)


44,2 0,7

Gráfico 1- Regressão linear da temperatura em função da tensão medida

Temperatura em função da Tensão medida y = 25x + 2.9


R² = 1
90
80
70
60
∆θ (°C)

50
40
30
20
10
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5
T (mV)

Laboratório de Termodinâmica P á g i n a |7

Você também pode gostar