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HEPATITES VIRAIS
DANILO SANTOS
DENIS JUN
HUGO MATAROZZI
LETÍCIA DE SOUZA
MARCOS OKAJIMA
A principal forma de transmissão do VHA é a via Ora-Fecal, pela qual pessoas ingerem água e
alimentos contaminados com vírus da Hepatite A. O vírus segue a via entérica e é absorvido na
mucosa intestinal, seguindo para o fígado através do sistema porta. A replicação viral se dá nos
hepatócitos, o que provoca a lise destas células ao final do processo de multiplicação viral. Os
novos vírus então chegam aos canalículos biliares e retornam ao intestino para serem
expelidos nas fezes, as quais, devido a falta de saneamento básico ou condições adequadas de
higiene, podem contaminar corpos d’águas e alimentos, dando início a um novo ciclo.
(MENDES, 2006)
SINTOMAS
Os principais sintomas são Icterícia, urina escura (do tipo “Coca-Cola”) e fezes descoloradas,
febre, fadiga, mal estar, mialgia, náusea e vômitos. Algumas pessoas podem não apresentar
sintomas nenhum, sendo considerados anictéricos, mesmo tendo o processo infeccioso
instalado. Este quadro é comum em crianças menores de 6 anos (NAINAN et al 2006). A
Hepatite A não tem prognóstico crônico. Cerca de 99% dos casos de Hepatite Aguda se curam,
enquanto que apenas 1% podem evoluir para um quadro de hepatite fulminante (aonde
ocorre processo acelerado de necrose e fibrose do tecido hepático) podendo levar a óbito.
(PEREIRA, F. 2003)
EPIDEMIOLOGIA da Doença
Em 2002, o Ministério da Saúde estimava que ao menos 70% da população já teria tido
contato com o vírus da Hepatite A (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002). Este é um vírus que está
presente em todos os Estados Brasileiros, com destaque para as regiões Norte, Nordeste e
Centro-Oeste que apresentaram o percentual de pessoas que haviam sido infectadas pelo VHA
superior a 50% em suas regiões (ZORBETTO, 2011).
Segundo PEREIRA (2003), a incidência mundial da Hepatite A atinge com maior prevalência os
países da América Latina, África e Sul da Ásia.
Para o autor, essa alta prevalência da Hepatite A nestes países estaria relacionado ao baixo
índice de facilidades sanitárias, já que se tratam de nações mais pobres à época. Em países
desenvolvidos a incidência da doença é muito baixa.
No Brasil, os dados revelam que a Hepatite A é a doença viral, dentre as hepatites, mais
prevalente, tendo sido relatados 130354 casos dentre os anos 1999 e 2000, porém a
mortalidade nesse mesmo período teria sido muito baixa, com cerca de 608 casos (ZORBETTO,
2011).
Dados recentes sobre a realidade brasileira, publicados pelo Ministério das Cidades (2015)
mostrou que apenas 50,4% dos municípios apresentam coleta de esgoto.
MEDIDAS PROFILÁTICAS
TRANSMISSÃO
O vírus da hepatite B é transmitido principalmente pelas vias parenterais, como, por exemplo,
saliva, sêmen, urina, sangue, fezes e secreções vaginais. Podendo ocorrer em transfusões de
sangue, usos de seringas contaminadas, relações sexuais sem o uso de preservativos, e
contaminações verticais na hora do parto. A replicação viral ocorre no interior das células
humanas, preferencialmente nos hepatócitos, utilizando suas enzimas de replicação de DNA. É
capaz de formar RNA a partir do genoma de DNA, que será usado na síntese de proteínas e um
RNA especial, futuramente convertido em DNA pela trasncriptase reversa, uma enzima
característica dos retrovírus, dando se assim a replicação. Apesar da instalação nos
hepatócitos, sua propagação no sangue deixa rastros, como proteínas virais e anticorpos,
sinalizadores da doença
OS DIFERENTES SINTOMAS.
A doença pode seguir diversos ramos, podendo ser classificada de acordo com seu estágio,
sendo assim dividida em aguda ou crônica no fígado, a em 1% a 10% dos casos a doença pode
espalhar-se para além do fígado.
A Hepatite Viral Aguda está relacionada ao sentimento geral de mal-estar (perda de apetite,
náuseas, vômito), dores no corpo, febre ligeira e urina cor escura, fezes claras, dores no
abdômen direito, e que possivelmente progride para uma icterícia (coloração amarela da
pele), o prurido (coceira) também é recorrente. Este acaso tem duração de algumas semanas,
sendo poucos que evoluem para uma hepatite fulminante, mais grave e com maior risco de
morte. Pode ser assintomática ou até mesmo levar a um caso crônico.
Já a Hepatite Viral Crônica pode ser assintomática ou estar interligada a uma inflamação
crônica do fígado, esta, possível transeunte para uma cirrose hepática. A infecção influencia
notoriamente na hepatocarcinoma (cancro). Hodiernamente o VHB tem sido associado ao
desenvolvimento da nefropatia membranosa. O risco de a doença tornar-se crônica depende
da idade na qual ocorre a infecção. As crianças são as mais afetadas. Naquelas com menos de
um ano, esse risco chega a 90%; entre um e cinco anos, varia entre 20% e 50%. Em adultos, o
índice cai para 5% a 10%. Pode durar seis meses ou mais (depende do sistema imune).
Entre 1% a 10% dos infectados com VHB manifestam sintomas para além do fígado, como
vasculite aguda necrosante (poliarterite nodosa), nefropatia membranosa, síndrome de
Gianotti-Crosti e síndrome semelhante a doença do soro (na fase aguda – febre, erupções
cutâneas e poliarterite).
Em casos crônicos o tratamento se torna uma forma de impedir possíveis riscos de cirrose e
cancro no fígado. Os suscetíveis a terapêutica são aqueles com níveis persistentemente
elevados de alanina aminotransferase e de ADN do VHB. A duração varia de seis meses a um
ano, dependendo da medicação e do genótipo. A recusa ao álcool torna-se imprescindível,
visto os riscos ao fígado.
PREVENÇÃO.
A vacina é constituída de antígenos HBs, sem partículas virais – inoculação. A dose varia de
acordo com concentração de anti-HBs do tipo IgG (não do tipo HBs), podendo variar de 1 a 3
doses (espaçadas) inoculadas. Capazes de imunizar 95% dos casos. É importante ressaltar que
não há vacina contra hepatite D, porem esta afeta apenas doentes crônicos da Hepatite B,
tornando a vacinação do HBV indispensável.
Se uma mulher grávida tiver hepatite B, ela pode transmitir a infecção para o bebê durante o
parto. Contudo, isso pode ser evitado através de uma série de vacinações e HBIG para seu
bebê a partir do nascimento.
PROGNÓSTICO.
O avanço da doença depende dos linfócitos T citotóxicos, que se forem agressivos, combaterão
rapidamente a doença. Porém se forem muito agressivos podem culminar em uma hepatite
fulminante, enquanto uma reação fraca resultará em um estado crônico. O HBV infecta e
multiplica-se nas células sem as destruir, sendo assim, a aparição dos sintomas normalmente
são devido à resposta citotóxica desenvolvida pelo sistema imunitário. O vírus é capaz de
integrar seu genoma de ADN nos cromossomos humanos, se escondendo do sistema
imunitário, e procurando a melhor oportunidade, dado determinados estímulos, a voltar a
ficar ativo
EPIDEMIOLOGIA.
SINTOMAS
Na fase aguda, apenas 25% a 30% dos infectados apresentam sintomas como letargia,
mal-estar geral, febre, problemas de concentração; queixas gastrintestinais como perda de
apetite, naúsea, intolerância ao álcool, dores na zona do fígado ou, mais especificamente,
icterícia (amarelão). Estes podem não ser claros, ou confundidos com os sintomas de uma
gripe; além disso portadores crônicos podem não ter sintoma nenhum mais ainda sim
desenvolver cirrose ou câncer hepático.
EPIDEMIOLOGIA DA DOENÇA
Dados afirmam que a prevalência do vírus VHC é mundial, com uma porcentagem de
2,2%, subindo para 20% em países em desenvolvimento. No Brasil, há uma baixa porcentagem
da população com o vírus, mas os dados ainda refletem o fato de que somente em 1993 foi
iniciada uma triagem na hora de avaliar os doadores de sangue.
Hoje em dia, a maior incidência de casos em países cujos doadores de sangue não
passam por triagem é, de fato, a transfusão de sangue. Nos países que a triagem é realizada, a
maior incidência é de dependentes químicos em substâncias injetáveis, com o
compartilhamento de agulha. Depois disso, há uma possível transmissão do vírus no contato
sexual desprotegido (porém muito menos provável que com o VHB) e, finalmente, uma baixa
incidência (porém existente) de transmissão durante o parto da mã infectada para a criança.
MEDIDAS PROFILÁTICAS
Não há vacina de VHC, porém a prevenção é simples: triagem nos doadores de sangue
e órgãos e evitar o contato com objetos perfurantes ou não que possam ter sido contaminados
com sangue. De maneira secundária mas relevante, é importante também evitar sexo
desprotegido com pessoas que possam ter o vírus VHC.
Hepatite D
A descoberta do vírus da hepatite D é relativamente recente, pois esse fora isolado pela
primeira vez apenas em 1977. Dentre as características virais, é possível citar o fato do vírus
não possuir família definida, ser do gênero Deltavirus e da espécie Hepatitis delta virus. Além
disso, sua estrutura é não envelopada e seu RNA é classificado como simples, circular,
defeituoso e negativo. Na parte externa do vírus, há um envelope lipídico formado de VHB. E,
na parte interna, há o seu antígeno HDAg, constituído de proteínas HDAg-S e HDAg-L.
O VHD é classificado como sub-vírus satélite do VHB, com base nos princípios estruturais
previamente apontados do VHD e, também, pelo fato do mesmo não ser capaz de infectar na
ausência do vírus da hepatite B.
Quanto a transmissão do VHD, ocorre geralmente por via parenteral e apresenta os mesmos
mecanismos de transmissão do VHB. Porém, estudos apontam que há a transmissão por
picadas de insetos em algumas regiões do planeta. Já a transmissão perinatal ocorre em mães
portadoras do VHB com sinais sorológicos de replicação viral. Ademais, fatores ambientais e
culturais relacionados ao comportamento do ser interferem na difusão da doença.
O tratamento da infecção crônica pelo VHD visa eliminar o vírus rapidamente, bem como
interromper sua replicação, e a reduzir as aminotransferarases do processo inflamatório
crônico do fígado. É válido ressaltar que o método terapêutico selecionado deve também
contemplar a infecção que ocorre concomitante pelo vírus B.
A única opção de tratamento para hepatites crônicas do VHD é o interferon alfa (IFN), pois
outras drogas anti-virais, são insatisfatórias. Como a infecção Delta para as formas crônicas de
hepatite é de progressão rapidamente, o único fator determinante da resposta ao IFN é o
tempo de duração da infecção pelo vírus D. Assim, quanto mais precoce o diagnóstico e o
início do tratamento com o medicamento, melhor a resposta clínica do paciente.
A vacina contra o VHB é o melhor procedimento para a redução da infecção pelo mesmo.
Entretanto, a vacina funciona plenamente apenas quando ocorre a infecção simultânea do
VHB e VHD entre indivíduos suscetíveis a infecção pelo VHB. Entre indivíduos portadores
crônicos do VHB, residentes em áreas endêmicas de infecção pelo VHD, ou pertencentes a
grupos de risco, a prevenção da superinfecção do vírus da Hepatite D continua indeterminada.
Os procedimentos, doses e indicações da vacina contra o VHD são as mesmas da vacina do
VHB.
A imunoglobulina anti-HBs é utilizada contra o VHB como medida profilática para evitar a
infecção do VHB, que ocorre como consequência da reinfecção do VHB em pacientes
transplantados, por causa de doença hepática crônica D.
Hepatite E
O diagnóstico se dá atraves de exames de anticorpos no soro (IgG e IgM), como o método Elisa
ou Imunoblot, ou encontrando partículas viras nas fezes do indivíduo. Dado a infecção ser
autolimitante, não há tratamento específico e a cura é espontânea.
Por ser transmissível por meio fecal-oral, a profilaxia envolve melhoria nas condições
higiênico-sanitárias da população. Melhorias na condição de vida, acesso a água tratada e
esgotamento sanitário constituem as medidas ideais para prevenir a hepatite E. O consumo de
frutos do mar crus deve ser evitado sobretudo em áreas carentes em saneamento básico,
assim como em áreas portuárias.
Ainda não existe vacina específica contra o vírus, mas pesquisas com macacos Cynomolgus
indicam viabilidade para o desenvolvimento.
Hepatite F
Descrito em 1994, por um grupo indiano, como um vírus esférico detectado nas fezes de
doentes franceses, que foi possível transmitir ao macaco Rhesus. Pesquisas cientificas revelam
que este vírus não foi ainda bem caracterizado, nem foram apresentados testes serológicos
para a sua identificação. Não há relatos de infecção humana, por isso sua existência é
contestada.
Hepatite G
MENDES CGF. Hepatites agudas. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto. 2006;5(1):9-15
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MINISTÉRIO DA SAÚDE - BRASIL. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Hepatites virais: o
Brasil está atento / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – Brasília:
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