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CURSO DE EXTENSÃO EM ENGENHARIA DO AR CONDICIONADO

COORDENAÇÃO E APOIO REALIZAÇÃO


IME - INSTITUTO MILITAR DE
ENGENHARIA

13o CURSO DE EXTENSÃO


EM ENGENHARIA DO AR
CONDICIONADO

APOSTILA DE CARGA TÉRMICA

AUTOR: PROFESSOR JULIO TEYKAL

PATROCINADORES

APOSTILA DE CARGA TÉRMICA ANO 2014 AUTOR : PROF. JULIO TEYKAL


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ÍNDICE

VENTILAÇÃO E INFILTRAÇÃO .............................................................................................................................. 3


Ventilação Geral Diluidora ....................................................................................................................................... 4
Sistemas de Condicionamento de Ar ........................................................................................................................ 7
Taxa de Troca de Ar................................................................................................................................................ 10
Renovação de Ar por Pessoa................................................................................................................................... 10
Percentual de Ar Exterior........................................................................................................................................ 14
Infiltração ................................................................................................................................................................ 15
QUALIDADE DO AR INTERIOR ............................................................................................................................ 16
TRANSFERÊNCIA DE CALOR EM CONSTRUÇÕES........................................................................................... 22
Método das Resistências ......................................................................................................................................... 23
Camadas de Materiais Homogêneos ....................................................................................................................... 24
Camadas de materiais não homogêneos.................................................................................................................. 27
Câmaras de ar.......................................................................................................................................................... 28
Convecção............................................................................................................................................................... 28
Condução e Convecção Combinadas ...................................................................................................................... 29
Coeficiente total de transmissão de calor ................................................................................................................ 30
Conceitos Gerais ..................................................................................................................................................... 32
ESTIMATIVA DE CARGA DE RESFRIAMENTO ................................................................................................. 34
Métodos de Cálculo e Aplicação............................................................................................................................. 35
Princípios Básicos ................................................................................................................................................... 37
Considerações Iniciais de Projeto ........................................................................................................................... 41
Cálculo da Carga de Resfriamento.......................................................................................................................... 44
Superfícies Translúcidas ......................................................................................................................................... 45
Angulos Solares ...................................................................................................................................................... 47
Sombreamento Externo........................................................................................................................................... 48
Sombreamento Interno ............................................................................................................................................ 50
Carga de Resfriamento devido a Superfícies Translúcidas .................................................................................... 50
Carga de Resfriamento devido a Superfícies Externas Opacas............................................................................... 57
Carga de Resfriamento devido a Superfícies Internas............................................................................................. 61
Cargas de Resfriamento devido a Fontes Internas .................................................................................................. 62
Cargas de Resfriamento devido ao Ar Exterior....................................................................................................... 71
Ganhos Diversos ..................................................................................................................................................... 73
RESUMO DOS PROCEDIMENTOS......................................................................................................................... 75
TABELAS................................................................................................................................................................... 76
ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS ............................................................................................................. 88
EXERCÍCIOS PROPOSTOS...................................................................................................................................... 90
BIBLIOGRAFIA, SITES E UNIDADES ................................................................................................................... 93

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VENTILAÇÃO E INFILTRAÇÃO

As trocas entre os fluxos de ar externo e interno, que ocorrem nos ambientes ventilados ou
condicionados podem ser classificadas como ventilação ou renovação, infiltração e exfiltração.

Ventilação ou Renovação é uma introdução intencional de ar externo, para fins de renovação do


volume de ar interno, e pode ser natural ou forçada. A natural resulta da movimentação de ar
propositadamente causada por meios naturais, tais como diferenças de pressão e/ou de
temperatura. A forçada resulta da movimentação de ar causada pela utilização de ventiladores. O
termo renovação é usualmente empregado em sistemas de condicionamento de ar, de forma a
indicar o ar exterior introduzido no processo.

Infiltração é o fluxo não controlado de ar externo para o interior do ambiente, através de frestas
em janelas e portas externas, assim como outras aberturas extenas não intencionais.
Preferencialmente, os ambientes condicionados devem ser mantidos fechados em relação ao
meio externo, ou a outros ambientes internos não condicionados.

Exfiltração é o escape não controlado, do ar interno para o exterior, causado por diferencial de
pressão interna em relação à externa, assim como pela infiltração ou pela renovação.

A infiltração ou a exfiltração não devem ser consideradas para prover renovação em sistemas
centrais de condicionamento de ar, por serem dependentes de condições climáticas externas
excessivamente variáveis, tais como, velocidade dos ventos e diferenças de temperatura entre o
meio externo e o interno.

Os edifícios modernos, comerciais e institucionais, são dotados de renovação forçada, e são


usualmente pressurizados, de forma a eliminar a infiltração. Nestes casos, a renovação não
forçada não é recomendada.

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Os sistemas de ventilação podem ser classificados em dois grandes grupos, de acordo com a
forma em que ocorre a renovação de ar no ambiente a ser ventilado:

Ventilação natural – em que a renovação ocorre por meios naturais, devido à incidência de
ventos dominantes, e diferenças entre temperaturas internas e externas.

Ventilação forçada – em que a renovação ocorre por meios mecânicos, com a utilização de
ventiladores, sendo portanto, praticamente independente das condições atmosféricas. Os sistemas
de ventilação forçada são dividos em dois grupos básicos:

Ventilação geral diluidora – o ar exterior é misturado com o ar do ambiente, de forma a diluir os


contaminantes gerados internamente, e reduzir a temperatura ambiente.

Ventilação local exaustora – o ar é capturado próximo às fontes de contaminação, de forma a


minimizar sua disseminação pelo ambiente. Trata-se de uma ventilação altamente especializada,
utilizada em ambientes industriais.

Ventilação Geral Diluidora

Existem três tipos de instalações de ventilação geral diluidora, aplicáveis conforme as


necessidades operacionais ou condições do ambiente a ser ventilado:

Ventilação geral diluidora por insuflação – aplicações:

ambientes relativamente limpos


pressão interna positiva (acima da pressão atmosférica)
possibilidade de filtragem do ar insuflado
possibilidade de direcionamento do ar insuflado

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P+
1 2 3 4
Qi

Qi = vazão de ar insuflado
Componentes básicos:

1 – veneziana de admissão de ar
2 – filtro de ar na admissão
3 – ventilador de insuflação
4 – veneziana de insuflação
5 – veneziana de captação de ar

Ventilação geral diluidora por exaustão – aplicações:

ambientes com contaminantes (odores, particulados, etc..)


pressão interna negativa (abaixo da pressão atmosférica)

Qx

P– 2 3
1

Qx = vazão de ar extraído (exaustão)

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Componentes básicos:

1 – veneziana de admissão de ar
2 – veneziana de captação de ar
3 – ventilador de exaustão

Ventilação geral diluidora mista – aplicações:

pressão interna de acordo com as vazões de ar insuflada e exaurida


possibilidade de filtragem do ar insuflado
possibilidade de direcionamento do ar insuflado

Qx

P + ou –

Qi

A ventilação geral diluidora é utilizada com a finalidade de reduzir a temperatura interna, assim
como diluir a concentração de contaminantes no ambiente, incluindo-se neste caso, o dióxido de
carbono (CO2) liberado pelos ocupantes do recinto.

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Sistemas de Condicionamento de Ar

A figura a seguir representa os fluxos de ar resultantes de um processo de condicionamento de


ar, sem renovação forçada. O condicionador insufla o fluxo de ar tratado (Qi), devidamente
resfriado, desumidificado e filtrado no ambiente condicionado. O fluxo de ar de retorno (Qr)
mistura-se com fluxo de ar externo ou de renovação (Qe), gerando o fluxo de ar de mistura
(Qm), que retorna ao condicionador. Neste processo, considera-se a exfiltração (Qx) de parte do
volume de ar do ambiente condicionado, resultante da diferença da pressão interna em relação à
externa. Balanço dos fluxos volumétricos:

Qm = Qr + Qe = Qi
Qe = Qx = exfiltração de parte do ar do ambiente condicionado

O fluxo de ar exterior (Qe) ou ar de renovação, deve ser filtrado, e é necessário para a


manutenção da Qualidade do Ar Interior (QAI).

TAE
Qe F C
Qm Qi

D P+

Qr Qx

D = damper F = filtro C = serpentina

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A figura a seguir representa os fluxos de ar resultantes de um processo de condicionamento de


ar, dotado de renovação forçada. O condicionador insufla o fluxo de ar tratado (Qi) no ambiente
condicionado. Parte do ar vindo do ambiente retorna ao condicionador (Qr), e a outra parte é
exaurida (Qx), de forma a permitir a admissão de ar exterior (Qe). O fluxo de ar exterior ou de
renovação (Qe), mistura-se com parte do ar de retorno (Qr), gerando o fluxo de ar de mistura
(Qm), que retorna ao condicionador. Balanço dos fluxos volumétricos:

Qm = Qr + Qe = Qi
Qx = Qe (desprezando-se as infiltrações e exfltrações no ambiente condicionado)

O ar exterior (Qe) ou ar de renovação, pode ser tratado (filtrado, resfriado e/ou desumidificado),
e é necessário para a manutenção da Qualidade do Ar Interior (QAI).

Qm
TAE Qe F C
Qi

D P+
ou –
Qr
D

Qx Qr + Qx

D = damper F = filtro C = serpentina

Este processo é usualmente adotado em sistemas de maior capacidade, que requerem elevadas
taxas de renovação de ar exterior, sistemas de VAV, ou processos especiais.

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A figura a seguir representa os fluxos de ar resultantes de um processo de condicionamento de ar


com 100% de renovação, ou seja, não há retorno do ar insuflado para o condicionador. O
condicionador insufla o fluxo de ar tratado (Qi) no ambiente condicionado. Todo o ar insuflado é
exaurido (Qx). O fluxo de ar exterior ou de renovação (Qe) é captado pelo condicionador.
Balanço dos fluxos volumétricos:

Qx = Qe = Qi (desprezando-se as infiltrações e as exfltrações no ambiente)

O ar exterior (Qe) ou ar de renovação, pode ser tratado (filtrado, resfriado e/ou desumidificado),
e é necessário para a manutenção da Qualidade do Ar Interior (QAI).

F C
TAE
Qi

Qe

P +/−

Qx

D = damper F = filtro C = serpentina

Este processo é usualmente adotado como tratamento de ar exterior para condicionadores de


pequena capacidade, ou processos especiais nas áreas hospitalares ou industriais.

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Taxa de Troca de Ar

Uma taxa de troca de ar é definida como sendo a razão entre um fluxo volumétrico de ar
movimentado, e o volume de ar do ambiente. Este fluxo volumétrico pode ser a vazão de ar
insuflada no ambiente ou a vazão de ar de renovação. As taxas de troca de ar são expressas em
termos de número de renovações do volume de ar do ambiente por unidade de tempo, sendo
usual se referenciar à hora. Portanto, as taxas de troca de ar são expressas em número de trocas
ou renovações por hora, ou ainda Air Changes per Hour (ACH) do volume de ar do ambiente
considerado.

I = (Qe ou Qi) ÷ Vo ou Qe ou Qi = I .Vo sendo:


I = taxa de troca ou renovação de ar por hora, ren/h ou ACH
Qe ou Qi = fluxo volumétrico de ar de renovação ou de insuflação, m3/h
Vo = volume do ambiente, m3

O Decreto 22.281 da Gerência de Engenharia Mecânica da Rioluz recomenda diversos valores


de renovação para ventilação de ambientes, de acordo com o tipo de aplicação.

A NBR 7256 recomenda valores para insuflação e renovação (Qi e Qe) em ambientes
hospitalares, em termos de vazão por área de piso climatizada (m3/h / m2), em função da
finalidade do ambiente.

Renovação de Ar por Pessoa

Em sistemas de condicionamento de ar destinados exclusivamente a conforto humano, tais como


escritórios, restaurantes, hotéis, residências, etc.. a taxa de renovação de ar ou taxa de ar exterior
Qe, é calculada em função do número de ocupantes.

A Portaria 3.523 do Ministério da Saúde recomenda para renovação (Qe) 27 m3/h por pessoa, e
a Resolução 9 da ANVISA, permite renovações de 17 m3/h.pessoa, em ambientes de grande
rotatividade, tais como, cinemas, teatros, auditórios, etc..

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A NBR 16401:2008 recomenda valores para renovação (Qe) em função do tipo de aplicação
(atividade exercida no ambiente condicionado), em termos de litros/s.pessoa e litros/s.m2 de área
condicionada. São disponibilizados três níveis de valores de renovação (mínimo, intermediário e
eficaz), que podem ser adotados em função da Qualidade do Ar Interior a ser definida no projeto.
Este procedimento é baseado na ASHRAE 62.1.2004:

pess/ Nível 1 Nível 2 Nível 3


Aplicação 2
100m L/s pes L/s m L/s pes L/s m L/s pes L/s m2
2 2

Escritórios alta densidade 20 2.5 0.3 3.1 0.4 3.8 0.5


Lojas 15 3,8 0,6 4,8 0,8 5,7 0,9
Teatro / Cinema / Auditório 150 2.5 0.3 3.5 0.4 3.8 0.5
2
Obs- pess/100m = quantidade de pessoas na zona ocupada

Qefz = Pz . Fp + Az . Fa sendo:
Qefz = vazão de ar exterior eficaz na zona térmica considerada, L/s
Pz = número máximo de pessoas no ambiente ou na zona térmica, adimensional
Fp = fator de renovação por pessoa, L/s.pessoa
Az = área útil ocupada, m2
Fa = fator de área, L/s. m2

A vazão de ar exterior eficaz na zona deverá ser corrigida em função da eficiência da ventilação
na zona:

Qsz = Qefz ÷ Ez sendo:


Qsz = vazão de ar exterior a ser suprida na zona, L/s
Ez = eficiência da distribuição de ar na zona, adimensional

Eficiência da distribuição de ar na zona de respiração – o movimento do ar na zona respiração,


causado pela forma como o fluxo de ar é insuflado, ou ainda como o ar exterior é inserido na
zona, afetam a qualidade do ar interior (QAI). Duas formas distintas de difusão, são usualmente
adotadas em sistemas de resfriamento para conforto:

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Deslocamento – é um movimento do ar tipo “pistão”, do piso para cima, com a utilização de


aberturas de piso com baixa velocidade de ar, havendo pouca mistura entre o ar insuflado e o do
ambiente. É considerado o método mais eficiente de difusão de ar, devido ao efeito pistão, que
remove suavemente os poluentes do ambiente.

Arraste ou Mistura – utiliza difusores e grelhas de insuflação, que promovem o arraste e a


mistura entre o ar insuflado e o do ambiente. Quando a mistura é deficiente, o fluxo de ar passa
quase que diretamente dos dispositivos de insuflação para os de retorno, causando o denominado
curto-circuito de ar. Mesmo em sistemas bem projetados e instalados, podem ocorrer pequenos
curto-circuitos de ar.

Qr Qi

Qi Qr
piso elevado

Deslocamento Mistura
CORTE

Na ausência de dados mais precisos, os valores de Ez podem ser adotados conforme indicado na
NBR 16401, tais como:

Ez = 1,2 – insuflação de ar frio pelo piso com fluxo de deslocamento e retorno pelo forro.
Ez = 1,0 – insuflação de ar frio pelo forro.
Ez = 0,8 – ar de reposição suprido pelo lado oposto ao retorno ou exaustão.

A vazão total de ar exterior a ser suprida pelo sistema (Qe), não necessariamente deverá ser igual
à soma das vazões de ar exterior a serem supridas nas zonas que constituem este sistema (Σ Qsz),
podendo ser reduzida em sistemas que beneficiem vários ambientes (zonas térmicas), caso haja
diversidade na ocupação simultânea. Este fator de diversidade somente deve incidir na parcela
referente ao número de pessoas (Pz x Fp). A vazão total de ar exterior a ser suprida por um
sistema constituído de várias zonas térmicas pode ser calculada por:

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Qe = [ D . Σ (Pz . Fp) + Σ (Az . Fa) ] / Ev sendo:


Qe = vazão total de ar exterior a ser suprida pelo sistema, L/s
D = fator de diversidade de ocupação = Ps / ΣPz, adimensional
Ps = total simultâneo de pessoas presentes nas zonas que constituem o sistema
ΣPz = soma total das pessoas nas zonas que constituem o sistema
Ev = eficiência do sistema de ventilação em suprir a vazão requerida em cada zona que
constitui o sistema.

O valor de Ev é determinado em função da maior relação entre Qsz (vazão a ser suprida na zona)
/ Qiz (vazão a ser insuflada na respectiva zona):

Qsz / Qiz Ev
0,15 1,0
0,25 0,9
0,55 0,6

Exemplo: calcular a vazão de ar exterior a ser suprida por um sistema de condicionamento de ar


que beneficia dois ambientes de escritórios distintos, com as seguintes características de
ocupação:
ambiente área (m2) pessoas ar insuflado Qiz (L/s)
1 50 5 480
2 50 10 570
Considerar que o sistema deverá atender ao Nível 2 de renovação (Fp=3,1L/s.pess e
Fa=0,4L/s.m2), e que o fator de diversidade de pessoas nos dois ambientes é de 90%. Considerar
a eficiência da ventilação nos dois ambientes, Ez = 1,0 (difusão por mistura, fluxo turbulento,
sem curto-circuito, e boa distribuição).

Considerando os dados acima para o ambiente 1:

Qefz = Pz . Fp + Az . Fa
Qefz = 5 x 3,1 + 50 x 0,4 = 35,5 L/s

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Qsz = Qefz ÷ Ez
Qsz = 35,5 / 1,0 = 35,5 L/s
Qsz / Qiz = 35,5 / 480 = 0,07

Considerando os dados acima para o ambiente 2:

Qefz = Pz . Fp + Az . Fa
Qefz = 10 x 3,1 + 50 x 0,4 = 51 L/s
Qsz = Qefz ÷ Ez
Qsz = 51 / 1,0 = 51 L/s
Qsz / Qiz = 51 / 570 = 0,09 (maior valor)

Considerando o maior valor de Qsz / Qiz = 0,09, na tabela pág. 13, Ev = 1,0.

A vazão total de ar exterior a ser suprida pelo sistema será de:

Qe = [ D . Σ (Pz . Fp) + Σ (Az . Fa) ] / Ev


Qe = [ 0,9 x (5 x 3,1 + 10 x 3,1) + (50 x 0,4 + 50 x 0,4) ] / 1,0
Qe = 81,85 L/s = 294,7 m3/h

Percentual de Ar Exterior

É usual a referência à quantidade de ar exterior, como um percentual do ar insuflado. Em prédios


comerciais e de escritório, esta percentagem costuma estar entre 10 e 40%.

100% de ar externo significa não haver recirculação do ar de retorno, o qual é descarregado


diretamente para o exterior. Neste caso, todo o ar insuflado é ar exterior, tratado.

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Infiltração

A infiltração de ar em um ambiente pode ser avaliada de forma experimental em função da


vedação do ambiente em relação ao exterior, da velocidade do vento incidente sobre as fachadas
e da diferença entre as temperaturas externa e interna, conforme indicado a seguir:

ACH = a + b V + c (te – ti) sendo:


ACH = número de renovações por hora em termos de infiltração, adimensional
a, b e c = constantes experimentais conforme tabela abaixo, adimensionais
V = velocidade do vento, m/s (usual 3,3 m/s = 12 km/h no verão)
(te – ti) = diferença entre a temperatura externa e a interna, oC

Vedação a b c
Boa 0,15 0,010 0,007
Média 0,20 0,015 0,014
Má 0,25 0,020 0,022

Exemplo: estimar a infiltração de ar, em termos de ACH, em ambiente com vedação média, no
verão (3,3 m/s), sendo a diferença entre as temperaturas externa e interna de 15 oC.

ACH = 0,20 + 0,015 x 3,3 + 0,014 x 15 = 0,46

No caso de cargas de resfriamento, considerando-se os ambientes climatizados ligeiramente


pressurizados, as taxas de infiltração são efetivamente reduzidas. A antiga NBR 6401
recomendava um valor mínimo de 1,5 renovações por hora, como suficiente para evitar
infiltração. Para grandes volumes de ar, com pequena infiltração (ambientes quase estanques),
este valor poderia ser reduzido para 1,0 ren/h.

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QUALIDADE DO AR INTERIOR

Os prédios dotados de sistemas centrais de condicionamento de ar, quando mantidos e operados


inadequadamente, podem causar problemas de saúde para seus ocupantes. Estes problemas,
denominados Síndrome do Edifício Doente (SED), podem ser identificados pela ocorrência em
pelo menos 20% de seus ocupantes, de um ou mais dos seguintes sintomas:

Irritação nos olhos


Garganta sêca
Dor de cabeça
Fadiga
Congestão nasal e sinusite
Falta de ar

A SED é gerada por fatores externos e internos aos ambientes condicionados, tais como:

Renovação inadequada
Contaminação do ar interior
Contaminação do ar exterior
Arquitetura do ambiente
Projeto inadequado
Manutenção insuficiente

Os contaminantes internos são classificados como:

Aerodispersóides ou particulados (pó)


Microbiológicos (bactérias e fungos)
Químicos (CO2, formaldeído e outros)

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Em 28/08/98, o Ministério da Saúde publicou a Portaria 3.523, visando a melhoria da Qualidade


do Ar Interior (QAI) em construções dotadas de condicionamento de ar de uso coletivo,
existentes ou a serem executadas. Esta Portaria basicamente determinou:

Art 1o. – Medidas referentes à limpeza e manutenção dos sistemas de climatização

Art 2o. – Identificação dos poluentes, assim como os níveis de tolerância e métodos de
controle, os quais seriam objeto de regulamento técnico futuro

Art 5o. – Determinou ainda:


e) captação de ar exterior com filtro classe G1
f) renovação mínima de 27 m3/h por pessoa

Art 6o. – Manter PMOC e técnico habilitado para garantir a aplicação da Portaria em
instalações acima de 5 TR (15.000 kcal/h ou 60.000 Btu/h).

Em 24/10/00, a ANVISA publica a Resolução 176, atualizada em 16/01/03, com a referência


Resolução 9 – Padrões Referenciais de Qualidade do Ar Interior. Esta resolução define os
seguintes padrões referenciais:

Contaminação por aerodispersóides – menor que 80 µg/m3.

Contaminação microbiológica – menor que 750 ufc/m3 (unidades formadoras de


colônias) para I ÷ E < 1,5 (sendo I e E indicadores das ufc’s interna e externa).

Contaminação química – menor que 1.000 ppm (partes por milhão) de CO2 como
indicador de renovação de ar externo.

Condições físicas: temperatura (23 a 26º C)


umidade relativa (40 a 65%)
velocidade do ar no ambiente – 0,25 m/s a 1,5 m do piso
renovação – 27 m3/h.pess ou 17 m3/h.pess (alta rotatividade)

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temp oC UR %
Aplicação
min max min max
Conforto em geral 23 26 40 65
Obras de arte 21 23 40 55
Acesso −− 28 −− 70

Determina filtragem mínima G1 para tomadas de ar exterior e G3 para condicionadores.

Estabelece as Normas Técnicas (NT) 001 a 004 especificando equipamentos e processos para
avaliação dos parâmetros de QAI:

NT 001 – concentração de ufc’s


NT 002 – concentração de CO2
NT 003 – temperatura, umidade relativa, velocidade e renovação de ar
NT 004 – concentração de aerodispersóides

A Resolução 9 determina ainda:

− Número de pontos de medição, em função da área construida

− Amostragens, medições e análises devem ser executadas com profissionais habilitados


nas áreas química e de biologia

− Análises laboratoriais e sua responsabilidade técnica desvinculadas da área de limpeza,


manutenção e comercialização de produtos destinados aos sistemas de climatização

A NBR 15848:2010 – Sistemas de ar condicionado e ventilação – Procedimentos e requisitos


relativos às atividades de construção, reformas, operação e manutenção das instalações que
afetam a qualidade do ar interior (QAI) estabelece em seu Anexo A os parâmetros que indicam
a necessidade de limpeza dos dutos em função de ensaios atestados por entidade especializada.

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Em 01/10/03, o Governo do Estado Estado do Rio de Janeiro sancionou a Lei no 4.192, visando
a melhoria da Qualidade do Ar Interior em prédio públicos e comerciais dotados de sistemas
centrais de condicionamento de ar. Esta Lei basicamente determinou:

Art 1o. – Limpeza anual dos sistemas

Art 2o. – Fiscalização pela Secretaria de Saúde (ANVISA)

Art 5o. – Manter e aplicar PMOC em sistemas acima de 5 TR

Em setembro de 2008 a ABNT emitiu a NBR 16401:2008 – Instalações de ar-condicionado –


sistemas centrais e unitários, revisão da antiga NBR 6401:1980, composta das seguintes partes:

parte 1 –Projeto das Instalações

parte 2 – Parâmetros de Conforto Térmico

parte 3 – Qualidade do Ar Interior

Esta norma não é aplicável a pequenos sistemas unitários isolados, para conforto, em que a soma
das capacidades nominais das unidades que compõem o sistema é inferior a 10,0 kW (<3,0 TR).

Quanto à parte 2, cabe destacar a definição das condições ambientais internas em termos de
temperatura operativa, e não mais em termos de temperatura de bulbo seco interno,
considerando-se que a temperatura causada pela radiação, caso seja superior ou inferior à
temperatura de bulbo seco, pode alterar a sensação de conforto.

A temperatura operativa é definida como sendo a temperatura uniforme de um ambiente com


comportamento de corpo negro imaginário, no qual o ocupante poderia trocar a mesma
quantidade de calor por radiação e convecção que no ambiente real não uniforme.

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A temperatura operativa pode ser estimada por:

to = C ta + (1 − C) trm
C = coeficiente adimensional, função da velocidade do ar no ambiente
to = temperatura operativa, oC
ta = temperatura de bulbo seco do ambiente, oC
trm = temperatura radiante média, oC

Para velocidades do ar no ambiente menores que 0,2 m/s, ou ainda se trm – ta < 4,0o C, o valor
de C pode ser considerado como C = 0,5 e portanto:

to = (ta + trm) / 2

A temperatura radiante média é definida como a temperatura uniforme de um ambiente


imaginário no qual a troca de calor do corpo humano por radiação é igual à troca de calor por
radiação no ambiente real não uniforme.

Esta temperatura pode ser estimada por meio de cálculos complexos, ou ainda a partir de
cálculos baseados na temperatura de globo (tg) medida no ambiente condicionado. Esta consiste
na medição da temperatura no interior de um globo metálico com parede fina, pintado de preto
(emissividade = 0,95) e diâmetro de 150 mm.

A sensação de conforto térmico varia ainda em função da velocidade média do ar na zona


ocupada, assim como a atividade física avaliada em met (1 met = 58,2W/m2), e o tipo de
vestimenta dos ocupantes, em clo (1 clo = 0,155m2.oC/W).

Para verão, considerando-se os ocupantes com roupa típica para esta estação de 0,5 clo, e
atividade física entre 1,0 e 1,2 met, as condições de conforto devem estar dentro da zona
delimitada por:

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- 22,5º C a 25,5º C e umidade relativa de 65%


- 23,0º C a 26,0º C e umidade relativa de 35%

Estas condições podem ser alteradas em função de outros tipos de vestimenta (clo), assim como
maior nível de atividade física (> 1,2 met).

A parte 3 da NBR16401 define basicamente as taxas de ar exterior para renovação, com base no
tipo de atividade e na área a ser condicionada, conforme visto anteriormente, assim como novas
classes de filtragem para as instalações, classificadas com base na norma européia EN779.

A filtragem mínima do ar exterior passa a ser classe G4.

Para os condicionadores de ar, a filtragem é definida pelo tipo de aplicação, sendo a mais usual
para ambientes de conforto, a classe fina F5.

Aplicação Filtragem
Escritórios alta densidade F5
Teatro, cinema, auditório, culto, sala de aula F5
Residências G3
Lanchonete, cafeteria G4

Considerando-se a aplicação destas novas classes de filtragem, atenção especial deve ser dada à
seleção dos condicionadores, tendo em vista que as pressões necessárias para movimentação dos
fluxos de ar são mais elevadas, podendo resultar em motores mais potentes para acionamento dos
ventiladores, assim como a possível troca do tipo de ventilador (rotor).

A norma permite, em casos de projetos que adotem condicionadores de pequeno porte tais como,
sistemas de água gelada com fancoletes (hidrônicos) ou sistemas de VRF (fluxo de refrigerante
variável), a utilização de filtros classe G3 nos condicionadores, desde que o fluxo de ar exterior
seja tratado com filtragem de classe idêntica à indicada na norma, para o tipo de aplicação
previsto para os ambientes.

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TRANSFERÊNCIA DE CALOR EM CONSTRUÇÕES

Transferência de calor é a energia em trânsito devido a uma diferença de temperatura, e ocorre,


por meio naturais, sempre da região com temperatura mais elevada, para a de menor temperatura.

Existe em três formas: Condução, Convecção e Radiação.

Condução – ocorre devido à diferença de temperatura em distintas regiões um meio estacionário.

Quanto maior a temperatura de uma região, maior a movimentação de suas moléculas. Esta
movimentação provoca uma reação em cadeia nas moléculas das regiões vizinhas, ocasionando a
transmissão de calor por condução.

Convecção – ocorre quando um fluido escoa sobre uma superfície sólida com temperatura
diferente, ocasionando um movimento relativo entre o fluido e a superfície.

Caso a movimentação do fluido seja causada por mecanismos mecânicos tais como ventiladores
e bombas, este processo é denominado convecção forçada. Caso contrário, sendo a
movimentação causada por diferença da massa específica das partículas do fluido, denomina-se
convecção natural.

Radiação – trata-se da energia emitida por qualquer matéria com temperatura não nula. Esta
forma de transmissão se dá por meio de ondas eletromagnéticas, não havendo necessidade de um
meio (matéria) entre as superfícies radiante e receptora, para se propagar.

A energia irradiada por um elemento radiante é função básica de sua temperatura superficial.

Esta energia incide sobre a superfície de um corpo com temperatura mais baixa, sendo parte
absorvida, em função de suas propriedades específicas.

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Método das Resistências

Na avaliação dos ganhos de calor em construções, geralmente as três formas de transmissão de


calor, ou seja, condução, convecção e radiação, devem ser consideradas.

Os conceitos básicos que envolvem fluxos de calor, de fluidos, ou de eletricidade (elétrons), são
os mesmos, e portanto, é possível se estabelecer uma relação entre os fluxos de calor e os
circuitos elétricos:

Fluxo = Diferença de potencial ÷ Resistência ao fluxo

t1 t2

Por este conceito, fluxo de calor por condução, através de uma camada plana de um determinado
material, por unidade de área, pode ser expresso por:

q = (t1 – t2) ÷ R sendo:


q = fluxo de calor através da camada, W
t1,2 = temperaturas nas superfícies da camada, °C (t1 > t2)
R = resistência térmica por unidade de área, m2.°C/W

Em cálculos práticos é usual se determinar a resistência por unidade de área.

É possível se considerar com razoável precisão, que a temperatura decresce uniformemente na


direção do fluxo de calor.

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A
t1
t2
t2

t1

Camadas de Materiais Homogêneos

A resistência térmica de camadas planas constituídas de material homogêneo, tais como camadas
de concreto ou tijolo maciço, pode ser determinada por:

R=e÷k sendo:
e = espessura da camada, m
k = condutividade térmica do material, W/m.°C

Nas construções, usualmente as paredes, os pisos e os telhados são constituídos de diversas


camadas de materiais homogêneos, tais como, reboco, tijolo maciço e outras. Estas camadas
costumam ter comportamentos térmicos distintos, em função de suas espessuras, assim como de
suas condutividades térmicas, e, portanto, de suas resistências térmicas.

Em termos de avaliação do fluxo de calor, estas resistências estão termicamente em série.

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Desta forma, a seguinte relação pode ser estabelecida:

Rt = R1 + R2 + ... + Rn sendo:
Rt = resistência total das camadas em série, m2.°C/W
R1,2,...n = resistência de cada camada, m2.°C/W

e1 e2 e3

t1 t1 t2 t3 t4
t2

R1 R2 R3

t3
t4

O fluxo de calor por condução através de superfícies compostas de camadas planas homogêneas
pode ser expresso por:

q = (t1 – t4) ÷ Rt

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A NBR 15220 (partes 1 e 2) apresenta tabela com valores de condutividade térmica e outras
carcterísticas técnicas, para diversos materiais empregados em construções no Brasil, em parte
reproduzida a seguir:

Material (homogêneo) k (W/m.oC)


Argamassa 1,150
Cerâmica 1000~1300 kg/m3 0,700
Cerâmica 1800~2000 kg/m3 1,050
Placa de fibrocimento 1800~2200 kg/m3 0,950
Concreto normal 1,750
Concreto de vermiculite 0,310
Concreto celular autoclavado 0,170
Placa de gesso ou acartonado 0,350
Asfalto 1600 kg/m3 0,430
Asfalto 2300 kg/m3 1,150
Lã de vidro 0,045
Poliestireno expandido 0,035
Poliuretano extrudado 0,030
Madeira de alta densidade 0,290
Aglomerado de madeira denso 0,200
Compensado de madeira 0,150
Ferro 55,000
Alumínio 230,000
Cobre 380,000
Granito 3,000
Ardósia 2,200
Mármore 2,900
Borracha sintética 0,400
Acrílico e PVC 0,200
Vidro 1,100

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Camadas de materiais não homogêneos

O fluxo de calor através de camadas planas não homogêneas, tais como tijolos de cerâmica ou de
concreto vazados, pode ser indicado pela resistência total da camada, para uma espessura
definida. Neste caso, o fluxo de calor pode ser determinado por:

q = (t1 – t2) ÷ Ro sendo:


Ro = resistência térmica de camada por unidade de área, m2.°C/W, para determinada
composição e espessura definidas

A tabela a seguir apresenta valores de condutividade térmica para tijolos de concreto e


cerâmicos:

Material Ro m2.oC/W
Bloco de concreto 2400 kg/m3 de 39 x 19 x 9
cm (L x H x P) com duas câmaras de ar 0,1312
verticais de 16,5 x 5 cm
Tijolo cerâmico 1600 kg/m3 de 32 x 16 x 10 cm
(L x P x H) com 6 câmaras de ar horizontais de 0,2321
4 x 3 cm

A NBR 15220 (partes 1 e 2) apresenta método para cálculo de resistências térmicas de camadas
planas não homogêneas para diversos tipos de tijolos de concreto e cerâmicos empregados no
Brasil, subdividindo a camada heterogênea em diversas outras homogêneas e heterogêneas.

homogênea fluxo de calor


heterogênea

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Câmaras de ar

A resistência térmica de câmaras de ar tais como entre vidros duplos, áticos, etc..., pode ser
obtida por meio da tabela apresentada a seguir, para câmaras delimitadas por superfícies de alta
emissividade, tais como concreto, reboco, etc.. e de baixa emissividade, tais como chapa de
alumínio e similares. Define-se emissividade como sendo o quociente da taxa de radiação
emitida por uma superfície, pela taxa emitida por um corpo negro à mesma temperatura.

Resistência térmica da Câmara de Ar – Rca (m2.oC/W)


Espessura Direção do Fluxo
Natureza da Superfície Externa
(cm) Horiz. Ascend. Descend.
Superfície de alta emissividade 1,0 <= e =< 2,0 0,14 0,13 0,15
Superfície de alta emissividade 2,0 < e =< 5,0 0,16 0,13 0,18
Superfície de alta emissividade e > 5,0 0,17 0,14 0,21
Superfície de baixa emissividade 1,0 <= e =< 2,0 0,29 0,23 0,29
Superfície de baixa emissividade 2,0 < e =< 5,0 0,37 0,25 0,43
Superfície de baixa emissividade e > 5,0 0,34 0,27 0,61

Convecção

A convecção ocorre quando uma superfície sólida e um fluido com temperaturas diferentes estão
em contato. Parte do fluido em contato com a superfície tem sua massa específica alterada
devido à diferença de temperatura, provocando movimentação e substituição da camada em
contato. Este processo contínuo é denominado Convecção Natural, e o fluxo de calor por
convecção pode ser expresso por unidade de área como:

q = h (t1 – t2) sendo


h = coeficiente de transmissão de calor convectivo ou coeficiente de filme, W/m2.oC

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O conceito de resistência térmica é igualmente aplicável à convecção:

Rar = 1 ÷ h e portanto,

q = (t1 – t2) ÷ Rar

Valores de resistência térmica devido ao coeficiente de filme do ar em contato com superfícies


internas e externas de construções estão apresentados na tabela a seguir:

Superfície / Direção do Fluxo de Calor Rar (m2.oC/W)


Interna / Fluxo Horizontal (Paredes) 0,13
Interna / Fluxo Descendente (Teto) 0,17
Interna / Fluxo Ascendente (Piso) 0,10
Externa / Qualquer direção 0,04

O valor de Rar depende da movimentação do ar em contato com a superfície. Para o ambiente


intermo, o ar é considerado com movimento suave (0,25 m/s), e para o externo, ventos de 7,5
mph (milhas por hora) ou aproximadamente 12 km/h.

Condução e Convecção Combinadas

Na análise dos fluxos de calor através das construções, as parcelas devidas à condução e à
convecção estão usualmente associadas, conforme representado a seguir:

te

t1 t2

t3 t4

ta

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Desta forma, as resistências de cada camada podem ser consideradas termicamente em série, e o
fluxo de calor por unidade de área, através da superfície pode ser considerado como sendo:

q = (te – ta) ÷ Rt sendo:


Rt = resistência térmica total ao fluxo de calor por condução e convecção, por unidade de
área, m2.°C/W

No cálculo de Rt, deve-se considerar todas as resistências térmicas em série:

Resistência por convecção do ar no ambiente externo


Resistência por condução de todas as camadas homogêneas
Resistência por condução de todas as camadas nâo homogêneas
Resistência por condução de todas das câmaras de ar
Resistência por convecção do ar no ambiente interno

Coeficiente total de transmissão de calor

Na prática, estando a condução e a convecção envolvidas na transmissão de calor, torna-se mais


conveniente a utilização do conceito de coeficiente total de transmissão de calor. Desta forma, o
fluxo de calor através de uma superfície plana, com uma área transversal em relação ao fluxo de
calor de A m2, pode ser avaliado como:

q = U A (te – ta) e
U = 1 ÷ Rt sendo:
U = coeficiente total de transmissão de calor ou transmitância térmica, W/m2.oC
Rt = resistência térmica total ao fluxo de calor por condução e convecção, por unidade de
área, m2.°C/W

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Exemplo: calcular o coeficiente U do centro de uma janela de vidro comum (ordinário), com
espessura de 3,2 mm, instalada em fachada externa.

Rt = Rar externo + Rv + Rar ambiente

Da tabela da pág. 28 são obtidos os valores de Rar externo e Rar ambiente interno:

Rar externo = 0,04 m2.oC/W (superfície externa – qualquer direção)


Rar ambiente = 0,13 m2.oC/W (superfície interna – fluxo horizontal)

Sendo o vidro ordinário uma camada homogênea, a condutividade térmica é obtida da tabela
pág. 25 (k = 1,1 W/m.oC), e a resistência térmica da camada de vidro pode ser calculada:

Rv = e ÷ k = 0,0032 m ÷ 1,1 W/m.oC = 0,003 m2.oC/W

Resistência térmica total = Rt = Rar ext + Rv + Rar amb


= 0,04 + 0,003 + 0,13 = 0,173 m2.oC/W

Coeficiente global de transmissão de calor (transmitância térmica):

U = 1 ÷ Rt = 1 ÷ 0,173 m2.oC/W = 5,78 W/m2.oC

Entretanto, nos estudos sobre ganhos de calor em aberturas translúcidas, é considerada a


influência das esquadrias de fixação destas superfícies nas aberturas da construção.

abertura centro esquadria


do vidro

borda

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Para efeitos de avaliação dos ganhos de calor, é considerado o conjunto da superfície translúcida
e do material da esquadria, assim como a influência deste material sobre a camada adjacente
(borda) da superfície translúcida.
De acordo com o material que constitui a esquadria e o isolamento térmico entre ambos
(esquadria-superfície translúcida), os valores da transmitâcia térmica do conjunto podem variar
consideravelmente:

material (a) (b) (c) (d)


vidro ordinário 3,2mm 5,91 6,42 6,07 5,55
policarbonato/acrílico 3,2mm 5,45 6,01 5,66 5,15
policarbonato/acrílico 6,4mm 5,00 5,60 5,25 4,75
(a)- centro do vidro
(b)- esquadria de alumínio sem isolamento
(c)- esquadria de alumínio com isolamento
(d)- esquadria de madeira

Conceitos Gerais

O fluxo de calor radiante emitido pelo Sol, na forma de ondas eletromagnéticas, incide sobre as
superfícies de uma construção, sendo em parte refletido e em parte absorvido. Em superfícies
translúcidas, parte da radiação é ainda transmitida para o interior do ambiente.

Define-se absortância como sendo o quociente da radiação solar absorvida por uma superfície,
pela radiação solar incidente nesta mesma superfície. O calor absorvido aquece a superfície, e é
transferido ao ambiente interno, por meio da condução e da convecção combinadas.

Refletância é o quociente da radiação solar refletida pela radiação incidente na superfície.

Para as superfícies translúcidas, a transmitância consiste no quociente da radiação solar que


atravessa a superfície pela radiação incidente na superfície.

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Define-se como capacidade térmica de uma superfície, a quantidade de calor necessária para
variar em uma unidade a temperatura da mesma, por unidade de área. Nos sistemas SI e métrico
prático, é a quantidade de calor necessária para aumentar em 1 oC, um metro quadrado da
superfície.

Pode ser calculada por:

Ct = Σ ei ci ρi variando de i=1 a i=n camadas, sendo,


Ct = capacidade térmica da camada, kJ/m2.oC
ei = espessura da camada, m
ci = calor específico da camada, kJ/kg.oC
ρi = massa específica da camada, kg/m3

Atraso térmico é o tempo que transcorre entre uma variação térmica em um ambiente e sua
manisfestação na superfície oposta de um componente construtivo, submetido a um regime
periódico de transmissão de calor. Depende da capacidade térmica e da ordem das camadas do
componente construtivo. O método de cálculo é apresentado na NBR 15220.

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ESTIMATIVA DE CARGA DE RESFRIAMENTO

O projeto de um sistema de condicionamento de ar inicia-se com a determinação da sua


capacidade ou potência . Trata-se da estimativa de todas as cargas de resfriamento, resultantes
dos fluxos de calor incidentes nos ambientes a condicionar, ou gerados em seus interiores, assim
como outras cargas externas aos ambientes e que incidam sobre o condicionador de ar. Ao
somatório destas cargas de resfriamento, denomina-se carga térmica ou carga de resfriamento
(no caso de cargas de verão).

De acordo com o Sistema de Unidades adotado no cálculo, a carga de resfriamento pode ser
expressa em W (Sistema Internacional), kcal/h (Métrico Prático) ou Btu/h (Sistema Inglês).
Como em sistemas centrais de ar condicionado, os números resultantes destes cálculos costumam
ser elevados, é usual se definir a capacidade em termos de Toneladas de Refrigeração (TR),
sendo:

1 TR = 12.000 Btu/h = 3.024 kcal/h = 3.517 W

A capacidade ou potência de um condicionador, consiste na quantidade máxima de calor a ser


removida do(s) ambiente(s) condicionado(s), mais as cargas adicionais à serpentina do
condicionador. Esta capacidade refere-se sempre ao evaporador do ciclo de refrigeração contido
no condicionador, no caso de sistemas de expansão direta (self-contained ou split), ou a
capacidade da serpentina de água gelada, no caso de sistemas de expansão indireta.

As variáveis envolvidas no cálculo são numerosas e difíceis de serem definidas precisamente,


assim como são interrelacionadas. Diversos componentes variam em grande magnitude ao longo
de um período de 24 horas, assim como ao longo dos meses do ano. Mesmo que as variações
diárias sejam cíclicas, estas estão defasadas umas das outras. Portanto, o cálculo preciso é
impossível. e a adequada avaliação destas variáveis não passa de uma boa estimativa da carga
real.

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Métodos de Cálculo e Aplicação

Existem diversos métodos para cálculo da carga de resfriamento, de acordo com a bibliografia ou
a norma adotada. Entretanto, quanto maior a capacidade do sistema, mais apurado deve ser o
método de cálculo, considerando-se que erros, podem resultar em custos de instalação
excessivos.

Sistemas de pequeno porte destinados ao conforto humano, não necessitam cálculos muito
apurados, já que os condicionadores utilizados dentre os disponibilizados no mercado, são
padronizados pelos diversos fabricantes.

Carga de resfriamento residencial (simplificada) – a ASHRAE apresenta método de cálculo de


carga de resfriamento a sistemas de pequeno porte (até 5 TR), destinados ao conforto humano,
para ambientes beneficiados por apenas um condicionador de ar, com controle simples de
temperatura, tipo termostato liga-desliga. A NBR 5858 apresenta planilha de carga térmica
simplificada para ambientes a serem dotados de aparelhos de janela, até 3 TR (36.000 Btu/h),
sem renovação de ar.

Carga de resfriamento não residencial – para sistemas de maior porte, destinados tanto para
conforto humano, como para instalações industriais, os cálculos podem ser:

cálculo para a hora de pico (CLTD/CLF) – o cálculo é realizado manualmente ou por meios
computacionais, para apenas uma hora do dia de um mês de verão (hora de pico ou hora
máxima), e destina-se a estimativas de carga para um único ambiente, ou um número não muito
elevado de ambientes, preferencialmente pertencentes a uma mesma zona térmica, beneficiados
por um ou mais condicionadores. É utilizado na determinação da capacidade de sistemas de
expansão direta, já que os condicionadores e o sistema devem ser dimensionados para a carga de
pico, ou ainda pequenos sistemas de expansão indireta (água gelada), nos quais a a carga máxima
de quase todos ambientes ocorre aproximadamente na mesma hora de cálculo.

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cálculo hora a hora (TETD/TA, TFM, HB ou RTS) – para sistemas de grande porte, do tipo
expansão indireta (água gelada), as cargas máximas dos ambientes ocorrem em horários e meses
diversos, devido à incidência solar diferenciada, à não simultaneidade dos fluxos de calor
incidentes, ou ao denominado schedule de operação dos ambientes. Nestes casos, as cargas dos
diversos ambientes são calculadas hora a hora, sendo utilizados programas computacionais de
forma a facilitar as totalizações e a estimativa da carga máxima simultânea do sistema ou carga
de bloco, necessária ao dimensionamento da central de água gelada. O cálculo manual é
complexo, e em alguns casos praticamente impossível.

TR
3h
carga máxima simultânea

1 5 10 15 20 24 hora

Este tipo de cálculo é necessário em projetos de grandes prédios que possuem contratos de
fornecimento de energia elétrica com tarifação diferenciada de consumo e demanda, e com
custos elevados durante o horário de ponta, geralmente entre as 17:30 e as 20:30. Com a
finalidade de se reduzir custos de operação, pode ser adotada a termoacumulação, na qual o
sistema de condicionamento de ar produz e acumula gelo ou água gelada nos horários ociosos
para serem utilizados como meio de refrigeração, em substituição aos compressores, de forma a
reduzir o consumo e a demanda contratada no horário de ponta, ou em períodos pré-
determinados. Alguns programas computacionais permitem a análise energética do
empreendimento, considerando-se diversas opções de sistemas de condicionamento de ar.

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TR
3h

termoacumulação

1 5 10 15 20 24 hora

Princípios Básicos

Zona térmica – denomina-se um ambiente ou um conjunto de ambientes que possuem as


mesmas características térmicas, em termos de ganhos de calor, schedules de operação, e cargas
de resfriamento, assim como aproximadamente a mesma hora de carga de pico, podendo ser
mantidos por um único sistema de controle.

Sistema – a definição de sistema depende do tipo de análise efetuada na instalação. Desta forma,
em termos de carga de resfriamento, considera-se sistema como sendo composto uma ou mais
zonas térmicas atendidas por um condicionador ou mais de um em paralelo. Em termos de
distribuição de ar, pode ser definido pela abrangência dos ambientes condicionados por uma
mesma rede de dutos.

Tipos de fluxo de calor – um sistema apresenta quatro fluxos de calor, que variam ao longo do
tempo: 1) ganho de calor do ambiente; 2) carga térmica (de verão) ou carga de resfriamento do
ambiente; 3) quantidade de calor extraída do ambiente; 4) carga de resfriamento da serpentina.

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Ganho de calor do ambiente – é o somatório de todos os ganhos de calor absorvidos pelo


ambiente, em um determinado instante, que são classificados pelo modo como entram ou são
gerados no ambiente: 1) radiação solar através de superfícies externas translúcidas; 2)
condução/convecção através de vidros, telhados e paredes externas; 3) condução/convecção
através de superfícies internas; 4) calor interno gerado por ocupantes, iluminação e motores e/ou
outros tipos de aparelhos; 5) renovação e infiltração de ar externo; 6) diversos.

Qe
(5)

Qi (1)
Qr

(5)
(2)
FONTES
INTERNAS (4)

sistema sem renovação forçada (3)

É importante ainda classificar estes ganhos como sensíveis ou latentes. Calor sensível é
absorvido pelo ambiente por condução, convecção e/ou radiação. Calor latente é inserido no
ambiente através de vapor d’água emitido por ocupantes, infiltração ou equipamentos. Para
manter a temperatura e a razão umidade ou umidade relativa constantes no ambiente, o
condicionador deve remover estes ganhos na mesma taxa em que são absorvidos pelo ambiente.
Na seleção do condicionador, é importante distinguir as cargas sensíveis e latentes, pois cada
equipamento possui uma capacidade máxima de remoção destas cargas, para uma determinada
condição de operação.

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Carga térmica ou carga de resfriamento do ambiente – a soma dos ganhos de calor


instantâneos, em um determinado tempo, não é necessariamente e frequentemente, igual à carga
de resfriamento neste mesmo tempo, devido ao efeito de armazenamento térmico dos ganhos de
calor sensível, na estrutura do ambiente.

Todos os ganhos de calor sensível são constituidos de duas parcelas distintas: ganhos por
condução/convecção e por radiação.

Os ganhos por condução/convecção são imediatamente convertidos em carga de resfriamento,


enquanto os ganhos por radiação, não são imediatamente convertidos. Primeiramente estes
ganhos devem ser absorvidos pelas superfícies existentes (paredes, piso, etc..) e objetos
(mobiliário, etc..). Posteriormente, com o aquecimento destas superfícies, o calor passa para o
ambiente, por convecção, havendo, portanto, um atraso térmico entre o ganho de calor e a carga
térmica, em função do tipo e da massividade da construção.

Este efeito, denominado armazenamento térmico, é importante para diferenciar os ganhos de


calor instantâneos do ambiente, e a carga de resfriamento naquele momento.

carga real

calor armazenado

ganho

calor armazenado

início fim

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Quantidade de calor extraida do ambiente – caso a quantidade de calor extraida pelo


condicionador seja exatamente igual à carga de resfriamento, a temperatura e a umidade do
ambiente serão mantidas constantes ao longo do tempo. Como normalmente a quantidade de
calor extraida não é exatamente igual à carga de resfriamento do ambiente, o sistema de controle
de capacidade do condicionador atua de forma a permitir uma flutuação cíclica da temperatura
interna (faixa ou range do termostato). Os cálculos de carga de resfriamento hora a hora
consideram uma variação dos fluxos de calor devido a esta flutuação.

Carga de resfriamento da serpentina – a quantidade de calor removida pela serpentina de


expansão direta (evaporador de self-contained ou split) ou pela serpentina de água gelada (fan-
coil), é igual à soma das cargas sensíveis e latentes do(s) ambiente(s), mais as cargas sensíveis e
latentes de ar exterior de renovação e/ou infiltração, assim como outras cargas externas ao
ambiente, que adicionam calor ao ciclo do ar, tais como tetos rebaixados utilizados para retorno
de ar, reatores de luminárias instalados nos forros e ganhos em dutos de ar. Em sistemas de
expansão indireta, podem ainda ser considerados os ganhos de calor no sistema de distribuição
de ar (ventiladores). Estas cargas devem ser incorporadas ao cálculo da carga de resfriamento.

O balanço das cargas de resfriamento de uma serpentina pode ser expresso por:

qss = qsa + qse


qls = qla + qle
qts = qss + qls sendo:
qss = carga de resfriamento sensível da serpentina
qls = carga de resfriamento latente da serpentina
qts = carga de resfriamento total da serpentina
qsa = carga de resfriamento sensível do ambiente
qla = carga de resfriamento latente do ambiente
qse = carga de resfriamento sensível do ar exterior e outros ganhos externos ao ambiente
qle = carga de resfriamento latente do ar exterior e outros ganhos externos ao ambiente

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Considerações Iniciais de Projeto

A partir dos projetos de arquitetura, estrutura e instalações prediais, e/ou de dados obtidos no
local da construção, deve-se efetuar um detalhado levantamento dos dados necessários à
estimativa da carga de resfriamento, tais como:

Características dos ambientes e da construção:

localização, altitude (elevação), latitude e longitude da construção;


dimensões de todas as superfícies que limitam os ambientes condicionados;
materiais de construção, massa específica e coloração das superfícies externas;
sombreamentos externos sobre as superfícies da construção;
tipos de proteção interna para as superfícies translúcidas.

Condições climáticas (externas):

temperaturas de bulbo seco (BS) e bulbo úmido (BU) às 15:00 hs


variação diária da temperatura de bulbo seco (DR – daily range)

Na falta de maiores dados, as temperaturas de bulbo seco e úmido podem ser obtidas de dados
disponíveis na NBR 16401:2008. Esta Norma relaciona temperaturas máximas de bulbo seco às
15:00 hs, que só são ultrapassadas em até 0,4%, 1% e 2% dos dias do ano, e as temperaturas
médias coincidentes de búlbo úmido, para o Rio de Janeiro.

A variação diária de temperatura (DR) para o Município do Rio de Janeiro, no período de verão,
usualmente se situa entre 6 a 10°C. Esta variável é importante para se determinar a temperatura
de bulbo seco externa (te), em horários distintos das 15:00 hs, necessária para o cálculo de carga
de resfriamento, pelos métodos de carga de pico ou hora a hora. Esta variação diária de
temperatura é igualmente denominada Amplitude Térmica diária ou Daily Range (DR).

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temperatura máxima às 15:00 hs

DR

temperatura mínima = BS – DR

As temperaturas externas de bulbo seco (te) nas diversas horas do dia, função da temperatura de
bulbo seco externa às 15:00 (BS), e da variação de diária de temperatura (DR) podem ser
determinadas por:

te = BS – Fr x DR sendo:
te = temperatura de bulbo seco, °C
BS = temperatura de bulbo seco às 15:00, °C (definida pela NBR 16401:2008)
Fr = fração do daily range ou variação diária de temperatura (ver TABELAS)
DR = daily range, °C

Condições internas:

Para a estimativa de carga de resfriamento, as condições internas devem ser definidas em função
da temperatura de bulbo seco interna e da umidade relativa. Podem ser consideradas evetuais
variações na temperatura interna durante o período de operação do sistema.

De uma forma geral, para sistemas de conforto, são aceitáveis temperaturas de bulbo seco entre
23 e 26°C, e umidades relativas (UR) entre 45 e 65%, sem controle.

Estas condições são válidas para velocidades do ar de 0,20 (difusão de ar por mistura) ou 0,25
m/s (fluxo de deslocamento), pessoas com metabolismo entre 1,0 e 1,2 met, e roupa típica da
estação (verão 0,5 clo).

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Em casos especiais, devem ser observadas as premissas definidas para o projeto.

A Resolução 9 da ANVISA igualmente define como condições internas para conforto em geral,
temperaturas de bulbo seco entre 23 e 26°C, e umidades relativas entre 40 e 65%.

A NBR 16401:2008 define as condições internas em termos de temperatura operativa e umidade


relativa, conforme indicado na página 21, assim como classes de filtragem recomendadas para
cada tipo de aplicação (atividade), de acordo com a Norma Européia EN779.

Estimando-se a temperatura radiante média do ambiente, a temperatura de bulbo seco a ser


adotada no cálculo da carga de resfriamento pode ser calculada conforme indicado na página 20.

A NBR 7256:2005 apresenta condições internas de temperatura, umidade, valores de taxas de ar


de recirculação e renovação, assim como classes de filtragem conforme EN-779, para
estabelecimentos assistenciais de saúde.

Fontes internas e horários de operação (schedules):

Na falta de dados mais precisos, deverão ser consideradas as indicações da NBR 16401:

ocupação
calor dissipado por pessoas
iluminação
outras cargas sensíveis e latentes para motores elétricos, equipamentos de escritórios,
comerciais, de laboratórios e médicos.

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Deverão ainda ser considerados os horários de operação (schedules) do sistema de


condicionamento de ar (usualmente 8, 10, 12, 14, 16 horas, ou initerrupto), assim como os
schedules de ocupação, de iluminação, e das demais cargas internas.

Outras considerações:

tipo de sistema
ganho de calor no ventilador
ganho de calor nos dutos de distribuição de ar
ganho de calor do fluxo de ar de retorno (dutado ou não)

O ganho de calor do fluxo de ar de retorno que passa pelo teto rebaixado de uma construção,
pode incluir parte da dissipação térmica das luminárias, da carga do telhado propriamente dita,
assim como parte dos ganhos de calor das paredes, divisórias, e, eventualmente, janelas
localizadas acima do forro.

Estes ganhos podem ser definidos em termos de percentuais do respectivo ganho de calor total, e
devem ser analisados e considerados no estudo do processo psicrométrico do ciclo do ar
condicionado.

Cálculo da Carga de Resfriamento

O método a seguir apresentado, denominado CLTD/CLF (Cooling Load Temperature


Differential/Cooling Load Factors) da ASHRAE, é do tipo one-step, ou seja, efetuado para uma
determinada hora do dia (hora de pico) de um determinado mês. Este método é aplicável para
cálculos manuais, já que os métodos hora a hora, por envolver inúmeros cálculos simultâneos e
de relativa complexidade, são computacionais.

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Data e hora de cálculo – Nem sempre é simples a determinação da hora de pico, considerando-
se que uma zona térmica pode possuir diversas superfícies externas, com orientações distintas. O
dia e o mês são usualmente definidos pelos picos de carga solar através das superfícies
translúcidas e telhados. O efeito da radiação solar sobre as aberturas translúcidas é o mais
pronunciado e imediato. Diversas horas e meses podem ser analisados para determinação da hora
de cálculo da carga térmica de pico.

Ambientes totalmente internos geralmente apresentam a carga de pico às 15:00 horas, por ser
esta hora considerada a de pico de temperatura externa à sombra. Devem ser analisadas ainda
bruscas variações dos schedules de operação das cargas internas.

Superfícies Translúcidas

O termo refere-se ao estudo de qualquer abertura no envelope de uma construção, constituida de


materiais não opacos, incluindo suas molduras, e diversos dispositivos de sombreamento internos
e externos.

O material mais usual da superfície translúcida, considerado como padrão para efeito de estudos
é o vidro comum, com espessura em torno de 3,2 mm (1/8”). Os diversos outros tipos de vidros,
acrílicos e policarbonatos são estudados em relação a este padrão.

Os valores dos coeficientes globais de transmissão de calor U, e dos ganhos de calor por radiação
solar e por condução, para vários tipos de superfícies translúcidas, são objeto de estudos à parte,
devido à alta complexidade das cargas de radiação (ASHRAE Fundamentals 1997 – Chap. 29 –
Fenestration).

O estudo da radiação solar parte do fluxo de calor incidente em uma superfície perpendicular aos
raios do Sol, considerado na distância média entre o Sol e a Terra, e aceito como 1.367 W/m2.
Como a órbita da Terra é ligeiramente elíptica, este valor varia em torno de 1.413 a 1.332 W/m2.

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A partir destes valores, e considerando-se a real posição da superfície a ser estudada, tanto em
termos de localização sobre o globo terreste (latitude e longitude), quanto à sua orientação em
relação ao Sol (orientação da superfície), e ainda a posição em relação ao piso (superfície
vertical, horizontal ou inclinada), determina-se o fluxo de radiação incidente sobre esta
superfície. Nestes cálculos, as latitudes do Hemisfério Sul são consideradas negativas.

Obviamente este valor está em constante mutação, sendo usual se tabelar sua variação hora a
hora em um determinado dia do mês, mês a mês ao longo do ano, e para determinadas latitudes.

A posição do Sol em uma determinada hora do dia, é definida pela altitude solar β, considerada a
partir do plano horizontal, e pelo azimute solar Φ, a partir da orientação Sul.

Outro ângulo importante é o azimute da fachada da construção, ψ, definido como sendo o


ângulo formado pela normal à fachada em relação ao Sul.

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Angulos Solares

O E

Φ Ψ
normal à fachada

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Sombreamento Externo

A forma mais eficiente de se reduzir a radiação solar, é interceptar a radiação direta, antes desta
alcançar a abertura translúcida. Uma abertura translúcida totalmente sombreada pode ter seu
ganho de calor reduzido em até 80%. Preferencialmente, nas estruturas de sombreamento
externo, o ar deve se mover livremente, para arrastar o calor absorvido pela estrutura, por meio
de convecção natural.

Projeções Horizontais e Verticais – o comprimento da sombra vertical Sh, devido à projeção


horizontal da marquise (overhang) Ph, assim como o comprimento da sombra horizontal Sw,
devido à projeção vertical do brise (fin) Pv, são calculados através dos ângulo de sombra
horizontal e/ou vertical (ver Figura na página seguinte).

A área em sombra deve ser debitada da área de vidro insolada.

Nos cálculos dos valores de Ph ou Pw, pode ser incluído o recuo da superfície translúcida em
relação à fachada da construção (reveal).

O sombreamento externo requer cálculo hora-a-hora. Um método usual consiste em se calcular


as cargas de refriamento hora a hora, sem sombreamento externo, e reduzir destes resultados os
valores devido às áreas sombreadas, considerando-se estas como orientadas para o Sul (sombra).
As cargas de resfriamento por condução/convecção (diferença entre temperaturas externa e
interna) são consideradas, independentes do sombreamento.

área de sombra variável


devido a marquise

reveal

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Figura 1:

Ph

Rh = altura da marquise à janela (overhang height)


Rh
Ph = extensão da marquise (overhang extension) Sh
Sh = extensão vertical da sombra

CORTE

Figura 2: Rw

Pv
Rw = distância do brise à janela (fin separation)
Pv = extensão do brise (fin extension)
Sw = extensão da sombra
Sw

PLANTA

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Sombreamento Interno

A maioria das aberturas envidraçadas possui algum tipo de sombreamento interno, seja com a
finalidade de reduzir a carga de radiação solar diretamente sobre os ocupantes, assim como por
simples estética.

Os tipos mais usuais são as cortinas e as venezianas internas.

A eficiência destes dispositivos depende de sua propriedade em refletir a radiação de volta para o
exterior, antes que seja convertida em calor no interior do espaço condicionado. Assim, as
características construtivas e a coloração são fatores preponderantes na definição de sua
eficiência.

Entretanto, devido à sua baixa massividade, todo o calor absorvido é convertido quase que
instantaneamente em carga de resfriamento, geralmente adiantando a hora da carga de pico.

Carga de Resfriamento devido a Superfícies Translúcidas

Uma superfície translúcida posicionada na fachada externa de uma construção absorve dois
ganhos de calor distintos: 1) ganho de calor devido às radiações direta e indireta ou difusa (direta
refletida a partir de outras superfícies externas); 2) ganho de calor por condução/convecção
devido à diferença entre as temperaturas externa e interna.

Estes ganhos de calor sensível são instantâneos, e não são imediatamente convertidos em carga
de resfriamento, devido ao efeito de armazenamento térmico da construção. Assim, para fins de
cálculo da carga de resfriamento, outras considerações devem ser levadas em conta. Entretanto,
para entendimento do comportamento térmico das superfícies translúcidas, estes ganhos
instantâneos devem ser estudados.

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A equação básica do ganho total de calor instantâneo através de uma abertura translúcida pode
ser expressa por:

ganho instantâneo = U A (te – ta) + A SC SHGF sendo:


U = coeficiente total de transmissão de calor, W/m2.°C
A = área da superfície translúcida, m2
te = temperatura externa na hora considerada, °C
ta = temperatura interna do ambiente a condicionar, °C
SC = coeficiente de sombra, adimensional
SHGF = fator de ganho de calor solar do vidro padrão, W/m2

A primeira parcela da equação refere-se ao ganho por condução/convecção devido à diferença


entre as temperaturas externa e interna, e a segunda, à radiação solar direta, incluida a
componente da radiação difusa.

Geralmente, devido às reduzidas espessuras das superfícies translúcidas, o fator U depende


principalmente dos coeficientes de filme externo e interno, e do tipo de esquadria de fixação.

Nem toda a radiação incidente sobre uma superfície translúcida é transmitida para o interior da
construção. Parte desta radiação é refletida de volta para o ambiente externo, e parte é absorvida
pela superfície translúcida, sendo transmitida por convecção e condução para os ambientes
externo e interno. Os percentuais transmitidos, refletidos e absorvidos pela superfície translúcida,
são função do ângulo de incidência, e das características construtivas da superfície (material,
espessura, cor), sendo determinantes para avaliação de sua eficiência térmica, em termos de
redução da carga de resfriamento.

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Fluxos de calor através de superfícies translúcidas.

fluxo de calor por


condução e convecção

radiação transmitida
te ta

RI RA
RI = RT + RR + RA
RI = radiação incidente sobre a superfície
RT = radiação transmitida para o ambiente
RR = radiação refletida para o exterior
RA = radiação absorvida pela superfície
RT
RR

Em termos percentuais, %RT + %RR + %RA = 1

Ganho de calor para o ambiente = RT + RA (parte)

Define-se Coeficiente de Ganho de Calor Solar – SHGC, como sendo a razão entre o ganho de
calor total devido à radiação admitido por uma superfície translúcida para um ambiente, e o
fluxo de calor por radiação incidente nesta superfície. Trata-se de um coeficiente adimensional,
que representa a soma da radiação transmitida para o ambiente, mais a parte da radiação
absorvida pela superfície translúcida e que passa para o ambiente por condução/convecção,
dividida pela radiação total incidente.

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Assim, o ganho de calor por radiação que passa instantaneamente para o ambiente, através de
uma superfície translúcida, por unidade de área, pode ser expressa por:

ganho de calor instantâneo por radiação = GC = RI SHGC

Para o vidro padrão, o valor do SHGC é 0,87.

Já o Coeficiente de Sombra – SC, é definido como sendo a razão entre o valor do SHGC da
superfície translúcida em avaliação, e o SHGC do vidro padrão (0,87). Portanto, para o vidro
padrão, o SC é 1,00. Na avaliação do SC, deve estar incluido o dispositivo de sombreamento
interno.

Define-se Fator de Ganho de Calor Solar – SHGF, como sendo o ganho de calor por radiação
do vidro padrão, para determinada latitude, mês, e orientação da superfície, ou seja, trata-se da
radiação incidente (RI) para uma condição específica.

Difere do SHGC por ser um valor de fluxo de calor por unidade de área (W/m2, kcal/h.m2 ou
Btu/h.ft2) específico para o vidro padrão.

Para cargas de resfriamento de construções que possuam superfícies translúcidas distintas do


vidro padrão sem proteção, o ganho por unidade de área pode ser avaliado como:

GC = ganho de calor por radiação da superfície translúcida = SC SHGF em W/m2


SC = coeficiente de sombra específico do tipo de superfície translúcida, adimensional

Para a latitude 24 S, os valores máximos de SHGF estão tabelados (ver TABELAS), em função
da orientação da superfície do vidro padrão e do mês considerado.

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Nas estimativas de carga de resfriamento, há necessidade de se converter os ganhos de calor


sensível em carga de resfriamento, devido ao armazenamento térmico de calor na estrutura da
construção. As cargas de resfriamento de superfícies translúcidas por radiação solar e por
condução/convecção são calculadas separadamente.

Carga de resfriamento devido ao ganho por radiação solar:

A carga de resfriamento por radiação solar pode ser calculada por:

q = A SC SHGF CLF sendo:


q = carga de resfriamento, W
SC – coeficiente de sombra, adimensonal (ver TABELAS)
SHGF = fator de ganho de calor solar máximo, W/m2 (ver TABELAS)
CLF = fator de conversão de ganho de calor em carga de resfriamento, adimensional (ver
TABELAS)

O Fator de Carga de Resfriamento – CLF consiste em um índice adimensional, obtido através


de ensaios, que converte os ganhos de calor máximos, em carga de resfriamento para
determinada hora do dia, em função da hora de cálculo, da massividade da construção, e do
sombreamento interno. São tabelados valores de CLF para superfícies translúcidas com ou sem
sombreamento interno. Em cálculos mais apurados, podem ser disponibilizados valores para
ambientes condicionados com pisos acarpetados ou não.

O sombreamento interno, geralmente venezianas e cortinas, absorve a energia solar antes desta
atingir as superfícies internas, o que induz a resposta rápida na carga térmica, devido à pouca
massividade do dispositivo de sombreamento. Quando não há sombreamento, a energia solar é
absorvida por elementos mais massivos, aumentando o retardo (delay) na conversão de ganho de
calor em carga de resfriamento. Neste caso, o retardo é influenciado pela presença ou ausência
de carpetes, e da massividade da construção.

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No caso da existência de sombreamento interno, devido à resposta rápida do dispositivo de


sombreamento em converter o ganho de calor em carga de resfriamento, a massividade da
construção não é significativa.

Exemplo: calcular a carga de resfriamento por radiação, de uma janela com vidro comum
(padrão), posicionada na fachada Oeste, às 17:00 hs do mês de Janeiro, sem sombreamento
interno. A construção é do tipo com massividade média (M), e a área da janela 5 m2.

Das TABELAS são obtidos os seguintes dados:

SC = 1,00 (vidro comum)


SHGF = 672 W/m2
CLF = 0,56 (sem sombreamento)

q = A SC SHGF CLF = 5 m2 x 1,00 x 672 W/m2 x 0,56 = 1.882 W

Carga de resfriamento de superfícies translúcidas por condução/convecção:

São obtidas por:

q = U A CLTDc sendo:
CLTDc = diferencial de temperatura de carga de resfriamento corrigido, °C

O Diferencial de Temperatura de Carga de Resfriamento – CLTD, representa o diferencial


efetivo de temperatura entre o ambiente externo e interno, que provoca uma carga de
resfriamento sensível por condução/convecção através de uma superfície translúcida,
considerando-se o efeito de armazenamento térmico no ambiente. Este diferencial, obtido através
de ensaios, apresenta um valor ligeiramente distinto do valor instantâneo de (te – ta), devido à
baixa massividade da superfície translúcida.

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Os valores de CLTD para superfícies translúcidas são tabelados, considerando-se as condições


de bulbo seco externo de projeto (BS às 15:00hs) de 35°C, temperatura interna 25,5°C, e
variação diária de temperatura (daily range) de 11,2°C.

Para outras condições, os valores de CLTD deverão ser corrigidos como a seguir:

CLTDc = CLTD + (25,5 − ta) + (tm − 29,4) sendo:


ta = temperatura interna de projeto do ambiente, °C
tm = temperatura média diária, °C

A temperatura média diária pode ser calculada por:

tm = temperatura externa de projeto (BS) − (daily range ÷ 2)

Exemplo: calcular a carga de resfriamento por condução/convecção, de uma janela de vidro


ordinário de 3,2mm de espessura, com esquadria de alumínio dotada de isolamento térmico (U =
6,07 W/m2.°C – página 32), com área de 5 m2, às 17:00 hs, conhecendo-se a temperatura externa
de projeto de 36°C, a interna de 23°C e a variação diária de temperatura de 8°C .

Das TABELAS: CLTD = 7°C (às 17:00 hs)

tm = BS – (DR ÷ 2) = 36 – (8 ÷ 2) = 32°C

CLTDc = CLTD + (25,5 – ta) + (tm – 29,4)


= 7 + (25,5 – 23) + (32 – 29,4) = 12,1°C

q = U A CLDTc = 6,07 W/m2.°C x 5 m2 x 12,1°C = 367 W

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Carga de Resfriamento devido a Superfícies Externas Opacas

As superfícies opacas não permitem a passagem da radiação direta através de sua superfície.
Parte da radiação solar incidente é refletida, e a parte absorvida, causa um acréscimo da
temperatura superficial externa, denominada temperatura sol-ar.

RA
RI

atraso

RR

te ta

A temperatura sol-ar associa a temperatura externa em um determinado instante, te, com o


acréscimo resultante da incidência solar. Teoricamente, o fluxo instantâneo de calor, através de
uma superfície opaca poderia ser expresso por:

fluxo instantâneo = U A (ts – ta) sendo:


ts = temperatura sol-ar, °C

Entretanto, a massividade da superfície opaca ocasiona um atraso de tempo entre a incidência do


fluxo de calor na superfície externa, e a penetração no ambiente condicionado. Por outro lado, o
fluxo incidente é variável, devido ao movimento solar, tornando o cálculo do ganho de calor
sensível através de uma superfície opaca altamente complexo.

O fluxo de calor que penetra no ambiente condicionado não é imediatamente convertido em


carga de resfriamento.

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Atualmente, a estimativa da carga de resfriamento sensível através de superfícies opacas é obtida


em laboratórios, com base em superfícies compostas por determinadas camadas, sendo expressa
de forma similar à da condução/convecção através das superfícies translúcidas, diferindo
entretanto, em função da massividade e da composição das superfícies:

q = U A CLTDc

Os valores de CLTD para superfícies opacas são tabelados em função dos materiais utilizados,
que caracterizam sua massividade e seu coeficiente total de transmissão de calor.

Os materiais que constituem uma superfície opaca possuem uma classificação ASHRAE, como
por exemplo:

Códigos de materiais de construção


Descrição Código
Resistência superficial externa A0
Tijolo ou ladrilho de face 100 mm A2
Argamassa externa A4
Resistência superficial externa A5
Espaço de ar B1
Isolamento térmico 25 mm B5
Isolamento térmico 50 mm B6
Madeira 25 mm B7
Telha de barro C1
Bloco de concreto leve 100 mm C2
Tijolo comum 100 mm C4
Concreto pesado 100 mm C5
Tijolo comum 200 mm C9
Concreto pesado 200 mm C10
Concreto pesado 50 mm C12
Concreto leve 100 mm C14
Resistência superficial interna E0
Argamassa interna E2

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Desta forma, as superfícies opacas são definidas por um conjunto alfanumérico que indica sua
composição, incluindo os coeficientes de filme externo e interno.

Nas tabelas de CLTD os telhados são classificados por número e as paredes por letras.

Coeficientes U de superfícies opacas com materiais de construção utilizados no Brasil, expressos


em W/m2.°C são apresentados no anexo TABELAS.

Os valores de CLTD para superfícies opacas apresentados no anexo TABELAS, são para
superfícies de cor externa escura, na latitude 40°, considerando-se as condições de bulbo seco
externo de projeto de 35°C, temperatura interna 25,5°C, e variação diária de temperatura (daily
range) de 11,2°C.

As CLTD’s devem ser corrigidas para as condições de projeto conforme indicado a seguir:

CLTDc = [(CLTD + LM)K + (25,5 – ta) + (tm – 29,4)]f sendo:


LM = correção devido à latitude, adimensional
K = correção devido à cor da superfície externa, adimensional
f = correção para áticos ventilados, adimensional

Para a latitude de 24°, os valores de LM estão tabelados de acordo com a orientação da


superfície (ver TABELAS).

Os valores de K podem ser adotados como 1,00 para superfícies externas com cores escuras, 0,83
para cores médias e 0,65 para cores claras.

No caso de telhados com ático ventilado, o valor de f é adotado como 0,75. Em todos os demais
casos, f = 1,00.

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Exemplo: calcular a carga de resfriamento de uma parede de tijolo furado com espessura
aproximada de 200 mm, área de 10 m2, na latitude 24°, orientada para Noroeste (NO), às 15:00
hs, no mês de Fevereiro. A temperatura externa de projeto é 36°C, a interna 24°C, e o daily range
10°C. A parede possui, como acabamento, reboco de ambos os lados, e a superfície externa é na
cor clara.

A partir das TABELAS foram adotados:

Parede classificação B
Coeficiente de transmissão de calor U = 2,02 W/m2.°C
CLTD = 8°C
LM = − 0,5°C
K = 0,65 (superfície clara)

Correção da CLTD:

tm = BS – (DR ÷ 2) = 36 – (10 ÷ 2) = 31°C


CLTDc = [(CLTD + LM)K + (25,5 – ta) + (tm – 29,4)]f
CLTDc = [(8 – 0,5) x 0,65 + (25,5 – 24) + (31 – 29,4)] x 1,00
CLTDc = 4,9 + 1,5 + 1,6 = 8°C

Carga de resfriamento:

q = U A CLTDc = 2,02 W/m2.°C x 10 m2 x 8°C = 162 W

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Carga de Resfriamento devido a Superfícies Internas

Para superfícies internas (paredes, tetos, pisos e vidros) que separam o ambiente condicionado de
outros ambientes internos com temperaturas diferentes, a carga de resfriamento da superfície
pode ser calculada por:

q = U A (tj – ta) sendo:


tj = temperatura média do espaço adjacente, °C

Em construções convencionais, para espaços internos adjacentes não condicionados, sem fontes
de calor significativas ou grande insolação, é usual estimar tj = te − 3°C. Assim, (tj – ta) pode ser
estimado como sendo (te – 3 – ta) na hora de cálculo considerada. Opcionalmente, a diferença
(tj – ta) pode ser considerada como um percentual de (te – ta). Em alguns casos, a temperatura do
espaço adjacente pode ser igual ou superior à temperatura externa.

Para ambientes adjacentes condicionados, pisos diretamente sobre o solo ou sobre sub-solo não
ventilado, sem fontes de calor significativas, a diferença (tj – ta) pode ser desprezada, não
havendo portanto, transmissão de calor através da superfície.

Exemplo: calcular a carga de resfriamento de uma parede interna, com área de 10 m2, construida
em tijolo furado de 100 mm com reboco de ambos os lados, às 10:00 hs, considerando-se que a
temperatura externa de projeto é 35°C, o daily range 6°C, a temperatura interna do ambiente
condicionado 24°C, e o ambiente adjacente, não condicionado, não possui fontes significativas
de calor.

Temperatura externa na hora considerada (10:00hs) e do ambiente adjacente:

Fr = 0,56 (ver TABELAS para 10:00hs)


te (10:00hs) = BS – Fr x DR = 35 – 0,56 x 6 = 35 – 3,4 = 31,6°C
tj = te – 3°C = 31,6 – 3 = 28,6°C

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Coeficiente U adotado (TABELAS): U = 2,48 W/m2.°C

Carga de resfriamento:

q = U A (tj – ta) = 2,48 W/m2 °C x 10 m2 x (28,6 – 24)°C = 114 W

Cargas de Resfriamento devido a Fontes Internas

As fontes internas de calor são responsáveis pelos ganhos sensíveis e latentes no interior do
ambiente condicionado.

Todos os ganhos latentes consistem em vapor d’água liberado no ambiente por pessoas e/ou
equipamentos, e portanto imediatamente convertidos em carga de resfriamento.

Os ganhos sensíveis não são imediatamente convertidos em cargas de resfriamento, devido ao


armazenamento térmico da parcela radiativa destes ganhos. Assim, todos os ganhos sensíveis
internos devem ser convertidos em carga de resfriamento, por meio do Fator de Carga de
Resfriamento – CLF.

Exceções – sempre que a estrutura da construção esteja pré-resfriada, a parcela de calor sensível
radiante dissipado pelas fontes internas é armazenado na estrutura e posteriormente retorna ao
ambiente sob a forma de calor convectivo, resultando em um retardo térmico, e portanto, o fator
CLF deve ser considerado. Caso contrário, CLF = 1,0. Dependendo do tipo de fonte de calor
interna, outras condições podem resultar em valores de CLF = 1,0, conforme indicado a seguir.

Ocupação – as pessoas no interior do ambiente condicionado produzem cargas sensíveis e


latentes, em função da quantidade, do tipo de atividade física, e do tempo de permanência no
ambiente. Na falta de maiores informações sobre a quantidade de pessoas no ambiente
condicionado, a NBR 16401 apresenta taxas de pessoas por m2 na zona útil de ocupação, função
do tipo de ambiente.

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A NBR 16401 lista ainda valores de cargas sensíveis e latentes dissipadas por pessoa, em função
do tipo de atividade exercida, e da temperatura de bulbo seco projetada para o ambiente (ta).
Programas computacionais igualmente disponibilizam estes dados de dissipação em função do
tipo de atividade, conforme indicado em anexo nas TABELAS.

A carga latente dissipada por pessoas é convertida instantâneamente em carga de resfriamento, e


pode ser calculada por:

q = N LHGp sendo:
N = número de pessoas
LHGp = calor latente dissipado por pessoas, W/pess

A carga sensível devido a pessoas pode ser calculada por:

q = N SHGp CLF sendo:


SHGp = calor sensível dissipado por pessoas, W/pess
CLF = fator de carga de resfriamento, adimensional

O CLF relativo à ocupação é função do tempo total de permanência no ambiente (schedule),


assim como o tempo decorrido desde a entrada no ambiente (ver TABELAS).

Exceções− em casos de grande concentração de pessoas ou de temperatura interna variável (não


há pré-resfriamento da estrutura), CLF = 1,00. Caso contrário, os valores de CLF devem ser
considerados.

Exemplo: estimar a carga de resfriamento devido a 2 pessoas, às 16:00 hs, em um ambiente de


escritórios com regime de trabalho de 08:00 às 18:00 hs. O sistema de ar condicionado opera em
regime contínuo, não havendo variação da temperatura interna.

O schedule de ocupação do escritório é de 10 horas/dia (18:00 – 08:00), e o cálculo efetuado 8


horas após a entrada das pessoas no ambiente (16:00 – 08:00).
Portanto, neste caso, para cargas sensíveis de pessoas: CLF = 0,85 (ver TABELAS).
Para atividade de escritório: SHGp = 72 W/pess e LHGp = 60 W/pess (ver TABELAS)

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Carga de resfriamento sensível: q = 2 pess x 72 W/pess x 0,85 = 122 W


Carga de resfriamento latente: q = 2 pess x 60 W/pess = 120 W

Iluminação – a iluminação no interior do ambiente condicionado produz carga sensível, em


função da quantidade de lâmpadas, tipo de luminária, e tempo de operação no ambiente. O
consumo de energia em um determinado instante, pode ser bem diferente da carga de
resfriamento. Somente parte da energia é dissipada sob forma de calor convectivo, o que
representa carga instantânea para o sistema de condicionamento de ar. A outra parte é calor
radiativo, e afeta o espaço condicionado somente após ser absorvido por paredes, piso e
mobilário, e reposto no ambiente com um retardo de tempo.

Na falta de maiores informações sobre a taxa de iluminação no ambiente condicionado, a NBR


16401 apresenta valores em W/m2, em função do tipo de ambiente.

A fonte primordial são as lâmpadas, embora outros ganhos, como reatores, possam ser incluidos
na carga de resfriamento. A carga devido à iluminação pode ser calculada por:

q = W Fsa Fut CLF sendo:


W = somatório da potência total das lâmpadas, W
Fsa = acréscimo devido ao tipo de luminária fluorescente, adimensional
Fut = fator de utilização, adimensional
CLF = fator de carga de resfriamento devido à iluminação, adimensional

O fator de utilização, Fut, considera a possibilidade de que nem todas as luminárias do espaço
permaneçam ativadas simultaneamente.

O fator Fsa considera a transferência de calor no aparelho de suporte das lâmpadas, assim como
os ganhos devido a reatores. Por exemplo, para aparelhos com duas lâmpadas fluorescentes e
reator eletrônico este fator pode variar de 0,98 a 1,21, e para lâmpadas de alta intensidade, de
1,07 a 1,44. Na falta de maiores informações, é usual na prática se considerar Fsa = 1,10 a 1,25
para lâmpadas fluorescentes. Para lâmpadas incandescentes, Fsa = 1,00.

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Quando as luminárias são instaladas em tetos rebaixados, a dissipação deve ser divida em 2
componentes: 1) dissipação direta ao espaço condicionado; 2) dissipação acima do forro.

Caso o plenum do forro seja utilizado como retorno de ar, o fluxo de calor do plenum para o
ambiente é desprezível, e portanto não deve ser considerado no cálculo da vazão de ar a ser
insuflada. Entretanto, o calor dissipado pelas luminárias para o plenum deve ser adicionado à
carga total da serpentina do condicionador. Apesar de a carga térmica total ser a mesma, esta
diferença pode ser significativa, em termos de vazão de ar a insuflar, pois somente a parcela
relativa à carga direta para o espaço condicionado deve ser levado em conta no cálculo desta
vazão.

piso superior

qp
plenum

qi

qp = calor da luminária p/ plenum; qi = calor da luminária p/ ambiente

Os valores de CLF são definidos em função do arranjo de instalação (classificação “a”), da


circulação de ar no ambiente e massividade da construção (classificação “b”), e do schedule de
operação do sistema de iluminação.

Valores para as classificações “a” e “b”, assim como de CLF para schedule de 10 horas/dia são
apresentados nas TABELAS em anexo. É usual se disponibilizar tabelas de CLF para schedules
de 8, 10, 12, 14 e 16 horas/dia. Acima de 16 horas/dia considera-se CLF = 1,00.

Exceções− caso o horário de operação do sistema de ar condicionado seja semelhante ao da


iluminação (não há pré-resfriamento da estrutura), ou a iluminação permaneça ligada 24
horas/dia, CLF = 1,00. Caso contrário, os valores de CLF devem ser considerados.

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Exemplo: um ambiente de escritórios com schedule de operação de 10 horas/dia, possui 100 m2


de área de piso. As luminárias estão embutidas em forro, com ventilação, e o piso possui
densidade de 200 kg/m2. Todas as lâmpadas são do tipo fluorescente, de 40 watts e operam
simultaneamente. Estimar a carga de resfriamento devido a iluminação 6 horas após sua
ativação. O schedule de operação do sistema de ar condicionado é 24 horas/dia.

A NBR 16401 indica 16W/m2 para este tipo de ambiente. Será considerado um acréscimo de
25% devido ao reator.

A potência total da iluminação é de: W = 16 W/m2 x 100 m2 = 1.600 W.

Do enunciado do problema, Fut = 1,00. Adotados os valores de “a” = 0,65 (embutidas com
ventilação), e “b” = B (200 kg/m2 − considerada média ventilação no ambiente) (ver
TABELAS). Portanto, com iluminação operando 10h/dia, e 6 horas após a ativação, CLF = 0,83,
já que o ar condicionado não é desligado.

Carga de resfriamento total devido à iluminação:

q = W . Fsa . Fut . CLF = 1.600 W x 1,25 x 1,00 x 0,83 = 1.660 W


Deste valor, 25% é devido aos reatores, e não deve ser incluido no cálculo da vazão de ar a
insuflar, por não ser carga interna do ambiente.

Equipamentos acoplados a motores elétricos – em um ambiente a ser climatizado, o ganho de


calor instantâneo de equipamentos operados por motores elétricos deve ser avaliado de acordo
com três situações distintas:

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1- Caso o motor e o equipamento movido estejam dentro do ambiente a ser climatizado:

GC = Pm/ηm sendo:
GC = ganho de calor instantâneo, W
Pm = potência útil do motor, W
ηm = rendimento ou eficiência do motor elétrico, (ver TABELAS)

Nas TABELAS são indicados os rendimentos médios de motores elétricos de 0,33 a 50,0 CV, de
acordo com os dados fornecidos pelos fabricantes.

Esta equação acima aplica-se igualmente a motores acoplados a ventiladores no interior de


condicionadores de ar. O ganho de calor da vazão de ar movimentada, devido à ineficiência do
ventilador, é dissipada ao longo da rede de dutos. Entretanto, para efeito de cálculo de carga
térmica, costuma-se considerar todo o ganho de calor do conjunto motor-ventilador localizado no
próprio condicionador. È importante ressaltar que neste caso, o ganho de calor não é considerado
no cálculo da vazão de ar a ser insuflada no ambiente por não estar localizado no interior do
mesmo, devendo entretanto ser adicionado à carga térmica da serpentina (condicionador de ar).

2- Caso somente o equipamento movido esteja dentro do ambiente condicionado:

GC = Pm

Esta equação acima aplica-se igualmente a bombas de um sistema de água gelada. O ganho de
calor da vazão de água movimentada, devido à ineficiência da bomba, é dissipada ao longo da
rede de distribuição de água gelada. Entretanto, costuma-se considerar o ganho de calor somente
da bomba, sem o motor elétrico, localizado na própria voluta da bomba. È importante ressaltar
que neste caso, o ganho de calor é adicionado à carga térmica da central de água gelada.

3- Caso somente o motor elétrico esteja dentro do ambiente condicionado:

GC = Pm . (1/ηm − 1)

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A potência nominal dos motores pode ser expressa em kW, HP ou CV, sendo os fatores de
conversão indicados a seguir:

1 HP = 0,746 kW ou 1 kW = 1,341 HP
1 CV = 0,736 kW ou 1 kW = 1,359 CV

Conversão dos ganhos de calor de motores e equipamentos movidos em carga térmica de


resfriamento - por se tratar de cargas exclusivamente sensíveis, as cargas de resfriamento devido
a motores elétricos a equipamentos conectados aos mesmos podem ser calculadas por:

q = GC . Fut . Fca . CLF sendo:


Fut = fator de utilização do motor, igual ou menor que 1,00 (100 %)
Fca = fator de carga do motor, adimensional
CLF = fator de carga de resfriamento, adimensional

Conforme anteriormente mencionado, na avaliação da dissipação (GC) do conjunto motor-


equipamento movido, deverão ser considerados os que estiverem no ambiente condicionado (o
motor, o equipamento, ou ambos), ou ainda transmitindo calor para o fluido movido.

Na avaliação destes ganhos, deve-se considerar se a operação do conjunto será contínua ou


intermitente. Caso seja intermitente, deve ser avaliada a dissipação média ao longo do tempo
considerado. O fator Fut deve ser considerado em casos de operação intermitente, quando o
tempo das paralizações é considerável. Para uso geral, Fut é adotado como 1,00.

O fator Fca refere-se às condições reais de operação do motor. O calor dissipado é proporcional
à carga de trabalho real do motor sob determinadas condições de operação, em termos de
amperagem. Como as correntes de operação usualmente são próximas das nominais dos motores,
geralmente adota-se Fca como 1,00. Entretanto, em situações de sobrecarga ou subcarga
permanentes, o valor de Fca pode variar de 0,75 a 1,10.

Os valores de CLF para motores elétricos são listados de acordo com o o tempo total de ativação,
assim como o tempo decorrido desde o início da ativação, até a hora considerada. O ASHRAE –

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Fundamentals 1997, disponibiliza tabelas para motores elétricos ou outros equipamentos que
dissipem calor sensível, com ou sem sistema de exaustão localizada.

Exceções − caso a operação do sistema de ar condicionado não seja contínua (não há pré-
resfriamento da estrutura), ou os equipamentos operem em regime contínuo, CLF = 1,00. Caso
contrário, os valores de CLF devem ser considerados (ver TABELAS).

Exemplo: Um sistema de ar condicionado do tipo expansão indireta (água gelada) possui uma
bomba de acoplada a um motor elétrico de 20 CV, operando a plena carga. Estimar o calor
adicionado à vazão de água gelada.

Nas TABELAS verifica-se que um motor de 20 CV equivale a 14,72 kW e possui rendimento de


89,8%. O calor adicionado ao fluido somente pelo equipamento movido (bomba) é de 14.720W.

Considerando-se que a bomba opera continuamente com o sistema de água gelada (Fut = 1,0), e
o motor a plena carga (Fca = 1,0):

GC = Pm . Fut . Fca = 14.720 x 1,0 x 1,0 = 14.720 W

Exemplo: Deseja-se condicionar um ambiente onde se encontra instalado um conjunto


motor+equipamento movido. O motor elétrico é trifásico de 1 HP, operando a plena carga, 8
horas/dia, em regime initerrupto. Estimar a carga de resfriamento após 5 horas de operação do
motor, considerando-se que o sistema de ar condicionado opera continuamente ((há pré-
resfriamento da estrutura).

A partir do enunciado do problema:

dissipação (ver TABELAS – motor e equipamento dentro) = 944 W


Fut = 1,00 (regime initerrupto)
Fca = 1,00 (plena carga)
CG = 944 x 1,0 x 1,0 = 944 W

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Das TABELAS. considerando-se 8 horas de operação total, e 5 horas após a partida CLF = 0,80,
e portanto, a carga de térmica será:

q = GC . CLF = 944 x 0,80 = 755 W

Equipamentos Diversos – ganhos de calor e cargas de resfriamento de dispositivos elétricos, a


gás ou vapor devem ser considerados na avaliação da carga de resfriamento.

As placas indicativas de consumo elétrico de equipamentos de escritórios (micros, impressoras,


etc..), mascaram a avaliação da dissipação, podendo implicar em superdimensionamento de até
400%.

As superfícies dos utensílios de cozinha são responsáveis por ganhos de calor significativos,
havendo sensível redução, caso sejam instalados sob coifas efetivas. Neste caso, somente as
cargas radiativas, que representam de 15 a 45% do total, influenciam as cargas de resfriamento,
sendo as latentes e as convectivas, exauridas. Confinando-se os lados de uma coifa, sua
eficiência é aumentada.

Equipamentos a gás produzem dissipações mais elevadas, devido às temperaturas de operação.

Em caso de não haver maiores informações sobre as dissipações de diversos equipamentos,


deve-se considerar a energia de entrada (input) no equipamento, atribuindo-se determinado
rendimento aos mesmos. A NBR 16401 apresenta valores de calor liberado por diversos tipos de
equipamentos de escritórios, comerciais, de laboratórios e médicos.

Os ganhos de calor sensível devido a equipamentos diversos podem ser convertidos em carga de
resfriamento por meio da expressão:

q = GC CLF sendo:
GC = ganho de calor sensível, W

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Exceções − caso a operação do sistema de ar condicionado não seja contínua (não há pré-
resfriamento da estrutura), ou os equipamentos operem em regime contínuo, CLF = 1,00. Caso
contrário, valores de CLF devem ser considerados utilizando-se as mesmas tabelas adotadas para
motores elétricos.

Os ganhos de calor latente são instantaneamente convertidos em carga de resfriamento.

Cargas de Resfriamento devido ao Ar Exterior

O cálculo das vazões de ar de ventilação e infiltração, foram vistos anteriormente.

O ganho sensível devido ao ar exterior, por se tratar de carga 100% convectiva, assim como o
ganho latente, são convertidos em carga de resfriamento instantaneamente.

Para cargas de resfriamento, os cálculos limitam-se à infiltração através de portas e janelas.


Quando economicamente viável, a taxa de ar exterior deve ser suficiente para contrabalancear a
infiltração, eliminando-se este tipo de ganho. A pressurização do espaço condicionado deve
compensar a pressão dos ventos pelas frestas e portas abertas. Segundo a antiga NBR 6401, taxas
de renovação de ar exterior iguais ou maiores que 1,5 são suficientes para compensar estas
infiltrações.

Todos os cálculos de ganhos de calor de fluxos de ar são mais precisos quando baseados nas
vazões mássicas. Entretanto, a seleção de serpentinas, ventiladores e dutos, são baseadas em
vazões volumétricas, nas condições do Ar Padrão, com massa específica de 1,204 kg/m3, na
temperatura de bulbo seco de 21°C, ao nível do mar (101,325 kPa).

Como os processos de condicionamento de ar operam com temperaturas usuais entre 10 e 30°C,


o ar é tratado próximo das condições do Ar Padrão, e normalmente as correções são desprezadas.
Para outros processos, tais como ventilação natural ou mecânica e aquecimento de ar, estas
correções devem ser consideradas.

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Considerando-se a vazão volumétrica da mistura, as massas específicas e os calores específicos a


pressão constante do ar e da água nas condições do Ar Padrão, e a razão umidade média de
10g/kg para processos de resfriamento de ar, as cargas de resfriamento devido ao ar exterior de
ventilação ou infiltração, podem ser calculadas por meio das fórmulas apresentadas a seguir, com
razoável precisão.

Carga sensível devido ao ar exterior:

q = 1,23 Q (te – ta) sendo:


Q = vazão de ar exterior ou de infiltração, L/s
(te – ta) = diferencial de temperatura na hora de cálculo da carga térmica, °C

Carga latente nas condições do Ar Padrão:

q = 3,01 Q (We – Wa) sendo:


(We – Wa) = diferencial de razão umidade, g/kg

O valor da razão umidade externa (We) pode ser considerado aproximadamente constante para
variações da temperatura de bulbo seco de até −10°C, em relação à temperatura de bulbo seco de
projeto (15:00hs) usualmente consideradas para o Estado do Rio de Janeiro (35°C a 38°C).

Estas equações são usuais para pressão atmosférica de 101,325 kPa (nível do mar), e condições
de temperatura e umidade específicas para processos de condicionamento de ar. Para altitudes a
partir de 1.500 m (84,5 kPa), os valores adotados como constantes (1,23 e 3,01), devem ser
reduzidos proporcionalmente à pressão atmosférica real.

Ganhos Latentes devido à Permeabilidade dos Materiais de Construção

São usualmente desprezados em aplicações de condicionamento de ar.

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Ganhos Diversos

Outros ganhos de calor, externos ao ambiente condicionado, devem ser incluidos no cálculo da
carga de resfriamento. Entretanto, por ser ganhos que não incidem sobre o ambiente
condicionado, mas representam carga adicional nas serpentinas dos condicionadores de ar, são
considerados integralmente como carga de resfriamento, não sendo corrigidos por Fatores de
Carga de Resfriamento (CLF’s).

Ganho de calor devido aos ventiladores – a temperatura da corrente de ar aumenta, devido à


ineficiência do ventilador que insufla ar no ambiente. Dependendo do ventilador, sua eficiência
varia entre 50 e 70%, sendo usual adotar-se 55% para ventiladores tipo Sirocco (pás para a
frente). Assim, 45% da potência requerida pelo ventilador pode ser considerada como convertida
em carga de resfriamento, no interior do condicionador.

A ineficiência do motor de acionamento, assim como do sistema de transmissão, são igualmente


responsáveis por um acréscimo na temperatura. Caso o ventilador e o motor estejam na corrente
de ar, as equações de dissipação térmica do conjunto motor-ventilador devem ser consideradas.

Para estimativa do ganho de calor, podem ser utilizadas as equações mencionadas anteriormente.
A potência do motor é função da vazão e da pressão necessária para movimentar o fluxo de ar do
condicionador. Na falta de maiores informações, adota-se um ganho de calor total do conjunto
em torno 5 a 10% da carga sensível interna do ambiente condicionado.

Exemplo: um condicionador de ar com capacidade nominal de 26,25kW (7,5TR) movimenta


1.417L/s (5.100m3/h). Sendo a pressão total do ventilador 40mmca, estimar o ganho de calor do
conjunto motor-ventilador, considerando-se a carga sensível interna de 18.000W e o rendimento
médio do motor η de 55%.

A potência requerida no eixo do ventilador (BHP) pode ser estimada pela fórmula:

BHP = Q (m3/h) x PT (mmca) = 5.100 (m3/h) x 50 (mmca) = 1,7HP ~ 2,0HP


270.000 x η 270.000 x 0,55

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Em TABELAS, com motor e equipamento dentro, a dissipação será de 1.887W, e desta forma a
relação entre a dissipação do conjunto e a carga interna sensível será:

1.887W ÷ 18.000W = 0,105 ou 10,5%

Um ventilador instalado antes da serpentina (blow throught) provoca aquecimento do fluxo de


ar antes da entrada da mesma. Caso posicionado após a serpentina (draw throught), reaquece o
fluxo de ar na saída da mesma. Estes ganhos de calor podem ser minimizados com um pequeno
acréscimo na vazão de ar a insuflar, ou uma pequena redução na temperatura média da
serpentina.

Ganhos de calor nos dutos e exfiltração – apesar de os dutos de retorno, em alguns casos,
estarem sujeitos a condições de operação mais rigorosas, somente os ganhos nos dutos de
insuflação costumam ser considerados devido às temperaturas do ar em seu interior. Este ganho é
usualmente expresso em percentual da carga sensível do ambiente, normalmente em torno de
1%. Percentuais mais elevados podem ser adotados em casos de dutos não isolados, instalados
em plenuns de retorno, que podem absorver grandes ganhos de calor.

O ganho de calor latente é desprezado.

A exfiltração do ar insuflado pelas redes de dutos costuma ter maior impacto que o ganho de
calor, sendo normalmente adotados valores entre 1 e 3% da carga sensível do ambiente.

Todos estes ganhos de calor podem ser minimizados com um pequeno acréscimo na vazão de ar
a insuflar, ou uma pequena redução na temperatura média da serpentina.

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RESUMO DOS PROCEDIMENTOS

- levantamento geométrico
- levantamento das carga internas (ocupação, iluminação e equipamentos)
- determinação dos schedules de operação
- definição das condições externas: NBR16401
- definição das condições internas: ti e UR (ANVISA e NBR16401)
- cálculo dos coeficientes U ou adotar valores tabelados
- estimativa da hora de cálculo (ver horas de CLF´s vidros e CLTD telhado)
OBS – deve estar compatível com os schedules de operação das cargas internas
- correção da te para a hora de cálculo: te = BS - %DR x DR
- estimativa de vidros radiação: q = A SC SHGF CLF
- estimativa de vidros transmissão: q = U A CLTDc
- estimativa de superfícies opacas: q = U A CLTDc
- estimativa de superfícies internas: q = U A (tj – ta)
- estimativa de pessoas sensível: q = N SHGp CLF
- estimativa de pessoas latente: q = N LHG
- estimativa de iluminação: q = W Fsa Fut CLF
- estimativa de equipamentos: q = CG Fut Fca CLF
- ar exterior sensível: q = 1,23 Q (te – ta)
- ar exterior latente: q = 3010 Q (We – Wa)
(We e Wa da carta psicrométrica)
- outros (até 10% da CSA): ventiladores de fan-coil´s (de 5 a 10% da CSA)
ganho de calor nos dutos de insuflação (1% da CSA)
exfiltração em dutos de insuflação (3% da CSA)

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TABELAS

Condições Climáticas Externas às 15:00hs (NBR 16401:2008)


e Amplitude Térmica (DR)

SDU GAL
%
TBS TBUc TBS TBUc
0,4 34,0 25,2 38,1 25,6
1,0 32,7 25,0 36,2 25,3
2,0 31,8 24,9 35,0 25,2
DR 6,1 9,8

SDU – aeroporto Santos Dumont


GAL – aeroporto do Galeão

Condições Internas (RE09 ANVISA)

temp C UR %
Aplicação
Min max Min max
Conforto em geral 23 26 40 65
Obras de arte 21 23 40 55
Acesso −− 28 −− 70

Condições Internas (NBR 16401)

temp operativa C UR %
Aplicação
min Max max
Conforto em geral (verão) 22,5 25,5 65
dentro da zona delimitada 23 26 35

Correção da te

Fração da Variação Diária (DR) da Temperatura Externa (te)


Hora 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Fração 0,84 0,71 0,56 0,39 0,23 0,11 0,30 0,00 0,30 0,10 0,21

te = BS – Fr x DR

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Superfícies Translúcidas Radiação

q = A SC SHGF CLF

Tipo de superfície translúcida SC


Vidro comum espessura até 6,3 mm 1.00
Vidro comum espessura até 12,7 mm 0.95
Vidro comum com veneziana cor média 0.64
Vidro comum com veneziana cor clara 0.55
Vidro comum com cortina espessa 0.35
Vidro comum com cortina não espessa 0.80
Policarbonato claro 0.98
Policarbonato colorido 0.74
Acrílico claro 0.98

Fator de Ganho de Calor Solar Máximo - SHGF (W/m2)


Orientação - Latitude 24 Sul
Mês
S SE/SO E/O NE/NO N Horiz
Dez 174 581 669 369 136 880
Jan 142 555 672 407 145 877
Fev 120 492 694 511 227 874
Mar 110 375 700 650 423 839

Valores de CLF para vidros com sombreamento interno


Hora
Orient
08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18
S 0.65 0.73 0.80 0.86 0.89 0.89 0.86 0.82 0.75 0.78 0.91
SE 0.74 0.58 0.37 0.29 0.27 0.26 0.24 0.22 0.20 0.16 0.12
E 0.80 0.76 0.62 0.41 0.27 0.24 0.22 0.20 0.17 0.14 0.11
NE 0.74 0.81 0.79 0.68 0.49 0.33 0.28 0.25 0.22 0.18 0.13
N 0.23 0.38 0.58 0.75 0.83 0.80 0.68 0.50 0.35 0.27 0.19
NO 0.14 0.16 0.19 0.22 0.38 0.59 0.75 0.83 0.81 0.69 0.45
O 0.11 0.13 0.15 0.16 0.17 0.31 0.53 0.72 0.82 0.81 0.61
SO 0.14 0.17 0.19 0.20 0.21 0.22 0.30 0.52 0.73 0.82 0.69
Horiz 0.44 0.59 0.72 0.81 0.85 0.85 0.81 0.71 0.58 0.42 0.25

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Superfícies Translúcidas Radiação (cont.)

Valores de CLF para vidros sem sombreamento interno


Hora
Orient Mass
08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18
L 0.48 0.56 0.63 0.71 0.76 0.80 0.82 0.82 0.79 0.79 0.84
S M 0.46 0.53 0.59 0.65 0.70 0.74 0.75 0.76 0.74 0.75 0.79
P 0.49 0.55 0.60 0.65 0.69 0.72 0.72 0.72 0.70 0.70 0.75
L 0.51 0.51 0.45 0.39 0.36 0.33 0.31 0.28 0.26 0.23 0.19
SE M 0.44 0.45 0.40 0.36 0.33 0.31 0.30 0.28 0.26 0.24 0.21
P 0.44 0.44 0.39 0.34 0.31 0.29 0.27 0.26 0.24 0.22 0.20
L 0.51 0.57 0.57 0.50 0.42 0.37 0.32 0.29 0.25 0.22 0.19
E M 0.44 0.50 0.51 0.46 0.39 0.35 0.31 0.29 0.26 0.23 0.21
P 0.45 0.49 0.49 0.43 0.36 0.32 0.29 0.26 0.24 0.22 0.19
L 0.43 0.55 0.62 0.63 0.57 0.48 0.42 0.37 0.33 0.28 0.24
NE M 0.38 0.48 0.54 0.56 0.51 0.45 0.40 0.36 0.33 0.29 0.25
P 0.40 0.49 0.53 0.53 0.48 0.41 0.36 0.33 0.30 0.27 0.24
L 0.14 0.22 0.34 0.48 0.59 0.65 0.65 0.59 0.50 0.43 0.36
N M 0.14 0.21 0.31 0.42 0.52 0.57 0.58 0.53 0.47 0.41 0.35
P 0.17 0.24 0.33 0.43 0.51 0.56 0.55 0.50 0.43 0.37 0.32
L 0.10 0.12 0.14 0.16 0.24 0.36 0.49 0.60 0.66 0.66 0.58
NO M 0.12 0.13 0.15 0.17 0.23 0.33 0.44 0.53 0.58 0.59 0.53
P 0.14 0.16 0.17 0.19 0.25 0.34 0.44 0.52 0.56 0.56 0.49
L 0.08 0.10 0.11 0.12 0.14 0.20 0.32 0.45 0.57 0.64 0.61
O M 0.10 0.11 0.12 0.13 0.14 0.19 0.29 0.40 0.50 0.56 0.55
P 0.13 0.14 0.14 0.15 0.16 0.21 0.30 0.40 0.49 0.54 0.52
L 0.10 0.12 0.14 0.16 0.17 0.19 0.23 0.33 0.47 0.59 0.60
SO M 0.11 0.13 0.15 0.16 0.17 0.18 0.21 0.30 0.42 0.51 0.54
P 0.13 0.15 0.16 0.18 0.18 0.19 0.22 0.30 0.41 0.50 0.51
L 0.24 0.36 0.48 0.58 0.66 0.72 0.74 0.73 0.67 0.59 0.47
Horiz M 0.24 0.33 0.43 0.52 0.59 0.64 0.67 0.66 0.62 0.56 0.47
P 0.28 0.36 0.45 0.52 0.59 0.62 0.64 0.62 0.58 0.51 0.42

OBS – a massividade da construção (Mass) é classificada como Leve, Média ou Pesada

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Superfícies Translúcidas Condução / Convecção

q = U A CLTDc

Valores de U para vidros e esquadrias


material (a) (b) (c) (d)
vidro ordinário 3,2mm 5,91 6,42 6,07 5,55
policarbonato/acrílico 3,2mm 5,45 6,01 5,66 5,15
policarbonato/acrílico 6,4mm 5,00 5,60 5,25 4,75
(a)- centro do vidro
(b)- esquadria de alumínio sem isolamento
(c)- esquadria de alumínio com isolamento
(d)- esquadria de madeira

CLTD para vidros


Hora 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18
CLTD 0 1 2 4 5 7 7 8 8 7 7

Correção da CLTD (CLTDc)

CLTDc = CLTD + (25,5 − ta) + (tm − 29,4)

tm = BS − (daily range ÷ 2)

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Superfícies Opacas

q = U A CLTDc

Descrição U
Tijolo maciço aparente com argamassa de assentamento - espessura total 100 mm 3.70
Tijolo 6 furos com emboço 25 mm de ambos os lados – espessura total 140 mm 2.48
Tijolo maciço com emboço 25 mm de ambos os lados espessura total 150 mm 3.13
Tijolo 6 furos com emboço 25 mm de ambos os lados – espessura total 190 mm 2.02
Tijolo maciço duplo com emboço 25 mm os lados – espessura total 260 mm 2.30
Concreto maciço - espessura total 50 mm 5.04
Concreto maciço - espessura total 100 mm 4.40
Telha de barro com forro de concreto 30 mm 2.24
Telha de fibrocimento com forro de concreto 30 mm 2.25
Telha de barro com forro de concreto 200 mm 1.84
Telha de fibrocimento com forro de concreto 200 mm 1.99
Telha de fibrocimento com forro de concreto 120 mm 1.92
Telha de fibrocimento com forro de madeira 10 mm 2.00

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Superfícies Opacas (cont)

Telhados

Descrição do principal componente Classif


Concreto leve 100 mm 3
Concreto pesado 50 mm com isol. térmico 25 mm 4
Concreto leve 150 mm 6
Concreto leve 200 mm 8
Concreto pesado 100 mm com isol. térmico 25 mm 9
Sistema de terraço 11

CLTD para telhados com forro


Hora
Classif
8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
3 0 2 6 10 16 21 27 31 34 36 36
4 7 8 9 11 14 17 19 22 24 25 26
6 4 4 4 6 9 12 16 20 24 27 29
8 10 9 8 8 8 9 11 14 16 19 21
9 11 11 11 12 13 15 16 18 19 20 21
11 13 13 12 12 13 13 14 15 16 16 17

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Superfícies Opacas (cont)

Paredes

Classif
Descrição do principal componente
Tijolo comum 200 mm B
Concreto pesado 100 mm E
Concreto pesado 200 mm C

CLTD para paredes Classe B - tijolo comum 200 mm


Hora
Orient
8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
S 6 5 5 5 5 5 5 5 6 6 7
SE 7 7 7 8 8 9 9 10 10 11 11
E 8 8 9 9 10 12 13 13 14 14 15
NE 8 8 8 8 9 10 11 12 13 14 14
N 7 7 6 6 6 6 7 8 9 10 11
NO 10 9 9 8 8 7 7 8 9 10 11
O 11 10 9 9 8 8 8 8 8 9 11
SO 9 8 7 7 7 6 6 7 7 8 8

CLTD para paredes Classe E - concreto 100 mm


Hora
Orient
8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
S 2 3 3 4 5 6 7 8 10 10 11
SE 5 8 11 13 14 14 14 14 14 15 14
E 6 10 15 18 20 21 21 20 19 18 18
NE 4 7 10 14 17 19 20 20 20 19 18
N 2 2 3 5 7 10 14 16 18 19 18
NO 3 3 3 4 5 7 10 14 18 21 24
O 3 3 4 4 5 6 8 11 15 20 24
SO 3 3 3 4 5 6 7 9 11 14 18

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Superfícies Opacas (cont)

Correção da CLTD (CLTDc)

CLTDc = [(CLTD + LM)K + (25,5 – ta) + (tm – 29,4)]f

Correção LM para Latitude 24o


Mês S SE/SO E/O NE/NO N Horiz
Dez 1.6 1.6 0.0 -2.2 -3.3 0.5
Jan 0.5 1.1 0.0 -1.6 -3.3 0.5
Fev -1.1 0.0 -0.5 -0.5 -1.6 0.0
Mar -1.6 -1.6 -0.5 0.5 1.2 -1.6

Correção K
Cor da Superfície K
Escura 1,00
Média 0,83
Clara 0,65

Valores de f
Tipo de Telhado F
Ático Ventilado 0,75
Demais Tipos 1,00

tm = BS − (daily range ÷ 2)

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Ocupação

q = N LHGp (latente)

q = N SHGp CLF (sensível)

Calor dissipado – pessoas

Nível da atividade SHGp LHGp

Sentado em repouso 67 35
Trabalho em escritório 72 60
Atividade sedentária 82 79
Atividade média 87 133
Atividade pesada 154 271

CLF para pessoas - cargas sensíveis


Horas Horas após a entrada no ambiente
total
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
2 0.49 0.58 0.17 0.13 0.10 0.08 0.07 0.06 0.05 0.04 0.04 0.03
4 0.49 0.59 0.66 0.71 0.27 0.21 0.16 0.14 0.11 0.10 0.08 0.07
6 0.50 0.60 0.67 0.72 0.76 0.79 0.34 0.26 0.21 0.18 0.15 0.13
8 0.51 0.61 0.67 0.72 0.76 0.80 0.82 0.84 0.38 0.30 0.25 0.21
10 0.53 0.62 0.69 0.74 0.77 0.80 0.83 0.85 0.87 0.89 0.42 0.34
12 0.55 0.64 0.70 0.75 0.79 0.81 0.84 0.86 0.88 0.89 0.91 0.92

Exceções− em casos de grande concentração de pessoas ou de temperatura interna é variável,


como por exemplo o sistema de ar condicionado seja desligado à noite, CLF = 1,00. Caso
contrário, os valores são selecionados na tabela apresentada acima.

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Iluminação

q = W Fsa Fut CLF

Luminárias - classificação "a"


Taxa movimentação
a Mobiliário Tipo de fixação
de ar
0.45 pesado sem carpete Baixa V<=2,5m/s Embutida sem ventilação
0.55 comum sem carpete Média V<=2,5m/s Embutida sem ventilação
comum com ou sem
0.65 Média V<=2,5m/s Embutida com ventilação
carpete
Retorno dutado Embutida com ventilação ou
0.75 qualquer tipo
através das luminárias dependurada com retorno dutado

Luminárias - classificação "b"


Taxa de circulação de ar e difusão
Tipo de construção e massividade do
muito
piso baixa média alta
alta
piso de madeira 50mm (50 kg/m2) B A A A
piso de concreto 75mm (200 kg/m2) B B B A
piso de concreto 150mm (370 kg/m2) C C C B
piso de concreto 200mm (590 kg/m2) D D C C

CLF - operação por 10 horas/dia


Número de horas após ativação da iluminação
“a” “b”
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
B 0.62 0.66 0.69 0.73 0.75 0.78 0.80 0.82 0.84 0.85
0.55
C 0.66 0.68 0.70 0.72 0.74 0.75 0.77 0.78 0.79 0.81
B 0.71 0.74 0.76 0.79 0.81 0.83 0.84 0.86 0.87 0.89
0.65
C 0.74 0.75 0.77 0.78 0.80 0.81 0.82 0.83 0.84 0.85
B 0.79 0.81 0.83 0.85 0.86 0.88 0.89 0.90 0.91 0.92
0.75
C 0.81 0.82 0.83 0.84 0.85 0.86 0.87 0.88 0.89 0.89

Exceções− caso o horário de operação do sistema de ar condicionado seja semelhante ao da


iluminação, ou a iluminação permaneça ligada 24 horas/dia, CLF = 1,00.

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Equipamentos

Taxas típicas de dissipação de calor de motores elétricos


Potência Eficência a plena Localização em relação ao espaço
nominal carga condicionado ou fluxo de ar W
motor e motor fora / motor dentro /
CV kW % equipamento equipamento equipamento
dentro dentro fora
0.33 0.24 67.0 363 243 120
0.5 0.37 68.0 541 368 173
0.75 0.55 71.0 777 552 225
1.0 0.74 78.0 944 736 208
1.5 1.10 72.7 1,519 1,104 415
2.0 1.47 78.0 1,887 1,472 415
3.0 2.21 79.3 2,784 2,208 576
4.0 2.94 82.7 3,560 2,944 616
5.0 3.68 84.6 4,350 3,680 670
6.0 4.42 84.2 5,245 4,416 829
7.5 5.52 88.5 6,237 5,520 717
10.0 7.36 89.0 8,270 7,360 910
12.5 9.20 87.7 10,490 9,200 1,290
15.0 11.04 88.3 12,503 11,040 1,463
20.0 14.72 89.8 16,392 14,720 1,672
25.0 18.40 90.1 20,422 18,400 2,022
30.0 22.08 91.0 24,264 22,080 2,184
40.0 29.44 91.0 32,352 29,440 2,912
50.0 36.80 91.7 40,131 36,800 3,331

A tabela acima foi elaborada com a utilização das seguintes fórmulas:

Ganhos de Calor (GC)

GC = Pm / ηm (motores + equipamento movido)

GC = Pm (somente equipamento movido)

GC = Pm . (1/ηm − 1) (somente motor)

Conversões de unidades:

1 HP = 0,746 kW
1 CV = 0,736 kW

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Carga Térmica de Motores Elétricos

q = GC Fut Fca CLF

CLF p/ equipamentos sem exaustão localizada – cargas sensíveis


Total Horas após a entrada em operação
horas
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
2 0.56 0.64 0.15 0.11 0.08 0.07 0.06 0.05 0.04 0.04 0.03 0.03
4 0.57 0.65 0.71 0.75 0.23 0.18 0.14 0.12 0.10 0.08 0.07 0.06
6 0.57 0.65 0.71 0.76 0.79 0.82 0.29 0.22 0.18 0.15 0.13 0.11
8 0.58 0.66 0.72 0.76 0.80 0.82 0.85 0.87 0.33 0.26 0.21 0.18
10 0.60 0.68 0.73 0.77 0.81 0.83 0.85 0.87 0.89 0.90 0.36 0.29
12 0.62 0.69 0.75 0.79 0.82 0.84 0.86 0.88 0.89 0.91 0.92 0.93

Exceções − caso a operação do sistema de ar condicionado não seja contínua, como por exemplo
o sistema de ar condicionado seja desligado à noite, ou os equipamentos operem em regime
contínuo, CLF = 1,00.

Fut = fator de utilização (regime contínuo = 1,0 ou intermitente, a estimar)


Fca = fator de carga (de 0,75 a 1,10 – usual 1,0 = 100%)

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ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS

Após concluido o cálculo da carga de resfriamento, seja por métodos manuais ou


computacionais, deve-se efetuar uma verificação, não somente dos dados de entrada, mas
principalmente, dos resultados obtidos.

Estes resultados devem ser analisados por meio de índices, os quais usualmente são compatíveis
com o tipo de atividade a que se destina o ambiente condicionado.

Nos cálculos computacionais, deve-se dar preferência a dados de entrada no formato de taxas,
tais como:

m2/pessoa (ocupação)
W/m2 (iluminação)
m3/h.pessoa ou L/s.pessoa (renovação)

Neste formato, os dados de entrada podem ser mais facilmente verificados, principalmente em
sistemas com diversas zonas térmicas, para as quais as taxas adotadas podem apresentar uma
padronização, como por exemplo, todos os ambientes tipo escritório.

Da mesma forma, os resultados obtidos devem ser analisados por meio de índices.

O primeiro índice a ser verificado é a razão entre a área condicionada e o TR calculado por
ambiente ou zona térmica (m2/TR). Trata-se de um índice altamente variável, já que é
influenciado pela exposição e orientação da construção em relação à radiação solar. Entretanto,
para condições usuais de conforto, em ambientes típicos tais como residências e escritórios, este
índice encontra-se aproximadamente entre 12 e 24 m2/TR, incluindo a carga de ar exterior.

Estes índices podem não ser válidos para ambientes com portas abertas para o exterior, ou
ambientes totalmente internos, sem fachadas com vidros externos.

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Outros índices, tais como o Fator de Calor Sensível total da carga térmica, ou a vazão insuflada
por TR (m3/h.TR) devem igualmente ser verificados, de acordo com o tipo de atividade exercida
no ambiente.

Os índices indicados na tabela abaixo são orientativos, não sendo válidos para determinação da
capacidade do sistema de ar condicionado:

Tipo de atividade FCS total m3/h.TR


Condições usuais de conforto 0,60~0,85 600~850
Altas cargas sensíveis 0,90~0,99 900~1.200
Altas cargas latentes 0,40~0,55 300~550

Entende-se como altas cargas sensíveis, ambientes com elevado número de equipamentos
responsáveis por cargas sensíveis, tais como, CPD’s e sites de Telecomunicações.

Danceterias, cinemas e auditórios são ambientes com elevadas cargas latentes, devido à
concentração de pessoas, e consequentemente altas taxas de renovação de ar.

O índice FCS refere-se ao denominado Fator de Calor Sensível Total, ou seja, à razão entre o
calor sensível total, incluido o ar exterior e todas as cargas adicionais à serpentina, e a carga de
resfriamento total calculada.

Nestes índices está inclusa a carga térmica correspondente ao ar exterior de renovação.

Os condicionadores de expansão direta disponíveis no mercado, tipo split e self-contained, a


partir de 5 TR nominais, são fabricados para atender às condições usuais de conforto, conforme
indicado na tabela anterior.

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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Um escritório com área de 240 m2 tem uma taxa de ocupação de 6 m2/pessoa. Calcular qual a
vazão de ar exterior mínima para se atender às recomendações da ANVISA, assim como da
NBR 16401, nível 1. Determinar a hora de pico da carga de ar exterior, e com o auxílio da
Carta Psicrométrica, estimar as cargas térmicas sensível e latente devido ao ar exterior,
considerando-se as condições externas de projeto (15:00 hs) de BS = 35,0 oC, BU = 26,5 oC,
e variação diária de temperatura de 10,0 oC. As condições internas são de 24,0 oC e 50% de
umidade relativa.

R. Qe = 1.080 m3/h e qe = 12.186 W.

2. Calcular a transmitância térmica de uma divisória interna construída em madeira de alta


densidade com espessura de 5cm.

R. U = 2,31 W/m2 oC

3. Verificar o mês e a hora de cálculo da carga térmica máxima de uma janela de vidro comum,
fachada SE, com proteção interna.

R. Dez às 08:00 hs.

4. Verificar o mês e a hora de cálculo da carga térmica máxima simultânea para duas janelas de
vidro comum, fachadas NO e SO, com áreas respectivamente de 10 e 12 m2, ambas sem
proteção interna. Considerar a construção com massividade média.

R. Mar às 17:00 hs.

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5. Estimar a carga térmica total através de fachada O, no mês de Março às 16:00 hs, sendo as
condições externas de projeto (15:00 hs) BS = 35,0 oC, BU = 26,5 oC, e variação diária de
temperatura (DR) de 10,0 oC. A temperatura interna é de 24,0 oC. As áreas e os coeficientes
U da parede e do vidro são, respectivamente, de 20 e 10 m2 e 2,7 e 5,55 W/m2. oC (vidro
comum esquadria de madeira). A janela tem proteção interna de veneziana cor clara,
totalmente fechada, e o principal componente da parede é tijolo comum de 200 mm.
Considerar a construção com massividade leve e a cor da parede clara.

R. 4.096 W.

6. Verificar o mês e a hora de cálculo da carga térmica máxima através de telhado com 400 m2,
considerando-se as condições externas de projeto (15:00 hs) sendo BS = 35,0 oC, BU = 26,5
o
C, e variação diária de temperatura de 10,0 oC. A temperatura interna é de 24,0 oC, e o
coeficiente U do telhado é de 0,5 W/m2. oC. O principal componente do telhado é concreto
pesado de 50 mm, com isolamento térmico, e cor média.

R. Dez ou Jan, 18:00 hs, 4.820 W.

7. Um restaurante com 100 m2, funciona no horário de 11:00 às 15:00 hs. O sistema de
condicionamento de ar e 100% da iluminação são ligados neste horário. Estimar a carga
térmica de iluminação às 13:00 hs, considerando-se uma taxa de 25 W/m2, lâmpadas
fluorescentes, com reator (10%), embutidas com ventilação. A massividade da construção é
de 365 kg/m2 e o ambiente é de baixa ventilação.

R. 2.750 W.

8. Uma área de 100 m2 destinada a equipamentos de telecomunicações opera de forma


initerrupta, inclusive seu sistema de condicionamento de ar. O horário de trabalho de seus
operadores é de 08:00 às 18:00 hs, em regime de trabalho do tipo escritório. Estimar as
cargas térmicas sensível e latente devido a pessoas, às 15:00 hs. A taxa de ocupação é de 10
m2/pessoa.

R. 1.198 W.

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9. Uma sala de processo opera de forma initerrupta, inclusive seu sistema de condicionamento
de ar. Nesta sala está instalada uma bateria de dez bombas acopladas diretamente a motores
elétricos de 50 CV cada. Todo o líquido do processo é bombeado para fora da sala. Estimar a
carga térmica total dos conjuntos motor-bomba, considerando-se que os motores operam a
plena carga.

R. 33.331 W.

10. Os resultados da estimativa de carga térmica de um CPD com área de 50 m2 foram:


carga térmica total = 22.000 W
carga sensível total = 11.000 W
vazão de ar a insuflar 870 L/s
Verificar se estão coerentes em termos de m2/TR, m3/h/TR e FCS (Fator de Calor Sensível).

R. O FCS e a vazão de ar a insuflar estão significativamente baixos.

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BIBLIOGRAFIA, SITES E UNIDADES

Bibliografia
1. Resolução RE 9 de 16/01/03 – ANVISA
2. Decreto no. 22.281 de 21/11/02 – RIOLUZ
3. Portaria 3523 de 31/08/98 – MINISTÉRIO DA SAÚDE
4. ANSI/ASHRAE Standard 62.1, 2007
5. ASHRAE – Fundamentals, 1989, 1997 e 2001
6. Calculating Space Cooling Load Manual, University of Pittsburgh Project Team
7. NBR 16401:2008 – Instalações centrais de ar-condicionado para conforto – Parâmetros
básicos de projeto
8. Handbook of Air Conditioning System Design, Carrier Air Conditioning Co., 1965
9. Applied Thermofluids and Pollution Control, K. Inkaran e D. Tandy
10. NBR 15220-1 – Desempenho térmico de edificações – Parte 1: Definições, símbolos e
unidades
11. NBR 15220-2 – Desempenho térmico de edificações – Parte 2: Métodos de cálculo da
transmitância térmica, da capacidade térmica, do atraso térmico e do fator solar de
elementos e componentes de edificações

Sites
www.anvisa.gov.br (Legislação/VISALEGIS)
www.saude.gov.br (Escolha o Serviço/Legislação/Portarias/1998)
www.rio.rj.gov.br/obras (Legislação/Elevadores e Ar Condicionado)
www.mcquay.com/designtools

Unidades
1 TR = 3.517 W = 3.024 kcal/h = 12.000 Btu/h
1 L/s = 3,6 m3/h = 2,12 cfm (pés cúbicos por minuto)

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