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PATROCINADORES
ÍNDICE
VENTILAÇÃO E INFILTRAÇÃO
As trocas entre os fluxos de ar externo e interno, que ocorrem nos ambientes ventilados ou
condicionados podem ser classificadas como ventilação ou renovação, infiltração e exfiltração.
Infiltração é o fluxo não controlado de ar externo para o interior do ambiente, através de frestas
em janelas e portas externas, assim como outras aberturas extenas não intencionais.
Preferencialmente, os ambientes condicionados devem ser mantidos fechados em relação ao
meio externo, ou a outros ambientes internos não condicionados.
Exfiltração é o escape não controlado, do ar interno para o exterior, causado por diferencial de
pressão interna em relação à externa, assim como pela infiltração ou pela renovação.
A infiltração ou a exfiltração não devem ser consideradas para prover renovação em sistemas
centrais de condicionamento de ar, por serem dependentes de condições climáticas externas
excessivamente variáveis, tais como, velocidade dos ventos e diferenças de temperatura entre o
meio externo e o interno.
Os sistemas de ventilação podem ser classificados em dois grandes grupos, de acordo com a
forma em que ocorre a renovação de ar no ambiente a ser ventilado:
Ventilação natural – em que a renovação ocorre por meios naturais, devido à incidência de
ventos dominantes, e diferenças entre temperaturas internas e externas.
Ventilação forçada – em que a renovação ocorre por meios mecânicos, com a utilização de
ventiladores, sendo portanto, praticamente independente das condições atmosféricas. Os sistemas
de ventilação forçada são dividos em dois grupos básicos:
P+
1 2 3 4
Qi
Qi = vazão de ar insuflado
Componentes básicos:
1 – veneziana de admissão de ar
2 – filtro de ar na admissão
3 – ventilador de insuflação
4 – veneziana de insuflação
5 – veneziana de captação de ar
Qx
P– 2 3
1
Componentes básicos:
1 – veneziana de admissão de ar
2 – veneziana de captação de ar
3 – ventilador de exaustão
Qx
P + ou –
Qi
A ventilação geral diluidora é utilizada com a finalidade de reduzir a temperatura interna, assim
como diluir a concentração de contaminantes no ambiente, incluindo-se neste caso, o dióxido de
carbono (CO2) liberado pelos ocupantes do recinto.
Sistemas de Condicionamento de Ar
Qm = Qr + Qe = Qi
Qe = Qx = exfiltração de parte do ar do ambiente condicionado
TAE
Qe F C
Qm Qi
D P+
Qr Qx
Qm = Qr + Qe = Qi
Qx = Qe (desprezando-se as infiltrações e exfltrações no ambiente condicionado)
O ar exterior (Qe) ou ar de renovação, pode ser tratado (filtrado, resfriado e/ou desumidificado),
e é necessário para a manutenção da Qualidade do Ar Interior (QAI).
Qm
TAE Qe F C
Qi
D P+
ou –
Qr
D
Qx Qr + Qx
Este processo é usualmente adotado em sistemas de maior capacidade, que requerem elevadas
taxas de renovação de ar exterior, sistemas de VAV, ou processos especiais.
O ar exterior (Qe) ou ar de renovação, pode ser tratado (filtrado, resfriado e/ou desumidificado),
e é necessário para a manutenção da Qualidade do Ar Interior (QAI).
F C
TAE
Qi
Qe
P +/−
Qx
Taxa de Troca de Ar
Uma taxa de troca de ar é definida como sendo a razão entre um fluxo volumétrico de ar
movimentado, e o volume de ar do ambiente. Este fluxo volumétrico pode ser a vazão de ar
insuflada no ambiente ou a vazão de ar de renovação. As taxas de troca de ar são expressas em
termos de número de renovações do volume de ar do ambiente por unidade de tempo, sendo
usual se referenciar à hora. Portanto, as taxas de troca de ar são expressas em número de trocas
ou renovações por hora, ou ainda Air Changes per Hour (ACH) do volume de ar do ambiente
considerado.
A NBR 7256 recomenda valores para insuflação e renovação (Qi e Qe) em ambientes
hospitalares, em termos de vazão por área de piso climatizada (m3/h / m2), em função da
finalidade do ambiente.
A Portaria 3.523 do Ministério da Saúde recomenda para renovação (Qe) 27 m3/h por pessoa, e
a Resolução 9 da ANVISA, permite renovações de 17 m3/h.pessoa, em ambientes de grande
rotatividade, tais como, cinemas, teatros, auditórios, etc..
A NBR 16401:2008 recomenda valores para renovação (Qe) em função do tipo de aplicação
(atividade exercida no ambiente condicionado), em termos de litros/s.pessoa e litros/s.m2 de área
condicionada. São disponibilizados três níveis de valores de renovação (mínimo, intermediário e
eficaz), que podem ser adotados em função da Qualidade do Ar Interior a ser definida no projeto.
Este procedimento é baseado na ASHRAE 62.1.2004:
Qefz = Pz . Fp + Az . Fa sendo:
Qefz = vazão de ar exterior eficaz na zona térmica considerada, L/s
Pz = número máximo de pessoas no ambiente ou na zona térmica, adimensional
Fp = fator de renovação por pessoa, L/s.pessoa
Az = área útil ocupada, m2
Fa = fator de área, L/s. m2
A vazão de ar exterior eficaz na zona deverá ser corrigida em função da eficiência da ventilação
na zona:
Qr Qi
Qi Qr
piso elevado
Deslocamento Mistura
CORTE
Na ausência de dados mais precisos, os valores de Ez podem ser adotados conforme indicado na
NBR 16401, tais como:
Ez = 1,2 – insuflação de ar frio pelo piso com fluxo de deslocamento e retorno pelo forro.
Ez = 1,0 – insuflação de ar frio pelo forro.
Ez = 0,8 – ar de reposição suprido pelo lado oposto ao retorno ou exaustão.
A vazão total de ar exterior a ser suprida pelo sistema (Qe), não necessariamente deverá ser igual
à soma das vazões de ar exterior a serem supridas nas zonas que constituem este sistema (Σ Qsz),
podendo ser reduzida em sistemas que beneficiem vários ambientes (zonas térmicas), caso haja
diversidade na ocupação simultânea. Este fator de diversidade somente deve incidir na parcela
referente ao número de pessoas (Pz x Fp). A vazão total de ar exterior a ser suprida por um
sistema constituído de várias zonas térmicas pode ser calculada por:
O valor de Ev é determinado em função da maior relação entre Qsz (vazão a ser suprida na zona)
/ Qiz (vazão a ser insuflada na respectiva zona):
Qsz / Qiz Ev
0,15 1,0
0,25 0,9
0,55 0,6
Qefz = Pz . Fp + Az . Fa
Qefz = 5 x 3,1 + 50 x 0,4 = 35,5 L/s
Qsz = Qefz ÷ Ez
Qsz = 35,5 / 1,0 = 35,5 L/s
Qsz / Qiz = 35,5 / 480 = 0,07
Qefz = Pz . Fp + Az . Fa
Qefz = 10 x 3,1 + 50 x 0,4 = 51 L/s
Qsz = Qefz ÷ Ez
Qsz = 51 / 1,0 = 51 L/s
Qsz / Qiz = 51 / 570 = 0,09 (maior valor)
Considerando o maior valor de Qsz / Qiz = 0,09, na tabela pág. 13, Ev = 1,0.
Percentual de Ar Exterior
Infiltração
Vedação a b c
Boa 0,15 0,010 0,007
Média 0,20 0,015 0,014
Má 0,25 0,020 0,022
Exemplo: estimar a infiltração de ar, em termos de ACH, em ambiente com vedação média, no
verão (3,3 m/s), sendo a diferença entre as temperaturas externa e interna de 15 oC.
QUALIDADE DO AR INTERIOR
A SED é gerada por fatores externos e internos aos ambientes condicionados, tais como:
Renovação inadequada
Contaminação do ar interior
Contaminação do ar exterior
Arquitetura do ambiente
Projeto inadequado
Manutenção insuficiente
Art 2o. – Identificação dos poluentes, assim como os níveis de tolerância e métodos de
controle, os quais seriam objeto de regulamento técnico futuro
Art 6o. – Manter PMOC e técnico habilitado para garantir a aplicação da Portaria em
instalações acima de 5 TR (15.000 kcal/h ou 60.000 Btu/h).
Contaminação química – menor que 1.000 ppm (partes por milhão) de CO2 como
indicador de renovação de ar externo.
temp oC UR %
Aplicação
min max min max
Conforto em geral 23 26 40 65
Obras de arte 21 23 40 55
Acesso −− 28 −− 70
Estabelece as Normas Técnicas (NT) 001 a 004 especificando equipamentos e processos para
avaliação dos parâmetros de QAI:
Em 01/10/03, o Governo do Estado Estado do Rio de Janeiro sancionou a Lei no 4.192, visando
a melhoria da Qualidade do Ar Interior em prédio públicos e comerciais dotados de sistemas
centrais de condicionamento de ar. Esta Lei basicamente determinou:
Esta norma não é aplicável a pequenos sistemas unitários isolados, para conforto, em que a soma
das capacidades nominais das unidades que compõem o sistema é inferior a 10,0 kW (<3,0 TR).
Quanto à parte 2, cabe destacar a definição das condições ambientais internas em termos de
temperatura operativa, e não mais em termos de temperatura de bulbo seco interno,
considerando-se que a temperatura causada pela radiação, caso seja superior ou inferior à
temperatura de bulbo seco, pode alterar a sensação de conforto.
to = C ta + (1 − C) trm
C = coeficiente adimensional, função da velocidade do ar no ambiente
to = temperatura operativa, oC
ta = temperatura de bulbo seco do ambiente, oC
trm = temperatura radiante média, oC
Para velocidades do ar no ambiente menores que 0,2 m/s, ou ainda se trm – ta < 4,0o C, o valor
de C pode ser considerado como C = 0,5 e portanto:
to = (ta + trm) / 2
Esta temperatura pode ser estimada por meio de cálculos complexos, ou ainda a partir de
cálculos baseados na temperatura de globo (tg) medida no ambiente condicionado. Esta consiste
na medição da temperatura no interior de um globo metálico com parede fina, pintado de preto
(emissividade = 0,95) e diâmetro de 150 mm.
Para verão, considerando-se os ocupantes com roupa típica para esta estação de 0,5 clo, e
atividade física entre 1,0 e 1,2 met, as condições de conforto devem estar dentro da zona
delimitada por:
Estas condições podem ser alteradas em função de outros tipos de vestimenta (clo), assim como
maior nível de atividade física (> 1,2 met).
A parte 3 da NBR16401 define basicamente as taxas de ar exterior para renovação, com base no
tipo de atividade e na área a ser condicionada, conforme visto anteriormente, assim como novas
classes de filtragem para as instalações, classificadas com base na norma européia EN779.
Para os condicionadores de ar, a filtragem é definida pelo tipo de aplicação, sendo a mais usual
para ambientes de conforto, a classe fina F5.
Aplicação Filtragem
Escritórios alta densidade F5
Teatro, cinema, auditório, culto, sala de aula F5
Residências G3
Lanchonete, cafeteria G4
Considerando-se a aplicação destas novas classes de filtragem, atenção especial deve ser dada à
seleção dos condicionadores, tendo em vista que as pressões necessárias para movimentação dos
fluxos de ar são mais elevadas, podendo resultar em motores mais potentes para acionamento dos
ventiladores, assim como a possível troca do tipo de ventilador (rotor).
A norma permite, em casos de projetos que adotem condicionadores de pequeno porte tais como,
sistemas de água gelada com fancoletes (hidrônicos) ou sistemas de VRF (fluxo de refrigerante
variável), a utilização de filtros classe G3 nos condicionadores, desde que o fluxo de ar exterior
seja tratado com filtragem de classe idêntica à indicada na norma, para o tipo de aplicação
previsto para os ambientes.
Quanto maior a temperatura de uma região, maior a movimentação de suas moléculas. Esta
movimentação provoca uma reação em cadeia nas moléculas das regiões vizinhas, ocasionando a
transmissão de calor por condução.
Convecção – ocorre quando um fluido escoa sobre uma superfície sólida com temperatura
diferente, ocasionando um movimento relativo entre o fluido e a superfície.
Caso a movimentação do fluido seja causada por mecanismos mecânicos tais como ventiladores
e bombas, este processo é denominado convecção forçada. Caso contrário, sendo a
movimentação causada por diferença da massa específica das partículas do fluido, denomina-se
convecção natural.
Radiação – trata-se da energia emitida por qualquer matéria com temperatura não nula. Esta
forma de transmissão se dá por meio de ondas eletromagnéticas, não havendo necessidade de um
meio (matéria) entre as superfícies radiante e receptora, para se propagar.
A energia irradiada por um elemento radiante é função básica de sua temperatura superficial.
Esta energia incide sobre a superfície de um corpo com temperatura mais baixa, sendo parte
absorvida, em função de suas propriedades específicas.
Os conceitos básicos que envolvem fluxos de calor, de fluidos, ou de eletricidade (elétrons), são
os mesmos, e portanto, é possível se estabelecer uma relação entre os fluxos de calor e os
circuitos elétricos:
t1 t2
Por este conceito, fluxo de calor por condução, através de uma camada plana de um determinado
material, por unidade de área, pode ser expresso por:
A
t1
t2
t2
t1
A resistência térmica de camadas planas constituídas de material homogêneo, tais como camadas
de concreto ou tijolo maciço, pode ser determinada por:
R=e÷k sendo:
e = espessura da camada, m
k = condutividade térmica do material, W/m.°C
Rt = R1 + R2 + ... + Rn sendo:
Rt = resistência total das camadas em série, m2.°C/W
R1,2,...n = resistência de cada camada, m2.°C/W
e1 e2 e3
t1 t1 t2 t3 t4
t2
R1 R2 R3
t3
t4
O fluxo de calor por condução através de superfícies compostas de camadas planas homogêneas
pode ser expresso por:
q = (t1 – t4) ÷ Rt
A NBR 15220 (partes 1 e 2) apresenta tabela com valores de condutividade térmica e outras
carcterísticas técnicas, para diversos materiais empregados em construções no Brasil, em parte
reproduzida a seguir:
O fluxo de calor através de camadas planas não homogêneas, tais como tijolos de cerâmica ou de
concreto vazados, pode ser indicado pela resistência total da camada, para uma espessura
definida. Neste caso, o fluxo de calor pode ser determinado por:
Material Ro m2.oC/W
Bloco de concreto 2400 kg/m3 de 39 x 19 x 9
cm (L x H x P) com duas câmaras de ar 0,1312
verticais de 16,5 x 5 cm
Tijolo cerâmico 1600 kg/m3 de 32 x 16 x 10 cm
(L x P x H) com 6 câmaras de ar horizontais de 0,2321
4 x 3 cm
A NBR 15220 (partes 1 e 2) apresenta método para cálculo de resistências térmicas de camadas
planas não homogêneas para diversos tipos de tijolos de concreto e cerâmicos empregados no
Brasil, subdividindo a camada heterogênea em diversas outras homogêneas e heterogêneas.
Câmaras de ar
A resistência térmica de câmaras de ar tais como entre vidros duplos, áticos, etc..., pode ser
obtida por meio da tabela apresentada a seguir, para câmaras delimitadas por superfícies de alta
emissividade, tais como concreto, reboco, etc.. e de baixa emissividade, tais como chapa de
alumínio e similares. Define-se emissividade como sendo o quociente da taxa de radiação
emitida por uma superfície, pela taxa emitida por um corpo negro à mesma temperatura.
Convecção
A convecção ocorre quando uma superfície sólida e um fluido com temperaturas diferentes estão
em contato. Parte do fluido em contato com a superfície tem sua massa específica alterada
devido à diferença de temperatura, provocando movimentação e substituição da camada em
contato. Este processo contínuo é denominado Convecção Natural, e o fluxo de calor por
convecção pode ser expresso por unidade de área como:
Rar = 1 ÷ h e portanto,
Na análise dos fluxos de calor através das construções, as parcelas devidas à condução e à
convecção estão usualmente associadas, conforme representado a seguir:
te
t1 t2
t3 t4
ta
Desta forma, as resistências de cada camada podem ser consideradas termicamente em série, e o
fluxo de calor por unidade de área, através da superfície pode ser considerado como sendo:
q = U A (te – ta) e
U = 1 ÷ Rt sendo:
U = coeficiente total de transmissão de calor ou transmitância térmica, W/m2.oC
Rt = resistência térmica total ao fluxo de calor por condução e convecção, por unidade de
área, m2.°C/W
Exemplo: calcular o coeficiente U do centro de uma janela de vidro comum (ordinário), com
espessura de 3,2 mm, instalada em fachada externa.
Da tabela da pág. 28 são obtidos os valores de Rar externo e Rar ambiente interno:
Sendo o vidro ordinário uma camada homogênea, a condutividade térmica é obtida da tabela
pág. 25 (k = 1,1 W/m.oC), e a resistência térmica da camada de vidro pode ser calculada:
borda
Para efeitos de avaliação dos ganhos de calor, é considerado o conjunto da superfície translúcida
e do material da esquadria, assim como a influência deste material sobre a camada adjacente
(borda) da superfície translúcida.
De acordo com o material que constitui a esquadria e o isolamento térmico entre ambos
(esquadria-superfície translúcida), os valores da transmitâcia térmica do conjunto podem variar
consideravelmente:
Conceitos Gerais
O fluxo de calor radiante emitido pelo Sol, na forma de ondas eletromagnéticas, incide sobre as
superfícies de uma construção, sendo em parte refletido e em parte absorvido. Em superfícies
translúcidas, parte da radiação é ainda transmitida para o interior do ambiente.
Define-se absortância como sendo o quociente da radiação solar absorvida por uma superfície,
pela radiação solar incidente nesta mesma superfície. O calor absorvido aquece a superfície, e é
transferido ao ambiente interno, por meio da condução e da convecção combinadas.
Define-se como capacidade térmica de uma superfície, a quantidade de calor necessária para
variar em uma unidade a temperatura da mesma, por unidade de área. Nos sistemas SI e métrico
prático, é a quantidade de calor necessária para aumentar em 1 oC, um metro quadrado da
superfície.
Atraso térmico é o tempo que transcorre entre uma variação térmica em um ambiente e sua
manisfestação na superfície oposta de um componente construtivo, submetido a um regime
periódico de transmissão de calor. Depende da capacidade térmica e da ordem das camadas do
componente construtivo. O método de cálculo é apresentado na NBR 15220.
De acordo com o Sistema de Unidades adotado no cálculo, a carga de resfriamento pode ser
expressa em W (Sistema Internacional), kcal/h (Métrico Prático) ou Btu/h (Sistema Inglês).
Como em sistemas centrais de ar condicionado, os números resultantes destes cálculos costumam
ser elevados, é usual se definir a capacidade em termos de Toneladas de Refrigeração (TR),
sendo:
Existem diversos métodos para cálculo da carga de resfriamento, de acordo com a bibliografia ou
a norma adotada. Entretanto, quanto maior a capacidade do sistema, mais apurado deve ser o
método de cálculo, considerando-se que erros, podem resultar em custos de instalação
excessivos.
Sistemas de pequeno porte destinados ao conforto humano, não necessitam cálculos muito
apurados, já que os condicionadores utilizados dentre os disponibilizados no mercado, são
padronizados pelos diversos fabricantes.
Carga de resfriamento não residencial – para sistemas de maior porte, destinados tanto para
conforto humano, como para instalações industriais, os cálculos podem ser:
cálculo para a hora de pico (CLTD/CLF) – o cálculo é realizado manualmente ou por meios
computacionais, para apenas uma hora do dia de um mês de verão (hora de pico ou hora
máxima), e destina-se a estimativas de carga para um único ambiente, ou um número não muito
elevado de ambientes, preferencialmente pertencentes a uma mesma zona térmica, beneficiados
por um ou mais condicionadores. É utilizado na determinação da capacidade de sistemas de
expansão direta, já que os condicionadores e o sistema devem ser dimensionados para a carga de
pico, ou ainda pequenos sistemas de expansão indireta (água gelada), nos quais a a carga máxima
de quase todos ambientes ocorre aproximadamente na mesma hora de cálculo.
cálculo hora a hora (TETD/TA, TFM, HB ou RTS) – para sistemas de grande porte, do tipo
expansão indireta (água gelada), as cargas máximas dos ambientes ocorrem em horários e meses
diversos, devido à incidência solar diferenciada, à não simultaneidade dos fluxos de calor
incidentes, ou ao denominado schedule de operação dos ambientes. Nestes casos, as cargas dos
diversos ambientes são calculadas hora a hora, sendo utilizados programas computacionais de
forma a facilitar as totalizações e a estimativa da carga máxima simultânea do sistema ou carga
de bloco, necessária ao dimensionamento da central de água gelada. O cálculo manual é
complexo, e em alguns casos praticamente impossível.
TR
3h
carga máxima simultânea
1 5 10 15 20 24 hora
Este tipo de cálculo é necessário em projetos de grandes prédios que possuem contratos de
fornecimento de energia elétrica com tarifação diferenciada de consumo e demanda, e com
custos elevados durante o horário de ponta, geralmente entre as 17:30 e as 20:30. Com a
finalidade de se reduzir custos de operação, pode ser adotada a termoacumulação, na qual o
sistema de condicionamento de ar produz e acumula gelo ou água gelada nos horários ociosos
para serem utilizados como meio de refrigeração, em substituição aos compressores, de forma a
reduzir o consumo e a demanda contratada no horário de ponta, ou em períodos pré-
determinados. Alguns programas computacionais permitem a análise energética do
empreendimento, considerando-se diversas opções de sistemas de condicionamento de ar.
TR
3h
termoacumulação
1 5 10 15 20 24 hora
Princípios Básicos
Sistema – a definição de sistema depende do tipo de análise efetuada na instalação. Desta forma,
em termos de carga de resfriamento, considera-se sistema como sendo composto uma ou mais
zonas térmicas atendidas por um condicionador ou mais de um em paralelo. Em termos de
distribuição de ar, pode ser definido pela abrangência dos ambientes condicionados por uma
mesma rede de dutos.
Tipos de fluxo de calor – um sistema apresenta quatro fluxos de calor, que variam ao longo do
tempo: 1) ganho de calor do ambiente; 2) carga térmica (de verão) ou carga de resfriamento do
ambiente; 3) quantidade de calor extraída do ambiente; 4) carga de resfriamento da serpentina.
Qe
(5)
Qi (1)
Qr
(5)
(2)
FONTES
INTERNAS (4)
É importante ainda classificar estes ganhos como sensíveis ou latentes. Calor sensível é
absorvido pelo ambiente por condução, convecção e/ou radiação. Calor latente é inserido no
ambiente através de vapor d’água emitido por ocupantes, infiltração ou equipamentos. Para
manter a temperatura e a razão umidade ou umidade relativa constantes no ambiente, o
condicionador deve remover estes ganhos na mesma taxa em que são absorvidos pelo ambiente.
Na seleção do condicionador, é importante distinguir as cargas sensíveis e latentes, pois cada
equipamento possui uma capacidade máxima de remoção destas cargas, para uma determinada
condição de operação.
Todos os ganhos de calor sensível são constituidos de duas parcelas distintas: ganhos por
condução/convecção e por radiação.
carga real
calor armazenado
ganho
calor armazenado
início fim
O balanço das cargas de resfriamento de uma serpentina pode ser expresso por:
A partir dos projetos de arquitetura, estrutura e instalações prediais, e/ou de dados obtidos no
local da construção, deve-se efetuar um detalhado levantamento dos dados necessários à
estimativa da carga de resfriamento, tais como:
Na falta de maiores dados, as temperaturas de bulbo seco e úmido podem ser obtidas de dados
disponíveis na NBR 16401:2008. Esta Norma relaciona temperaturas máximas de bulbo seco às
15:00 hs, que só são ultrapassadas em até 0,4%, 1% e 2% dos dias do ano, e as temperaturas
médias coincidentes de búlbo úmido, para o Rio de Janeiro.
A variação diária de temperatura (DR) para o Município do Rio de Janeiro, no período de verão,
usualmente se situa entre 6 a 10°C. Esta variável é importante para se determinar a temperatura
de bulbo seco externa (te), em horários distintos das 15:00 hs, necessária para o cálculo de carga
de resfriamento, pelos métodos de carga de pico ou hora a hora. Esta variação diária de
temperatura é igualmente denominada Amplitude Térmica diária ou Daily Range (DR).
DR
temperatura mínima = BS – DR
As temperaturas externas de bulbo seco (te) nas diversas horas do dia, função da temperatura de
bulbo seco externa às 15:00 (BS), e da variação de diária de temperatura (DR) podem ser
determinadas por:
te = BS – Fr x DR sendo:
te = temperatura de bulbo seco, °C
BS = temperatura de bulbo seco às 15:00, °C (definida pela NBR 16401:2008)
Fr = fração do daily range ou variação diária de temperatura (ver TABELAS)
DR = daily range, °C
Condições internas:
Para a estimativa de carga de resfriamento, as condições internas devem ser definidas em função
da temperatura de bulbo seco interna e da umidade relativa. Podem ser consideradas evetuais
variações na temperatura interna durante o período de operação do sistema.
De uma forma geral, para sistemas de conforto, são aceitáveis temperaturas de bulbo seco entre
23 e 26°C, e umidades relativas (UR) entre 45 e 65%, sem controle.
Estas condições são válidas para velocidades do ar de 0,20 (difusão de ar por mistura) ou 0,25
m/s (fluxo de deslocamento), pessoas com metabolismo entre 1,0 e 1,2 met, e roupa típica da
estação (verão 0,5 clo).
A Resolução 9 da ANVISA igualmente define como condições internas para conforto em geral,
temperaturas de bulbo seco entre 23 e 26°C, e umidades relativas entre 40 e 65%.
Na falta de dados mais precisos, deverão ser consideradas as indicações da NBR 16401:
ocupação
calor dissipado por pessoas
iluminação
outras cargas sensíveis e latentes para motores elétricos, equipamentos de escritórios,
comerciais, de laboratórios e médicos.
Outras considerações:
tipo de sistema
ganho de calor no ventilador
ganho de calor nos dutos de distribuição de ar
ganho de calor do fluxo de ar de retorno (dutado ou não)
O ganho de calor do fluxo de ar de retorno que passa pelo teto rebaixado de uma construção,
pode incluir parte da dissipação térmica das luminárias, da carga do telhado propriamente dita,
assim como parte dos ganhos de calor das paredes, divisórias, e, eventualmente, janelas
localizadas acima do forro.
Estes ganhos podem ser definidos em termos de percentuais do respectivo ganho de calor total, e
devem ser analisados e considerados no estudo do processo psicrométrico do ciclo do ar
condicionado.
Data e hora de cálculo – Nem sempre é simples a determinação da hora de pico, considerando-
se que uma zona térmica pode possuir diversas superfícies externas, com orientações distintas. O
dia e o mês são usualmente definidos pelos picos de carga solar através das superfícies
translúcidas e telhados. O efeito da radiação solar sobre as aberturas translúcidas é o mais
pronunciado e imediato. Diversas horas e meses podem ser analisados para determinação da hora
de cálculo da carga térmica de pico.
Ambientes totalmente internos geralmente apresentam a carga de pico às 15:00 horas, por ser
esta hora considerada a de pico de temperatura externa à sombra. Devem ser analisadas ainda
bruscas variações dos schedules de operação das cargas internas.
Superfícies Translúcidas
O material mais usual da superfície translúcida, considerado como padrão para efeito de estudos
é o vidro comum, com espessura em torno de 3,2 mm (1/8”). Os diversos outros tipos de vidros,
acrílicos e policarbonatos são estudados em relação a este padrão.
Os valores dos coeficientes globais de transmissão de calor U, e dos ganhos de calor por radiação
solar e por condução, para vários tipos de superfícies translúcidas, são objeto de estudos à parte,
devido à alta complexidade das cargas de radiação (ASHRAE Fundamentals 1997 – Chap. 29 –
Fenestration).
O estudo da radiação solar parte do fluxo de calor incidente em uma superfície perpendicular aos
raios do Sol, considerado na distância média entre o Sol e a Terra, e aceito como 1.367 W/m2.
Como a órbita da Terra é ligeiramente elíptica, este valor varia em torno de 1.413 a 1.332 W/m2.
A partir destes valores, e considerando-se a real posição da superfície a ser estudada, tanto em
termos de localização sobre o globo terreste (latitude e longitude), quanto à sua orientação em
relação ao Sol (orientação da superfície), e ainda a posição em relação ao piso (superfície
vertical, horizontal ou inclinada), determina-se o fluxo de radiação incidente sobre esta
superfície. Nestes cálculos, as latitudes do Hemisfério Sul são consideradas negativas.
Obviamente este valor está em constante mutação, sendo usual se tabelar sua variação hora a
hora em um determinado dia do mês, mês a mês ao longo do ano, e para determinadas latitudes.
A posição do Sol em uma determinada hora do dia, é definida pela altitude solar β, considerada a
partir do plano horizontal, e pelo azimute solar Φ, a partir da orientação Sul.
Angulos Solares
O E
Φ Ψ
normal à fachada
Sombreamento Externo
A forma mais eficiente de se reduzir a radiação solar, é interceptar a radiação direta, antes desta
alcançar a abertura translúcida. Uma abertura translúcida totalmente sombreada pode ter seu
ganho de calor reduzido em até 80%. Preferencialmente, nas estruturas de sombreamento
externo, o ar deve se mover livremente, para arrastar o calor absorvido pela estrutura, por meio
de convecção natural.
Nos cálculos dos valores de Ph ou Pw, pode ser incluído o recuo da superfície translúcida em
relação à fachada da construção (reveal).
reveal
Figura 1:
Ph
CORTE
Figura 2: Rw
Pv
Rw = distância do brise à janela (fin separation)
Pv = extensão do brise (fin extension)
Sw = extensão da sombra
Sw
PLANTA
Sombreamento Interno
A maioria das aberturas envidraçadas possui algum tipo de sombreamento interno, seja com a
finalidade de reduzir a carga de radiação solar diretamente sobre os ocupantes, assim como por
simples estética.
A eficiência destes dispositivos depende de sua propriedade em refletir a radiação de volta para o
exterior, antes que seja convertida em calor no interior do espaço condicionado. Assim, as
características construtivas e a coloração são fatores preponderantes na definição de sua
eficiência.
Entretanto, devido à sua baixa massividade, todo o calor absorvido é convertido quase que
instantaneamente em carga de resfriamento, geralmente adiantando a hora da carga de pico.
Uma superfície translúcida posicionada na fachada externa de uma construção absorve dois
ganhos de calor distintos: 1) ganho de calor devido às radiações direta e indireta ou difusa (direta
refletida a partir de outras superfícies externas); 2) ganho de calor por condução/convecção
devido à diferença entre as temperaturas externa e interna.
Estes ganhos de calor sensível são instantâneos, e não são imediatamente convertidos em carga
de resfriamento, devido ao efeito de armazenamento térmico da construção. Assim, para fins de
cálculo da carga de resfriamento, outras considerações devem ser levadas em conta. Entretanto,
para entendimento do comportamento térmico das superfícies translúcidas, estes ganhos
instantâneos devem ser estudados.
A equação básica do ganho total de calor instantâneo através de uma abertura translúcida pode
ser expressa por:
Nem toda a radiação incidente sobre uma superfície translúcida é transmitida para o interior da
construção. Parte desta radiação é refletida de volta para o ambiente externo, e parte é absorvida
pela superfície translúcida, sendo transmitida por convecção e condução para os ambientes
externo e interno. Os percentuais transmitidos, refletidos e absorvidos pela superfície translúcida,
são função do ângulo de incidência, e das características construtivas da superfície (material,
espessura, cor), sendo determinantes para avaliação de sua eficiência térmica, em termos de
redução da carga de resfriamento.
radiação transmitida
te ta
RI RA
RI = RT + RR + RA
RI = radiação incidente sobre a superfície
RT = radiação transmitida para o ambiente
RR = radiação refletida para o exterior
RA = radiação absorvida pela superfície
RT
RR
Define-se Coeficiente de Ganho de Calor Solar – SHGC, como sendo a razão entre o ganho de
calor total devido à radiação admitido por uma superfície translúcida para um ambiente, e o
fluxo de calor por radiação incidente nesta superfície. Trata-se de um coeficiente adimensional,
que representa a soma da radiação transmitida para o ambiente, mais a parte da radiação
absorvida pela superfície translúcida e que passa para o ambiente por condução/convecção,
dividida pela radiação total incidente.
Assim, o ganho de calor por radiação que passa instantaneamente para o ambiente, através de
uma superfície translúcida, por unidade de área, pode ser expressa por:
Já o Coeficiente de Sombra – SC, é definido como sendo a razão entre o valor do SHGC da
superfície translúcida em avaliação, e o SHGC do vidro padrão (0,87). Portanto, para o vidro
padrão, o SC é 1,00. Na avaliação do SC, deve estar incluido o dispositivo de sombreamento
interno.
Define-se Fator de Ganho de Calor Solar – SHGF, como sendo o ganho de calor por radiação
do vidro padrão, para determinada latitude, mês, e orientação da superfície, ou seja, trata-se da
radiação incidente (RI) para uma condição específica.
Difere do SHGC por ser um valor de fluxo de calor por unidade de área (W/m2, kcal/h.m2 ou
Btu/h.ft2) específico para o vidro padrão.
Para a latitude 24 S, os valores máximos de SHGF estão tabelados (ver TABELAS), em função
da orientação da superfície do vidro padrão e do mês considerado.
O sombreamento interno, geralmente venezianas e cortinas, absorve a energia solar antes desta
atingir as superfícies internas, o que induz a resposta rápida na carga térmica, devido à pouca
massividade do dispositivo de sombreamento. Quando não há sombreamento, a energia solar é
absorvida por elementos mais massivos, aumentando o retardo (delay) na conversão de ganho de
calor em carga de resfriamento. Neste caso, o retardo é influenciado pela presença ou ausência
de carpetes, e da massividade da construção.
Exemplo: calcular a carga de resfriamento por radiação, de uma janela com vidro comum
(padrão), posicionada na fachada Oeste, às 17:00 hs do mês de Janeiro, sem sombreamento
interno. A construção é do tipo com massividade média (M), e a área da janela 5 m2.
q = U A CLTDc sendo:
CLTDc = diferencial de temperatura de carga de resfriamento corrigido, °C
Para outras condições, os valores de CLTD deverão ser corrigidos como a seguir:
tm = BS – (DR ÷ 2) = 36 – (8 ÷ 2) = 32°C
As superfícies opacas não permitem a passagem da radiação direta através de sua superfície.
Parte da radiação solar incidente é refletida, e a parte absorvida, causa um acréscimo da
temperatura superficial externa, denominada temperatura sol-ar.
RA
RI
atraso
RR
te ta
q = U A CLTDc
Os valores de CLTD para superfícies opacas são tabelados em função dos materiais utilizados,
que caracterizam sua massividade e seu coeficiente total de transmissão de calor.
Os materiais que constituem uma superfície opaca possuem uma classificação ASHRAE, como
por exemplo:
Desta forma, as superfícies opacas são definidas por um conjunto alfanumérico que indica sua
composição, incluindo os coeficientes de filme externo e interno.
Nas tabelas de CLTD os telhados são classificados por número e as paredes por letras.
Os valores de CLTD para superfícies opacas apresentados no anexo TABELAS, são para
superfícies de cor externa escura, na latitude 40°, considerando-se as condições de bulbo seco
externo de projeto de 35°C, temperatura interna 25,5°C, e variação diária de temperatura (daily
range) de 11,2°C.
As CLTD’s devem ser corrigidas para as condições de projeto conforme indicado a seguir:
Os valores de K podem ser adotados como 1,00 para superfícies externas com cores escuras, 0,83
para cores médias e 0,65 para cores claras.
No caso de telhados com ático ventilado, o valor de f é adotado como 0,75. Em todos os demais
casos, f = 1,00.
Exemplo: calcular a carga de resfriamento de uma parede de tijolo furado com espessura
aproximada de 200 mm, área de 10 m2, na latitude 24°, orientada para Noroeste (NO), às 15:00
hs, no mês de Fevereiro. A temperatura externa de projeto é 36°C, a interna 24°C, e o daily range
10°C. A parede possui, como acabamento, reboco de ambos os lados, e a superfície externa é na
cor clara.
Parede classificação B
Coeficiente de transmissão de calor U = 2,02 W/m2.°C
CLTD = 8°C
LM = − 0,5°C
K = 0,65 (superfície clara)
Correção da CLTD:
Carga de resfriamento:
Para superfícies internas (paredes, tetos, pisos e vidros) que separam o ambiente condicionado de
outros ambientes internos com temperaturas diferentes, a carga de resfriamento da superfície
pode ser calculada por:
Em construções convencionais, para espaços internos adjacentes não condicionados, sem fontes
de calor significativas ou grande insolação, é usual estimar tj = te − 3°C. Assim, (tj – ta) pode ser
estimado como sendo (te – 3 – ta) na hora de cálculo considerada. Opcionalmente, a diferença
(tj – ta) pode ser considerada como um percentual de (te – ta). Em alguns casos, a temperatura do
espaço adjacente pode ser igual ou superior à temperatura externa.
Para ambientes adjacentes condicionados, pisos diretamente sobre o solo ou sobre sub-solo não
ventilado, sem fontes de calor significativas, a diferença (tj – ta) pode ser desprezada, não
havendo portanto, transmissão de calor através da superfície.
Exemplo: calcular a carga de resfriamento de uma parede interna, com área de 10 m2, construida
em tijolo furado de 100 mm com reboco de ambos os lados, às 10:00 hs, considerando-se que a
temperatura externa de projeto é 35°C, o daily range 6°C, a temperatura interna do ambiente
condicionado 24°C, e o ambiente adjacente, não condicionado, não possui fontes significativas
de calor.
Carga de resfriamento:
As fontes internas de calor são responsáveis pelos ganhos sensíveis e latentes no interior do
ambiente condicionado.
Todos os ganhos latentes consistem em vapor d’água liberado no ambiente por pessoas e/ou
equipamentos, e portanto imediatamente convertidos em carga de resfriamento.
Exceções – sempre que a estrutura da construção esteja pré-resfriada, a parcela de calor sensível
radiante dissipado pelas fontes internas é armazenado na estrutura e posteriormente retorna ao
ambiente sob a forma de calor convectivo, resultando em um retardo térmico, e portanto, o fator
CLF deve ser considerado. Caso contrário, CLF = 1,0. Dependendo do tipo de fonte de calor
interna, outras condições podem resultar em valores de CLF = 1,0, conforme indicado a seguir.
A NBR 16401 lista ainda valores de cargas sensíveis e latentes dissipadas por pessoa, em função
do tipo de atividade exercida, e da temperatura de bulbo seco projetada para o ambiente (ta).
Programas computacionais igualmente disponibilizam estes dados de dissipação em função do
tipo de atividade, conforme indicado em anexo nas TABELAS.
q = N LHGp sendo:
N = número de pessoas
LHGp = calor latente dissipado por pessoas, W/pess
A fonte primordial são as lâmpadas, embora outros ganhos, como reatores, possam ser incluidos
na carga de resfriamento. A carga devido à iluminação pode ser calculada por:
O fator de utilização, Fut, considera a possibilidade de que nem todas as luminárias do espaço
permaneçam ativadas simultaneamente.
O fator Fsa considera a transferência de calor no aparelho de suporte das lâmpadas, assim como
os ganhos devido a reatores. Por exemplo, para aparelhos com duas lâmpadas fluorescentes e
reator eletrônico este fator pode variar de 0,98 a 1,21, e para lâmpadas de alta intensidade, de
1,07 a 1,44. Na falta de maiores informações, é usual na prática se considerar Fsa = 1,10 a 1,25
para lâmpadas fluorescentes. Para lâmpadas incandescentes, Fsa = 1,00.
Quando as luminárias são instaladas em tetos rebaixados, a dissipação deve ser divida em 2
componentes: 1) dissipação direta ao espaço condicionado; 2) dissipação acima do forro.
Caso o plenum do forro seja utilizado como retorno de ar, o fluxo de calor do plenum para o
ambiente é desprezível, e portanto não deve ser considerado no cálculo da vazão de ar a ser
insuflada. Entretanto, o calor dissipado pelas luminárias para o plenum deve ser adicionado à
carga total da serpentina do condicionador. Apesar de a carga térmica total ser a mesma, esta
diferença pode ser significativa, em termos de vazão de ar a insuflar, pois somente a parcela
relativa à carga direta para o espaço condicionado deve ser levado em conta no cálculo desta
vazão.
piso superior
qp
plenum
qi
Valores para as classificações “a” e “b”, assim como de CLF para schedule de 10 horas/dia são
apresentados nas TABELAS em anexo. É usual se disponibilizar tabelas de CLF para schedules
de 8, 10, 12, 14 e 16 horas/dia. Acima de 16 horas/dia considera-se CLF = 1,00.
A NBR 16401 indica 16W/m2 para este tipo de ambiente. Será considerado um acréscimo de
25% devido ao reator.
Do enunciado do problema, Fut = 1,00. Adotados os valores de “a” = 0,65 (embutidas com
ventilação), e “b” = B (200 kg/m2 − considerada média ventilação no ambiente) (ver
TABELAS). Portanto, com iluminação operando 10h/dia, e 6 horas após a ativação, CLF = 0,83,
já que o ar condicionado não é desligado.
GC = Pm/ηm sendo:
GC = ganho de calor instantâneo, W
Pm = potência útil do motor, W
ηm = rendimento ou eficiência do motor elétrico, (ver TABELAS)
Nas TABELAS são indicados os rendimentos médios de motores elétricos de 0,33 a 50,0 CV, de
acordo com os dados fornecidos pelos fabricantes.
GC = Pm
Esta equação acima aplica-se igualmente a bombas de um sistema de água gelada. O ganho de
calor da vazão de água movimentada, devido à ineficiência da bomba, é dissipada ao longo da
rede de distribuição de água gelada. Entretanto, costuma-se considerar o ganho de calor somente
da bomba, sem o motor elétrico, localizado na própria voluta da bomba. È importante ressaltar
que neste caso, o ganho de calor é adicionado à carga térmica da central de água gelada.
GC = Pm . (1/ηm − 1)
A potência nominal dos motores pode ser expressa em kW, HP ou CV, sendo os fatores de
conversão indicados a seguir:
1 HP = 0,746 kW ou 1 kW = 1,341 HP
1 CV = 0,736 kW ou 1 kW = 1,359 CV
O fator Fca refere-se às condições reais de operação do motor. O calor dissipado é proporcional
à carga de trabalho real do motor sob determinadas condições de operação, em termos de
amperagem. Como as correntes de operação usualmente são próximas das nominais dos motores,
geralmente adota-se Fca como 1,00. Entretanto, em situações de sobrecarga ou subcarga
permanentes, o valor de Fca pode variar de 0,75 a 1,10.
Os valores de CLF para motores elétricos são listados de acordo com o o tempo total de ativação,
assim como o tempo decorrido desde o início da ativação, até a hora considerada. O ASHRAE –
Fundamentals 1997, disponibiliza tabelas para motores elétricos ou outros equipamentos que
dissipem calor sensível, com ou sem sistema de exaustão localizada.
Exceções − caso a operação do sistema de ar condicionado não seja contínua (não há pré-
resfriamento da estrutura), ou os equipamentos operem em regime contínuo, CLF = 1,00. Caso
contrário, os valores de CLF devem ser considerados (ver TABELAS).
Exemplo: Um sistema de ar condicionado do tipo expansão indireta (água gelada) possui uma
bomba de acoplada a um motor elétrico de 20 CV, operando a plena carga. Estimar o calor
adicionado à vazão de água gelada.
Considerando-se que a bomba opera continuamente com o sistema de água gelada (Fut = 1,0), e
o motor a plena carga (Fca = 1,0):
Das TABELAS. considerando-se 8 horas de operação total, e 5 horas após a partida CLF = 0,80,
e portanto, a carga de térmica será:
As superfícies dos utensílios de cozinha são responsáveis por ganhos de calor significativos,
havendo sensível redução, caso sejam instalados sob coifas efetivas. Neste caso, somente as
cargas radiativas, que representam de 15 a 45% do total, influenciam as cargas de resfriamento,
sendo as latentes e as convectivas, exauridas. Confinando-se os lados de uma coifa, sua
eficiência é aumentada.
Os ganhos de calor sensível devido a equipamentos diversos podem ser convertidos em carga de
resfriamento por meio da expressão:
q = GC CLF sendo:
GC = ganho de calor sensível, W
Exceções − caso a operação do sistema de ar condicionado não seja contínua (não há pré-
resfriamento da estrutura), ou os equipamentos operem em regime contínuo, CLF = 1,00. Caso
contrário, valores de CLF devem ser considerados utilizando-se as mesmas tabelas adotadas para
motores elétricos.
O ganho sensível devido ao ar exterior, por se tratar de carga 100% convectiva, assim como o
ganho latente, são convertidos em carga de resfriamento instantaneamente.
Todos os cálculos de ganhos de calor de fluxos de ar são mais precisos quando baseados nas
vazões mássicas. Entretanto, a seleção de serpentinas, ventiladores e dutos, são baseadas em
vazões volumétricas, nas condições do Ar Padrão, com massa específica de 1,204 kg/m3, na
temperatura de bulbo seco de 21°C, ao nível do mar (101,325 kPa).
O valor da razão umidade externa (We) pode ser considerado aproximadamente constante para
variações da temperatura de bulbo seco de até −10°C, em relação à temperatura de bulbo seco de
projeto (15:00hs) usualmente consideradas para o Estado do Rio de Janeiro (35°C a 38°C).
Estas equações são usuais para pressão atmosférica de 101,325 kPa (nível do mar), e condições
de temperatura e umidade específicas para processos de condicionamento de ar. Para altitudes a
partir de 1.500 m (84,5 kPa), os valores adotados como constantes (1,23 e 3,01), devem ser
reduzidos proporcionalmente à pressão atmosférica real.
Ganhos Diversos
Outros ganhos de calor, externos ao ambiente condicionado, devem ser incluidos no cálculo da
carga de resfriamento. Entretanto, por ser ganhos que não incidem sobre o ambiente
condicionado, mas representam carga adicional nas serpentinas dos condicionadores de ar, são
considerados integralmente como carga de resfriamento, não sendo corrigidos por Fatores de
Carga de Resfriamento (CLF’s).
Para estimativa do ganho de calor, podem ser utilizadas as equações mencionadas anteriormente.
A potência do motor é função da vazão e da pressão necessária para movimentar o fluxo de ar do
condicionador. Na falta de maiores informações, adota-se um ganho de calor total do conjunto
em torno 5 a 10% da carga sensível interna do ambiente condicionado.
A potência requerida no eixo do ventilador (BHP) pode ser estimada pela fórmula:
Em TABELAS, com motor e equipamento dentro, a dissipação será de 1.887W, e desta forma a
relação entre a dissipação do conjunto e a carga interna sensível será:
Ganhos de calor nos dutos e exfiltração – apesar de os dutos de retorno, em alguns casos,
estarem sujeitos a condições de operação mais rigorosas, somente os ganhos nos dutos de
insuflação costumam ser considerados devido às temperaturas do ar em seu interior. Este ganho é
usualmente expresso em percentual da carga sensível do ambiente, normalmente em torno de
1%. Percentuais mais elevados podem ser adotados em casos de dutos não isolados, instalados
em plenuns de retorno, que podem absorver grandes ganhos de calor.
A exfiltração do ar insuflado pelas redes de dutos costuma ter maior impacto que o ganho de
calor, sendo normalmente adotados valores entre 1 e 3% da carga sensível do ambiente.
Todos estes ganhos de calor podem ser minimizados com um pequeno acréscimo na vazão de ar
a insuflar, ou uma pequena redução na temperatura média da serpentina.
- levantamento geométrico
- levantamento das carga internas (ocupação, iluminação e equipamentos)
- determinação dos schedules de operação
- definição das condições externas: NBR16401
- definição das condições internas: ti e UR (ANVISA e NBR16401)
- cálculo dos coeficientes U ou adotar valores tabelados
- estimativa da hora de cálculo (ver horas de CLF´s vidros e CLTD telhado)
OBS – deve estar compatível com os schedules de operação das cargas internas
- correção da te para a hora de cálculo: te = BS - %DR x DR
- estimativa de vidros radiação: q = A SC SHGF CLF
- estimativa de vidros transmissão: q = U A CLTDc
- estimativa de superfícies opacas: q = U A CLTDc
- estimativa de superfícies internas: q = U A (tj – ta)
- estimativa de pessoas sensível: q = N SHGp CLF
- estimativa de pessoas latente: q = N LHG
- estimativa de iluminação: q = W Fsa Fut CLF
- estimativa de equipamentos: q = CG Fut Fca CLF
- ar exterior sensível: q = 1,23 Q (te – ta)
- ar exterior latente: q = 3010 Q (We – Wa)
(We e Wa da carta psicrométrica)
- outros (até 10% da CSA): ventiladores de fan-coil´s (de 5 a 10% da CSA)
ganho de calor nos dutos de insuflação (1% da CSA)
exfiltração em dutos de insuflação (3% da CSA)
TABELAS
SDU GAL
%
TBS TBUc TBS TBUc
0,4 34,0 25,2 38,1 25,6
1,0 32,7 25,0 36,2 25,3
2,0 31,8 24,9 35,0 25,2
DR 6,1 9,8
temp C UR %
Aplicação
Min max Min max
Conforto em geral 23 26 40 65
Obras de arte 21 23 40 55
Acesso −− 28 −− 70
temp operativa C UR %
Aplicação
min Max max
Conforto em geral (verão) 22,5 25,5 65
dentro da zona delimitada 23 26 35
Correção da te
te = BS – Fr x DR
q = A SC SHGF CLF
q = U A CLTDc
tm = BS − (daily range ÷ 2)
Superfícies Opacas
q = U A CLTDc
Descrição U
Tijolo maciço aparente com argamassa de assentamento - espessura total 100 mm 3.70
Tijolo 6 furos com emboço 25 mm de ambos os lados – espessura total 140 mm 2.48
Tijolo maciço com emboço 25 mm de ambos os lados espessura total 150 mm 3.13
Tijolo 6 furos com emboço 25 mm de ambos os lados – espessura total 190 mm 2.02
Tijolo maciço duplo com emboço 25 mm os lados – espessura total 260 mm 2.30
Concreto maciço - espessura total 50 mm 5.04
Concreto maciço - espessura total 100 mm 4.40
Telha de barro com forro de concreto 30 mm 2.24
Telha de fibrocimento com forro de concreto 30 mm 2.25
Telha de barro com forro de concreto 200 mm 1.84
Telha de fibrocimento com forro de concreto 200 mm 1.99
Telha de fibrocimento com forro de concreto 120 mm 1.92
Telha de fibrocimento com forro de madeira 10 mm 2.00
Telhados
Paredes
Classif
Descrição do principal componente
Tijolo comum 200 mm B
Concreto pesado 100 mm E
Concreto pesado 200 mm C
Correção K
Cor da Superfície K
Escura 1,00
Média 0,83
Clara 0,65
Valores de f
Tipo de Telhado F
Ático Ventilado 0,75
Demais Tipos 1,00
tm = BS − (daily range ÷ 2)
Ocupação
q = N LHGp (latente)
Sentado em repouso 67 35
Trabalho em escritório 72 60
Atividade sedentária 82 79
Atividade média 87 133
Atividade pesada 154 271
Iluminação
Equipamentos
Conversões de unidades:
1 HP = 0,746 kW
1 CV = 0,736 kW
Exceções − caso a operação do sistema de ar condicionado não seja contínua, como por exemplo
o sistema de ar condicionado seja desligado à noite, ou os equipamentos operem em regime
contínuo, CLF = 1,00.
Estes resultados devem ser analisados por meio de índices, os quais usualmente são compatíveis
com o tipo de atividade a que se destina o ambiente condicionado.
Nos cálculos computacionais, deve-se dar preferência a dados de entrada no formato de taxas,
tais como:
m2/pessoa (ocupação)
W/m2 (iluminação)
m3/h.pessoa ou L/s.pessoa (renovação)
Neste formato, os dados de entrada podem ser mais facilmente verificados, principalmente em
sistemas com diversas zonas térmicas, para as quais as taxas adotadas podem apresentar uma
padronização, como por exemplo, todos os ambientes tipo escritório.
Da mesma forma, os resultados obtidos devem ser analisados por meio de índices.
O primeiro índice a ser verificado é a razão entre a área condicionada e o TR calculado por
ambiente ou zona térmica (m2/TR). Trata-se de um índice altamente variável, já que é
influenciado pela exposição e orientação da construção em relação à radiação solar. Entretanto,
para condições usuais de conforto, em ambientes típicos tais como residências e escritórios, este
índice encontra-se aproximadamente entre 12 e 24 m2/TR, incluindo a carga de ar exterior.
Estes índices podem não ser válidos para ambientes com portas abertas para o exterior, ou
ambientes totalmente internos, sem fachadas com vidros externos.
Outros índices, tais como o Fator de Calor Sensível total da carga térmica, ou a vazão insuflada
por TR (m3/h.TR) devem igualmente ser verificados, de acordo com o tipo de atividade exercida
no ambiente.
Os índices indicados na tabela abaixo são orientativos, não sendo válidos para determinação da
capacidade do sistema de ar condicionado:
Entende-se como altas cargas sensíveis, ambientes com elevado número de equipamentos
responsáveis por cargas sensíveis, tais como, CPD’s e sites de Telecomunicações.
Danceterias, cinemas e auditórios são ambientes com elevadas cargas latentes, devido à
concentração de pessoas, e consequentemente altas taxas de renovação de ar.
O índice FCS refere-se ao denominado Fator de Calor Sensível Total, ou seja, à razão entre o
calor sensível total, incluido o ar exterior e todas as cargas adicionais à serpentina, e a carga de
resfriamento total calculada.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Um escritório com área de 240 m2 tem uma taxa de ocupação de 6 m2/pessoa. Calcular qual a
vazão de ar exterior mínima para se atender às recomendações da ANVISA, assim como da
NBR 16401, nível 1. Determinar a hora de pico da carga de ar exterior, e com o auxílio da
Carta Psicrométrica, estimar as cargas térmicas sensível e latente devido ao ar exterior,
considerando-se as condições externas de projeto (15:00 hs) de BS = 35,0 oC, BU = 26,5 oC,
e variação diária de temperatura de 10,0 oC. As condições internas são de 24,0 oC e 50% de
umidade relativa.
R. U = 2,31 W/m2 oC
3. Verificar o mês e a hora de cálculo da carga térmica máxima de uma janela de vidro comum,
fachada SE, com proteção interna.
4. Verificar o mês e a hora de cálculo da carga térmica máxima simultânea para duas janelas de
vidro comum, fachadas NO e SO, com áreas respectivamente de 10 e 12 m2, ambas sem
proteção interna. Considerar a construção com massividade média.
5. Estimar a carga térmica total através de fachada O, no mês de Março às 16:00 hs, sendo as
condições externas de projeto (15:00 hs) BS = 35,0 oC, BU = 26,5 oC, e variação diária de
temperatura (DR) de 10,0 oC. A temperatura interna é de 24,0 oC. As áreas e os coeficientes
U da parede e do vidro são, respectivamente, de 20 e 10 m2 e 2,7 e 5,55 W/m2. oC (vidro
comum esquadria de madeira). A janela tem proteção interna de veneziana cor clara,
totalmente fechada, e o principal componente da parede é tijolo comum de 200 mm.
Considerar a construção com massividade leve e a cor da parede clara.
R. 4.096 W.
6. Verificar o mês e a hora de cálculo da carga térmica máxima através de telhado com 400 m2,
considerando-se as condições externas de projeto (15:00 hs) sendo BS = 35,0 oC, BU = 26,5
o
C, e variação diária de temperatura de 10,0 oC. A temperatura interna é de 24,0 oC, e o
coeficiente U do telhado é de 0,5 W/m2. oC. O principal componente do telhado é concreto
pesado de 50 mm, com isolamento térmico, e cor média.
7. Um restaurante com 100 m2, funciona no horário de 11:00 às 15:00 hs. O sistema de
condicionamento de ar e 100% da iluminação são ligados neste horário. Estimar a carga
térmica de iluminação às 13:00 hs, considerando-se uma taxa de 25 W/m2, lâmpadas
fluorescentes, com reator (10%), embutidas com ventilação. A massividade da construção é
de 365 kg/m2 e o ambiente é de baixa ventilação.
R. 2.750 W.
R. 1.198 W.
9. Uma sala de processo opera de forma initerrupta, inclusive seu sistema de condicionamento
de ar. Nesta sala está instalada uma bateria de dez bombas acopladas diretamente a motores
elétricos de 50 CV cada. Todo o líquido do processo é bombeado para fora da sala. Estimar a
carga térmica total dos conjuntos motor-bomba, considerando-se que os motores operam a
plena carga.
R. 33.331 W.
Bibliografia
1. Resolução RE 9 de 16/01/03 – ANVISA
2. Decreto no. 22.281 de 21/11/02 – RIOLUZ
3. Portaria 3523 de 31/08/98 – MINISTÉRIO DA SAÚDE
4. ANSI/ASHRAE Standard 62.1, 2007
5. ASHRAE – Fundamentals, 1989, 1997 e 2001
6. Calculating Space Cooling Load Manual, University of Pittsburgh Project Team
7. NBR 16401:2008 – Instalações centrais de ar-condicionado para conforto – Parâmetros
básicos de projeto
8. Handbook of Air Conditioning System Design, Carrier Air Conditioning Co., 1965
9. Applied Thermofluids and Pollution Control, K. Inkaran e D. Tandy
10. NBR 15220-1 – Desempenho térmico de edificações – Parte 1: Definições, símbolos e
unidades
11. NBR 15220-2 – Desempenho térmico de edificações – Parte 2: Métodos de cálculo da
transmitância térmica, da capacidade térmica, do atraso térmico e do fator solar de
elementos e componentes de edificações
Sites
www.anvisa.gov.br (Legislação/VISALEGIS)
www.saude.gov.br (Escolha o Serviço/Legislação/Portarias/1998)
www.rio.rj.gov.br/obras (Legislação/Elevadores e Ar Condicionado)
www.mcquay.com/designtools
Unidades
1 TR = 3.517 W = 3.024 kcal/h = 12.000 Btu/h
1 L/s = 3,6 m3/h = 2,12 cfm (pés cúbicos por minuto)