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G uia prático

Considerando que qualquer aprendizado se fortalece quando devidamente prati-


cado, este guia visa a possibilitar verdadeiras e revolucionárias transformações.

DO DIFÍCIL PARA O FÁCIL

Ao longo de nossa existência nos deparamos com atividades que são verdadei-
ros desafios, e a primeira impressão que temos é que jamais seremos capazes
de realizá-las. Com o avançar da idade, a complexidade dessas missões, apa-
rentemente impossíveis, aumenta: uma criança aprende a manusear talheres
para se alimentar, a dar um laço num cadarço, a escrever as primeiras letras,
as primeiras palavras, a formar as primeiras frases, a expressar seus pensamen-
tos, a andar de bicicleta sem as rodinhas laterais, a acionar os botões dos vi-
deogames e equipamentos em geral, a praticar esportes. Em suma, verifica-se
que cada etapa torna-se fácil pelo simples fato de ser praticada. Quanto mais
se pratica, mais se adquire habilidade.
Você deve adotar esse mesmo princípio com relação a este guia prático,
pois os exercícios contidos nele foram devida e criteriosamente escolhidos
para o fortalecimento do aprendizado de técnicas e recursos relativos a cada
uma das dimensões da comunicação abordadas no livro. É certo que sem dis-
ciplina e vontade para se processar mudanças nada acontecerá.
Por isso, o convite é: mãos à obra! Arregace as mangas e comece a trabalhar.
Lembre-se que cada fase é apenas mais um estágio para o seu desenvol-
vimento. Quem define aonde e quando quer chegar é você.
Desejo que você não se contente com pouco e que viva intensamente a sua
existência, consciente da importância do momento presente. Segure com firmeza
as rédeas da sua vida, direcionando-as para o contínuo processo de evolução.
120 As sete dimensões da comunicação verbal

TESTE – CAPÍTULO 2

Como está sua comunicação?1

O objetivo deste teste é avaliar sua habilidade de se comunicar e a importância


que a comunicação tem na sua vida. Siga a instruções e depois leia o resultado.
Instruções:
• reserve 20 minutos para realizar o teste em local tranquilo e livre de
interferências;
• leia atentamente as questões e as alternativas, assinalando a letra cor-
respondente a cada resposta;
• anote as letras que correspondem às respostas assinaladas e faça os cál-
culos com base na tabela que acompanha o teste;
• leia, ao final, a interpretação do seu resultado.

1. O que você pensa da sua voz na secretária eletrônica?


a) Parece estranha, é horrível, não gosto.
b) Gosto, mas acho que tem muitos defeitos.
c) É maravilhosa, com bom timbre, musicalidade, boa dicção. Parece voz de
locutor.

2. No que diz respeito ao olhar, qual é sua atitude?


a) Não costumo olhar nos olhos das pessoas quando falo com elas; tenho
vergonha, até tento, mas não consigo. Fico inibido.
b) Olho às vezes, mas logo disfarço olhando para cima, para os lados ou
para baixo.
c) Olho com firmeza e segurança, sem constranger a outra pessoa.

3. Sobre seus gestos, como você costuma se comportar?


a) Seguro minhas mãos, enfio-as nos bolsos, cruzo os braços ou preciso ficar
segurando algo.
b) Solto as mãos, faço alguns gestos e alguns movimentos e sei que os ges-
tos reforçam a expressão corporal.

1 Fonte: PASSADORI, Reinaldo. Comunicação essencial: estratégias eficazes para encantar seus
ouvintes. São Paulo: Gente, 2003.
Reinaldo Passadori 121

c) Faço gestos e sei que eles são adequados ao conteúdo e ao processo da fala,
formando um conjunto harmonioso em relação à expressão corporal.

4. Como você definiria seu estilo?


a) Sou do meu jeito, minhas roupas e aparência são diferentes da maioria das
pessoas, e isso as assusta um pouco, mas não me importo. Sou espontâneo
e sincero, e quem gostar de mim deve me aceitar do jeito que eu sou.
b) Visto-me razoavelmente, mas sei que sou conservador e que preciso me
atualizar, cuidar melhor do corpo e da aparência.
c) Sou atualizado, sem seguir muito os modismos. Geralmente causo boa impres-
são devido ao modo elegante de me vestir, asseio e apresentação pessoal.

5. Em eventos sociais, como você se apresenta?


a) Cometo muitas gafes em apresentações, cumprimentos, cortesias, com-
portamento à mesa. Sei muito pouco a respeito disso.
b) Enfrento as situações. Sei que domino alguns conhecimentos, pois já li
algo a respeito disso, mas não me aventuro a participar ativamente de
eventos sociais muito formais.
c) Trafego com facilidade em qualquer tipo de evento social. Saio-me bem
quando me apresento e me exponho em diversas situações, formais ou
informais.

6. Você foi convidado para falar em público. O que normalmente acontece na hora?
a) Tenho dificuldade para encontrar palavras que expressem meus pensa-
mentos. É comum perder o raciocínio.
b) Falo razoavelmente, embaraço-me às vezes e percebo que sinto alguma
dificuldade para encontrar as palavras exatas.
c) Falo bem, com propriedade, naturalidade e domino as palavras. Leio mui-
to, tenho vocabulário rico para expressar minhas ideias.

7. Seu chefe solicita que você prepare uma apresentação para a convenção anual
da empresa. Como a estruturaria?
a) De modo intuitivo. Como não domino nenhuma técnica e não conheço
nenhum método de apresentação, ficaria em dúvida sobre planejamen-
to, preparação e condução da palestra.
122 As sete dimensões da comunicação verbal

b) Por ter algum conhecimento sobre organização e planejamento, eu es-


truturaria a apresentação com começo, meio e fim, subdividindo-a em
partes. Mas sinto que ainda sou fraco nisso.
c) Planejo, preparo, administro o tempo, uso adequadamente recursos au-
diovisuais, sei técnicas para início, desenvolvimento e encerramento de
apresentações.

8. Você se acha tímido?


a) Sim, normalmente fujo de situações em que precise me expor diante de
um público.
b) Sim, e tenho consciência de minha timidez. Esforço-me para superá-la,
mas é sempre um sofrimento quando preciso falar em público.
c) Não. Domino meus medos e temores, conheço e uso técnicas de relaxa-
mento, administro minhas preocupações e tensões.

9. Sobre o uso de recursos audiovisuais:


a) Não recorreria a nenhum, pois a fala é suficiente para que todos possam
me entender. O importante é o conteúdo.
b) Por ser organizado e perceber a importância de tais recursos, procuro usá-los,
mas geralmente faltam qualidade e técnicas para obter melhores resultados.
c) Conheço e utilizo adequadamente todos os tipos de recursos audiovisuais.
Escolho com cuidado imagens, conteúdo, cores, figuras, gráficos e recorro
a sistemas computadorizados.

10. Como você se comporta nas relações interpessoais?


a) Por ser de natureza introvertida, normalmente fico quieto, evito conver-
sar e as pessoas não me procuram.
b) Converso, tomo algumas iniciativas, mas só quando necessário. Exponho
pouco minhas ideias.
c) Sou espontâneo, carismático, simpático e normalmente benquisto. Tenho
muitos amigos e sou popular. Muitas pessoas param para me ouvir.

11. Qual é a velocidade de sua fala?


a) Depressa ou devagar demais. Quando falo, provoco impaciência ou ner-
vosismo nas pessoas.
Reinaldo Passadori 123

b) Falo em velocidade normal, mas não arrisco variações. Sei que ainda falta
algo para gerar mais impacto em minha fala.
c) Administro bem a velocidade da minha fala. Faço variações, expresso cor-
retamente minhas emoções, propiciando um impacto positivo e desper-
tando a atenção das pessoas.

12. Como é sua dicção?


a) Ruim, pois falo com a boca semiaberta. Tenho a língua presa ou excessiva
nasalação.
b) Mediana. Percebo que alguns sons de sílabas ou palavras não são claros.
Posso melhorar.
c) Excelente. Falo com clareza e boa entonação, não tenho afetações exage-
radas de sotaque nem uso estrangeirismos. Normalmente sou elogiado
pela clareza de minha pronúncia.

13. Como você costuma se comportar em reuniões?


a) Não falo nada; entro quieto e saio calado. Só me expresso quando ques-
tionado sobre algo.
b) Participo, mas sou lacônico, não me exponho nem corro riscos. Falo o
básico e o necessário.
c) Não só participo como dirijo reuniões. Sou entusiasta e motivado. Apre-
sento e estimulo a participação dos outros. Consideram-me um líder.

14. Qual é seu desempenho em vendas?


a) Não vendo nada, nem a mim mesmo, e, quando vendo, tenho vergonha
de cobrar.
b) Vendo porque tenho de vender, por exemplo, minhas habilidades em
uma entrevista de emprego ou em um processo seletivo.
c) Sou um vendedor nato. Conheço técnicas, tenho sensibilidade para me
adequar a qualquer perfil de pessoa, desenvolvo boa argumentação e
fecho negócios. Vendo qualquer coisa que quiser.

15. Como você se comporta em festas e eventos sociais?


a) Normalmente fico só, converso pouco e sinto-me envergonhado para pu-
xar um assunto ou me aproximar de alguém.
124 As sete dimensões da comunicação verbal

b) Divirto-me, falo com as pessoas, em geral conhecidas. Sinto que poderia


ser mais ousado, mas algo me prende.
c) Sou alegre, extrovertido, falo com qualquer pessoa. Sei que tenho jeito
para puxar uma conversa e me saio bem nesse tipo de situação.

16. Qual é sua atitude na comunicação com outras pessoas?


a) Não me importo com elas. Tenho meu estilo e minha personalidade. A
responsabilidade de entender o que falo é do outro.
b) Normalmente, consigo me fazer entender, mas sou resistente a mudan-
ças. Reconheço que preciso me flexibilizar mais.
c) Tenho empatia, ou seja, sei me colocar no lugar do outro. Sei que a res-
ponsabilidade de uma boa comunicação depende muito de mim e da
minha capacidade de flexibilização para me fazer entender.

17. Como anda sua autoestima?


a) Não gosto de mim. Geralmente vejo-me cheio de defeitos e problemas.
b) Gosto um pouco de algumas habilidades e capacidades que reconheço
em mim. Sinto que posso e preciso gostar mais de mim mesmo.
c) Valorizo-me e por isso sei que sou valorizado. Conheço minhas falhas, e
isso me ajuda a não me ver como um ser humano maravilhoso, repleto de
virtudes e capacidades físicas, mentais, emocionais e espirituais.

18. Como você avalia sua comunicação?


a) Sou como sou, tenho um estilo definido, uma personalidade forte e
penso que não preciso aprimorar minha comunicação. Que me aceitem
como sou.
b) Percebo que a comunicação é importante para mostrar ao mundo meu
potencial, mas não faço nada a respeito disso. Acredito que com o tempo
desenvolverei naturalmente essa habilidade.
c) Reconheço que se não me comunico não sou nada, não sou ninguém.
Sempre que posso invisto nessa competência, leio livros, assisto a seminá-
rios e palestras, faço cursos e me exercito constantemente.
Reinaldo Passadori 125

Aferição do resultado
Atribua 1 ponto para cada resposta A, 2 pontos para cada resposta B, 3 pontos
para cada resposta C e some-os:

A = .......... × 1 = ______
B = .......... × 2 = ______
C = .......... × 3 = ______
Total = _______ pontos

Conclusões

Até 27 pontos: FRACO. Você dá pouca importância à comunicação


e à própria imagem, não se importa com o que pensam e sentem
a seu respeito. Normalmente foge de situações em que é convida-
do ou convocado para se expor, sofrendo por medo ou ansiedade.
Você tem, também, dificuldade para se relacionar em contextos de
vendas, negociações ou em eventos sociais. Se deseja obter maior
sucesso em sua vida pessoal e profissional, precisa romper as bar-
reiras que o impedem de se expor e desenvolver a habilidade da
comunicação.
De 28 a 36 pontos: REGULAR. Você já faz algo e aproveita as opor-
tunidades em que a habilidade de comunicação é necessária. Tem
algumas habilidades desenvolvidas, tais como boa utilização da voz,
facilidade de organizar ideias e extroversão, mas ainda é limitado na
aplicação das competências da comunicação. Como você, a maioria
das pessoas situa-se nessa faixa. Elas têm consciência da importân-
cia da comunicação, mas não a desenvolveram.
De 37 a 45 pontos: BOM. É bom comunicador, relaciona-se bem com
as pessoas, tem consciência de que mostra seu potencial individual
por meio da comunicação. Tem habilidade para vender e negociar
e, eventualmente, fala em público, mas apenas quando a situação é
inevitável. Possui uma percepção desenvolvida das outras pessoas,
domina técnicas de comunicação, estudou e estuda o assunto. Re-
conhece que ainda há pontos a serem aprimorados e sabe que isso
só depende de esforço e boa vontade.
126 As sete dimensões da comunicação verbal

De 46 a 54 pontos: ÓTIMO. Fala bem, com desenvoltura, fluidez e


naturalidade em todas as situações. Exerce papéis de liderança e
inspiração sobre outras pessoas e tem facilidade para vendas e ne-
gociações. É uma pessoa simpática, irradia energia de entusiasmo e
vitalidade, é ousada e corajosa. Domina seus medos e tem prazer em
utilizar a comunicação quando precisa ou deseja falar em público.

Independentemente de seu resultado, a leitura deste livro proporcionará


informações e reflexões importantes para a sua comunicação. Os que obti-
veram mais pontos poderão aqui perceber seu reflexo e conscientizar-se do
motivo de serem bons comunicadores, mesmo ainda necessitando aperfei-
çoar certos detalhes. Afinal, ninguém é tão perfeito que não tenha algo a ser
melhorado. Para os que possuem muitas dificuldades, tenho esperança de que
este trabalho atue como uma verdadeira alavanca propulsora para um grande
salto de evolução pessoal. Assim, a missão deste livro, de motivar para a mu-
dança, será cumprida.

EXERCÍCIOS − 1ª DIMENSÃO: COMUNICAÇÃO INTRAPESSOAL

A Comunicação Intrapessoal é a que se pratica consigo mesmo; trata da auto-


valorização e da validação que se atribui aos próprios pensamentos, sentimen-
tos, ao corpo e às ações. Os exercícios propostos têm como objetivo reforçar
sua autoestima, despertar sua atenção para as suas qualidades e orientá-lo a
sentir-se confiante e seguro em tudo que fizer, em especial quando se expres-
sar em público.

Exercício 1
Reserve um tempo só para você. Primeiramente, relaxe. Depois, diante de um
espelho, de preferência que reflita seu corpo inteiro, olhe-se com concentração e
veja-se. Observe bem seu rosto, seus olhos, sua expressão, sua pele, seus cabelos,
seu jeito único de ser e de se expressar no mundo.
Reconheça, sem falsa modéstia, sua beleza e sua capacidade de perceber o
mundo por meio dos sentidos. Observe o seu estilo, o seu charme. Pense sobre
a sua saúde: o funcionamento dessa máquina maravilhosa que é o seu corpo.
Depois, responda a si mesmo as seguintes questões:
Reinaldo Passadori 127

1. Descreva quem é você.


2. O que você mais gosta na sua aparência?
3. Sintetize o que é a vida para você.
4. Quais as principais decisões que tomou na vida?
5. O que é a morte para você?
6. O que significa livre-arbítrio para você?
7. Qual é o seu principal valor?
8. O que você prefere: ter razão ou ser feliz?
9. Qual foi o momento mais importante da sua vida?
10. Qual é a sua principal qualidade?
11. Como é a sua vida?
12. Como deseja que a sua vida seja?
13. O que impede que a sua vida seja como você deseja?
14. O que pretende fazer a esse respeito?
15. Qual o primeiro passo para as mudanças que deseja implementar?
16. Você tem coragem?
17. O que o impede de fazer as coisas que deseja fazer?

Agora, reserve um tempo (em torno de cinco minutos) e, se possível, colo-


que uma música ambiente suave.
Anote suas conclusões e, principalmente, suas decisões e respectivas escolhas.
Se desejar processar mudanças, estabeleça um prazo para essas mudanças e defina o
primeiro passo a ser dado. Na sequência, dê o primeiro passo para essa mudança.

Exercício 2
Reserve um momento em que esteja sozinho para realizá-lo. São necessários cer-
ca de 20 minutos, em um ambiente calmo.

1. Faça uma relação de 50 características positivas que você possui.


2. Selecione as 20 principais – aquelas que você percebe que são tão co-
muns que até teve dificuldade para lembrar. Por exemplo: bondade,
pontualidade, fidelidade, confiabilidade.
3. Do mesmo modo que relacionou as 50 características positivas, propo-
nho que escreva agora as 50 características que você considera negati-
vas ou que precisam ser melhoradas. Por exemplo, procrastinação, pre-
guiça, falsidade, insegurança.
128 As sete dimensões da comunicação verbal

4. Depois, por ordem de importância, relacione as 10 principais caracterís-


ticas positivas e as 10 principais características negativas. Conscientize-
-se das positivas e escolha o que fazer com as que julgou negativas.

Exercício 3
Pesquise com seus amigos e pessoas de sua confiança quais percepções elas têm
de você. Anote-as e procure identificar a causa das características positivas para
reforçá-las ainda mais. Também analise as características negativas, o que gerou
essa percepção e de algum modo, se for de seu interesse, procure fazer as mu-
danças que julgar necessárias.

Exercício 4: Técnicas para superar a timidez


Como mencionamos na 2ª Dimensão, algumas práticas simples de comunicação
podem ajudá-lo a quebrar a barreira da timidez e sentir-se mais autoconfiante
para desenvolver as outras dimensões da comunicação.

1. Em casa, em um lugar isolado em que não seja interrompido, exercite


diariamente a comunicação intrapessoal (veja 1ª Dimensão), recons-
truindo os fatos do dia com a maior fidelidade possível, com o mínimo
de omissões e alterações. Você vai descobrir que é uma pessoa igual às
outras, com defeitos e qualidades. Anote o que percebeu numa folha
de papel em uma coluna com o título: Estado Atual.
2. Em seguida, visualize como gostaria de se comportar. Ou seja, crie ima-
gens mentais de como gostaria de ser visto. É fundamental não visuali-
zar outra pessoa neste momento, mas sempre a própria imagem. Anote
o que viu em uma coluna com o título: Estado Desejado. Este é o estado
que você atingirá com a prática.
3. Agora, olhe-se no espelho e procure “imitar” o que acabou de visualizar
mentalmente. Sinta a diferença de levantar os ombros, erguer a cabeça,
sorrir e olhar de frente para a imagem que você está vendo (você mes-
mo). Mesmo que ache esta ação esquisita ou ridícula, permita-se ver-se
desta forma. Se você fosse ator, não teria que simular o personagem?
Pense assim e “imite” novamente.
4. Depois que estiver familiarizado com as três primeiras técnicas, inicie a
prática da Comunicação Interpessoal (2ª Dimensão) – ou seja, estabeleça
Reinaldo Passadori 129

contato com os outros. Isso deve ser feito de maneira muito sutil, sem
gerar em você nenhuma ansiedade ou pressão. Veja como é simples:
ao sair de casa todos os dias, durante uma semana pelo menos, olhe
algumas pessoas brevemente e imagine como elas são. Aproveite quan-
do estiver parado no trânsito, no ônibus, no metrô, nas filas. Esqueça
de você mesmo e observe-as: aquela ali parece arrogante ou simples?
Como se comporta? O que estará pensando? Uma boa dica é imaginar
que irá escrever um livro no qual descreverá essas pessoas. Ao chegar
em casa, anote o que viu. Isso irá ajudá-lo a exercitar-se não apenas na
observação do outro, como também na comunicação escrita.
5. Pratique a fala interpessoal em pequenas doses. Para alguns tímidos, es-
tabelecer diálogo pode representar um martírio. Portanto, durante uma
semana, experimente falar um pouquinho com pessoas que estejam em
situação de atendimento ao público. Por exemplo, o jornaleiro, o caixa
do banco, o vendedor de uma loja. Em vez de apenas cumprimentá-lo,
olhe para ele e diga “Como vai?” e aguarde a resposta. Não se prenda
ao modo como ele irá responder, o mais importante é que você fez o
contato. E continua vivo! Se você é do tipo que fala baixo, veja as orien-
tações da 3ª Dimensão sobre comunicação vocal e incremente sua voz.
Faça em casa os treinamentos sugeridos neste Guia Prático.
6. Diariamente acrescente às conquistas já obtidas pelas práticas anterio-
res indicações da comunicação corporal (5ª Dimensão). Dedique um dia
à sua postura: você anda de cabeça baixa? Levante-a um pouco, o su-
ficiente para ver as pessoas de frente. Se o problema está nos ombros,
erga-os toda vez que os flagrar “rebaixados”. À medida que se sen-
tir seguro, pratique outra habilidade: os gestos, o andar, e assim por
diante. Você vai sentir uma grande diferença. Mas não tenha pressa.
Respeite seu ritmo.
7. A cada dia ou semana, acrescente ao seu comportamento as habilida-
des destacadas nas dimensões desta edição. Treine novamente o que
não está bem e some-o às experiências anteriores. Assim, logo atingirá
o Estado Desejado e estará pronto até para desenvolver técnicas de
apresentação pública.
130 As sete dimensões da comunicação verbal

EXERCÍCIOS – 2ª DIMENSÃO: COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL

Esta dimensão contempla a acuidade sensorial perceptiva com a qual reco-


nhecemos o outro, a fim de ajustarmos e calibrarmos nossa ação para conse-
guirmos a melhor comunicação possível e adequada ao nosso desejo ou inten-
ção. Trata-se da aplicação prática da empatia para criar sintonia com a outra
pessoa, facilitando o entendimento entre as partes.

Exercício 1
Analise e faça comentários sobre o seu jeito de pensar, agir e sentir em relação a
outras pessoas, com base nos seguintes critérios:

• paciência;
• tolerância;
• discernimento;
• intransigência;
• flexibilidade.

Escolha mentalmente algumas pessoas de seu convívio e identifique as dife-


renças que percebe entre o seu temperamento e o dessas pessoas. Por exemplo,
observe seu melhor amigo/a, seu superior imediato, seu melhor e pior clientes,
seu cônjuge, namorado/a ou parceiro/a.

Exercício 2
Para melhor perceber o outro, de maneira sutil e discreta, sem que a pessoa
perceba, procure imitar seus movimentos, seu jeito de andar, suas expressões
faciais, seu jeito de cumprimentar e características de voz; repita palavras que a
pessoa usou. Você irá constatar que cada um de nós tem suas próprias manias,
comportamentos e maneiras de responder aos estímulos diversos. Esta simples
observação o ajudará a compreender que se quisermos, de fato, nos relacionar
com outras pessoas, precisamos exercitar a compreensão, a paciência e (por que
não?) o amor ao próximo.
Reinaldo Passadori 131

Exercício 3
Observe como uma pessoa (por vez) se comunica, de preferência sem fazer jul-
gamentos. Perceba como ela se relaciona de acordo com os itens a seguir. Anote
suas observações em um caderno e pratique fazer esta análise. Com o tempo,
será bastante fácil observar essas características, o que facilitará consideravel-
mente seu relacionamento com ela(s), além de gerar para você mesmo um farto
material para auto-observação e autoanálise.

Características gerais:
• simpatia;
• segurança;
• entusiasmo;
• primeira impressão;
• maleabilidade;
• sinceridade;
• sensibilidade;
• espontaneidade;
• assertividade.

Aspectos técnicos:
• gramática;
• vocabulário;
• objetividade;
• prolixidade;
• lógica;
• congruência;
• erudição;
• originalidade.

Voz:
• volume;
• tonalidade;
• velocidade;
132 As sete dimensões da comunicação verbal

• pausas;
• dicção;
• pontuação;
• cacofonia;
• nasalação.

Corpo (expressão corporal):


• gesticulação;
• movimentação do corpo;
• postura;
• fisionomia;
• aparência;
• estilo;
• elegância;
• olhar.

EXERCÍCIOS – 3ª DIMENSÃO: COMUNICAÇÃO VOCAL

Nossa voz, no processo da fala, transmite muito mais do que o conteúdo


da mensagem: nossas emoções, nosso nível intelecto-cultural, e ainda nos-
sa origem, revelada por meio de sotaque ou de estrangeirismos e regiona-
lismos. Alguns exercícios simples podem fazer grande diferença em nossa
performance como comunicadores, notadamente quando estamos falando
em público.

Exercício 1: Respiração
Esse exercício é bastante conhecido em escolas de sabedoria. É o chamado exercí-
cio 7.1.7 (sete-um-sete). Além de acalmar o corpo e a mente, amplia a capacidade
pulmonar para que a voz flua com facilidade e naturalidade.

1. Procure, inicialmente, um lugar calmo.


2. Comece a prestar atenção em sua respiração, aspirando pelo nariz e
expirando pela boca.
Reinaldo Passadori 133

3. Faça três respirações profundas soltando todo o ar. Em seguida, inspire,


contando até sete. Após um breve intervalo (um ou dois segundos) sol-
te vagarosamente o ar contando novamente até sete.
4. E assim sucessivamente. Um período de cinco a dez minutos é suficiente.

Exercício 2: Dicção e teatralização

1. Reserve cinco a dez minutos, se possível, diariamente.


2. Escolha um texto, de preferência os que propiciem interpretação, como
poesia, contos ou peças teatrais.
3. Leia em voz alta, articulando exageradamente (abrindo bem os lábios)
e pronunciando o som de todas as sílabas, de todas as palavras. Procu-
re dar força à acentuação tônica de cada palavra, além de expressar a
emoção que a frase e/ou parágrafo transmitem.
4. Procure diversificar os textos. Com a prática, logo você irá perceber
como sua fala ganhou beleza e qualidade de interpretação.

Exercício 3: Musicalidade
Cante e encante, mesmo que cante para você mesmo, no carro ou, como se cos-
tuma dizer, no banheiro, não importa. O fato é que o canto favorece a fala, não
apenas por acionar e exercitar todo o aparelho fonador – conjunto de órgãos
compondo os pulmões, brônquios e traqueia, responsáveis pela produção do ar,
matéria-prima para a formação dos sons – como a laringe e as pregas vocais,
comumente chamadas de cordas vocais. Ao cantar, com as diversas variações pro-
vocadas pela música, praticamos a fala, pois esta também exige variações de to-
nalidade, ritmo e harmonia, ressalvadas, claro, as diferenças de cada contexto.

EXERCÍCIOS − 4ª DIMENSÃO: COMUNICAÇÃO CORPORAL

É certo dizer que não existimos sem nosso corpo, porém, além de transportar
a vida, nosso corpo é um poderoso instrumento de comunicação, que culmina
134 As sete dimensões da comunicação verbal

em uma simples, objetiva e muito conhecida frase: “O corpo fala” – desde um


simples franzir de sobrancelha, um dedo em riste, um movimento de cabeça
querendo dizer sim ou não, uma piscadela marota, um olhar malicioso ou uma
gesticulação exagerada em um discurso inflamado. Os exercícios propostos têm
a finalidade de conscientizar e ativar esses poderosos recursos de comunicação.

Exercício 1: Ativando os gestos


Reserve um tempo específico para isso, de preferência diante de um espelho.
Procure fazer gestos ou sinais para representar as seguintes ideias ou ações:

• abraço;
• beber;
• convite;
• crescer;
• descer;
• dirigir;
• empurrar;
• equilíbrio;
• força;
• fumar;
• humildade;
• mais ou menos;
• menosprezar;
• negativo;
• pare;
• positivo;
• prepotência;
• puxar;
• quebrar;
• refeição;
• segurar;
• soprar;
• subir;
• torcer.
Reinaldo Passadori 135

Em seguida, procure incorporar estas palavras à sua fala e experimente fazer


gestos correspondentes. Quanto mais se exercitar, maior será a sua naturalidade
ao fazê-los.

Exercício 2: Expressões
Do mesmo modo que o anterior, faça-o em lugar tranquilo, diante do espelho.
Porém, agora focando sua expressão facial e seu olhar, procure expressar as se-
guintes emoções ou ideias:

• amorosidade;
• ansiedade;
• desdém;
• dúvida;
• impaciência;
• indiferença;
• ironia;
• olhar “maroto”;
• preocupação;
• raiva;
• simpatia;
• surpresa;
• tristeza.

Em seguida, como um ator ou uma atriz, fale algo que corresponda a essas
emoções, teatralizando-as de maneira congruente. Observe as diferenças sutis
que há entre uma e outra apresentação.

Exercício 3: Postura e andar


Observe o jeito de caminhar de outras pessoas e explore as formas diferentes de
andar e da sua postura:

• ande depressa, passos firmes, gestos decididos, observe a distância en-


tre os passos;
• ande devagar, como se estivesse bem calmo e em harmonia;
• ande preguiçosamente, quase arrastando os pés;
136 As sete dimensões da comunicação verbal

• ande de maneira arrogante. Exagere;


• ande de modo humilde. Exagere;
• caminhe com elegância, com consciência de seu corpo e em estado de
presença, ou seja, atento a tudo o que ocorre à sua volta. Observe seu
corpo, seus pensamentos e suas emoções.

EXERCÍCIOS – 5ª DIMENSÃO: COMUNICAÇÃO TÉCNICA

Hoje, mais do que nunca, vivemos em um mundo envolto por paraferná-


lias eletrônicas de toda natureza e por uma tecnologia que se aprimora a
cada momento. Ao fazer exposições de qualquer natureza, temos recursos
dos mais simples aos mais sofisticados para nos apoiar. Estes exercícios têm
como meta apoiá-lo em suas futuras decisões para que suas apresentações
tenham maior brilho.

Exercício 1: Checklist
Ao preparar-se para apresentações, faça um checklist sobre os recursos que tem
conhecimento e pode utilizar sem dificuldades:

( ) aplicativo para PowerPoint®;


( ) controle de ar e de temperatura;
( ) controle do nível de ruídos e ajustes de som;
( ) decoração (balcão de recepção, plantas, mesa de apoio etc.);
( ) disposições da sala ou auditório;
( ) equipamento para exibição de filmes;
( ) flip chart;
( ) laptop;
( ) microfone fixo, de lapela, sem fio, head set ;
( ) projetor multimídia;
( ) quadros (branco, eletrônicos e negros);
( ) recursos para teleconferência;
( ) teleprompter.
Reinaldo Passadori 137

Exercício 2: Como montar uma apresentação com PowerPoint®

O PowerPoint® é um aplicativo do Microsoft Office® que serve para criar apresen-


tações por meio de slides, que são “telas” para inclusão de textos, sons, anima-
ções e imagens diversas.
Uma apresentação bem-sucedida requer planejamento – veja como montar
seu roteiro no Capítulo 3 – 6ª Dimensão: comunicação intelectual.
Tenha em mente que um slide bem produzido deve seguir a regra básica
5-Cs, explicada na 5ª Dimensão – Comunicação técnica. Não polua sua apresen-
tação com fotos, imagens, sons ou filmes que não sejam essenciais para cumprir
o objetivo da apresentação. Lembre-se que o recurso visual deve ser apenas um
apoio e não o contrário. Uma dica importante: separe em fichas ou folhas de
papel cada informação que será direcionada ao PowerPoint®. Coloque-as em se-
quência, do início para o fim. Siga as orientações de Luciano Naldi, facilitador do
Instituto Passadori:

1. Clique no programa. Ele abrirá com uma configuração padrão, que


pode ser alterada de acordo com a sua necessidade.
2. Na barra superior, clique no menu Exibir e selecione Barra de Ferramen-
tas. Geralmente, o próprio programa apresenta uma seleção de recur-
sos básicos já selecionados. Só os modifique se já tiver alguma familiari-
dade com o PowerPoint®.
3. É na ferramenta Desenho que estão os principais recursos para a cons-
trução de figuras. Geralmente ela aparece na parte inferior do ambien-
te de trabalho. Caso não apareça, repita o passo anterior e selecione a
opção Desenho.
4. Para facilitar seu trabalho, crie um modelo de Slide Mestre. Ele dará uni-
dade visual, ou seja criará um formato e identidade para todos os slides,
pois permite incluir, por exemplo, um logotipo. O slide mestre controla
certas características de texto – como o tipo, o tamanho e a cor da fonte,
chamados de “texto mestre”. Também permite definir a cor do plano de
fundo e determinados efeitos especiais como o sombreamento e o estilo
de marcador. Para criar um slide mestre, siga os seguintes passos:
• Clique em Exibir e, na opção Mestre, escolha Slide Mestre. O slide
mestre contém espaços reservados para texto e para rodapés, como
a data, a hora e o número do slide.
138 As sete dimensões da comunicação verbal

• Quando desejar fazer uma alteração global na aparência dos slides,


não precisará alterar cada slide individualmente. Basta fazer a alte-
ração no slide mestre: o PowerPoint® atualizará automaticamente os
outros slides e aplicará as alterações aos que forem acrescentados.
• Para alterar a formatação do texto, selecione-o nos espaços reserva-
dos e faça as alterações desejadas. Por exemplo, se você alterar para
azul a cor do texto do espaço reservado, os slides existentes e novos
serão alterados automaticamente para esta cor.
• Você também deve usar o slide mestre para adicionar uma figura,
mudar o plano de fundo, ajustar o tamanho dos espaços e alterar o
estilo, o tamanho e a cor da fonte.
• Para que uma arte ou texto apareça em todos os slides, por exem-
plo, logotipo ou nome de uma empresa, insira-o no slide mestre.
Todos os slides apresentarão o logotipo ou texto no mesmo local em
que aparece no slide mestre.
• Para adicionar o mesmo texto a todos os slides, leve o cursor para a
barra inferior (Desenho) e clique na opção Caixa de Texto, mas não
digite nada nos espaços reservados de texto. A aparência do texto
adicionado com a caixa de texto não é controlada pelo slide mestre.

5. Defina o tipo de fonte para o seu texto. As mais usadas são Arial, Ver-
dana ou Tahoma. Evite fontes enfeitadas ou muito pesadas, porque na
tela serão pouco legíveis.
6. Defina um tamanho para o título e outro para o texto. Para as fontes sugeri-
das, o tamanho 32 para o título e 24 para o texto geram boa legibilidade.
7. Ao escolher a cor que irá usar para a fonte, lembre-se que o contraste
com o fundo é requisito para facilitar a leitura. A regra básica é: utilize
fundo claro com letras escuras e fundo escuro com letras claras.
8. O texto do slide deverá conter apenas informações prioritárias, que
acrescentem dados ao que você está dizendo ou reforcem algum con-
ceito importante para o objetivo da apresentação. Evite detalhamento
de pesquisas, tabelas grandes, muitos números, sequência de frases.
Procure dar a informação em tópicos, por meio de pequenas frases ou
de palavras-chave.
9. O número de slides por apresentação não deve ser rígido. Existe um pa-
radigma de que o ideal é um slide para cada três minutos de fala. Mas
Reinaldo Passadori 139

não se prenda a isso. Se você tem um conteúdo bem definido e estrutu-


rado, use quantos slides considerar necessário, na forma de tópicos. Isso
o ajudará a seguir um roteiro e não fugir do assunto.
10. Para inserir figuras, clique em Inserir da barra superior do programa e
escolha Imagem:
• Clip-art: com esta opção você pode inserir arquivos do clip-art em
seu slide. O Office possui uma pequena biblioteca com essas figuras,
mas você também pode inserir clip-arts de outras fontes (de CDs,
por exemplo).
• Do arquivo: aqui você consegue inserir imagens do tipo gif, bmp e
outras.
• Autoformas: nesta opção, o PowerPoint® abrirá uma pequena jane-
la na qual você poderá escolher formas predefinidas, como setas,
estrelas etc. e aplicá-las em seus slides.
• Organograma: com esta opção você aciona o aplicativo de criação
de organogramas da Microsoft. Este aplicativo faz parte do Office e
geralmente é instalado junto com o programa.
• WordArt: esta opção oferece diversas formas de texto em 3D, que
você pode inserir no slide.
• Do scanner ou câmera: neste caso, é a opção para inserir uma ima-
gem digitalizada a partir de um scanner ou câmera. Para tanto, você
precisa ter este dispositivo acoplado ao seu computador.
• Tabela do Microsoft Word®: nesta opção é possível inserir uma ta-
bela construída no Word®. Fazendo isso, será aberta uma “janela”
deste programa toda vez que você desejar editar a tabela inserida.
• Atenção: só use arquivos de imagens com mais de 75 DPIs de resolu-
ção. Não aumente uma imagem com menor resolução, pois em uma
tela maior, irá aparecer borrada (“pixelada”).

11. Inserindo filmes: o filme precisa ter boa resolução. Se a gravação foi
feita por uma câmera amadora ou mesmo por celular, não use em sua
apresentação, pois a audiência verá apenas imagens borradas. O filme
deverá ter extensão avi, m1v, m3u, mov, mp2. Se for um filme profissio-
nal, siga as orientações:
140 As sete dimensões da comunicação verbal

• Clique no menu Inserir, escolha Filmes e Sons, selecione a opção Fil-


me do arquivo. A primeira cena aparecerá no slide.
• Vários sites podem ser úteis para pesquisar imagens e vídeos. Mas,
atenção para os direitos autorais (© copyright). Portanto, leia o pro-
cedimento/regulamento do site para verificar se você poderá utili-
zar ou não:
- www.google.com.br;
- www.altavista.com.br;
- www.youtube.com;
- www.justin.tv;
- www.flickr.com .

12. Inserindo sons: a instalação convencional do Windows, permite gravar


vários arquivos de extensão wav, na pasta Windows/Media. Mas o som a
ser inserido também pode estar gravado em um CD. Use arquivos com ex-
tensão wav, mp3, mid. Para inserir o arquivo de som, siga a orientação:
• Clique no menu Inserir, escolha Filmes e Sons e selecione Sons do ar-
quivo. No caso de gravação em CD, na opção Filmes e Sons, selecione
Tocar faixa de áudio do CD. O ícone será acrescentado ao slide.

13. Salvar: para salvar a sua apresentação, clique em Aquivo, na barra su-
perior do programa, e escolha a opção Salvar como. Na janela, dê um
nome para o arquivo e na opção Salvar como tipo, escolha Apresenta-
ção (*.PPT) ou Apresentação do PowerPoint® (*.PPS).
14. Dicas importantes: para que a sua apresentação seja também tecnica-
mente bem-sucedida, sugerimos que:
• Releia os slides: passe, repasse e repita. Examine os títulos, os ali-
nhamentos, as ilustrações. Não há nada torto ou deslocado? Algum
texto ilegível? Talvez sobreposto? A ordem está correta? Todo slide
tem um título enfatizando a sua ideia central? Faça as correções e
releia mais uma vez!
• Ensaie: pratique sua apresentação, sozinho a princípio, e depois
para um pequeno grupo, se você puder. Peça para alguém se po-
sicionar bem longe e avaliar se consegue ler seus slides. Use um
relógio e cronometre quanto tempo você se mantém em cada slide
− e tente deslocar o ponto de equilíbrio, de modo a reservar mais
Reinaldo Passadori 141

tempo para os slides mais importantes no contexto da sua apresen-


tação. Quando terminar de ensaiar, ensaie novamente!
• Use bem o apontador: não o use como uma âncora fixando você ao
chão: movimente-se e gesticule normalmente. Quando for apontar,
vá direto ao ponto, não fique circulando ao redor de uma grande
área do slide. Se puder, invista em um bom apontador.
• Cuidado com o notebook: teste antes o bom funcionamento de
tudo, inclusive a conexão com o projetor e com o sistema de som,
se for o caso. Desative o screensaver e qualquer programa que pos-
sa interromper sua apresentação ou sobrepor alguma informação
a ela. Não fale olhando para a tela do notebook. Se você precisa
olhar para o que está apresentando, olhe na tela onde está sendo
projetada a apresentação. Lembre-se que o público tende a olhar
para onde você estiver olhando.
• Back-up: com sua apresentação pronta, faça cópias de segurança.
Leve para o local de sua apresentação no mínimo duas cópias, uma
em CD, outra em um pendrive. Se não possuir um pendrive, grave
dois CDs e, se possível, deixe também uma cópia da apresentação
em seu e-mail. Caso seja necessário é só acessá-lo.

Exercício 3: Exercite sua comunicação técnica


Resuma em poucas palavras o seu entendimento sobre o uso dos recursos da 5ª
Dimensão, respondendo às seguintes perguntas:

• O que é um recurso audiovisual?


• Para que serve o recurso audiovisual?
• O que representam os 5-Cs atribuídos aos recursos audiovisuais?
• Qual é o risco mais comum às apresentações com recursos audiovisuais?
• Descreva os efeitos comuns provocados pelas seguintes cores:
- azul;
- violeta;
- laranja;
- vermelho;
- amarelo;
- verde.
142 As sete dimensões da comunicação verbal

EXERCÍCIOS – 6ª DIMENSÃO: COMUNICAÇÃO INTELECTUAL

Há quem diga que há duas forças que dão a consistência a uma apresentação:
a forma e o conteúdo. Nesta dimensão, focamos mais o conteúdo, retrata-
do pela elaboração coerente do pensamento, a lógica dos argumentos e a es-
trutura da apresentação. Podemos conduzir duas etapas: o planejamento e a
preparação de uma apresentação. Desejo que, se fizer esses exercícios, você
perceba o quão simples pode se tornar a organização e a preparação da parte
intelectual de uma apresentação. Um último comentário: o fato de ser sim-
ples, não significa que seja fácil.

Exercício 1
Monte uma apresentação por escrito do começo ao fim. Poderá fazê-la basean-
do-se em uma situação real ou simular uma que poderá ocorrer futuramente.
Siga as etapas da palestra, conforme a ordem exposta na 6ª Dimensão “Pla-
nejamento” e “Roteiro para uma apresentação”. Depois, utilize este modelo
como checklist:

( ) Propósito da apresentação.
( ) Público alvo – especifique os detalhes.
( ) Defina o tempo.
( ) Defina os detalhes do ambiente (disposição das cadeiras, iluminação etc.).
( ) Defina o objetivo da apresentação.
( ) Desenvolva o conteúdo por meio de perguntas (5-Ws e 2-Hs).
( ) Selecione duas ou três ilustrações para usar durante sua apresentação.
( ) Escolha como iniciar e como concluir a apresentação.
( ) Escolha os recursos audiovisuais.

Ao finalizar, faça um ensaio geral, as correções necessárias e, se for o caso,


conclua a elaboração de recursos audiovisuais, ajuste a apresentação para o tem-
po previsto. Por fim, faça a apresentação completa. Se puder, convide uma peque-
na plateia, grave e assista à gravação e faça o ajuste de algum item que precise de
refinamento. Tire suas conclusões e estabeleça metas a partir desse aprendizado.
Reinaldo Passadori 143

Exercício 2
Escolha três cenas de filmes que foram significativos e marcantes para você.
Procure usá-las fazendo uma analogia com situações reais da sua vida profissio-
nal e defina em que situações você poderia utilizá-las. Adquira o hábito de co-
lecionar histórias, cenas de filmes, poesias e citações que, em algum momento
poderão ser úteis, como ilustrações para suas falas informais e suas apresenta-
ções. Sempre anote a fonte da informação: de onde é o filme, quem é o autor
e se tem copyright (direito autoral).

Exercício 3
Liste as principais gafes ou críticas que você fez de apresentações que assistiu até
hoje ou mesmo das que aconteceram em suas exposições. Identifique os proble-
mas, tendo como base as dimensões aqui explanadas e verifique aquelas relacio-
nadas à dimensão intelectual, por exemplo:

• Durante a apresentação “X” o palestrante ficou perdido, sem saber a


sequência da apresentação.
• Certa vez um palestrante concluiu sua apresentação, mas ninguém sa-
bia que ele tinha terminado. O palestrante teve que dizer que já havia
concluído.
• Deu branco: a pessoa se esqueceu do que estava falando.

Faça sua lista e esteja preparado para evitar ou enfrentar situações semelhantes.

EXERCÍCIOS – 7ª DIMENSÃO: COMUNICAÇÃO ESPIRITUAL

A moldura dá a ao quadro um toque de elegância e acentua o seu valor. Do


mesmo modo, uma pessoa que faz apresentações mostra muito mais do que
suas técnicas e seu conteúdo. Ela revela seu caráter, sua visão e percepção do
mundo, suas crenças e seus valores, emoldurando aquilo que ela é em sua es-
sência. Os exercícios aqui apresentados visam a estimular você a refletir sobre
a sua vida, os seus valores e o que pretende deixar como legado.
144 As sete dimensões da comunicação verbal

Exercício 1
Em uma folha de papel, descreva o seu propósito de vida. Em outras palavras,
se fosse dizer a principal ou principais razões da sua existência, o que você
diria? Para auxiliá-lo na elaboração desse exercício, sugiro pensar em algumas
questões provocadoras:

• O que você já fez, até agora, para deixar o mundo melhor do que o
encontrou?
• O que ainda pretende fazer nesse sentido?
• Se tivesse que fazer o seu obituário, o que você gostaria que estivesse
escrito nele? Por exemplo: “Aqui jaz uma pessoa que soube viver inten-
samente, educou bem os próprios filhos, amou e foi amado, deixando
saudades e boas lembranças porque tinha um bom coração”.
• Use cerca de dez linhas para redigir o seu “propósito de vida” ou, se
preferir, a principal razão da sua existência.

Exercício 2
Escreva o seu Código de Honra. Código de Honra é o conjunto de valores funda-
mentais dos quais você não abre mão e que estão sempre presentes para apoiá-lo
em suas escolhas. Veja como fazer:

1. Primeiro, selecione seus cinco ou seis principais valores ou característi-


cas, por exemplo:
• honra;
• nobreza;
• alegria;
• amorosidade;
• consciência.

2. Depois, redija uma ou duas frases importantes contendo essas palavras.


Poderia ficar assim: “Eu sou (coloque seu nome). Sou uma pessoa nobre,
honrada e amorosa, vivendo alegre e conscientemente a essência da
minha existência”.
3. Agora, faça o seu e leve-o sempre consigo.
Reinaldo Passadori 145

Exercício 3: Plano de ação


Estabeleça as ações que você julga fundamentais para realizar em sua vida. Se você
já as realiza, estabeleça o que pode fazer para melhorar ainda mais o que faz.

• Sobre ações voluntárias, de benemerência ou serviços filantrópicos, por


exemplo, visitas a enfermos em hospitais, algum trabalho voluntário
partindo da sua especialidade ou conhecimento e outros em asilos, or-
fanatos, escolas etc.
• Sobre sustentabilidade ambiental, empresarial social etc.
• Sobre a educação dos seus filhos ou a responsabilidade sobre seus cola-
boradores ou pessoas que, de algum modo, são influenciadas por você.

Após definir tais ações, estabeleça os prazos para realizá-las e perceba como
se sente ao concretizar cada uma delas.
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