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FACULDADE DE NEGÓCIOS METROPOLITANA

Márcia Paulino
Nayara Henriques Fortunato

“RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO – CLÍNICO”

RIBEIRÃO PRETO
2019
Márcia Paulino
Nayara Henriques Fortunato

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO – CLÍNICO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Faculdade de Negócios Metropolitana como
requisito à obtenção do certificado de conclusão de
Pós Graduação Lato Sensu em Psicopedagogia
Clínica e Institucional.

Orientadora: Profª. Camila Rossetti

RIBEIRÃO PRETO

2019

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Relatório
Avaliação Psicopedagógico Clínico

Nome da (s) aluna (s): Bárbara Aparecida Francisco


Nome da supervisora: Prof.ª. Camila Rossetti
Solicitante: Elaine Cristina Rocha Silva
Finalidade: O relatório tem como objetivo organizar os dados sobre os aspectos da avaliação
psicopedagógica, nas áreas: cognitiva, afetiva e desempenho escolar, com enfoque no
processo de ensino- aprendizagem de Bárbara Aparecida Francisco, nos atendimentos
realizados, por meio de entrevista com a mãe da criança e aplicações de instrumentos
psicopedagógicos com a mesma.
A entrevista com a mãe foi realizada no dia 21 de setembro de 2.019. As avaliações
aconteceram nos dias: 28/09/19, 05/10/19, 19/10/19 e 26/10/19. A devolutiva foi realizada
com a mãe em

1. IDENTIFICAÇÃO:

Nome do paciente: Bárbara Aparecida Francisco


Data de Nascimento: 05/01/2007 Idade: 12 anos
Escolarização: 6º ano – Fundamental II Período Escolar: Integral
Escola: Educandário

Mãe: Elaine Cristina Rocha Silva


Idade: 41 anos
Escolaridade: Ensino Médio Profissão: confeiteira

Pai: Ailton Francisco


Idade: 50 anos
Escolaridade: Ensino Médio Profissão: Porteiro

Endereço: Rua Vilico Cantarelli, nº 100 - Apto D3 - Bloco D Turin


Bairro: Ribeirão Verde
CEP: 14.079.423
Tel: (16) 99249.2058

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2. DESCRIÇÃO DA QUEIXA:

A mãe procurou atendimento psicopedágogico, por recomendação da escola. Bárbara


está cursando o 6º ano do Ensino Fundamental pela segunda vez. Mãe nos relatou que a
escola solicitou esta avaliação, a qual dependerá sua vaga no proximo ano letivo. A Bárbara,
estuda em período integral, mora com a mãe, que trabalha o dia todo. Os pais são separados.
O pai é ausente, segunda a mãe, ele promete visitá-la e falta , gerando muita ansiedade. Tem
mais 4 irmãos, de relacionamentos diferentes os quais ela tem pouco contato. Nos finais de
semana fica com a avó materna.
Relata que Bárbara é muito distraída, imatura, não tem comprometimento,
gagueja quando fica nervosa,tem dificuldade de intertretação. Suas notas são baixas, tem
dificuldade de leitura e não tem reponsabilidade com as tarefas da escola.

3. PROCEDIMENTOS REALIZADOS NOS ATENDIMENTOS:

 Com a mãe:
 Dados da entrevista:

ANTECEDENTES NATAIS:

Gestação: Para realização da Anamnese em nenhum momento da entrevista a mãe resistiu


em responder as perguntas, mostrando acessível a tornando a conversa bastante agradável.
Em seus relatos, Elaine deixa claro que da gravidez foi planejada , que a Barbara foi uma
criança muito bem vinda por toda a família. A gestação ocorreu sem maiores problemas
clínicos e não sofreu nenhum acidente durante o período em que esteve grávida.
Durante a gestação seu esposo , acompanhava a esposa nas consultas médicas.

Parto O parto de Bárbara . foi normal não demorou muito para nascer. Nasceu pesando 2
quilos e 900 gramas e com 47 centímetros.

Alimentação: Foi amamentada no seio materno até os sete meses de idade tinha boa sucção,
hoje se alimenta bem.

Sono: Seu sono atual é sono tranquilo. Ás vezes conversa. Tem quarto próprio. Sempre
dormiu na própria cama. Os pais se separaram quando ela tinha 5 anos.

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Doenças Infância: Como gagueja, consultou otorrinolaringologista , que após exames ,
solicitou acompanhamento com ofonoaudiologo, fez algumas sessões . Fez acompanhamento
também com psicóloga e psicopedagoga. Como perdeu o convênio, não deu continuidade ao
tratamento.
Fez também cirurgia para retirada das amídalas e adenóide. Tem rinite.
Comportamento: Mãe relata que Bárbara é muito distraída, não tem responsabilidade. Fica
com amigos do condomínio, o que para ela “não são boas companhias”. Bárbara só fica no
celular e esquece as tarefas escolares . Como a mãe tem que trabalhar, sempre chega tarde em
casa . Dificilmente fazem as refeições juntas. A mãe também conta que como chega em casa
e tem muitas coisas para fazer não tem tempo para verificar se a Bárbara fez as tarefas
escolares ou se está com alguma dificuldade e que só fica sabendo do seu desenvolvimento
escolar quando é chamanda na escola. Na escola a professora disse que a Bárbara tem notas
baixas, tem dificuldade de leitura , falta de interpretação e muita distração. Boletim
vermelho. Tem celular e a escola tem site e ela não acessa, deixando assim sem fazer as
tarefas solicitadadas pela escola. Nos finais de semana Bárbara fica com a avó materna, que
sempre a proteje e interfere nas condutas da mãe quando esta a corrige.

 Observação da criança:

No primeiro contato que tivemos com a Bárbara, perguntamos se ela sabia o que
estava fazendo ali, ela disse que foi a escola que mandou. Estava tensa, apertando as mãos, e
conforme íamos fazendo as perguntas as respondia gaguejando.
Disse que gosta de de Matemática e desenhar, mas tem muita dificuldade em
Português. Que a professora fala muito rápido e ela não consegue acompanhar. E que os
colegas conversam do lado dela, e isso dificulta prestar atenção. Conforme íamos
conversando, ficou mais tranquila e quase não gaguejou. Começamos então o teste.

 EOCA 28/09/2019

Para iniciar o EOCA deixamos sobre a mesa a caixa de lápis de cor, giz de cera, caneta
esferográfica, lápis sem ponta, apontador, borracha e livro de histórias, gibis, tesoura, cola,
régua, folhas sulfites e folhas pautadas.

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Primeiro perguntamos a Bárbara se ela sabia o porquê estava ali, ela respondeu que era
muito distraída, esquecia as coisas com facilidade e isso atrapalhava seu desempenho na
escola. Em seguida, pedimos que ela identificasse os materiais que estavam sobre a mesa,
Bárbara nomeou todos sem hesitar, não apresentou trocas na fala, apenas gagueira quando
tentava falar mais rápido.
Depois, pedimos para que ela mostrasse o que sabia fazer e que para isso poderia
utilizar o material da mesa.
Muito calmamente, pegou o lápis sem ponta, apontou e começou a desenhar na folha sulfite.
Desenhou uma flor com muitas pétalas, usou caneta hidrográfica de várias cores e
coloriu as quatro primeiras fileiras de pétalas, cada fileira de uma cor. Foi bem cuidadosa,
usava e já guardava o material.
Bárbara realizou a atividade sem pressa. Quando terminou nos contou que adorava
desenhar e que a flor significa que o dia está bom para ela.
Após a breve conversa sobre o significado do desenho, pedimos para que ela
mostrasse outra coisa que gostava de fazer e rapidamente a menina pegou um gibi, nos
contando que adora gibis. Iniciou a leitura silenciosamente e depois pedimos para que lesse
um trecho em voz alta, apresentou leitura fluente e por algumas vezes silabada, devido à
gagueira, depois de ler a história, explicou o que tinha lido.
Bárbara demonstrou tranquilidade para realizar as atividades, gaguejou quando era
perguntada sobre algo, acreditamos que seja pelo nervosismo por ter que pensar rápido e
responder. Não é uma criança falante, só falou quando foi perguntada.
No primeiro sistema de hipótese Bárbara mostrou-se tranquila e apresentou nível
cognitivo no operatório concreto, na área afetiva mostrou a necessidade de receber instruções
e saber o que deveria executar, demonstrou-se competente no desenvolvimento de sua
coordenação motora, na área pedagógica e de leitura tem boa compreensão do que lê e escrita
legível, estando no nível alfabético, apresentando erros ortográficos comuns à idade como a
troca do S pelo Z.

 Provas Piagetianas 05/10/2019

1 - PROVA DE OBERVAÇÃO DE PEQUENOS CONJUNTOS DISCRETOS DE


ELEMENTOS

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Colocamos sobre a mesa 10 ficas laranjas e 10 fichas verdes.
Perguntamos o que ela podia dizer sobre estas fichas, respondeu que eram dez fichas verdes e
dez laranjas. Pedimos para escolher uma cor, a cor escolhida foi a laranja. Colocamos sete
fichas em frente a Bárbara e deixamos três de lado, pedimos que colocasse a mesma
quantidade que a nossa. Ela colocou sete fichas. Perguntamos se tinha a mesma quantidade de
ficha, e a resposta foi afirmativa.Fizemos duas fileiras, com a mesma quantidade de fichas,
sendo que umas delas estava mais comprida. Respondeu que enxergou círculos, disse que elas
tinham as mesmas quantidades, mas que a laranja aparentava ter mais por estar separada.
Conseguiu contar todas.
Colocamos as 10 fichas em círculo com as fichas verdes e pedimos que a Bárbara fizesse com
a laranja para ficarem idênticas. Perguntamos se tinha certeza que os círculos tinha a mesma
quantidade e como ela sabia? Conseguiu formar o círculo idêntico, percebeu que teria que
tirar a mesma quantidade que eu tirei para formar círculos iguais. Justificou quantificando.
Juntamos a ficha de um círculo e perguntamos se ainha havia a mesma quantidade de fichas
laranjas e verdes, e como ela sabia disso? Ela respondeu que percebeu que os círculos só
foram agrupados, mas que a quantidade ainda era a mesma.
Avaliação: Nível 3 conservador

2- PROVA DE QUANTIDADE DE LÍQUIDO :


Usamos dois copos idênticos, um copo estreito, alto e fino e 1 copo largo e baixo.
Colocamos na mesa todos os copos de vidro sem líquido e perguntamos o que podia dizer
sobre o material. Ela disse que eram copos. Colocamos os dois copos iguais, e perguntamos
se eram do mesmo tamanho ou diferentes, disse que eram iguais. Depois explicamos que
íamos colocar água nos dois copos e que quando estivessem com a mesma quantidade de água
era para nos avisar. Ela conseguiu perceber que a quantidade estava igual. Falou que os copos
eram iguais (do mesmo tamanho).
Fizemos a 1ª Manipulação: Colocamos certa quantidade de líquido no copo fino e alto e
passamos esse líquido para o copo largo e baixo. Perguntei o que tinha acontecido com o
líquido. Ela respondeu que havia a mesma quantidade de líquido e que a diferença estava
apenas no tamanho do copo.

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Contra argumentação:
 CONSERVAÇÃO – Outro dia eu fizemos esta brincadeira com um menino do seu tamanho
e ele me disse que neste copo fino e alto havia mais água porque nele a água estava tão alta!
O que você acha, ele estava certo ou errado? Por quê?
R. Disse que estava errado, porque a quantidade de líquido é a mesma, salientou que a
diferença visual era por causa do formato do copo.
 NÃO-CONSERVAÇÃO - Outro dia uma criança igual a você nos disse que nestes dois
copos tem a mesma quantidade de água porque ninguém colocou e nem tirou água. Você acha
que aquele menino estava certo ou errado? Por quê?
R. Está certo. A quantidade de líquido é a mesma.
 RETORNO EMPÍRICO – Se colocarmos a água nos copos iguais terá a mesma
quantidade nos dois? Por quê?
R. Sim. Tem a mesma quantidade de líquido.

Nova Preparação:
Passamos o líquido para os dois copos menores e perguntamos sobre o líquido. Ela disse que
a quantidade não tinha mudado, que agora só estava em dois copos.
Fizemos então a 2ª manipulação: Ela colocou certa quantidade de líquido no copo fino e alto e
passou esse líquido para o copo largo e baixo. Perguntamos o que tinha acontecido com o
líquido. Ela passou o líquido para os dois copos menores e perguntamos sobre o líquido. A
resposta foi que a quantidade de líquido iria se manter. Ela também disse que os formatos dos
copos é o que faz o líquido parecer mudar: “os dois copinhos ficam mais cheios, no largo o
líquido parece diminuir”.

Avaliação : Nível 3 – conservador . Foi muito observadora, entendendo a prova e objetos,


explorou a situação e conseguiu absorver rapidamente e executar as operações. Muito atenta
nesse dia.

3- PROVA DE CONSERVAÇÃO DE MASSA


Usamos massa de modelar ( 2 blocos de cores diferentes)
Apresentamos a massa de modelar à Bárbara e deixamos manipulá-la. Logo após, fizemos
duas bolinhas com a mesma quantidade de massa e perguntamos: Estas duas bolas têm a

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mesma quantidade de massinha? Falou que tem a mesma quantidade, porque antes de virar
esfera eram iguais.
Fizemos a 1ª manipulação: Transformamos uma das bolinhas em salsicha e colocamos ao
lado da bolinha, horizontalmente na mesa, perguntamos: E agora onde tem mais massinha?
Como você sabe disso? Disse que tinha a mesma quantidade de massa, o que tinha mudado
era o formato. Insistiiu que a quantidade de massinha não mudou, apenas o formato.
Seguimos para a 2ª manipulação: Fizemos novamente duas bolinhas e perguntamos se
ambas tinham a mesma quantidade de massinha. Disse que sim. Após a confirmação,
apertamos uma das bolinhas e fizemos uma bolacha e perguntamos: E agora onde tem mais
massinha.? Disse que estava igual, só que uma era uma bolinha e a outra uma bolacha.
Afirmou que era a mesma quantidade de massa.
Fomos para a 3ª manipulação: Fizemos novamente duas bolinhas e perguntamos se ambas
tinham a mesma quantidade de massinha. A resposta foi sim. Dividimos uma das bolinhas
em cinco pedaços iguais fazendo com eles bolinhas menores, e perguntamos : E agora? Onde
tem mais massinha? Nesta bola grande ou em todas as pequenas juntas? Como você sabe? Ela
Afirmou que não foi acrescentado nenhuma massinha, que só foi feita a divisão, mas que
juntas ( 4 bolinhas) possuem a mesma quantidade.
Avaliação:
Nivel 3 ( conservador) – Segundo subestágio operatório concreto.

4 - PROVA DE CONSERVAÇÃO DE COMPRIMENTO

Usamos 1 fio de barbante de 20 cm amarela e 1 fio de barbante de 30 cm verde. Colocamos


os barbantes paralelos e perguntamos o que sabia sobre o material? Nos disse que eram
barbantes. Demos seguimento: Imagine que são duas estradas, a estrada verde é maior que a
estrada amarela? Os caminhos têm o mesmo comprimento (tamanho)? Como você sabe disso?
Respondeu que não. Que a amarela era mais comprida.
Fizemos então a 1ª manipulação: Modificamos a estrada verde para que comece e termine
junto com a estrada amarela e perguntamos à Bárbara. E agora? Imagine que há duas
formiguinhas, uma em cada estrada, será que as duas vão andar a mesma coisa? O
comprimento das estradas é o mesmo? Como você sabe disso? Com a sua resposta pudemos
notar que consegue perceber a diferença de tamanho. Falou que a estrada com curvas gastaria
mais tempo, mesmo aparentando estar do mesmo tamanho que a outra.

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Dando continuidade para a 2º manipulação: Fizemos curvas nas duas linhas, de modo que
fique uma diferença entre o começo e o final das linhas e perguntamos . E agora? Se as duas
formiguinhas forem caminhar uma em cada estrada, será que as duas vão andar a mesma
coisa? O comprimento da estrada é o mesmo? Como você sabe disso? Conseguiu perceber
qual o caminho levaria menos tempo. Justificou a resposta alegando que o caminho maior tem
mais curvas.

5 - PROVA DE CLASSIFICAÇÃO - DICOTOMIA (MUDANÇA DE CRITÉRIO)


Nesta prova usamos: 2 círculos pequenos azuis (4cm) , 2 círculos pequenos vermelhos (4cm)
2 círculos grandes azuis (6cm), 2 círculos grandes vermelhos (6cm), 2 quadrados pequenos
azuis (4cm), 2 quadrados pequenos vermelhos (4cm), 2 quadrados grandes azuis (6cm), 2
quadrados grandes vermelhos (6cm) e 2 caixas baixas iguais para separação dos grupos.
Colocamos as fichas em desordem sobre a mesa, mas sem sobrepô-las e perguntamos: Você
pode me dizer o que está vendo? Você conhece essas figuras (quadrados e círculos)?
Conseguiu reconhecer as figuras .
Pediamos a Bárbara: Você pode colocar juntas todas as fichas que combinam? Após a
execução perguntar: Você pode me explicar por que colocou assim? Separou por círculo e
quadrado.
Dicotomia :Apresentamos a tampa com a divisão e propomos que fizesse somente dois
montes e colocar-los nos dois espaços.Separou por cores.
Fizemos a primeira mudança de critério: Pedimos para colocar agora de outra maneira em
dois montes.
Observação: Separou por tamanho: grande e pequeno.

Segunda mudança de critério:


Podimos que separasse novamente em dois montes. Observação: Separou os grupos de azul
e vermelho. As formas coloridas ela agrupou: o amarelo claro, branco e verde, porque são
cores que ela poderia usar para fazer o azul. Já a laranja, roxa e lilás ela deixou no grupo
vermelho por ser parecido.

6 – PROVA DE INTERSECÇÃO DE CLASSES


Materiais usados: 5 discos azuis (aproximadamente de 2,50 cm de diâmetro), 5 discos
vermelhos (do mesmo diâmetro dos azuis), 5 quadrados vermelhos (cujo lado seja igual ao

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diâmetro dos discos) e 1 folha de papel (ou cartolina) na qual há dois círculos em interseção,
um preto e outro amarelo, sendo que 5 discos devem poder entrar no setor da intersecção.
Procedimento usado: Colocamos a folha de papel com os dois círculos em e intersecção
sobre a mesa.
Colocamos os discos azuis e os quadrados vermelhos na parte exterior e os discos vermelhos
na intersecção. Perguntamos a Bárbara o que ela via? Se havia mais fichas azuis ou
vermelhas? Se havia mais fichas quadradas ou redondas? Conseguiu compreender que se
tratava de uma intersecção, contou o total corretamente, percebendo que havia mais círculos
que quadrado e mais figuras vermelhas que azuis.

Avaliação: Nivel 3 ( conservador) – Segundo subestágio operatório concreto

7 - PROVA DE CLASSIFICAÇÃO- INCLUSAO DE CLASSES


Usamos 5 frutas pequenas de plástico formato de maçã e 2 frutas pequenas de plástico
formato de banana. Pegamos uma fruta de cada vez e perguntamos a Bárbara: O que é isto?
Ela soube responder que frutas eram. Em seguida, dispomos todas as frutas na mesa e
contamos junto com a ela, em seguida perguntamos: aqui na mesa tem mais maçãs ou
bananas? Ela conseguiu contar, separar e dizer qual fruta tinha mais e quantas a mais.
Perguntamos também: aqui na mesa tem mais maçãs ou frutas? Como você sabe disso? Ela
conseguiu perceber que a quantidade de frutas era maior, pois ela teria que somar as duas
frutas.
Avaliação: Nivel 3 ( conservador) – Segundo subestágio operatório concreto

Prova 1ª 2ª Modificação 3ª Avaliação


Modificação Modificação
Conservou/ Nível 1, 2
Conservou/ Não conservou Conservou/ ou 3
Não Não
conservou conservou
Conservação
de massa
Conservou Conservou Conservou 3

Conservação
de líquido
Conservou Conservou Conservou 3

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Conservação
de
comprimentos Conservou Conservou Conservou 3

Síntese dos resultados:

1 – Prova – Conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos:


Apresenta nível 3 de conservação, dá respostas conservadoras, apresentando raciocínio de
identidade, ou seja, percebe que nada foi acrescentado ou retirado. A reversibilidade,
quando percebe que mesmo após as transformações, o material é o mesmo. E a
compensação quando tem a noção que houve o processo de compensar. Estágio operatório
concreto.

2 – Prova – Quantidade de Líquido


Apresenta nível 3 de conservação- realiza a operação, justifica e a resposta é mantida mesmo
com a contra-argumentação. Estágio operatório concreto.

3 – Prova Conservação de Massa:


Apresenta nível 3 – realiza a consservação e justifica. Estágio operatório concreto.
4 – Prova Convervação de comprimento:
Apresenta nível 2 – conserva e justifica.

5 – Prova Mudança de Crédito – Dicotomia


Apresenta nível 3 – Dicotomia segundo três critérios - realiza a classificação nos três critérios
e antecipa o uso destes.

6 – Prova Intersecção de Classes


Apresenta nível 3 , tem noção de intersecção. Dá respostas corretas.

7 –Prova Inclusão de Classes


Apresenta nível 3, existência de quantificação inclusiva. Responde corretamente a todas as
questões.

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Conclusões Finais:
Conclui-se que a criança se encontra no Estágio operatório concreto .
No estágio das operações concretas, dos sete aos 12 anos de idade, a criança pode resolver
problemas de maneira lógica se eles estiverem voltados ao aqui e agora. Nesta fase, as
crianças têm melhor compreensão da conservação, da diferença entre aparência e realidade, e
dos relacionamentos entre os objetos; elas são mais proficientes com os números e são
capazes de distinguir a fantasia da realidade. Porém, ainda não são capazes de pensar em
termos hipotéticos, sobre o que poderia ser em vez de sobre o que é.

 Avaliação Projetiva 19/10/2019

 Dupla educativa

Solicitamos que Bárbara desenhasse duas pessoas uma que aprende e outra que ensina.
Ela desenhou duas pessoas, uma menina a frente de um quando e com um giz na mão
e um menino sentado em uma cadeira com mesa à frente, distantes, lado a lado e sem
barreiras.
Quando perguntamos quem eram as pessoas do desenho B. contou que a menina era
sua prima Sofia de 4 anos e que o menino era Bruno, seu primo de 8 anos.
O título foi “Como estudar Matemática”, ela explica que gosta de Matemática, por isso
deu esse título. Na escrita sobre o desenho apresentou apenas um erro ortográfico
(troca do S do pelo Z na palavra desenho).
O tamanho do desenho é pequeno, o que nos leva a pensar que o vínculo com a
aprendizagem pode ser negativo, percebemos que a ensinante está maior que o
aprendente, representando a liderança que exerce, podendo sugerir sentimento de
perseguição. De acordo com o posicionamento, pode-se perceber que há um
distanciamento entre a pessoa que ensina e a que aprende.

 Família
Pedimos que ela desenhasse sua família, indicando o que cada um sabe fazer.
O desenho de B. sobre os vínculos familiares nos chamou atenção, pois ela dividiu a
folha em 10 partes e desenhou a mãe, o pai, o irmão, a irmã, a irmã, a tia e o tio, cada
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um em uma parte. Escreveu o grau de parentesco e a profissão deles, um dos irmãos
ficou em branco, B nos falou que esse irmão ela não tem muito contato, por isso não
sabe o que ele faz.
Quando questionada sobre o que era o desenho, Bárbara falou sobre cada um,
enfatizando suas profissões, nesse desenho ela não retrata fisicamente ninguém,
apenas suas ocupações, por exemplo, no desenho da mãe ela escreveu “Minha mãe faz
bolo” e desenhou um bolo, no do pai “Trabalha como porteiro”, desenhou a frente de
um lugar.
Nesse desenho sobre a família B não retratou a avó, que segundo a mãe é muito
apegada à neta.

 Figura humana
Pedimos que B. se desenhasse fazendo o que mais gosta. B. fez o desenho com
tranquilidade.
Ela se desenhou sozinha, do lado esquerdo da folha, quando perguntamos sobre o que
era a cena respondeu que “sempre quando estamos sozinhos pode aparecer alguém”.
Ao descrever a cena ela respondeu que estava em um lugar cheio de árvores (mas não
desenhou nenhuma), de repente apareceu à família e todos caminharam juntos (não
retratou ninguém além dela), percebemos que existe incoerência em relação ao
desenho e a descrição que ela fez. Mostrou se sentir sozinha e carente de modelos
significativos no âmbito familiar.

 Plano de sala de aula


Solicitamos que Bárbara fizesse o desenho de sua sala de aula. No desenho ela dividiu
a folha em 25 partes e colocou o número de seus amigos em cada um dos quadrados,
no lugar onde senta B. colocou o número e seu nome. A professora foi desenhada a
frente da lousa distante dos alunos.
Bárbara se desenhou no fundo da sala e no relato sobre o desenho disse que os amigos
que sentavam perto dela conversavam e a desconcentravam na hora da lição.
O desenho demonstra aspectos negativos em relação à escola, pois não desenhou
nenhum de seus amigos, apenas números para representar os lugares que cada um
senta.

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 Síntese Geral
Bárbara apresentou possíveis aspectos negativos em relação a escola, pois no primeiro
desenho (ensinante/aprendente), os vínculos retratados demonstram distanciamento entre o
ensinante e aprendente, já que o ensinante está em destaque e o aprendente de tamanho
menor, atrás da carteira.
No desenho sobre a sala de aula todas as crianças da turma foram retratadas como
números, desenhou apenas a professora, demonstrando a inferioridade que sente na escola
(vista como um número). Já com relação a família demonstra aspectos positivos e negativos,
desenhou os membros com os quais convive e até os irmãos por parte de pai que ela quase
não vê, a mãe está em primeiro lugar reforçando o vínculo positivo que existe entre as duas,
nos casou estranhamento a falta da avó, já que, segundo a mãe, as duas tem uma boa
convivência.
No desenho sobre a figura humana B. não se desenhou fazendo nada que gosta,
mostrou que se sente sozinha, mas que sempre acontece aparece alguém para ajudá-la.

 Teste de desempenho escolar (TDE) 26/10/2019

Resultado Escore bruto Classificação Previsão de escore


bruto
Escrita 24 inferior 29
Aritmética 24 médio 22
Leitura 66 médio 67
Total (EB) 114 inferior 118

Síntese dos resultados:


A criança apresentou classificação inferior para escrita. Já na aritmética e leitrua a
classificação ficou no médio. Os dados sugerem qua a criança está no desempelho um pouco
abaixo para o esperado na sua idade. Na escrita, desevolveu-se bem no começo do teste,
sentindo dificuldade no uso das palavras com “s” e “z”. Na aritmética conseguiu desenvolver-
se bem nos exercícios mais simples. Nos que exigiam um grau maior de dificuldade, não se
esforçou para fazer, simplesmente deixou em branco, mesmo com estimulação, deixou de
fazer os exercícios. Na leitura teve um bom desempenho.
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SÍNTESE DOS DADOS:
A Bárbara demonstrou ser de início uma criança tímida, que ao nos conhecer ficou muito
nervosa, ansiosa e gaguejava muito, demonstrando insegurança. Mexia muito as mãos,
apertando-as e conforme perguntávamos sobre ela, gesticulava o rosto apertando os lábios. No
decorrer das demais sessões foi ficando mais confiante, diminuindo a gagueira. Demonstrando
ser uma criança alegre.
No decorrer da conversa, ficou nítido que sente muita a ausência do pai. Que fica muito
ressentida por ele ter outros filhos e por prometer visitá-la e não cumprir. Causando assim,
muita ansiedade e tristeza.
Nas avaliações propostas, as desenvolveu com ânimo, e em nenhum momento deixou de
cumpri-las.
Sempre que aplicávamos os testes, ela prestava atenção e mostrava interesse em cumprir a
tarefa proposta. Focada na atividade, não demonstrou interesse por outros objetos a não ser o
que era permitido ela fazer uso.
Em relação ao ambiente escolar, reclama que a professora fala rápido demais e os colegas do
lado conversam muito e isso dificulta o acompanhamento da aula. Diz que gosta de estudar e
que tem bom convívio com os colegas. Apesar de perguntarmos, não deu detalhes de como
era esse convívio.
A mãe por sua vez, afirma que Bárbara não se preocupa com seus afazeres escolares, que
deixa tudo desorganizado, perde as coisas e não lembra onde as deixou. E que tem
dificuldade em aprender.
Nota- se que a criança necessita de incentivo famíliar, uma fez que vive com a mãe e ela
trabalha o dia todo, não dando a devida importância aos deveres escolares da criança.
O acompanhamento das atividades escolares pelos pais é um importante recurso para
amenizar algumas dificuldades escolares. Crianças com dificuldades de aprendizagem
geralmente apresentam desmotivação e incômodo com as tarefas escolares gerados por um
sentimento de incapacidade, que leva à frustração.
A partir da avaliação realizada com a Bárbara, percebe-se que suas dificuldades de
aprendizagem estão relacionadas à escrita e a leitura, na compreensão e na interpretação da
área da linguagem. Na área da Matemática tem destaque um pouco melhor, mas também
apresenta dificuldades, talves por falta de estímlo, pois ela tem potencial para concluir os
desafios maiores. Com relação aos atendimentos realizados, as dificuldades na leitura
Bárbara apresenta um ritmo mais lento, um tempo diferente para aprender e precisa ser

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respeitada quanto a isso. Bárbara necessita de um plano de trabalho e um atendimento
específico envolvendo atividades de incentivo a leitura e a escrita, melhorando sua
compreensão e entendimento do que foi ensinado. É essencial trabalhar por meio de métodos
de ensino diferenciados nas disciplinas escolares, sendo assim ela terá uma melhor evolução
aprendizado.

DEVOLUTIVA

6. ENCAMINHAMENTOS
Ribeirão Preto, de de 2019.

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