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Números naturais

Leitura, escrita e decomposição

O nosso sistema de numeração chama-se árabe decimal. Isto porque usamos 10 símbolos
diferentes – os algarismos – que se combinam de diferentes maneiras e escrevem uma
infinidade de números.

Os algarismos utilizados são o 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9, onde o 9 é o algarismo de maior


valor absoluto, ou seja, sozinho é o que representa a maior quantidade.

A seguinte tabela mostra-te algumas das classes de números existentes: classe dos milhões,
classe dos milhares e classe das unidades.

Número de habitante, por distrito, de acordo com os dados do Censos 2011

Dentro de cada classe existem três ordens – a das unidades, a das dezenas e a das centenas.

Através do número de habitantes do distrito do Porto (1 817 172), por exemplo, podemos
verificar que o mesmo algarismo pode representar diferentes quantidades, em função da ordem
que ocupa. A isso chamamos valor relativo.

1 unidade de milhão vale 1 000 000 (um milhão de) unidades

1 dezena de milhar vale 10 000 (dez mil) unidades

1 centena vale 100 (cem) unidades

O número de habitantes do distrito de Lisboa, 2 250 533, pode ser lido de várias formas
diferentes.

► Leitura por inteiro:

Dois milhões, duzentos e cinquenta mil, quinhentos e trinta e três.


► Leitura por classes:

Dois milhões, duzentos e cinquenta milhares e quinhentas e trinta e três unidades.

► Leitura por ordens:

Duas unidades de milhão, duas centenas de milhar, zero unidades de milhar, cinco centenas,
três dezenas e três unidades.

► Decomposição em parcelas:

2 000 000 + 200 000 + 50 000 + 500 + 30 + 3

► Decomposição em fatores:

(2 × 1 000 000) + (2 × 100 000) + (5 × 10 000) + (5 × 100) + (3 × 10) + (3 × 1)

Ordenação de números

A relação mais vezes estabelecida entre os números representa-se usando um destes


símbolos:

maior do que menor do que igual


> < =

Para comparar e ordenar números é necessário analisar a ordem que ocupa cada algarismo.
Quanto mais à esquerda está o algarismo mais unidades vale, por isso, deve-se começar por
analisar o algarismo de maior ordem.

Repara no exemplo do número de habitantes dos distritos de Coimbra (430 104) e de Faro
(451 006).

O algarismo das centenas de milhar é igual, 4, pelo que não conseguimos decidir, só assim,
qual é o maior.

430 104 _?_ 451 006

Avançamos, então para a ordem seguinte, as dezenas de milhar.

Desta vez reparamos que os algarismos são diferentes, portanto o maior número será aquele
que tem o algarismo de maior valor absoluto (isto é, qual deles representa a maior quantidade).

430 104 ___ 451 006

Assim, 43 < 45 (quarenta e três é menor que quarenta e cinco)


Ou 45 > 43 (quarenta e cinco é maior que quarenta e três)

Usando a mesma estratégia, a ordenação do número de habitantes dos distritos referidos seria:

► Ordem decrescente (a ordem estabelece-se do maior para o menor número):

2 250 533 > 1 817 172 > 451 006 > 430 104 > 262 302 > 206 661 > 14 994

► Ordem crescente (a ordem estabelece-se do menor para o maior número):

14 994 < 206 661 < 262 302 < 430 104 < 451 006 < 1 817 172 < 2 250 533

Arredondamentos

Para comparar mais facilmente números podemos optar por fazer um arredondamento a uma
determinada ordem.

► Arredondar às dezenas

Para arredondar o número 1 817 172 às dezenas, uma vez que o algarismo das dezenas é o 7,
devemos enquadrar o número entre as duas dezenas mais próximas, como mostra a reta
numérica.

Da leitura da reta facilmente percebemos que a dezena mais próxima é o 70, pelo que o
número 1 817 172 arredondado às dezenas é 1 817 170.

Com a mesma estratégia podemos arredondar a qualquer ordem.

► Arredondar às centenas

► Arredondar aos milhares


O número 1 817 172 pode ser lido como:

181 717 dezenas ou 18 172 centenas ou 1817 milhares.

Contagens

Para facilitar o cálculo mental podemos servir-nos dos arredondamentos e das contagens.
Repara no exemplo.

► Contagem progressiva: o número seguinte é maior do que o anterior.

Foi adicionado 1 ao algarismo das dezenas.

Adicionamos 1 ao algarismo das dezenas e 2 ao algarismo das unidades.

► Contagem regressiva: o número seguinte é menor do que o anterior.

A estratégia de contagem é semelhante, mas em vez de adicionarmos, subtraímos.

Foi retirado 1 ao algarismo das dezenas.


Retiramos 1 ao algarismo das dezenas e 2 ao algarismo das unidades.

Numerais ordinais

Quando queremos representar a ordem ou posição numa série numérica usamos a


numeração ordinal. Cada númeral ordinal está associado a um número natural, como podes
ver nas tabelas abaixo.

Exemplos:

Repara na sequência de algarismos seguinte:

 o 1.º (primeiro) algarismo é o 4;


 o 2.º (segundo) algarimso é o 1;
 o 3.º (terceiro) algarimso é o 5;
 o 4.º (quarto) algarimso é o 7.

Observa a ordenação dos quatro amigos:


 a Luísa é a 1.ª (primeira);
 o Pedro é o 2.º (segundo);
 o Duarte é o 3.º (terceiro);
 a Vanda é a 4.ª (quarta).

Observa a sequência de baleias azuis e baleias pretas:

 Nas 1.ª, 4.ª, 5.ª, 8.ª e 9.ª posições estão baleias pretas.
 Nas 2.ª, 3.ª, 6.ª e 7.ª posições estão baleias azuis.

Numeração romana

Na numeração romana não se usam números, mas sim as letras maiúsculas: I, X, C, M, V, L e


D.

A estas letras correspondem os seguintes valores:

► Símbolos principais:

 I - corresponde o 1;
 X - corresponde o 10;
 C - corresponde o 100;
 M - corresponde o 1000.
► Símbolos secundários:

 V - corresponde o 5;
 L - corresponde o 50;
 D - corresponde o 500.

Enquanto que o sistema árabe decimal é um sistema posicional, por exemplo, 111 equivale a
uma centena mais uma dezena mais uma unidade, na numeração romana, III representa 3
(1+1+1).

Combinando os símbolos de formas distintas, obtemos números diferentes. Mas devemos ter
em atenção algumas regras, não podemos combinar os símbolos de qualquer maneira:

Regras:

1. Só podemos repetir os símbolos principais, os símbolos secundários não podem ser


repetidos.

Exemplo: MM representa 2000 (2 vezes o 1000).

2. Só podemos repetir os símbolos principais até três vezes seguidas.

Exemplo: XXX representa 30 (3 vezes o 10).

4. Quando escrevemos um símbolo de menor valor à direita de um símbolo de maior valor,


somam-se os valores.

Exemplo: CL representa 150 (100+50).

5. Quando escrevemos um símbolo de menor valor à esquerda de um símbolo de maior valor,


subtraem-se os valores.

Exemplo: IX representa 9 (10-1).

Vamos ver alguns exemplos mais complexos:

 XXVII - corresponde a 27 (20+5+2);


 CXIV - corresponde a 114 (100+10+(5-1));
 MCDXXL - corresponde a 1430 (1000+(500-100)+(50-20)).

E dado um número escrito em numeração árabe decimal, como escrevê-lo em numeração


romana?
Repara no exemplo:

Escrever 1548 em numeração romana:

• 1000 escreve-se M;

• 500 escreve-se D;

• 40 escreve-se XL;

• 8 escreve-se VIII.

Então, 1548 escreve-se MDXLVIII.

OLTAR
Números Decimais

Como sabes, nem todos os números representam quantidades inteiras. Podem representar
partes, compreendidas entre duas unidades diferentes

Por exemplo, 2,4 é um número decimal compreendido entre 2 e 3 , como mostra a figura.

Se lermos o 2,4 em ordem às décimas descobrimos que tem 24 décimas.

Utilizando uma tabela de classes e ordens, facilmente lemos os números decimais.

Também podemos representar essas 24 décimas como 24/ 10 .

A representação dessa fração na reta seria igual à representação do número decimal, como
mostra a figura.
Então concluímos que podemos representar números decimais sob a forma de fração,
alterando o denominador em função da ordem ocupada na parte decimal.

Esta é a relação existente

1 10 =0,1 1 100 =0,01 e 1 1000 =0,001

Às frações de denominador 10,100 ou 1000 chamamos frações decimais.

As frações podem também escrever-se na forma de percentagem, bastando para isso


multiplicar a fração por 100 :

1 10 ×100%=0,1×100%=10%; 5 100 ×100%=0,05×100%=5%

; 25 1000 ×100%=0,025×100%=2,5%

Todas as frações com denominadores 2,4,5,20,25 ou 50 podem, também, ser transformadas


em frações decimais, porque o 10, o 100 e o 1000 são mútilplos daqueles números.

Repara:

Se existe uma equivalência entre os números decimais e as frações decimais, então também
poderemos somar e subtrair as frações como fazemos com os números, desde que o
denominador seja o mesmo.

Repara:

1,3+2,25+3,105=1310 +225100 + 3105 1000


Se o denominador tem de ser o mesmo, vamos transformar o 10 e o 100 em 1000 ,
multiplicando por 100 e por 10 , respetivamente.

13 10 = 1300 1000 e 225 100 = 2250 1000

Então já podemos somar e descobrir o resultado final:

1,3+2,25+3,105= 1300 1000 + 2250 1000 + 3105 1000 = 6655 1000 =6,655

Se quisermos verificar o resultado podemos usar o algoritmo da adição com os números


decimais. Não te esqueças que os algarismos de cada uma das ordens devem estar bem
alinhados verticalmente.

Podemos, também, fazer a decomposição do número decimal, mesmo quando está


representado em fração decimal.

6,655=6+0,6+0,05+0,005= 6 1 + 6 10 + 5 100 + 5 1000

E, como já vimos, podemos voltar a transformar todas as frações decimais em frações com o
mesmo
denominador.6 1 + 6 10 + 5 100 + 5 1000 = 6000 1000 + 600 1000 + 50 1000 + 5 1000

= 6655 1000

Ora, ao encontrarmos estas equivalências ao reduzir a denominadores comuns, verificamos


que um determinado número aumenta uma, duas ou três casas decimais ao ser multiplicado,
respetivamente, por 10 , 100 ou 1000.

Observa:

6,58×10=65,8

6,58×100=658
6,58×1000=6580

Por outro lado, diminui uma, duas ou três casas decimais ao ser dividido, respetivamente, por

10, 100 ou 1000 .

Observa:

6580:10=658 6580:100=65,8 6580:1000=6,58

Se em cada uma das situações aplicarmos a operação inversa e o número inverso, o resultado

mantém-se. Repara que 6,58×10=65,8 e 6,58:0,1=65,8 .

A seguinte tabela resume estas equivalências nas operações.

Ao usarmos números decimais nos algoritmos devemos ter em conta algumas regras:

 na multiplicação, o número de casas decimais do produto corresponde à soma das


casas decimais de cada um dos fatores.

Neste exemplo verificamos isso mesmo: às três casas decimais de um dos fatores (a vermelho)
juntamos mais uma casa decimal do outro fator (a azul) e o resultado terá quatro casas
decimais (3+1)
 na divisão, o número de casas decimais do quociente corresponde à diferença entre o
número de casas decimais do dividendo e do divisor. O resto, quando não for nulo, terá
tantas casas decimais quantas o dividendo.

Neste exemplo verificamos isso mesmo: às quatro casas decimais do dividendo (a vermelho)
subtraímos uma casa decimal do divisor (a azul) e o quociente terá três casas decimais
(4−1) O resto tem 4 casas decimais.

Este quociente diz-se aproximado à milésima, pois a divisão, como não é exata (o resto não é
zero), poderia continuar e o resultado teria mais casas decimais.

Da mesma forma, quando o quociente de uma divisão não exata tem duas casas decimais diz-
se aproximado às centésimas e quando o quociente de uma divisão não exata tem uma
casa decimal diz-se aproximado às décimas.

Múltiplos e divisores

Considera o número de habitantes dos distritos da Madeira (262 302), Coimbra (430 104) e
Faro (451 006), reparamos que são todos múltiplos de 2, porque o algarismo das unidades é
múltiplo de 2.

Isto quer dizer que podíamos contar de 2 em 2 até 262 302 ou até 451 006.

0, 2, 4, 6, 8, 10, …, 262 300, 262 302, …

Todos os múltiplos de 2 terminam em 0, 2, 4, 6 ou 8.

Podemos fazer o mesmo raciocínio para o número 206 661, que é múltiplo de 3. Isso significa
que podíamos contar de 3 em 3 até 206 661.

0, 3, 6, 9, 12, …, 206 658, 206 661, …

Da mesma forma para o número 430 104, que é múltiplo de 4. Isso significa que podíamos
contar de 4 em 4 até 430 104.

0, 4, 8, 12, 16, …, 430 100, 430 104, …


O mesmo não acontece para o 5, se contassemos de 5 em 5 nunca obteriamos os números
262 302, 430 104 e

451 006, o que significa que não são múltiplos de 5.

Todos os múltiplos de 5 terminam em 0 ou 5:

0, 5, 10, 15, 20, …, 328 100, 328 105, …

E todos os múltiplos de 10 terminam em 0:

0, 10, 20, 30, 40, …, 328 100, 328 110, …

► Múltiplos

• Para obtermos os múltiplos de um número temos de o multiplicar por um número inteiro.

• Um número é múltiplo de outro se, quando o dividimos por esse número, o resto é zero.

• Um número tem infinitos múltiplos.

Exemplos:

Multiplos de 2: 0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, ...

Múltiplos de 3: 0, 3, 6, 9, 12, 15, ...

Múltiplos de 5: 0, 5, 10, 15, 20, 25, 30, ...

Múltiplos de 10: 0, 10, 20, 30, 40, ...

Múltiplos de 12: 0, 12, 24, 36, 48, ...

Nota: as reticências (...) significam que o conjunto dos múltiplos continua.

Também podíamos dividir o número de habitantes da Madeira, de Coimbra ou de Faro em dois


grupos, porque todos esses números são divisíveis por 2.

Isto quer dizer que o 2 divide esses números em dois grupos iguais.

O 2 é divisor de todos os números terminados nos algarismos: 0, 2, 4, 6 ou 8.

Podemos fazer o mesmo raciocínio para o número 206 661, que é divisível por 3. Repara que
aplicando o algorítmo da divisão, o resto é zero.
Isso significa que o 3 divide o 206 661 em três grupos iguais e resta zero.

Da mesma forma para o número 430 104, que é divisível por 4. Isso significa que o 4 divide
430 104 em quatro grupos iguais e resta zero.

► Divisores

• Um número é divisor de outro se o resto da divisão for zero.

• O um é divisor de todos os números.

• O maior divisor de um número é ele próprio.

Exemplos:

24 : 6 = 4

O 24 é múltiplo de 4, porque 4 × 6 = 24.

O 6 é divisor de 24, porque o resto é 0.

Divisores de 2: 1 e 2;

Divisores de 3: 1 e 3;

Divisores de 8: 1, 2, 4 e 8;

Divisores de 20: 1, 2, 4, 5, 10 e 20;

Divisores de 100: 1, 2, 4, 5, 10, 20, 25, 50 e 100.

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