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Pinóquio, o boneco de madeira, só consegue

tornar-se um menino de verdade depois que,


desiludido com a Ilha dos Prazeres, mergulha no
mar para salvar Gepeto, seu pai. Ao ser engolido
pela baleia, num ato de bravura, o boneco tem a
ocasião de reconciliar-se com sua consciência
moral, no silêncio e na escuridão das entranhas
do “grande peixe”. Suas atitudes tornam-se enfim
as de um menino de carne, e não mais de um
boneco de pau.

Até então, Pinóquio ainda vivia para buscar o


prazer e fugir da dor. Arrepender-se, para ele, era
só um alívio momentâneo para sua consciência.
Faltava o recolhimento, que era necessário a
ele e é necessário a nós. Também nós devemos
nos recolher e examinar nossa consciência.
Também nós precisamos adentrar o estômago
da baleia e encontrar ali Gepeto, isto é, aquilo a
que damos tanto valor que não trocaríamos por
nada nesse mundo.

Essa é a jóia inegociável que deve ser a base


para pesar nossas ações — não o prazer. Ela,
porém, só pode ser encontrada se desvendarmos
o estômago da baleia. Este CA é para ajudá-
lo nesse desbravamento interior e para que,
reencontrando a jóia trocada por uma ninharia,
você não torne a negociá-la.
Toda segunda-feira, o seu Caderno de Ativação traz
sugestões de atividades ou reflexões baseadas em um dos
temas abordados nas lives da semana anterior. Se você
está chegando agora, não se preocupe: o Guerrilha Way
não é uma maratona em que você tenha de alcançar
quem chegou antes, mas um barco que o recolhe
onde você está e o impulsiona para frente. Atrasar o
GW não dá juros. Aliás: não se atrasa o GW. A hora certa
para se fazê-lo é a hora que se faz ele. A quantidade ideal
é a quantidade feita.
Todos temos, dentro de nós, uma bússola que
aponta para o que é certo, para o bem. Nossa
consciência moral é o instrumento pelo qual
julgamos nossas ações. Quando bem forma-
da, amparada na Verdade e no bem, dirigi-
mo-nos rumo à felicidade. Mas essa bússola
pode enlouquecer — podemos nos confun-
dir sistematicamente e ir justificando nossos
erros, traçando uma teia de mentiras para
ocultar a verdade. Como consequência dessa
repressão contínua e sistemática da consci-
ência moral, podem surgir sintomas de neu-
roses, como paralisia, cegueira, sintomas de
depressão e ansiedade.

A consciência moral requer análise. Aqueles


sujeitos que agem muito e pouco refletem so-
bre suas ações, muito provavelmente, estão
vivendo para o prazer e contra a dor, e essa
não é a matéria da consciência moral. Pior
ainda quando chegam a justificar os erros
que cometem, perdendo de vista a bússola
interna que os orienta. O remédio para isso
é adquirir o hábito de examinar, constante-
mente, as próprias ações e julgá-las.
Os símbolos religiosos e os que estão presen-
tes nas obras literárias dão cor ao que esta-
mos dizendo. Jonas e Pinóquio dentro do pei-
xe são análogos ao movimento que devemos
fazer interiormente. Um movimento de aná-
lise, de recolhimento, para que haja a morte
do homem covarde e nascimento do homem
maduro. Com esse nascimento recuperare-
mos os princípios inegociáveis que acabamos
negociando. Princípios de fidelidade, traba-
lho, cumprimento do dever, religião e valores
familiares dificilmente vamos conseguir ne-
gociar sem o prejuízo da nossa felicidade, da
nossa biografia e da nossa saúde.
Todos temos
uma bússola
interior, uma
consciência moral
que orienta e julga
nossas ações.
Nenhum ser humano
pode se livrar disso.
Até mesmo Pinóquio, o boneco
de pau, tinha um tipo de consci-
ência: como não poderia trazê-
-la dentro de si, por não ser
humano, ela apresentava-se
exteriormente, na forma do
grilo falante.
A
CONSCIÊNCIA
NOS FALA.
Quando tapamos os ouvidos e
agimos, e permanecemos de ou-
vidos tapados, abafando e repri-
mindo a consciência moral, algo
acontece conosco.

Há como que um entristecimen-


to, uma perda da alegria de vi-
ver, podendo até mesmo surgir
sintomas de NEUROSE.
Você pode ser relativista o quan-
to queira em sua vida moral, mas
não o será impunemente.

TUDO É
RELATIVO?
DEPENDE.
Uma picada de cobra não é rela-
tiva. A picada da sua consciência
também não. O relativismo, leva-
do às últimas consequências, é a
negação do que você tem de mais
propriamente humano.
Se você recorre a argumentos su-
postamente científicos, filosóficos,
ou à opinião daquele seu compa-
nheiro de boteco para justificar sua
má conduta, SAIBA:

VOCÊ PODE NEGAR A


EXISTÊNCIA DA COBRA,
MAS O VENENO VAI
CONTINUAR CORRENDO
NAS SUAS VEIAS.
A consciência moral bem formada
ampara-se na verdade e no bem.

Ela reconhece aqueles princípios


fundamentais a uma vida propria-
mente humana:

PRINCÍPIOS DE JUSTIÇA
PRINCÍPIOS DE PRUDÊNCIA
PRINCÍPIOS DE AMOR

Sempre que
você aponta
sua conduta
contra esses
princípios, você
caminha rumo
à infelicidade.
O sujeito que vive sem refletir, que
tapa os ouvidos para a voz da cons-
ciência moral, provavelmente está
vivendo de acordo com um siste-
ma de prazer e desprazer.

É claro que a sua ação tende a ade-


rir ao que é simpático e repelir o
que é antipático.

Acontece que a conquista daquilo


que importa na vida implica muitas
vezes agir de acordo com critérios
pensados, e não aderir ao seu pri-
meiro impulso. Sempre será mais
fácil caminhar rumo à Ilha dos Pra-
zeres, mas é lá que você se tornará
MENOS HUMANO.
A VIA LARGA
QUE LEVA À
PERDIÇÃO
Na história de Pinóquio, a
diversão na Ilha dos Prazeres
transformou o boneco de pau
em um asno. Sempre que você
negocia valores inegociáveis,
você perde
algo de
humano.

A insistência no
erro pode, por fim,
convertê-lo em
uma BESTA.
Procure se lembrar
de alguma ocasião
em sua vida na qual
você tenha cedido
ao apelo do prazer,
negociando um valor
inegociável...
… A SUA FIDELIDADE
… O CUMPRIMENTO
DE UM DEVER
… SUA CRENÇA
RELIGIOSA
… SEUS VALORES
FAMILIARES
… O DEVER DE
TRABALHAR BEM
O
QUE
VOCÊ
LEVOU
DESSA
EXPE-
RIÊN-
CIA?
No relato bíblico de Jonas, e em muitas his-
tórias da literatura universal, encontramos o
símbolo do mergulho nas profundezas, repre-
sentado por um “peixe grande” que engole o
indivíduo que está fugindo ao apelo da sua
consciência moral.

O sujeito se vê, então, obrigado a se confron-


tar com a verdade da sua vida, a se emendar
e, só então, retornar à superfície para enfren-
tar aquilo de que fugia.

Assim também somos nós, quando tentamos


abafar a voz da consciência moral. Precisa-
mos de um recuo, de um mergulho profun-
do que nos permita confrontar a verdade da
nossa vida e retornar à superfície para enca-
rar aquilo de que fugíamos.
QUAL É O PESO
DE SUAS AÇÕES?
Tenha em mente o seu dia de hoje até ago-
ra e conte a si mesmo história dele. Em que
prato da balança está a maior parte das ati-
tudes que você tomou?

-Prejudiquei a honra de
alguém ou causei-lhe
algum prejuízo material? -O que eu fiz foi útil a alguém
(ajudei um amigo necessitado,
-O que eu fiz vai contra uma consolei alguém
meta que eu quero atingir? que estava triste)?

-Fugi ao cumprimento de -O que eu fiz me colocou mais


meu dever (trabalhei mal, próximo da minha meta?
fui negligente com minha
religião, tratei mal meu cônjuge)? -Cumpri com meu dever de
hoje (trabalhei corretamente,
fiz minhas orações, tratei
minha família com respeito)?

Se você chegou até aqui no seu CA,


coloque mais um peso no prato BOM.
AGORA QUE VOCÊ
PESOU SUAS AÇÕES,
VOCÊ SABE QUE HÁ
UMA SÉRIE DE ATITUDES
QUE VOCÊ DEVE TOMAR,
MAS AINDA NÃO
TOMOU.
ESCOLHA
UMA.
COLOQUE-A
EM PRÁTICA.
NÃO ESPERE
“SENTIR VONTADE”
DE FAZER.

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