Objetivo: homenagear o banqueiro Cohen e integrar Carlos na vida social lisboeta; Personagens: João da Ega – defende o realismo/naturalismo, Cohen – representante das finanças, Alencar – poeta ultrarromântico, Dâmaso – burguês rico, Carlos – médico e observador crítico, Craft – representante da cultura artística e britânica. Critica: Através deste capítulo pretende-se observar o ponto de vista de diferentes classes sociais, em questões de literatura e finanças. Quanto à questão da literatura, Alencar defende o ultrarromantismo, enquanto Ega defende o realismo/naturalismo e a inserção da ciência na literatura. Quanto às finanças, é criticada a má situação financeira de Portugal que depende de empréstimos estrangeiros, em que Ega apoia a invasão espanhola e afirma desejar a bancarrota, de forma a acordar o país. Dâmaso, burguês rico, afirma que fugiria para Paris e Cohen afirma que Portugal irá para a bancarrota. Conclusão: Neste jantar, é criticada a decadência de Portugal com uma sociedade pouco séria e empenhada que muito critica, mas nada faz para mudar aquilo que critica, assim como a deplorável situação financeira do país, a falta de cultura e civismo marcada pela luta entre Ega e Alencar e a falta de personalidade, em que Dâmaso escolhe o caminho mais fácil: a fuga. CAPÍTULO XII – Jantar dos Gouvarinho Objetivo: Reunir a alta burguesia e a aristocracia. Crítica: Este capítulo passa pela convivência da alta burguesia e aristocracia que revela a ignorância das classes dirigentes que mostram uma incapacidade de diálogo por falta de cultura. Neste jantar destacam-se o Conde de Gouvarinho e Sousa Neto, os quais representam os políticos e a alta administração, respetivamente. O Conde revela-se como uma pessoa retrógrada ao defender que a mulher não pode discutir com um homem sobre assuntos mais inteligentes, apesar de ter de ser ‘’prendada’’, por exemplo, e Sousa Neto apresenta-se como uma pessoa inculta ao não entrar em discussões, ao desconhecer o sociólogo Proudhon, não tendo opinião própria e defendendo o estrangeiro. Conclusão: Esta situação destaca a superficialidade dos funcionários do Estado, que se mostram incapazes de ter uma conversa por falta de cultura. CAPÍTULO XV – A corneta do diabo Objetivo: Denunciar a decadência do jornalismo português, pois os jornalistas deixavam-se corromper, motivados por interesses económicos. Crítica: Este capítulo retrata o jornalismo português do século XIX, que se tornou corrupto e cheio de bisbilhotice. Um exemplo dessa situação é o jornal A Corneta do Diabo, cujo dono, Palma Cavalão, expôs a relação amorosa de Carlos e Maria Eduarda através de uma carta escrita por Dâmaso Salcede. O jornalista publicou a carta por troca de dinheiro, assim como confessou o autor da mesma em troca de dinheiro, evidenciando a sua corrupção. Também é exemplo o jornal A Tarde, cujo jornalista Neves recusa, inicialmente, publicar uma carta escrita por Dâmaso, que dizia estar embriagado, por pensar que se tratava de um amigo seu. Conclusão: Nota-se, assim, uma sociedade movida pelo dinheiro, no século XIX, movida pela corrupção. CAPÍTULO XVI – Sarau da Trindade Objetivo: Ajudar as vítimas das inundações do Ribatejo. Crítica: Este capítulo é marcado pela intencionalidade de ajudar as vítimas das inundações do Ribatejo com o Sarau da Trindade. Ao longo do capítulo, nota-se uma falta de desenvolvimento no país e um caráter provinciano, nomeadamente na oratória de Rufino que se mostra oca e sem originalidade, característica do ultrarromantismo. Verifica-se também uma falta de cultura e incapacidade de reconhecer o verdadeiro talento, como quando Cruges toca uma peça de piano clássica e o seu talento não é reconhecido pelo público inculto, que riu perante a sua atuação. Cruges representava a população que se distinguia pelo verdadeiro amor à arte. Conclusão: Concluindo, no século XIX, Eça critica, assim, a sociedade pouco desenvolvida culturalmente e de caráter provinciano de Portugal. CAPÍTULO XVIII – Passeio pela Baixa lisboeta/Diálogo final de Carlos e Ega Objetivo: Evidenciar a decadência do povo e da cidade. Crítica: O capítulo XVIII é o final da obra Os Maias de Eça de Queirós, que critica principalmente a cidade e a sociedade que nela reside. Depois de se encontrar ausente por dez anos, Carlos regressa a Lisboa e encontra-se com Ega, o seu melhor amigo. Encontra Lisboa parada no tempo, estagnada, com um povo em decadência que cada vez mais imita o estrangeiro, fazendo-o, no entanto, sem gosto e com exagero que leva ao ridículo. Esta visão de Carlos contrasta, porém, com a estátua de Camões com que se deparam, sendo um símbolo das glórias e da energia de tempos passados, contrastando, então, com a decadência do presente. Conclusão: Em conclusão, ao regressar do estrangeiro, Carlos encontra a sua cidade com modos cada vez mais estrangeiros e parada, que outrora fora uma cidade com energia e glória.