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Maurício Franco 1
Segurança intrínseca 2004
SEGURANÇA INTRÍNSECA
- PROTEÇÃO CONTRA EXPLOSÃO -
1 –Introdução Desde que começou a produzir o fogo o homem vem se aprimorando na ciência de dominá-lo, a fim de que essa
importantíssima ferramenta não se torne uma arma contra quem a usa. Ao armazenar madeira seca para usar como lenha já houve a
necessidade de evitar que o fogo a atingisse, e na medida em que a quantidade de madeira armazenada cresceu o risco de incêndio
cresceu também.
Os estudos a respeito das causas e possíveis formas de evitá-las fez nascer a Segurança Intrínseca.
Para servir como fonte de conhecimentos básicos sobre essa importante e extensa área do conhecimento é que se escreveu essa
apostila.
2 - Conceitos preliminares
Combustão: Propagação da reação química de oxidação exotérmica de um combustível.
Atmosferas explosivas: Podem ocorrer em determinadas áreas a mistura de gases, vapores ou poeiras inflamáveis com o ar que, em
proporções adequadas, formam atmosferas explosivas.
A concentração é muito importante pois um gás ainda que muito inflamável não entra em combustão se não houver oxigênio
bastante. Por outro lado se houver oxigênio demais o gás também não entra em combustão.
Área: Espaço limitado onde há risco de explosão (presença de atmosfera explosiva). É também conhecida como área classificada.
Não é necessário que o espaço seja limitado fisicamente, de forma que podem haver diferentes classificações quanto ao risco de
explosão em uma área aberta.
Deflagração: É uma reação química exotérmica que acontece com velocidade de combustão na ordem de cm/s em uma atmosfera
explosiva e não ocorre sem que haja a ignição. Essa forma de combustão é a mais lenta de todas e ocorre quando a concentração
está próxima dos pontos limites de explosividade, LEL e UEL, vistos mais adiante.
Detonação: Idem à explosão, só que com velocidade de combustão na ordem de km/s. Essa forma é a mais violenta das combustões
e ocorre no ponto de concentração mais favorável à combustão ou seja próxima do ponto MIE visto posteriormente.
Ignição: É o início da combustão causada em uma mistura explosiva pelas possíveis fontes: Chama, Centelhamento, Efeito Térmico
(superfícies quentes), Compressão / ondas de choque e Luz.
A ignição por compressão necessita de uma brusca variação na pressão de modo a causar também uma brusca variação de
temperatura, conforme explica a lei dos gases, PV= RT, onde um aumento de pressão leva a um aumento de temperatura, mantendo-
se o volume constante.
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Já a ignição por luz é muito rara e normalmente esta luz está fora da faixa visível. Aqui o processo de ignição pode ser Fotoquímico
(combinação elétron - lacuna) ou Fototérmico (agitação molecular pelos fótons). Como exemplo podemos citar a mistura Clorine,
Hidrogênio e Ar.
Energia de ignição: Seja qual for a fonte de ignição, esta sempre deverá energizar as moléculas da mistura a ponto de desencadear a
reação química de oxidação da mesma. Energias muito baixas dissipam-se sem conseguir dar início à reação. Há portanto uma
energia mínima para conseguir a ignição. Tal energia varia com diversos fatores como concentração da mistura, temperatura,
concentração de oxigênio no ar comburente, pressão e tipo do gás.
Limites de Ignição: Existe um ponto ótimo de concentração de uma mistura para o qual ela se torna o mais combustível possível, o
que significa que com uma energização mínima já se dá a ignição. Este ponto de concentração é denominado MIE (minimum
ignition energie)
Há por outro lado concentrações ricas (pouco comburente, muito combustível) acima das quais, pela falta de oxigênio, não é
possível se dar a ignição por mais que se energize a mistura: é a chamada concentração máxima para explosão. O ponto de tal
concentração é chamado UEL (upper explosivity limit)
Há também concentrações pobres (pouco combustível, muito comburente) em que não se pode provocar a ignição pois não há
combustível bastante. Essa concentração mínima para a ignição apresenta-se no gráfico no ponto denominado LEL (lower
explosivity limit).
O gráfico a seguir mostra a relação entre concentração e energia de ignição de duas misturas.
ENER
IGNI
ÇÃO
(mJ)
GIA
DE
1 PROPANO
HIDROGÊNIO
ACETILENO
0,1
0,0
1
10 70 90
30 50 100
LEL MIE
MIE UE
L CONCENTRAÇÃO DO
4,2 27% VOLUME ( % )
%
HIDROGÊNIO 4,0 27 77
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Temperatura de ignição espontânea: É a mais baixa temperatura na qual uma mistura sofre ignição sem atuação de uma fonte de
ignição externa.
Número de evaporação: Indica o tempo que um líquido necessita para evaporar (ou vaporizar) completamente sem resíduos quando
comparado com o éter (NE=1).
Flash-Point de uma mistura: Temperatura ambiente na qual uma mistura (gás ou vapor e ar) se torna inflamável, porém sem
capacidade para continuar a combustão. Essa mistura advém da vaporização de um líquido inflamável. É chamado também ponto de
fulgor
Ponto de combustão: Temperatura ambiente, acima do Flash-Point, onde a combustão é mantida caso haja uma ignição.
MIC (Minimum Ignition Current): menor valor de corrente elétrica que flui em uma chave no instante imediatamente anterior ao
instante em que tal chave se abre e que pode produzir fagulhamento capaz de iniciar a combustão da atmosfera explosiva.
Consideremos para análise o circuito a seguir (Fig. 1), onde R, L e C representam a resistência, indutância e capacitância
equivalentes de um circuito elétrico qualquer, V é a tensão de alimentação instantânea e CH é um contato mecânico colocado na
área explosiva (área classificada).
A MIC do circuito é definida como a mínima corrente instantânea, i, que circula na chave CH, exatamente antes do momento de
abertura da mesma, que pode causar um centelhamento de magnitude suficiente para provocar a ignição da atmosfera explosiva. Tal
valor serve como referência sobre o grau de periculosidade de uma mistura.
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Para ilustração, a tabela a seguir mostra alguns gases em suas quantidades ideais de mistura com o ar, expressas na porcentagem do
gás por unidade de volume de ar (%/V) e os respectivos valores do MESG expressos em milímetros (mm):
3 - Possibilidade de explosão
Exemplo: As substâncias inflamáveis podem também surgir de modo não intencional, por exemplo quando se armazenam ácidos
fracos ou soluções alcalinas em recipientes de metal. Neste caso pode formar-se hidrogênio por reação eletroquímica, o qual se pode
acumular na fase gasosa.
Substâncias e preparações (ainda) não classificadas mas que preencham os critérios de inflamabilidade ou que, de um modo
geral, devam ser consideradas inflamáveis.
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Exemplos:
1. Gases e misturas de gases inflamáveis, por ex.: gás liqüefeito (butano, buteno, propano, propeno), gás natural, gases de
combustão (monóxido de carbono ou metano) ou diversas substâncias químicas gasosas inflamáveis (acetileno, óxido de etileno ou
cloreto de vinilo, por ex.).
2. Líquidos inflamáveis, como, por ex., solventes, combustíveis, petróleo, fueloil, óleos lubrificantes ou óleos usados, vernizes,
substâncias químicas insolúveis em água ou hidrossolúveis.
3. Poeiras de matérias sólidas inflamáveis, por ex. carvão, madeira, alimentos para consumo humano ou animal (açúcar, farinha
ou cereais, por exemplo), matérias plásticas, metais ou substâncias químicas.
Nota: Algumas substâncias dificilmente inflamáveis em condições normais são explosivas em mistura com o ar quando a
dimensão das partículas é suficientemente pequena ou a energia de ignição suficientemente elevada (poeiras de metais e aerossóis,
por exemplo. Partículas menores que 0,5µ m).
Na avaliação dos riscos de formação de atmosfera explosiva devem ser observadas as várias formas de operação de cada uma das
partes do processo e das suas instalações como principalmente:.
_ condições de funcionamento normais, incluindo trabalhos de manutenção,
_ arranque/paragem,
_ mau funcionamento e falhas previsíveis,
_ uma má utilização razoavelmente previsível.
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A análise de todos esses itens são necessários para que se defina a quantidade de energia máxima que se possa manipular sem que
ocorra a ignição da atmosfera explosiva.
5.1 - Classificação segundo a legislação européia (IEC), adotada pela legislação brasileira (ABNT)
Esta legislação prevê o agrupamento das atmosferas explosivas em zonas e grupos e também através da temperatura de ignição
expontânea da mistura.
Zonas: A classificação segundo as zonas baseia-se na freqüência e duração com que ocorre a atmosfera explosiva.
Zona 0 - ocorre atmosfera explosiva sempre ou por longos períodos. (mais perigosa)
Zona 1 - provável que ocorra atmosferas explosivas em condições normais de operação ( ocasionalmente).
Zona 2 - área onde é improvável o aparecimento da atmosfera explosiva em condições normais de operação ou, quando
ocorre, é por curtos períodos ( raramente).
Zona 20 - ocorre atmosfera explosiva sempre ou por longos períodos, formada por poeiras combustíveis. (mais perigosa das
atmosferas de poeira)
Zona 22 - ocorre atmosfera explosiva raramente em condições de anormalidade, formada por poeiras combustíveis.
Zona G (Enclosed medical gas system) - ocorre em centros cirúrgicos com gases analgésicos durante longos períodos.
Zona M (Medical environment) - ocorre em centros cirúrgicos em pequenos volumes com substâncias analgésicas ou anti-
sépticos em curto espaço de tempo.
Grupo II A – (menos explosivos) ocorre em atmosfera explosiva onde prevalece os gases da família do propeno.
Grupo II C – ocorre em atmosfera explosiva onde prevalece os gases da família do hidrogênio, incluindo-se o acetileno. (mais
perigosa)
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T2 - 300;
T3 - 200;
T4 - 135;
T5 - 100;
Divisão: A classificação segundo a divisão baseia-se na freqüência e duração que ocorre a atmosfera explosiva.
Divisão 0 - ocorre a atmosfera explosiva sempre ou por longos períodos (ainda não oficializada pela norma americana).
Divisão 1 - provável que ocorra a atmosfera explosiva em condições normais de operação ou em reparos freqüentes. (mais
perigosa)
Divisão 2 - área onde não é provável o aparecimento da atmosfera explosiva em condições normais de operação ou, se
ocorrer, é por curtos períodos. Por exemplo em caso de ruptura de equipamento, falha no sistema de ventilação ou em áreas
adjacentes à divisão 1.
Grupo C - ocorre em atmosferas explosivas onde prevalecem os gases da família do etileno (vapores de éter-etílico, ciclo
propano).
Grupo D - ocorre em atmosferas explosivas onde prevalecem os gases da família do propano (gasolina, hexano, nafta-
benzina-butano, álcool, acetona, solventes e vernizes).
Grupo E - poeiras de metais combustíveis (poeiras de alumínio, magnésio, etc com .resistividade menor que 105Ω cm)
Grupo F - poeiras de carvão (poeiras condutoras de carvão mineral ou vegetal, coque, negro de fumo, etc).
Grupo G - poeiras de grãos depositadas e não condutoras ( farinha, amido e outras ou algodão, estopa, rayon, pó de serragem,
pó de cortiça, etc com .resistividade maior que 105Ω cm)
Obs.: Os equipamentos de segurança intrínseca se trabalharem em atmosferas de poeira combustível devem ter invólucro IP-
6X, pelo risco de acúmulo de poeira em seu interior. Devem portanto ser estanques à poeira.
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Obs.: Os equipamentos de segurança intrínseca se trabalharem em atmosferas de poeira combustível devem obedecer ao seguinte
padrão:
A tabela abaixo mostra a equivalência entre as normas Européia e Americana no que diz respeito à divisão de áreas:
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6.3 - Oil Immersion - Equipamento elétrico com imersão em óleo (Ex o):{ NBR 8601 }
Também com a finalidade de evitar o contato entre a atmosfera explosiva e as
partes perigosas do aparelho, estas são total ou parcialmente imersas em óleo
(tipicamente óleo mineral). É usado em equipamentos onde ocorrem
centelhamentos em regime normal e que possuem partes móveis ou dissipam
alta potência. Esse tipo de proteção é usado em transformadores
6.4 - Pressurized Apparatus - Equipamento elétrico pressurizado (Ex p): { NBR 5420 }
Tem a mesma finalidade, aplicação e características do tipo anterior (Ex o),
porém apresenta maior eficiência no que tange a partes móveis. Aqui
tipicamente são utilizados o ar, nitrogênio e outros gases inertes.
Em salas de cirurgia, salas de controle, CCMs e painéis elétricos a pressurização com fluxo constante é muito utilizada.
Em casos em que o próprio equipamento ou sala produz a atmosfera explosiva, a pressurização com fluxo constante consegue
promover uma diluição constante, mantendo as atmosfera com concentração abaixo do MIE da mistura.
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6.5 - Increased Safety - Equipamento elétrico com segurança aumentada (Ex e): { NBR 9883 }
Tipo de proteção utilizada em equipamentos onde não ocorrem
centelhamentos freqüêntes, mas há altas temperaturas no equipamento
quando em condições de sobrecarga. Aqui a atmosfera explosiva se
encontra em contato com as partes perigosas do equipamento, mas o
tipo de construção (blindagens mecânicas, reforços, fatores de
segurança aumentados, etc) prevê distúrbios e falhas evitando assim o
sobreaquecimento e possível ignição. Este tipo é muito utilizado como
complemento do tipo (Ex d). Por exemplo podemos citar luminárias,
painéis e motores.
6.6 - Flameproof Enclosure - Equipamento elétrico a prova de explosão (Ex d): { NBR 5363 }
A atmosfera explosiva está em contato com o interior do equipamento, mas
uma eventual ignição não se propaga ao exterior, pois o invólucro do
aparelho não possui GAP suficiente para transmitir a combustão e pode
suportar a pressão desenvolvida pela explosão. Como exemplo podemos
citar a instalação de cabos dentro de tubos metálicos conectados a caixas a
prova de explosão, exemplo este que é indispensável nas instalações de
equipamentos como luminárias, motores e outros equipamentos de
potência em áreas classificadas. As caixas à prova de explosão não podem
ser instaladas em ambientes consigam levar a temperatura da caixa a
valores superiores a 280oC para gases do grupo A e B, 160oC para gases do
grupo C e 280oC para gases do grupo D (classificação IEC, americana).
6.7 - Intrinsic Safety - Equipamento elétrico intrinsecamente seguro (Ex i): { NBR 8447 }
A atmosfera explosiva se encontra em contato como o equipamento (ou parte
dele), mas limita-se a energia do mesmo abaixo da mínima necessária à
ignição, mesmo em caso de centelhamento, temperaturas excessivas, em
regime normal ou em caso de falhas. É este o tipo de proteção mais utilizado e
confiável.
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6.8 - Conclusão:
De acordo como que foi visto até aqui, pode-se fazer uma tabela resumo do tipo de proteção utilizada em função da classificação da
área:
ZONA 1 Qualquer tipo p/ zona 0; Segurança Intrínseca/ Ex ib ; À prova de explosão/ Ex d ; Segurança aumentada/ Ex e ;
Pressurizado/ Ex p ; Imerso em óleo/ Ex o ; Com enchimento de areia/ Ex q ; Proteção especial p/ zona 1 /Ex s
Notas: As categorias Ex ia e Ex ib estão sendo discutidas no subitem 7.5 - Categorias de proteção, à frente.
Os códigos Ex s e Ex n são definições da norma brasileira para proteções especiais e proteções não-incendiáveis (não-acendíveis).
No aspecto prático elimina os dutos e caixas metálicas, facilitando sua instalação e manutenção dos equipamentos de controle e
instrumentação.
O equipamento intrinsecamente seguro é instalado na área classificada e não requer em sua instalação eletrodutos a prova de
explosão ou pressurizados. São eles sensores de proximidade, termostatos, transmissores de pressão, etc.
Como exemplo podem-se citar circuitos que possuem as barreiras de segurança tanto para contatos mecânicos ou sensores
de proximidade quanto para os sinais analógicos de transmissores.
O equipamento intrinsecamente seguro associado é que permite que os equipamentos intrinsecamente seguros possam ser
instalados na área sem colocá-la em risco mesmo que ocorra a abertura do circuito, curto circuito, ou contato à terra.
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7.4 - Fundamentos:
Para a limitação de energia pode-se utilizar limitadores resistivos (Barreiras Zener) ou dispositivos eletrônicos limitadores de
corrente (semicondutores).
A seguir está o esquema de uma Barreira Zener, que é um circuito destinado à conexão entre circuitos intrinsecamente seguros e não
seguros, com a finalidade de limitação da energia enviada à área classificada.
F R
R limita o valor da corrente na área explosiva (Ex i) no caso de curto circuito entre 3 e 4.
Z limita o valor da tensão enviada à área explosiva. O número de zeners é determinado pelo fator de segurança imposto para as
categorias ia e ib como será visto no item 7.5 a seguir.
G ponto de aterramento que garante um caminho de retorno à terra para a corrente dos diodos zeners.
Define-se Falha como sendo um defeito em qualquer componente ou conexão entre componentes, dos quais a segurança intrínseca
depende.
Categoria ia: Equipamento intrinsecamente seguro incapaz de provocar a ignição da atmosfera explosiva em operação normal, com
até duas falhas e com os fatores de segurança aplicados:
Categoria ib: Equipamento intrinsecamente seguro incapaz de provocar a ignição da atmosfera explosiva em operação normal ou
com uma falha e com os fatores de segurança:
- 1,0 para operação normal e uma falha auto-indicada (sinalização da falha através de alarme).
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7.6 – Aterramento
O aterramento deve garantir:
Na segurança intrínseca o aterramento garantirá a eficiência da barreira de zener na limitação da tensão que é enviada
área classificada.
O padrão exige que a resistência medida entre qualquer ponto da linha de terra do circuito de segurança intrínseca e o
ponto de ligação dessa linha com o terra deve ser menor que 1Ω .
Visando a evitar que mais de uma parte do sistema tenha contato com o terra, deve haver uma isolação maior que 500V
entre o circuito de segurança intrínseca e o ponto (único) de terra, exceto é claro no ponto de aterramento.
Não pode haver dois pontos de aterramento para evitar que, sendo de diferentes impedâncias, possam gerar, na
ocorrência de altas correntes, diferenças de potencial perigosas ao sistema.
No caso de dois pontos de aterramento se fazerem necessários então o circuito deve ser separado por isoladores
galvânicos, ficando um único ponto de aterramento para cada parte isolada.
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Dentre os sistemas para se promover a isolação galvânica, podemos citar o acoplamento óptico e o a transformador, estando este
último ilustrado na figura 5 a seguir.
São verificadas distâncias de isolação (via ar ou outro isolante) e escoamento (via substrato ou placa de circuito impresso),
aterramentos de relés, núcleo de transformadores, etc.
NOTAS:
As distâncias de escoamento entre trilhas dependem diretamente do tipo de PCI utilizada, do tipo de cobertura da PCI (verniz, etc) e
podem ser menores quando entre as partes a serem isoladas existir uma malha de aterramento ou um orifício de separação.
Já as distâncias de isolação são as distâncias entre os corpos dos componentes e similares das partes a serem isoladas. Dependem do
tipo de meio entre eles (resinas, ar, tipo de cola quando houver, etc).
Todos esses tópicos são regidos e monitorados por normas (inclusive brasileiras) e são comprovados na prática através de testes
realizados pelo órgão certificador do equipamento Ex i.
Existem ainda exigências especiais para os componentes infalíveis, tais como: Transformadores de alimentação e acoplamento,
resistores limitadores de corrente de barreiras zener, capacitores de bloqueio, fusíveis, etc, podendo ser estes pertencentes a circuitos
intrinsecamente seguros e associados.
OBS.: Componente Infalível é aquele considerado como não sujeito a defeitos que afetem a segurança intrínseca do circuito, durante
a operação e armazenagem.
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7.9 - Parametrização:
Os equipamentos intrinsecamente seguros são parametrizados, ou seja, possuem uma marcação com os dados técnicos que permite
associar equipamentos intrinsecamente seguros com seus associados, mesmo que tendo sido certificados isoladamente ou forem de
fabricantes diferentes.
Marcação:
Um - Tensão máxima: Máxima tensão RMS ou DC que pode ser aplicada aos terminais não Intrinsecamente seguros de um
equipamento associado, sem afetar o tipo de proteção.
Uo - Tensão máxima de circuito aberto: Máxima tensão (pico ou DC) que aparece nos terminais intrinsecamente seguros de saída,
em circuito aberto, quando este será alimentado por "Um".
Io - Corrente máxima de curto circuito: Máxima corrente (pico ou DC) que pode ser obtida nos terminais intrinsecamente seguros de
saída, quando em curto circuito.
Po - Potência máxima de saída: Máxima potência que pode ser obtida nos terminais intrinsecamente seguros de um equipamento
elétrico.
Co - Capacitância externa máxima: Máxima capacitância que pode ser conectada aos terminais intrinsecamente seguros, sem afetar o
tipo de proteção.
Lo - Indutância externa máxima: Máxima indutância que pode ser conectada aos terminais intrinsecamente seguros, sem afetar o tipo
de proteção.
Ui - Tensão máxima de entrada: Máxima tensão que pode ser aplicada aos terminais intrinsecamente seguros, sem afetar o tipo de
proteção.
Ii - Corrente máxima de entrada: Máxima corrente que pode ser aplicada aos terminais intrinsecamente seguros, sem afetar o tipo de
proteção.
Pi - Potência máxima de entrada: Máxima potência de entrada que pode ser seguramente dissipada internamente no equipamento
intrinsecamente seguro.
Ci - Capacitância interna máxima: Máxima capacitância interna vista através dos terminais intrinsecamente seguros de entrada.
Li - Indutância interna máxima: Indutância interna máxima vista através dos terminais intrinsecamente seguros de entrada.
O certificado de conformidade é emitido pelo órgão certificador ( INMETRO), o qual se baseia no relatório de ensaio feito pelo
laboratório credenciado (CEPEL - LABEX).
No relatório de ensaio, o laboratório credenciado verifica as condições de projeto conforme as normas e ensaia o protótipo
determinando a marcação do equipamento.
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7.11 - Entidade:
O conceito de entidade permite a conexão de equipamentos intrinsecamente seguros com equipamentos associados.
A tensão (ou corrente) que o equipamento seguro pode receber e manter-se ainda intrinsecamente seguro deve ser maior ou igual à
tensão (ou corrente) máxima fornecida pelo equipamento associado.
Adicionalmente, a máxima capacitância (e indutância) do equipamento intrinsecamente seguro, incluindo os parâmetros dos cabos de
conexão, deve ser menor ou igual à máxima capacitância (e indutância) que pode ser conectada com segurança ao equipamento
associado.
Se esses critérios forem empregados, então a conexão pode ser implantada com segurança.
Assim:
Uo < ou = a Ui
Io < ou = a Ii
Po < ou = a Pi
Para exemplificar, suponha a conexão de um equipamento intrinsecamente seguro (sensor de proximidade indutivo) com o seu
associado (driver para sensor indutivo com saída a relé) de acordo com os dados do relatório de ensaio apresentados a seguir:
Li = 0.5 mH Io = 31 mA
Ci = 30 nF Lo = 2.0 mH
Co = 300 nF
Solução:
C cabo = 30 x 5 = 150 nF
Conclui-se então que é possível a conexão destes equipamentos, mantendo-se a instalação segura mesmo com um cabo de 5 km de
comprimento.
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7.13 - Cablagem:
Sistema por eletrodutos (conexão direta):
Uma grande parte das instalações elétricas, em termos mundiais, são executadas neste sistema. A base válida é dada pela Norma
Americana (NEC), que prevê eletrodutos metálicos (capazes de conter as possíveis faíscas ou arcos) envolvendo a fiação de cabos
com isolamento mineral ou cabos armados e não armados dependendo da classificação da área. Nos dispositivos de manobras são
requeridas, ainda, unidades seladoras para evitar a pressão de uma eventual explosão interna no eletroduto.
É importante lembrar que, devido a variações de temperatura, pode-se formar "água de condensação" que deve ser drenada para não
ocasionar curto circuito. Outra característica desse sistema é a corrosão que pode afetar sua integridade. Deve-se ressaltar que este é
o sistema mais caro para implantação e manutenção e exige responsáveis inspeções periódicas.
Para instalações deste tipo utilizam-se cabos do tipo industrial comum (com capa de borracha, material sintético ou chumbo), que são
introduzidos através de "prensa-cabos" em caixas de ligações (Segurança Aumentada).
Estes cabos são instalados com eletrodutos metálicos somente em locais onde existe possibilidade de ocorrer danos mecânicos aos
cabos, como por exemplo nos afloramentos. Nos demais locais os cabos caminham em leitos de calhas.
É importante lembrar ainda que a integridade do tipo de segurança depende da resistência mecânica, química e térmica do material
de vedação que constitui a capa externa do cabo.
Este tópico é encontrado em recomendações e normas de alguns países, embora existam pequenas diferenças. Porém podemos citar
alguns pontos comuns:
Requisitos de construção:
O condutor deve ser recoberto com material isolante de espessura mínima 0.2 mm;
Quando o condutor possui blindagem para aterramento, esta deve cobrir no mínimo 60% da superfície.
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Requisitos de instalação:
Circuitos SI (segurança intrínseca) e NSI (Não segurança intrínseca) não devem passar por um mesmo cabo multivias;
Quando o cabo SI e NSI correm pelo mesmo eletroduto ou bandeja, pelo menos os SI devem possuir blindagem aterrada ou serem
separados por uma barreira física ou por uma distância mínima de 50 mm e presos para evitar movimentos;
Quando o cabo possuir malha metálica ou similar, esta deve ser conectada ao condutor equipotencial no mesmo ponto que o circuito
SI do qual ele faz parte;
Cabo multivias com vários circuitos SI não deve ser usado em zona 0, sem antes um estudo das combinações das possíveis falhas;
Cabo multivias fixo, com proteção externa adicional contra danos mecânicos, com cada circuito SI correndo em núcleos adjacentes
e, não operando a mais de 60 V de pico, pode ser considerado como não sujeito a falhas;
Quando um cabo multivias possui uma malha de aterramento individual para cada circuito SI e com isolação para 500 V rms entre
elas, as restrições para cabos multivias não se aplicam.
OBS.: Estudos têm mostrado que a indução entre cabos de conexão, que poderá levar a condições inseguras, é improvável. Medidas
como cabos blindados, par trançado ou manter a distância de escoamento suficiente devem ser adotadas quando um cabo conduzindo
correntes altas passar próximo a um cabo SI, mais por motivos operacionais do que por motivos de segurança.
Parâmetros de cabos:
Como mostramos anteriormente, a indutância e a capacitância estão relacionadas com o armazenamento de energia.
A capacitância total depende de seu comprimento e, normalmente, o fabricante fornece o valor por metro e deve-se analisar como um
capacitor concentrado.
A indutância é um parâmetro que é menos acentuado, devido ao seu baixo valor nos cabos normalmente utilizados. Também deve-se
tomar a indutância total do cabo por um indutor concentrado como no caso anterior.
Com relação ao aterramento, a utilização de circuitos totalmente isolados do terra é preferível em instalações intrinsecamente
seguras. Porém, quando isto não for possível, o aterramento correto da instalação é importante para a segurança. O condutor deve
apresentar impedância menor que 1.0 ohm e deve-se promover a equipotencialidade dos terras, pois estas são muito perigosas. O
circuito SI deve ser aterrado (condutor equipotencial) apenas na área segura e no ponto mais próximo do equipamento associado. O
equipamento da área classificada deve possuir isolação maior que 500 V rms em relação às partes aterradas.
Multicabos
Os multicabos ou cabos multivias podem ser utilizados pelo sistema intrinsecamente seguro desde que com cuidados especiais. São
estudados em quatro tipos conforme as possibilidades de ligação entre os cabos que os compõem:
Tipo D – Quando deve ser considerada qualquer quantidade de curtos ou aberturas antes das falhas previstas.
Tipo C – Quando a tensão nominal do cabo é a mesma do circuito e cada par de cabos suportar tensão de 1000Vrms entre si e
500Vrms para a malha terra, será necessário considerar dois curtos e quatro aberturas, para então se aplicarem as falhas previstas.
Tipo B - Quando a tensão nominal do cabo for de pelo menos o dobro da tensão do circuito (que não deve ultrapassar 60V) e o cabo
for fixado (garantindo proteção a danos mecânicos) então não se consideram curtos e aberturas.
Tipo A – Aqui consideram-se cabos com condutores ou grupos de condutores com malha (shield) individual. Nesse caso estudam-se
as interconexões entre condutores de uma mesma malha e entre cada um e sua malha, antes das aplicações das falhas.
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UMÁX X I
Se Uo>0,5Umáx → MÁX
P= 4
Um
UMÁX
UMÁX Se Uo<0,5Umáx → X (Umáx -Uo)
P = R
UO
UMÁX
2 F R
UO
Um D1
IMÁX I D2
IMÁX
2 Umáx
R
Eletrônica
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Nesse tipo de barreira a limitação de corrente é conseguida a partir de circuitos eletrônicos mais complexos o
que garante uma saída retangular como visto abaixo.
Tal tipo de barreira entrega ao equipamento intrísecamente seguro uma potência quatro vezes maior que a
potência entregue pela barreira resistiva, por isso a aplicação desse tipo de barreira é apenas para equipamentos
do tipo ib.
A seguir vê-se um diagrama U por I (que no é caso retangular)
Um
UO
PO=UO⋅ IO
IMÁX I
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Funções repetidoras:
As barreiras com esta função repetem sinais ON/OFF do elemento de campo que pode ser um contato seco (botoeiras, termostatos,
fim-de-curso, etc) ou de um sensor indutivo com configuração elétrica padrão NAMUR (DIN 19234).
O estágio de saída pode ser ainda em transistor para conexão direta em circuito eletrônico, CLP ou SDCD.
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Funções de Controle :
São barreiras cujas funções de comando e controle estão incorporadas. Abaixo citamos alguns tipos:
a) Monitoração de Movimento : Neste caso é possível detectar o aumento ou redução de velocidade de equipamentos rotativos, tais
como: agitadores, misturadores, ventiladores, etc.
b) Sentido de Movimento : Neste caso é possível detectar o sentido do movimento ( horário/anti-horário ) de equipamentos rotativos,
tais como : medidores de vazão, motores, turbinas, etc.
c) Conversor F/I : Este dispositivo tem como função obter um sinal de saída em corrente ( 4-20 mA ) proporcional à freqüência do
sinal de entrada. Pode ser utilizado na medição de velocidade de motores, ventiladores, turbinas, etc.
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São barreiras para acionamento de elementos de comandos situados dentro das áreas classificadas, tais como : válvulas solenóides,
LEDs e sirenes.
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Repetidores analógicos:
Ideais para alimentação e transferência dos sinais de transmissores que convertem grandezas físicas (vazão, temperatura, pressão) em
corrente (4 a 20 mA).
Driver analógico:
São barreiras que servem para acionar conversores (tipo conversor eletropneumático I/P).
Existem critérios, todos previstos por normas elaboradas pela ABNT, que regem, principalmente a escolha dos componentes que
possam comprometer a segurança do equipamento, por exemplo:
A potência dissipada nos resistores considerados infalíveis deve ser no máximo 2/3 da sua potência nominal no pior caso e
tolerância;
A potência dissipada nos diodos zener deve ser no máximo 2/3 da sua potência nominal no pior caso e tolerância;
Dependendo do caso, é exigida a colocação de barreiras zener no lado não seguro do circuito a fim de evitar sobretensão e
conseqüente sobreaquecimento na região do transformador de isolação galvânica;
A corrente de interrupção dos fusíveis considerados infalíveis é testada durante o processo de certificação, através de ondas de
choque de corrente geradas por bancos de capacitores carregados normalmente com 300 VCC. Também são testadas as suas
correntes nominais e tempos de queima, sendo que estes últimos devem estar de acordo com os dados do fabricante e não devem
permitir o sobreaquecimento dos diodos zener.
O aquecimento do transformador de isolação galvânica é provocado durante os testes e não deve haver perda de isolação entre
primário(s) e secundário(s), sendo esta última maior ou igual a 1500 VDC.
Todas as distâncias entre trilhas e corpos de componentes SI e NSI também são normalizadas e a isolação entre SI e NSI deve ser
mantida.
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Marcação padrão
Maurício Franco 26
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Além da marcação conforme a zona, tipo de atmosfera e temperatura, há também uma marcação para aparelhos destinados a
funcionar em atmosferas explosivas de acordo com a Diretiva 94/9/CE que segue a seguinte regra:
Adicionalmente ao número da categoria, a marcação para o grupo II traz ainda o tipo de atmosfera, a saber:
Exemplos:
II (1) G D produto para ser utilizado como equipamento associado para indústria de superfície,
proteção muito elevada, atmosfera de gases e ou poeira.
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EXERCÍCIOS
6. Quais são as condições necessárias e suficientes para 18. Equipamentos de marcadores diferentes podem ser
que haja uma explosão? seguramente interconectados?
Justifique.
7. Defina quais são os métodos utilizados para proteção
de equipamentos em atmosferas explosivas. Cite 19. Quais são os requisitos utilizados na construção de
exemplos de cada método. cablagem para equipamentos
20. intrinsecamente seguros?
8. Que é e energia mínima de ignição (MIE)?
21. Quais são os requisitos de instalação para cablagem
9. De que forma limita-se a energia armazenada em de equipamentos intrinsecamente
elementos armazenadores de energia? 22. seguros?
10. Quais são as categorias de proteção existentes para 24. Quais são os tipos de isoladores galvânicos
equipamentos intrinsecamente seguros? Defina-as encontrados em circuitos intrinsecamenteseguros?
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25. ANEXO I
SUBSTÂNCIA TEMPERATURA DE IGNIÇÃO CLASSE (IEC) GRUPO (IEC)
Acetadehyde 140 ºC T4 IIA Cyclopropane 495 ºC T1 IIB Metaldahyde - - IIA
Acetic acid 485 ºC T1 IIA Deashydronaphthalene 260 ºC T3 Methane (firedamp) 596 ºC T1 I
Acetone 535 ºC T1 IIA IIA Methane (insdustrial) - T1 IIA
Acetylacetone 340 ºC T2 IIA Diacetone Alcohol 640 ºC T1 IIA Methanol 466 ºC T1 IIA
Acetyl chloride 390 ºC T2 IIA Diaminoethane 385 ºC T2 IIA Methoxyathanol 286 ºC T3 IIB
Acetylene 305 ºC T2 IIC Diamyl ether 170 ºC T4 IIA Methyl Acetate 476 ºC T1 IIA
Acrylonitrite 480 ºC T1 IIB Dibutyl ether 185 ºC T4 IIB Methyl Acetoacetate 280 ºC T3 IIA
Allyl Chloride 485 ºC T1 IIA Dichlorobenzene 640 ºC T1 IIA Methyl Acrylate - - IIB
Allylene - - IIB Dichloroethane 440 ºC T2 IIA Methylamine 430 ºC T2 IIA
Ammonia 630 ºC T1 IIA Dicloroethylene 440 ºC T2 IIA Methylcyclohexane 260 ºC T3 IIA
Amphetamine - - IIA Dichloropropane 555 ºC T1 IIA Methylcyclohexanol 295 ºC T3 IIA
Amyl Acetate 375 ºC T2 IIA Diethylamine 310 ºC T2 IIA Methyl Formate 450 ºC T1 IIA
Amyl Methyl Ketone - - IIA Diathylaminoethanol - - IIA Naphtha 280 ºC T3 IIA
Aniline 617 ºC T1 IIA Diathyl Ether 170 ºC T4 IIB Naphtalane 528 ºC T1 IIA
Benzene 560 ºC T1 IIA Diathyl Oxilate - - IIA Nitrobenzeno 480 ºC T1 IIA
Benzaldehyde 190 ºC T4 IIA Diethyl Sulphate - - IIA Nitroethene 410 ºC T2 IIB
Benzyl Chloride 585 ºC T1 IIA Dihexyl Ether 185 ºC T4 IIA Nitromethane 410 ºC T2 IIB
Blue water gas - T1 IIC Di-isobutylene 305 ºC T2 IIA Nitropapane 415 ºC T2 IIA
Bromobutane 265 ºC T3 IIA Dimathylamine 400 ºC T2 IIA Nonane 420 ºC T2 IIB
Bromoethane 510 ºC T1 IIA Dimethylaniline 370 ºC T2 IIA Nonanol 205 ºC T3 IIB
Butadiene 430 ºC T2 IIB Dimethyl Ether - - IIB Octaldehyde - - IIA
Butane 365 ºC T2 IIA Dipropyl Ether - - IIB Octanol - - IIB
Butanol 340 ºC T2 IIA Dioxane 379 ºC T2 IIB Parafornaldehyde - - IIA
Butene 440 ºC T2 IIB Dioxolane - - IIB Paraldehyde 300 ºC T2 IIA
Butyl Acetate 370 ºC T2 IIA Epoxypropane 430 ºC T2 IIB Penatne 236 ºC T3 IIA
Butalamine 312 ºC T2 IIA Ethane 515 ºC T1 IIA Petanol 285 ºC T3 IIA
Butydigol 225 ºC T3 IIA Ethanol 425 ºC T2 IIA Potatium 300 ºC T2 IIC
Butyl Methyl Ketone 530 ºC T1 Ethananolamine - - IIA Phanol 605 ºC - IIB
IIA Ethoxyethanol 235 ºC T3 IIB Propane 470 ºC T1 IIB
Butyraldehyde 230 ºC T3 IIA Ethyl Acetate 460 ºC T1 IIA Propanol 405 ºC T1 IIA
Carbon Disulphide 100 ºC T5 * Ethyl Acrylate - - IIB Propylamine 320 ºC T2 IIA
Carbon Monoxide 605 ºC T1 IIA Athylbenaene 431 ºC T2 IIA Propyiene 455 ºC T1 I
Clhlorodimethyl Ether - - IIA Ethyldigol - - IIA Propyl Methyl Ketone 606 ºC T1
Chlorobenzene 637 ºC T1 IIA Ethylene 425 ºC T2 IIB IIA
Chlorobutane 460 ºC T1 IIA Ethylene Oxide 440 ºC T2 IIB Pyrydina 550 ºC T1 IIA
Chloroethane 510 ºC T1 IIA Ethyl Formate 440 ºC T2 IIA Styrene 490 ºC T1 IIB
Chloroethanol 425 ºC T2 IIA Ethyl Mercaptan 295 ºC T3 IIA Tetrahydrofuran 260 ºC T3 IIA
Chloroethylene 740 ºC T1 IIA Ethyl Methyl Ether 190 ºC T4 IIB Tetrahydrofurfuryl 280 ºC T3 IIA
Chloromethane 625 ºC T1 IIA Ethyl Methyl Ketone 505 ºC T1 Toluene 535 ºC T1 IIB
Chloropropane 520 ºC T1 IIA IIA Toluidine 480 ºC T1 IIA
Coal Tar Naphthe 272 ºC T3 IIA Formaldahyde 424 ºC T2 IIB Town Gas (Coal Gas) - T1 IIA
Coke Oven Gas - - I Formalmethyllamide 440 ºC T2 IIA Triethylamine - - IIA
Crenol 555 ºC T1 IIA Hexane 233 ºC T3 IIA Trimethylamine 190 ºC T4 IIA
Cyclobutane - - IIA Hexanol - - IIA Trimethylbenzene 470 ºC T1 IIA
Cyclohexane 259 ºC T3 IIA Heptane 216 ºC T3 IIA Trioxane 410 ºC T2 IIA
Cyclohexanol 300 ºC T2 IIA Hydrogen 550 ºC T1 IIC Turpentine 254 ºC T3 IIA
Cyclohexanone 419 ºC T2 IIA Hydrogen Sulfide 270 ºC T3 IIB Xylene 464 ºC T2 IIB
Cyclohexone 310 ºC T2 IIA Laopeopynitrate 175 ºC T4 IIB
Cyclohexylamine 290 ºC T3 IIA Kerosene 210 ºC T3 IIA
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ANEXO II
Fontes de pesquisa:
Maurício Franco 30