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ENERGIA REATIVA

A energia elétrica necessária para o funcionamento de equipamentos como


motores, transformadores e fornos é formada por duas componentes: a componente
ativa (energia ativa) e componente reativa (energia reativa). A energia ativa, medida
em kWh, é a energia que realmente executa trabalho, ou seja, no caso dos motores
é a energia responsável pelo movimento de rotação. A energia reativa, medida em
kVArh, é a componente da energia elétrica que não realiza trabalho, mas é
consumida pelos equipamentos com a finalidade de formar os campos
eletromagnéticos necessários para o funcionamento. Veja os esquemas a seguir:
1 - Motores, transformadores, reatores de lâmpadas e outros equipamentos com
rolamentos precisam, além da energia ativa medida em kWh de outra forma de
energia elétrica, chamada de energia reativa (no caso, indutiva medida em kvarh)
para seu funcionamento.

2 - Apesar de necessária, a utilização de energia reativa indutiva deve ser limitada


ao mínimo possível, por não realizar trabalho efetivo, servindo apenas para
magnetizar as bobinas dos equipamentos. O excesso de energia reativa exige
condutores de maior secção e transformadores de maior capacidade. A esse
excesso estão associadas ainda perdas por aquecimento e quedas de tensão.

3 - Uma forma econômica e racional de se obter energia reativa necessária para a


operação dos equipamentos é a instalação de bancos de capacitores próximos a
esses equipamentos. A instalação de capacitores, porém, deve ser precedida de
medidas operacionais que levem à diminuição da necessidade de reativo, como o
desligamento de motores e outras cargas indutivas ociosas ou
superdimensionadas.

4 - Com os capacitores funcionando como fontes de reativo, a circulação dessa


energia fica limitada aos pontos onde ela é efetivamente necessária, reduzindo
perdas, melhorando condições operacionais e liberando capacidade em
transformadores e condutores para atendimento a novas cargas, tanta nas
instalações consumidoras como nos sistemas elétricos da concessionária.
5 - Os bancos de capacitores devem ser total ou parcialmente desligados em
conformidade com o uso dos motores e transformadores para não haver excesso de
energia reativa capacitiva, causando efeitos adversos ao sistema elétrico da
concessionária.
6 - Uma forma de avaliar se a energia reativa está sendo utilizada racionalmente é
relacioná-la com a energia ativa através do "fator de potência". Valores altos de fator
de potência (próximo de 1,00) indicam que está sendo utilizada pouca energia
reativa em relação à energia ativa, revelando uso racional de energia elétrica. Em
oposição, valores baixos de fator potência (abaixo de 0,92) indicam que há excesso
de energia reativa.

Pela representação podemos observar que:

 para se aumentar a quantidade de líquido (kW), para o mesmo copo de


chopp, deve-se reduzir a quantidade de espuma (kVAr). Assim acontecendo,
melhora-se a utilização desse copo (sistema elétrico);
 nessa analogia, o aumento da quantidade de líquido, para o mesmo copo de
chopp (transformador, condutores, etc), está associado à entrada de novas
cargas elétricas, sem necessidade de alteração da capacidade desse copo.

No Brasil, a ANEEL estabelece que o fator de potência nas unidades consumidoras


deve ser igual ou superior a 0,92 capacitivo da 00h00 às 06h00 horas da manhã e
0,92 indutivo durante as outras 18 horas do dia. Esse limite é determinado pelo
Artigo nº 96 da Resolução ANEEL n° 414/2010, de 9 de setembro de 2010, e quem
o descumpre está sujeito à multa.
Motores e transformadores trabalhando em vazio ou superdimencionados, grande
quantidade de motores de pequena potência, lâmpadas que necessitam de auxílio
de reatores (vapor de mercúrio, sódio, fluorescente, etc.) são os principais
equipamentos que contribuem para baixo fator de potência.
Consequências de um baixo fator de potência

 redução da capacidade dos alimentadores do sistema elétrico;


 desgaste prematuro dos equipamentos elétricos;
 aumento de perdas elétricas nas linhas de distribuição;
 queda de tensão nos circuitos de distribuição;
 acréscimos nos valores da conta de energia elétrica.

Dicas para corrigir o Fator de Potência

 desligue motores e transformadores que estejam operando em vazio;


 avalie a possibilidade de redimensionar equipamentos;
 redistribua cargas pelos diversos circuitos;
 para instalar capacitores, contrate apenas profissionais habilitados ou
empresas especializadas. Esta é a solução mais fácil e prática para otimizar
o uso de energia elétrica;
 revise os capacitores já instalados.

Baixo fator de potência: Principais causas:

 motores e transformadores operando em “vazio” ou com pequenas cargas;


 motores e transformadores superdimensionados;
 grande quantidade de motores de pequena potência;
 máquinas de solda;
 lâmpadas de descarga: fluorescentes, vapor de mercúrio, vapor de sódio –
em reatores de alto fator de potência;
 excesso de energia reativa capacitiva.

Excedente de reativo: Efeitos nas redes e instalações:

Baixos valores de fator de potência são decorrentes de quantidades elevadas de


energia reativa. Essa condição resulta em aumento na corrente total que circula
nas redes de distribuição de energia elétrica da Concessionária e das unidades
consumidores, podendo sobrecarregar as subestações, as linhas de transmissão
e distribuição, prejudicando a estabilidade e as condições de aproveitamento dos
sistemas elétricos, trazendo inconvenientes diversos, tais como:
Perdas na rede:

As perdas de energia elétrica ocorrem em forma de calor e são proporcionais ao


quadrado da corrente total. Como essa corrente cresce com o excesso de
energia reativa, estabelece-se uma relação direta entre o incremento das perdas
e o baixo fator de potência, provocando o aumento do aquecimento de
condutores e equipamentos

A tabela mostra a diminuição das perdas anuais em energia elétrica de uma


instalação com consumo anual da ordem de 100 MWh, quando se eleva o fator de
potência de 0,78 para 0,92.

Quedas de tensão:

O aumento da corrente devido ao excesso de reativo leva a quedas de tensão


acentuadas, podendo ocasionar a interrupção do fornecimento de energia elétrica e
a sobrecarga em certos elementos da rede. Esse risco é, sobretudo, acentuado
durante os períodos nos quais a rede é fortemente solicitada. As quedas de tensão
podem provocar, ainda, diminuição da intensidade luminosa nas lâmpadas e
aumento da corrente nos motores.

Fonte: http://www.elektro.com.br/seu-negocio/energia-ativa-e-reativa

Fonte:http://www.edp.com.br/distribuicao/edp-bandeirante/informacoes/grandes-
clientes/energia-reativa/o-que-e-energia-reativa/Paginas/default.aspx

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