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DOS FATOS
Nos autos do processo nº , restou acordado que o Requerente pagaria aos Requerido, a título de
prestação alimentícia, o equivalente a , até o dia 05 de cada mês, a ser depositado na conta corrente em nome da
Genitora.
O acordo foi homologado em , conforme sentença em anexo, todavia, faz-se necessário o presente
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O Código Civil, em seus arts. 1.699 e 1.708, estabelece um marco fático limitador do dever de garantir alimento
pelo Requerido. Este dever cessar imediatamente à ausência de condição financeira do alimentante ou de quem os recebe:
Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de
quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou
majoração do encargo.
Tal situação, além de não conseguir adimplir regularmente com os valores fixados, tem impactado na sua própria
subsistência. Dessa forma, até que consiga , requer a exoneração dos valores estabelecidos a título de alimentos
para .
Afinal, diante a total incapacidade do Alimentante, torna-se inexigível a manutenção dos valores pactuados,
conforme precedentes sobre o tema:
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AGRAVADA MANTIDA. 1. A prisão por dívida alimentar prevista no art. 5º, LXVII, da Constituição Federal e
no art. 733 do Código de Processo Civil é medida a ser adotada apenas quando o devedor tem condições de
pagar os alimentos devidos. 2. Evidenciado o alimentante não tem condições plenas de saúde para
trabalhar e capacidade financeira deficitária, mostra-se razoável o parcelamento do débito
alimentar. 3. Agravo de Instrumento conhecido, mas não provido. Unânime. (TJDFT, Acórdão n.1073635,
07077721120178070000, Relator(a): FÁTIMA RAFAEL, 3ª Turma Cível, Julgado em: 07/02/2018, Publicado
em: 19/02/2018)
Assim, diante da comprovada impossibilidade de manter os valores pactuados, requer a sua exoneração.
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Além da situação financeira averiguada de quem supre e de quem recebe alimentos, o Código Civil estabeleceu
uma presunção de suficiência diante da assunção de novo casamento pela Requerida:
Art.. 1.708. Com o casamento, a união estável ou o concubinato do credor, cessa o dever de prestar
alimentos. (grifo nosso).
Ou seja, diante do status civil da Requerente, eis que atualmente se encontra na condição de , é de
presumir a sua suficiência, uma vez que, neste momento entende-se que ela dispõe de ampla capacidade de prover o seu
próprio sustento, uma vez que se presume a mútua assistência proveniente do matrimônio.
Portanto, o credor de alimentos que contrai núpcias perde o direito dos alimentos fixados, caso
contrário, seria aceitar que o alimentante pudesse prover as necessidades do casal, o que não lhe cabe.
de extinção da obrigação alimentar, regra que pode ser aplicada ao caso das agravantes, que não
negaram sua condição de casada. RECURSO PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70074061110, Sétima
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liselena Schifino Robles Ribeiro, Julgado em 30/08/2017).
Desta forma, ficou perfeitamente demonstrada a desnecessidade de continuidade de garantia dos alimentos fixados,
culminando na imediata exoneração do Autor.
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DA MAIORIDADE CIVIL
Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de
quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou
majoração do encargo”.
Assim, a obrigação alimentar deve permanecer somente enquanto o alimentado permanece com a necessidade de
sustento, o que se presume existir somente até o advento da maioridade.
Ocorre que nos termos da Súmula 358 do STJ, esse encerramento não é automático, sendo necessário o presente
pedido.
“O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito à decisão judicial,
mediante contraditório, ainda que nos próprios autos.”
Pleito que deve ser DEFERIDO, uma vez que ausente provas da necessidade na manutenção dos alimentos,
conforme precedentes sobre o tema:
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APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS AJUIZADA PELO PAI EM FACE DE SUAS
DUAS FILHAS - MAIORIDADE CIVIL - EXONERAÇÃO (...) ÔNUS DAS FILHAS DE PROVAR QUE
PERSISTE A NECESSIDADE DOS ALIMENTOS - PRIMEIRA APELADA QUE NÃO ESTUDA, NÃO TENDO
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AGRAVO DE
INSTRUMENTO. EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. ALIMENTADA QUE ATINGIU A MAIORIDADECIVIL.
AUSÊNCIA DE PROVA DAS NECESSIDADES, QUE NÃO MAIS SÃO PRESUMIDAS. SUSPENSÃO DA
OBRIGAÇÃO. CABIMENTO. Embora a maioridade civil, por si apenas, não seja motivo determinante
à exoneração de alimentos, a agravante deixou de comprovar que precisa continuar
recebendo alimentos, já que conta 24 anos de vida, exerce atividade remunerada e, embora
seja mestranda, é bolsista com isenção de mensalidade, o que autoriza a suspensão da
obrigação alimentar. AGRAVO DE INSTRUMENTO DESPROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº
70070312293, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ricardo Moreira Lins Pastl, Julgado
em 29/09/2016).
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Portanto, com base na documentação probatória que junta em anexo, imperioso se faz a procedência da presente
ação para exonerar o autor do pagamento da pensão alimentícia em tela.
DA TUTELA DE URGÊNCIA
Nos termos do Art. 300 do CPC/15, "a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo."
Assim, conforme destaca a doutrina, não há razão lógica para aguardar o desfecho do processo, quando diante de
direito inequívoco:
"Se o fato constitutivo é incontroverso não há racionalidade em obrigar o autor a esperar o tempo
necessário à produção da provas dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos, uma vez que o autor já
se desincumbiu do ônus da prova e a demora inerente à prova dos fatos, cuja prova incumbe ao réu
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certamente o beneficia." (MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela de Urgência e Tutela da Evidência. Editora RT,
2017. p.284)
Já o RISCO DA DEMORA, fica caracterizado pela , ou seja, tal circunstância confere grave risco de
"um risco que corre o processo principal de não ser útil ao interesse demonstrado pela
parte", em razão do "periculum in mora", risco esse que deve ser objetivamente apurável, sendo que e a
plausibilidade do direito substancial consubstancia-se no direito "invocado por quem pretenda segurança,
ou seja, o "fumus boni iuris" (in Curso de Direito Processual Civil, 2016. I. p. 366).
Por fim, cabe destacar que o presente pedido NÃO caracteriza conduta irreversível, não conferindo
nenhum dano ao Reclamado.
Nesse sentido:
sendo depositados em juízo há meses, sem que ela tenha vindo recebê-los ou reclamá-los. Tais
circunstâncias, ainda que antes da citação da alimentada, justificam o deferimento da
suspensão liminar do pagamento dos alimentos, ao menos até que o contraditório seja
instaurado, quando então a questão poderá ser revista, se for o caso. ACOLHERAM OS
EMBARGOS, COM APLICAÇÃO DE EFEITO INFRINGENTE. (Embargos de Declaração Nº 70075023986,
Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rui Portanova, Julgado em 09/11/2017).
Diante de tais circunstâncias, é inegável a existência de fundado receio de dano irreparável, sendo imprescindível
a , nos termos do Art. 300 do CPC.
DA JUSTIÇA GRATUITA
O Requerente , tendo sob sua responsabilidade a manutenção de sua família, razão pela qual não
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Para tal benefício o autor junta declaração de hipossuficiência e comprovante de renda, os quais demonstram a
inviabilidade de pagamento das custas judicias sem comprometer sua subsistência, conforme clara redação do Art. 99 Código
de Processo Civil de 2015.
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição
para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
§ 1o Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância, o pedido poderá ser formulado por
petição simples, nos autos do próprio processo, e não suspenderá seu curso.
§ 2o O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos
pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte
a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos.
Assim, por simples petição, sem outras provas exigíveis por lei, faz jus o Requerente ao benefício da gratuidade de
justiça:
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CABIMENTO. Presunção relativa que milita em prol da autora que alega pobreza. Benefício que não pode
ser recusado de plano sem fundadas razões. Ausência de indícios ou provas de que pode a
parte arcar com as custas e despesas sem prejuízo do próprio sustento e o de sua
família. Recurso provido. (TJ-SP 22234254820178260000 SP 2223425-48.2017.8.26.0000, Relator:
Gilberto Leme, Data de Julgamento: 17/01/2018, 35ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação:
17/01/2018)
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compra e venda objeto da demanda, não é, por si só, suficiente para comprovar que a parte possua
remuneração elevada ou situação financeira abastada. 4. No caso dos autos, extrai-se que há dados capazes de
demonstrar que o Agravante, não dispõe, no momento, de condições de arcar com as despesas do processo
sem desfalcar a sua própria subsistência. 4. Recurso conhecido e provido. (TJ-DF 07139888520178070000
DF 0713988-85.2017.8.07.0000, Relator: GISLENE PINHEIRO, 7ª Turma Cível, Data de Publicação:
Publicado no DJE : 29/01/2018)
Cabe destacar que o a lei não exige atestada miserabilidade do requerente, sendo suficiente a "insuficiência de
recursos para pagar as custas, despesas processuais e honorários advocatícios"(Art. 98, CPC/15), conforme destaca a
doutrina:
"Não se exige miserabilidade, nem estado de necessidade, nem tampouco se fala em renda familiar ou
faturamento máximos. É possível que uma pessoa natural, mesmo com bom renda mensal, seja merecedora
do benefício, e que também o seja aquela sujeito que é proprietário de bens imóveis, mas não dispõe de
liquidez. A gratuidade judiciária é um dos mecanismos de viabilização do acesso à justiça;
não se pode exigir que, para ter acesso à justiça, o sujeito tenha que comprometer
significativamente sua renda, ou tenha que se desfazer de seus bens, liquidando-os para
angariar recursos e custear o processo." (DIDIER JR. Fredie. OLIVEIRA, Rafael Alexandria de.
Benefício da Justiça Gratuita. 6ª ed. Editora JusPodivm, 2016. p. 60)
Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal e pelo artigo 98 do CPC, requer seja
deferida a gratuidade de justiça ao requerente.
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DO PEDIDO
2. O deferimento do pedido liminar, para fins de imediata suspensão do pagamento a título de alimentos, por
parte do Autor, nos termos do Art. 300 do CPC/15;
5. A procedência da presente ação para fins de determinar a exoneração total do dever de alimentos;
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9. Manifesta o na realização de audiência conciliatória nos termos do art. 319, VII, do CPC;
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