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Comandos
Elétricos

Montado e elaborado por Luiz Itamar Carvalho dos Santos

Luiz Itamar Carvalho dos Santos


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APRESENTAÇÃO

Hoje, com a atual tecnologia disponível para automação a nível industrial, o comando e
o controle dos motores elétricos passaram a ser conhecimentos básicos indispensáveis
nas indústrias, e como no mercado existe uma lacuna referente a cursos que pudessem
complementar os estudos iniciais daqueles que se interessassem pelo assunto.
A apostila conte materiais práticos e teóricos a fim de auxiliar os alunos do curso de
comandos elétricos industrial, tanto nos estudos quanto na prática do dia a dia.
Essa apostila importantes itens que se fazem presentes dentro de uma indústria, tais
como: Dispositivos de proteção, dispositivos de comando, contatores, motores elétricos,
circuitos de comando e força.

INTRODUÇÃO

Comandos elétricos são dispositivos que visam facilitar e automatizar o controle de


máquinas elétricas, bem como melhorar as condições de segurança no manuseio de
equipamentos e sistemas elétricos. Normalmente a automatização vem acompanhada de
aumento de produção e produtividade.
É importante salientar que esta apostila não pretende oferecer todas as condições e
noções de máquinas elétricas, de cálculo no dimensionamento de disjuntores, relés,
contactores, etc. O aprofundamento no assunto deverá ser feito nas disciplinas
apropriadas.

DISPOSITIVOS DE COMANDO
CONCEITO:
EQUIPAMENTOS CAPAZES DE EXECUTAR A INTERLIGAÇÃO
E DESLIGAMENTO DE PONTOS ENTRE OS QUAIS CIRCULARÁ
CORRENTE QUANDO INTERLIGADOS
CHAVE DE PARTIDA DIRETA MANUAL (CHAVE FACA)

É o método mais simples, em que não são empregados dispositivos especiais de


acionamento. A chave de comando direto existe em grande número de modelos e
diversas capacidades de corrente, sendo a chave faca a mais simples.

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Para uma maior segurança são utilizadas apenas para comandar equipamentos de
pequenas correntes. Ex. Motores sem carga (a vazio), circuitos de sinalização e
dispositivos de baixa potência.

Simbologia contatos

O contato pode ter diversos tipos de acionamento, como por exemplo, por botão, por
pedal, por alavanca, por chave (chave de tranca), por rolete por gatilho, ou ainda por
ação do campo magnético de uma bobina (eletroímã), formando neste último caso um
conjunto denominado contator magnético ou chave magnética.
A seguir estão os símbolos de contatos acionados por botão (os dois à esquerda), e por
rolete.

CHAVES DE IMPULSO

São chaves de duas posições: uma dessas posições é mantida pelo acionamento e apenas
enquanto durar o acionamento. A outra chamada posição de repouso é mantida por
algum método próprio da chave, como uma mola, por exemplo.
Conforme a posição de repouso, a chave recebe uma denominação específica:
Quando a mola mantém a chave aberta, esta última se chama normalmente aberta ou
NA;
Quando a mola mantém a chave fechada, esta última se chama normalmente fechada ou
NF.
As figuras abaixo representam os dois tipos de chaves do impulso.

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Chave NA.

Chave NF.

ASSOCIAÇÕES DE CHAVES

SÉRIE:
Associadas em série entre si às chaves só permitem o acionamento da carga ligada a
elas (em série, é claro) se todas estiverem fechadas. Uma chave ligada em série com
outras garante através de sua abertura o desligamento da carga.
”A carga só se ligará se todas as chaves estiverem fechadas”, executando uma lógica
chamada lógica E.

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PARALELO
Associadas em paralelo entre si as chaves acionam a carga (ligada a elas em série é
claro), desde que pelo menos uma chave esteja fechada. Uma chave ligada em paralelo
com outras garante através de seu fechamento a ligação da carga.
”A carga só se desligará se todas as chaves estiverem abertas”, executando uma lógica
chamada lógica OU.

SINALIZAÇÃO

Para a sinalização de eventos usam-se lâmpadas, buzinas e sirenes. As lâmpadas são


usadas para sinalizar tanto situações normais quanto anormais, tendo uma cor referente
a cada tipo de ocorrência.

Símbolo de lâmpada.

Cores e significados de lâmpadas.

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As buzinas e sirenes são usadas apenas para sinalizar condições de emergência, como
vazamentos de gases, ou ainda para informações em local onde a sinalização visual seja
insuficiente.

Símbolo de buzina ou sirene.

CHAVE MAGNÉTICA OU CONTATOR MAGNÉTICO


Contator é um dispositivo eletromagnético que liga e desliga o circuito do motor. Usado
de preferência para comandos elétricos automáticos à distância.
É constituído de uma bobina que quando alimenta cria um campo magnético no núcleo
fixo que por sua vez atrai o núcleo móvel que fecha o circuito.
Cessando alimentação da bobina, desaparece o campo magnético, provocando o retorno
do núcleo através de molas, conforme figura abaixo.

Esquema interno de um contator.


O contator, que é de acionamento não manual por definição, pode ser do tipo “de
potência“ e “auxiliar“, e normalmente tripolar, por ser usado em redes industriais que
são sobretudo trifásicas.
O seu funcionamento se dá perante condições nominais e de sobrecarga previstas, sem
porém ter capacidade de interrupção para desligar a corrente de curto-circuito.
O acionamento é feito por uma bobina eletromagnética pertencente o circuito de
comando, bobina essa energizada e desenergizada normalmente através de uma botoeira
liga-desliga, estando ainda em série com a bobina do contator um contato pertencente ao
relé de proteção contra sobrecargas, do tipo NF ( Normalmente Fechado ).
Esse contato auxiliar, ao abrir, interrompe a alimentação da bobina eletromagnética, que
faz o contator desligar.
Fusíveis colocados no circuito de comando fazem a proteção perante sobrecorrentes.

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A bobina dezenergizada os, contatos ficam


abertos.

A bobina energizada atrai os contatos.

A seguir vê-se o símbolo de uma chave magnética com a identificação típica das
chaves: os terminais do eletroímã são identificados por letras, em geral a1 e a2 ou a e b,
e os terminais das chaves são identificados com numeração.
O número de chaves do contator é bem variado dependendo do tipo. De acordo com o
fim a que se destinam, as chaves do contator recebem denominações específicas:

Chaves principais: São mais robustas e destinam-se a comandar altos valores de


corrente típicos de motores e outras cargas. São sempre do tipo
NA. Sua identificação se faz com números unitários de 1 as 6.
Chaves auxiliares: Bem menos robustas, se prestam a comandar as baixas correntes de
funcionamento dos eletroímãs (bobinas) de outras chaves magnéticas, lâmpadas de
sinalização ou alarmes sonoros. As chaves auxiliares podem ser do tipo NA ou NF.
A identificação das auxiliares se faz com dezenas de final 3 e 4 para as
NA e com 1 e 2 para as dotipo NF. Essas numerações podem aparecer identificando
terminais de contatos mesmo que não sejam operados por chave magnética e sim por
botão ou rolete, por exemplo.

CONTATOR DE POTÊNCIA E CONTATOR AUXILIAR


Alguns contatores magnéticos são construídos apenas com contatos de alta potência,
quando então se denominam chaves (ou contatores) de potência. Há também contatores
magnéticos que só possuem chaves auxiliares sendo por isso chamados de contatores
(ou chaves) auxiliares.

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O contator tem diversas aplicações, entre elas:


INVERSÃO DE LÓGICA: usa-se uma chave ou contato NF acionado pelo
contator para acionar uma carga e isso provoca uma inversão na lógica de
funcionamento da chave ou contato que comanda o eletroímã do contator.
No exemplo, a chave 1 é NA, porém a carga será acionada (pela chave 41-42) como se a
chave S1 fosse NF pois sempre que a mesma estiver em repouso a carga estará acionada
e quando a chave S1 estiver acionada a carga estará desligada. Caso a chave 1 fosse NF
a carga ficaria acionada como se a chave fosse NA, ligando-se e desligando-se
juntamente com a mesma.

Esquema de inversão lógica.

MULTIPLICAÇÃO DE CONTATOS: com uma única chave pode-se acionar o


contator, que pode ter várias chaves, que ligarão (NA) ou desligarão.
(NF) o circuito que estiver ligado através dessas chaves, permite que uma única chave
opere diversos circuitos simultaneamente, como visto no exemplo abaixo onde S1 liga o
eletroímã que por sua vez aciona três cargas.

Esquema de multiplicação de contatos.

MEMORIZAÇÃO DE ACIONAMENTO: Através de uma das chaves


(então chamada chave ou contato de selo ou de auto-retenção) pode-se manter
o contator acionado após um acionamento momentâneo da chave que o
acionou .

Esquema de memorização de acionamento.

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Após se acionar a chave S1 as cargas ficarão acionadas como se a chave se mantivesse


acionada, pois o contato 13-14 manterá o contator acionado mesmo após a abertura da
chave 1, até que a alimentação do contator seja desfeita, o que pode ser feito pela
abertura de um contato NF, inserido em série com o eletroímã, como o S2 no diagrama
visto a seguir.
O botão 1 aciona o contator que se mantém por selo. O botão 2 desliga o contator.

Esquema de memorização de acionamento com chave NF S2.

RELÉS DE TEMPO (TEMPORIZADOR)


São temporizadores para controle de tempos de curta duração. Utilizados na automação
de máquinas e processos industriais, especialmente em sequenciamento, interrupções de
comandos e em chaves de partida.
No painel desse relé se encontra um botão pelo qual se seleciona o tempo de retardo.

Exemplo de Relé Temporizado.

MOTORES ELÉTRICOS
Motores Elétricos Monofásicos Aplicações
Os motores elétricos monofásicos foram desenvolvidos especialmente para utilização
em rede monofásica, satisfazendo as necessidades da diversificada das aplicações nos
setores rural, industrial e doméstico, tais como: máquinas agrícolas, bombas para
adubação, bombas centrífugas, trituradores, compressores, ventiladores, moinhos,
elevadores, talhas, guinchos, correias transportadoras, descarregadores de silos, entre
outros.

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Motor Elétrico Monofásico de Capacitor Permanente


Aplicações
Os motores elétricos de capacitor permanente foram projetados para acionamento com
redução de velocidade ou que requeiram baixo conjugado de partida como: bombas
industriais e residenciais, máquinas de lavar e secar, equipamentos odontológicos e
hospitalares, ventiladores, exaustores, sopradores, succionadores, cortadores de grama,
etc.
CHAVE DE PARTIDA
Chave de partida é um dispositivo que dá condições à partida do motor.
Sempre que possível, a partida de um motor deverá ser feita de forma direta, ou seja,
sem artifícios para redução da corrente de partida.
Por outro lado, quando a corrente de partida do motor é elevada, podem ocorrer alguns
transtornos, tais como:
• Interferência no funcionamento de equipamentos instalados no mesmo sistema, devido
à queda de tensão excessiva.
• Necessidade de superdimensionar os sistemas de proteção, com conseqüente aumento
de custos.
• Por imposição da redução da corrente de partida pela companhia concessionária de
energia elétrica, de forma a limitar a queda de tensão na rede.
Quando tais fatos ocorrem, é necessário recorrer a um sistema de partida indireta, de
modo a reduzir o pico de corrente na partida.
Chave de Faca
A chave faca é um dispositivo de abertura em carga. É o dispositivo mais
simples que só é aplicável a motores de baixa potência. O arco elétrico que
ocorre no fechamento e na abertura provoca o desgaste nos seus contatos. Estas
chaves não permitem o desligamento automático por sobrecarga. Associadas a
fusíveis oferecem proteção contra curto-circuito, mas não permitem o comando à
distância. Na Fig. 1 pode ser visualizado um circuito de acionamento de um
motor com a utilização de uma chave faca.

Circuito de acionamento de um motor com a de uma chave faca.

Chave de Partida Direta dos Motores


A chave de partida direta é um dispositivo que fornece condições ao motor de partir
com a tensão nominal de serviço. Consiste em um sistema simples e seguro,
recomendado para motores de gaiola, como pode ser visto na
Fig. 2. A partida direta dos motores é normalmente realizada através de contactores,
sendo os motores supervisionados por dispositivos de proteção. Há, no entanto, algumas
limitações quanto às suas aplicações:
• Ocasiona queda de tensão da rede devido à alta corrente de partida (Ip).

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No caso dos grandes motores a corrente de partida é limitada por imposição das
concessionárias de energia elétrica;
• Pode ocasionar interferência em equipamentos instalados no sistema, devido à elevada
queda de tensão.
Neste texto, porém mais adiante, serão mostrados os outros tipos de partida de motores,
utilizados para os grandes motores com a finalidade de minimizar a corrente de partida e
seus efeitos.

Circuito de partida direta de um motor.

Na Fig. 3 podem ser visualizadas as ligações das bobinas para as


ligações estrela e triângulo.

Fig. 3
Esquemas de ligação das bobinas do estator; a) ligação triângulo., b)ligação estrela

Especificações para aquisição de Motores Elétricos


Os motores elétricos possuem algumas características diferentes, que variam segundo a
aplicabilidade do mesmo. Algumas características devem ser consideradas quando se
deseja adquirir um motor elétrico. Observe o quadro abaixo, algumas destas
características:

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Figura 7

Placa de identificação de um motor


A placa de identificação dos motores é o elemento mais rápido que se utiliza para se
obter as informações principais necessárias à sua operação adequada. A Figura 7 mostra
como exemplo a placa de identificação de um motor.
Com exceção dos campos MOD (modelo) e Nº, os demais dados são características
técnicas de fácil identificação. Tomando-se como exemplo a placa de identificação
mostrada na Figura 7, será mostrada as características mais importantes para a
identificação e utilização dos motores em nossas tarefas:
• CV ½ - Potência mecânica do motor em CV;
• Ip/In – Relação entre as correntes de partida e nominal;
• Hz – Freqüência da tensão de operação do motor;
• Rpm – Velocidade do motor em freqüência nominal;
• A – Corrente requerida pelo motor em condições nominais de funcionamento, e que
depende do tipo ligação;
• F.S. – Fator de serviço, quando F.S. é igual a 1,0 isto implica que o motor pode
disponibilizar 100% de sua potencia mecânica;
• A última linha mostra as ligações requeridas para tensão menor
(triângulo) e tensão maior (estrela), ou seja, a ligação dos terminais do motor depende
do nível de tensão de alimentação do mesmo. Sendo que para as nossas tarefas as
ligações dos motores variam segundo o nível de tensão do mesmo.

TAREFAS
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES PARA SUA SEGURANÇA NO
DESENVOLVIMENTO DE TODAS AS TAREFAS NO LABORATÓRIO:

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• Leia o guia com toda atenção. Você irá trabalhar com instalações elétricas
energizadas. Tome bastante cuidado para não sofrer choques elétricos, pois eles
podem até matar. Antes de colocar a mão em partes metálicas dos condutores,
certifique-se que o circuito se encontra totalmente desenergizado.
• Você irá trabalhar com tensão de 220 V e 380 V.

SIMBOLOGIA UTILIZADA
Para facilitar a compreensão dos usuários deste guia será utilizada a seguinte
simbologia.

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"PARTIDA DIRETA PARA MOTORES TRIFÁSICOS A CONTACTOR".

- Esquemas de ligação para partida direta a contactor, para


motores trifásicos; a) circuito de força e b) circuito de comando.

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“PARTIDA DIRETA PARA MOTORES TRIFÁSICOS A”.


CONTACTOR COM REVERSÃO DO SENTIDO DE ROTAÇÃO".

Esquemas de ligação para partida direta a contactor, para


motores trifásicos com reversão do sentido de rotação; a) circuito de força e
b) circuito de comando.

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Esquemas de ligação para partida estrela-triângulo

Esquemas de ligação para partida estrela - triangulo a) circuito de força e b) circuito de


comando.

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"PARTIDA ESTRELA-TRIÂNGULO A CONTACTOR – COMANDO


TEMPORIZADO".

Figura 17 - Esquemas de ligação para partida estrela-triângulo temporizada a


contactor, a) circuito de força e b) circuito de comando.

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