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DON GIOVANNI - Mozart

Personagens:
O Comendador, Il Comendatori, (baixo)
Donna Anna, sua filha (soprano)
Don Ottavio, seu noivo (tenor)
Don Giovanni, jovem nobre (barítono)
Leporello, seu criado (baixo)
Donna Elvira, uma dama de Burgos (soprano)
Zerlina, campesina (soprano)
Masetto, seu noivo (baritono)

Sinopse:
PRIMEIRO ATO:
A estória começa nas ruas da Sevilha, Espanha, do século XVIII. Leporello, um criado,
espera do lado de fora da casa do velho Commendatore enquanto seu patrão, Don
Giovanni, está no interior. Como sempre, Don Giovanni está tentando seduzir uma
mulher: Donna Anna, a encantadora filha do Commendatore. Leporello odeia o trabalho
que faz; as horas são longas e estressantes e ele está cansado de encobrir a reputação de
Don Giovanni, um cruel conquistador de mulheres. Leporello está determinado a demitir-
se e viver sua vida como um senhor.
De repente, Donna Anna sai correndo de casa, perseguida pelo apaixonado Don Giovanni,
que está disfarçado. Ela grita e corre, acordando seu velho pai, o Commendatore. O
Commendatore duela e ataca Don Giovanni, que por sua vez mata o velho. Don Giovanni
e Leporello fogem da cena do crime.
Donna Anna retorna com seu noivo, Don Ottavio. Ela descobre o corpo de seu pai, mas
não sabe quem o matou. Ottavio jura que vai encontrar o responsável.
Mais tarde, Leporello diz a Don Giovanni que ele já teve o suficiente e que está deixando
seu trabalho, mas Don Giovanni se nega a deixá-lo ir. Donna Elvira logo entra na praça
da cidade, magoada e desesperada para encontrar o homem que a seduziu e abandonou.
O culpado, é claro, é Don Giovanni. À princípio, ele não reconhece Elvira, vendo-a
apenas como uma adorável donzela em perigo. Empolgado ao pensar em cortejá-la, Don
Giovanni se aproxima para oferecer assistência à Elvira. Ela o reconhece e acusa-o de
enganá-la com falsas promessas de casamento. Ele foge, deixando Leporello para dar
explicações. Leporello informa a Elvira que ela é apenas uma das milhares de mulheres
que Don Giovanni seduziu e prossegue lendo a longa lista das conquistas do nobre,
Europa e Oriente Médio afora. Elvira jura vingar-se.
Voltando para casa, Don Giovanni conhece uma bela campesina, Zerlina, e seu futuro
marido, Masetto. Don Giovanni os convida a celebrar o seu casamento em seu castelo e
instrui Leporello a distrair Masetto, enquanto ele tenta convencer Zerlina a casar-se com
ele, ao invés de Masetto.
E aparece Elvira, neste exato momento, criando uma situação extremamente embaraçosa
para Don Giovanni. Ela adverte Zerlina sobre a verdadeira natureza de Don Giovanni.
Elvira e Zerlina saem de cena por um momento e entram Donna Anna e Don Ottavio.
Anna, ainda sem saber que Don Giovanni atacou e matou o seu pai, pede-lhe que a ajude
a encontrar o assassino de seu pai. Contudo, Donna Elvira volta e tenta convencer Donna
Anna a não confiar em Don Giovanni. Irritado e frustrado, Don Giovanni leva Donna
Elvira embora. Donna Anna agora se dá conta de quem é o assassino. Ela pede a Don
Ottavio para vingar a morte de seu pai; ele concorda.
Pensando não ter com o quê se preocupar, Don Giovanni decide dar uma festa no seu
castelo e convidar toda sua recentes companhias. Entre os convidados, três estão usando
máscaras — Donna Elvira, Donna Anna e Don Ottavio. Enquanto todos dançam e se
divertem na festa, Don Giovanni anda às voltas com Zerlina, decidido a seduzí-la. Ela
escapa e alerta o trio disfarçado que retiram suas máscaras no exato momento em que
Don Giovanni entra no aposento. Ele dá-se conta de que foi flagrado e foge.

SEGUNDO ATO:
De volta às ruas de Sevilha, Don Giovanni planeja outra travessura. Ele pede a Leporello
que distraia Donna Elvira para que ele possa conseguir seduzir a criada dela. Giovanni
troca de roupa com Leporello e começar a admoestar a criada de Elvira. Ele é
interrompido por Masetto e um grupo de campesinos que estão buscando Don Giovanni.
Confundindo Giovanni por Leporello, os campesinos continuam sua busca, mas o sedutor
convence Masetto a ficar para trás. Tão logo ficam a sós, Don Giovanni ataca e fere
Masetto. Don Giovanni sai e Zerlina aparece para encontrar Masetto e cuidar de seus
ferimentos.
Mais tarde, Leporello e Don Giovanni encontram-se no cemitério onde estão se
escondendo. O disfarçado Leporello também escapou por milagre: ele deixou o pátio de
Donna Anna onde ela, Don Ottavio, Zerlina e Masetto, pensando que ele era Don
Giovanni, estavam prontos para se vingar. Ele revela sua identidade mas achou melhor
sair de perto deles.
Don Giovanni e Leporello riem de sua fuga. Os dois deixam de se vangloriar quando
escutam a assustadora voz do Commendatore por perto, dizendo ao Don Giovanni que
sua risada vai ser silenciada antes que o dia acabe. A voz vem da estátua — agora vivente
— que marca a sepultura do Commendatore. Sem acreditar no que ouve e vê, Don
Giovanni pede a Leporello que convide a estátua para jantar com ele naquela noite. A
estátua aceita o convite.
Naquela noite, enquanto o jantar é servido, escutam-se os pesados passos da estátua
aproximando-se. Don Giovanni deixa a estátua entrar, mas ela nega-se a comer. A estátua
propõe que Don Giovanni junte-se a ela em sua mesa e os dois apertam as mãos. A estátua
exige que Don Giovanni se arrependa ou seja amaldiçoado. Giovanni audaciosamente
recusa. A estátua arrasta-o às chamas do inferno.
No dia seguinte, as vítimas de Don Giovanni tentam reconstruir suas vidas cantando o
moral da estória: "Tal é o fim de um malfeitor: a morte é a recompensa justa para uma
vida esbanjada."
___

A simples leitura dessa sinopse leva-nos a imaginar como Mozart, e Da Ponte,


conseguem, num espaço relativamente curto a desenvolver toda a trama. Mozart
consegue, com a música, saltar de uma situação a outra, sem que o espectador se
confunda. Todos sabem do caráter duvidoso de Don Giovanni mas, ao longo da trama,
vamos tomando consciência do quanto pode ser envolvente um homem de poucos
escrúpulos. É certo que, ao longo de todas as situações dúbias em que Don Giovanni se
coloca, este tem uma postura a um tempo galante e altiva. É aí que entra Leporello,
espécie de consciência de seu amo e senhor.
Mas, há sempre um mas nessas estórias, os personagens femininos, principalmente Donna
Anna e Donna Elvira, são estereótipos de uma época, a um tempo crédulas e submissas
(assim é que elas querem que pensemos...). Como sempre, não há inocentes nessas
estórias, para que haja Don Giovanni há que haver Donna Anna e Donna Elvira. Há ainda
Zerlina, personagem que encarna a doce inocência e sobre a qual Don Giovanni lança
seus tentáculos. Inicialmente esta cai na sua conversa, nem de longe indiferente às
intenções de Don Giovanni, mas, posteriormente, é Zerlina quem o desmascara.
São tantos os aspectos dessa bem urdida trama que teremos que esperar até amanhã para
continuarmos. Não quero adiantar nada, mas, aguardem, teremos uma surpresa,
provávelmente para amanhã, uma agradável surpresa...

Jacques

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