O documento discute a natureza da argumentação jurídica. Ele argumenta que a argumentação jurídica incorpora campos de saber não jurídicos e que é necessário refletir sobre suas características internas para entendê-la completamente. A argumentação jurídica auxilia na convergência entre o direito e outros campos do conhecimento.
O documento discute a natureza da argumentação jurídica. Ele argumenta que a argumentação jurídica incorpora campos de saber não jurídicos e que é necessário refletir sobre suas características internas para entendê-la completamente. A argumentação jurídica auxilia na convergência entre o direito e outros campos do conhecimento.
O documento discute a natureza da argumentação jurídica. Ele argumenta que a argumentação jurídica incorpora campos de saber não jurídicos e que é necessário refletir sobre suas características internas para entendê-la completamente. A argumentação jurídica auxilia na convergência entre o direito e outros campos do conhecimento.
e persuas�o, mas pouco se reflete sobre os elementos definidores do campo da argumenta��o jur�dica, e em que medida esse campo se relaciona com os demais saberes de forma interdisciplinar. A argumenta��o jur�dica tornou-se um verdadeiro �lugar comum�, em que muito se disserta e se emite opini�es, mas, de fato, pouco se reflete de forma rigorosa sobre seus pressupostos e desenvolvimento. Em geral, as reflex�es sobre a argumenta��o jur�dica n�o s�o propriamente sobre suas caracter�sticas intr�nsecas, mas sim reflex�es sobre como a tem�tica da argumenta��o se insere num contexto mais amplo, que � o contexto do direito. Essa abordagem relacional e externa da argumenta��o possui fortes limita��es, sobretudo porque n�o enfrenta a din�mica interna de desenvolvimento de contextos argumentativos, tampouco nos auxilia a pensar a argumenta��o na pr�tica. Assumir a argumenta��o como uma ferramenta do direito n�o esgota de maneira suficiente outras quest�es que podem ser suscitadas. De fato, uma reflex�o que se dedique ao tema da argumenta��o jur�dica n�o pode olvidar essas caracter�sticas internas, que s�o definidoras de seus pressupostos. Da� a necessidade de delinear efetivamente o que quer dizer a argumenta��o, e em que medida ela influi, modifica e altera o campo do direito em sua interface com outros saberes e pr�ticas que, em boa parte das vezes, n�o s�o propriamente jur�dicos. A argumenta��o, 26 Curso Pr�tico de Argumenta��o Jur�dica Felipe Dutra Asensi ELSEVIER em ampla medida, auxilia na constitui��o de sinergias e converg�ncias entre o campo do direito e os demais campos do conhecimento. Desse modo, as principais caracter�sticas da argumenta��o jur�dica, que ser�o analisadas � frente, s�o as seguintes: a) a incorpora��o de outros campos de saber; b) o conhecimento do outro e das circunst�ncias; c) evitar prejulgamentos e realizar justificativas razo�veis; d) organiza��o racional de ideias. 2.2. Incorpora��o dos campos de saber A ARGUMENTA��O jur�dica n�o � somente uma argumenta��o sobre o direito. Apesar de diversas tem�ticas serem discutidas no interior do campo do direito, n�o s�o exclusivamente jur�dicas. Isso quer dizer que os diversos temas discutidos no campo do direito englobam, em ampla medida, aspectos pol�ticos, jur�dicos, econ�micos, sociais, culturais, religiosos, biol�gicos etc. Por isso, a argumenta��o jur�dica n�o se reduz � mera argumenta��o sobre o direito, assim como n�o se desenvolve exclusivamente por juristas. Os demais atores sociais e pol�ticos desempenham papel fundamental para a constitui��o e consolida��o de estrat�gias argumentativas. Em muitos casos, ainda � poss�vel afirmar que a ado��o e a valoriza��o exclusiva do argumento oferecido pelo campo do direito pode ensejar o fracasso da argumenta��o e a n�o ades�o dos interlocutores. Vejamos um exemplo: Quando se discute pol�tica de cotas em universidad