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Sebasão Galhardo (11ºA1), Bruna Marns (11ºA3), Margarida Gouveia (12ºA2), Iúri Montes (12ºC1) e Enya Lennon (12º C2) ,
que, perante o júri, constuído pelos professores, Ana Crisna Maas, José Couto e Paula Pereira, e um público de
alunos e professores, que encheu o auditório, leram, sem conhecimento prévio, um excerto da crónica “A Felicida-
de“, de Os meus problemas, de Miguel Esteves Cardoso, e ainda um poema que cada um selecionou. O Sebasão
disse o poema «Romance» de Miguel Torga, a Bruna, o soneto «Angúsa », de Florbela Espanca, a Margarida,
«Adeus», de Eugénio de Andrade, o Iúri, «Passagem das horas», de Álvaro de Campos, e a Enya, «Poema à mãe», de
Eugénio de Andrade.
Com a midez e os nervos dominados, os cinco finalistas surpreenderam e convenceram os elementos do júri
da sua qualidade como leitores e comoveram quem os ouviu. De tal modo que a tarefa de escolha do que viria a
ser o vencedor não foi fácil. Acabou por ser disn-
guida a aluna Enya Lennon como a leitora de 2017-
2018 que melhor deu VOZ às LETRAS. Todos rece-
beram um cerficado de parcipação e a aluna
vencedora recebeu livros, oferta da Escola e da
editora Asa, a quem muito agradecemos. Um agra-
decimento também aos colaboradores, público e
parcipantes. A nós, sasfez-nos ter proporciona-
do este momento.
A professora organizadora:
Página 2 Antonieta Couto
PR0JETOS
Em Azeitão
N o dia 12 de março,
os alunos da turma
A2 do 10.º ano via-
jaram até Azeitão, acompanhados
pelo professor de Biologia e Geo-
logia, Rui Carmo, e pela profes-
sora de Física e Química, Rosa
Palma, com o objetivo de conhe-
cer a Fábrica da Coca- Cola e a
Queijaria Quinta Velha.
Na fábrica, além da visualiza-
ção de um vídeo relacionado com
sua história e as marcas produzi-
das, os alunos tiveram oportuni-
dade de visitar os laboratórios, a
linha de montagem, o controle de onde foi fácil verificar a aplicação
qualidade e todo o processo de a diferentes etapas do fabrico do de conteúdos das disciplinas de
fabricação, acompanhados de queijo e cada aluno fez o seu Física e Química e de Biologia.
uma guia. No final foi oferecida queijo, que depois trouxe para Os alunos, durante a visita, reve-
uma bebida a cada aluno. casa. Na quinta, observaram a laram um comportamento ade-
Na Queijeira - Quinta Velha, os planta cardo, usada no fabrico do quado e no final mostraram satis-
alunos contactaram com uma rea- queijo. fação, agradecendo aos professo-
lidade diferente onde tudo foi Esta visita proporcionou aos res pela oportunidade.
feito por processo alunos um dia diferente, com
Página 6 Texto orientado pela professora de
artesanal. Assistiram aprendizagens em contexto real, Física e Química, Rosa Palma
CIDADANIA
Geografia
Alerta, microplásticos !
Por Alunos do 11.º TTUR (redação coletiva )
N
água, doce e salgada, é preocu-
pante? Qual a origem destas partí-
culas? Como evitar a contamina-
o âmbito da discipli- ção das águas por estes materiais?
na de Geografia, Encontrámos resposta, para estas
durante o estudo do módulo B3 – e tantas outras questões, no Cen-
“O Quadro Natural de Portugal: tro de Ciência Viva de Tavira.
A Água”, fomos confrontados Na tarde do dia 7 de março,
com notícias de imprensa que nos realizámos – turma 11.º TTUR –
inquietaram. um workshop sobre o tema, sob a
orientação dos técnicos João e
Verónica.
“Em menos de um século Foi uma atividade muito com-
de existência os detritos de pleta, com informação teórica so-
plástico já representam bre o assunto e uma componente lher produtos sem dupla embala-
cerca de 60 a 80% do lixo prática com várias tarefas, entre gem, no supermercado? E se
as quais, a observação de micro- substituirmos o saco plástico por
marinho.”
https://apambiente.pt plásticos presentes na areia da um de pano, reutilizável inúmeras
praia, usando um microscópio. A vezes?
quantidade de partículas plásticas, Repensar os nossos hábitos, re-
de dimensão inferior a 5mm, inte- fletir sobre as consequências das
“Cientistas encontraram
gradas na areia das nossas praias, nossas ações e responsabilizarmo-
microplásticos em 83% das
é assustadora! Uma vez que o nos pelo cuidado do meio ambi-
amostras de água da tor- ente, tem que fazer parte da nossa
plástico é um material muito re-
neira de vários países do vida e não pode ficar para ama-
sistente e duradouro, desintegra-
mundo.” nhã. É necessário mudar e agir,
www.dn.pt se, mas não desaparece! Assim,
entra facilmente na cadeia ali- hoje!
mentar prejudicando a saúde de Nós, alunos de Turismo, tere-
todos os seres vivos, incluindo do mos uma missão muito importan-
“Os microplásticos chegam ser humano. te pela frente enquanto profissio-
ao mar e podem acabar no Reciclar plástico já não é solu- nais: sensibilizar os turistas para a
corpo humano.” ção suficiente, é necessário subs-
preservação do ambiente, dimi-
www.observador.pt tituir radicalmente este material
que usamos de forma descartável nuindo o impacto da sua presença
e insustentável. E são tantos os no meio natural.
O que são microplásticos? Por exemplos, simples, que podemos Texto orientado pela professora
que razão, a sua presença na seguir: Para quê a palhinha no de Geografia, Página 7
copo de sumo? Por que não esco- Soledade Ferreira
CIDADANIA
Projeto
Parlamento jovem, 2017/18
Por Teresa Brito, professora de História
N o dia 23 de janeiro
de 2018 decorreu,
no Auditório da Escola Secundá-
ria de Tavira, a Sessão Escolar do
matizar a situação da mulher na
sociedade atual, refletindo sobre
medidas práticas de combate à
desigualdade de género.
Na sessão escolar, os alunos
no namoro para prevenir a futu-
ra violência doméstica.”
Cartaz do Grupo de Trabalho Homossexual Sexual Orientation Laws in the World - Overview (Leis relativas à orientação sexual no
(GTH) de comemoração do Dia Internacio- mundo - visão geral).
nal do Orgulhos Gay e Lésbico de (28 de Fonte: ILGA
junho de 1992).
Fonte: Ephemera: Biblioteca e Arquivo de
José Pacheco Pereira. ainda o direito à união de facto de Gays, Lésbicas, Bissexuais,
para casais homossexuais (2001), Trans e Intersexo) elaborou um
à inclusão da orientação sexual Relatório Anual, revelando que,
N
Dia 15 de março, foi realizada
uma visita guiada ao Lagar de
Azeite “Viveiros Monterosa”, em
o âmbito do traba- Moncarapacho, onde foi explica-
lho que tem vindo a do todo o processo de produção
ser desenvolvido acerca da ali- do azeite desde a apanha da azei-
mentação saudável, foi realizada, tona até à obtenção e comerciali-
no dia 7 de fevereiro, uma visita zação do produto final. Os alunos
ao Palácio da Galeria em Tavira. tiveram a oportunidade de provar
Aí, os alunos realizaram uma vi- azeite e reconhecer as suas carac-
sita guiada à exposição acerca da terísticas principais. Ainda houve
“Dieta mediterrânica – patrimó- tempo para aprender umas delici-
nio cultural milenar”. Esta visita osas receitas. Centro Ciência Viva
foi bastante enriquecedora, pois de Tavira
sendo este um património cultural
imaterial transmitido de geração
em geração, foram descritos os No dia 22 de março, os alunos
aspetos sociais e religiosos, os tiveram oportunidade de confeci-
alimentos sagrados e as suas sim- onar folares, aliando esta tradição
bologias, e, ainda, os produtos do gastronómica à Ciência. No Cen-
mar e da terra que dão suporte a tro de Ciência Viva de Tavira,
um regime alimentar de excelên- fizemos o tradicional folar, abor-
cia reconhecido pela OMS - Or- dando as reações bioquímicas que
ganização Mundial de Saúde. ocorrem duran-
Centro Ciência Viva de Tavira te o processo, Página 11
PROJETOS
o contributo dos diferentes ingre-
dientes e a importância da ativi-
dade das leveduras na fermenta-
ção. Os alunos vivenciaram esta
experiência com grande entusias-
mo, pois foi-lhes proporcionado
diversas experiências e todos fo-
ram intervenientes.
N o dia 5 de março,
pelas 14 horas e 30
minutos, no Cineteatro António
também a linguagem utilizada
pelos atores era, sem dúvida algu-
ma, marcada pela bela e caracte-
rística escrita do autor. Considerei
Pinheiro de Tavira, foi apresenta-
igualmente incrível o facto de a
da uma representação teatral d’
Companhia de Teatro incluir uma
Os Maias, romance da autoria de
aluna da escola na peça, o que
Eça de Queirós, às turmas do 11.º
mostra flexibilidade, fraternidade
ano, no âmbito da disciplina de
e interatividade da sua parte.
Português, por ser uma obra em
Para além dos aspetos acima
estudo.
mencionados, agradou-me bastan-
A peça foi representada por
te o caráter cómico da peça, quer
três atores da A.T.E. (Companhia
através da interpretação da aluna
de Teatro Associação Teatro-
Bruna Martins, a ardina, que, ao
Educação), do Porto, que deram a forma criativa como a Compa-
dizer as notícias do dia, proferiu
vida às personagens João da Ega, nhia adaptou as 700 páginas do
frases como: “A turma do 11.ºA3
Carlos da Maia e Maria Eduarda, romance para cerca de hora e
tem as piores notas da esco-
e pela aluna Bruna Martins, da meia de espetáculo. Projetos co-
laaaaa!”, quer pelo desempenho
turma 11.ºA3 da nossa escola, mo este são muito importantes
dos atores, como, por exemplo,
que desempenhou o papel de uma para os alunos quebrarem a rotina
na cena em que dançavam ao som
ardina. do ensino-aprendizagem em sala
de ópera e acenavam ao público,
Foi maravilhosa a fidelidade de aula, acedendo aos conteúdos
arrancando-lhe risos.
mostrada pela Companhia de Te- de uma forma diferente, lúdica e
A peça foi picaresca e interes-
atro à história contada por Eça de extremamente didática.
sou a maior parte do auditório,
Queirós, pois não só os aconteci-
que ficou bastante satisfeito com Apreciação crítica orientada pela profes-
mentos mais importantes foram sora de Português, Ana Rita Diniz
revelados ao longo da peça, como
N o dia 5 de março,
pelas 9h30, uma
companhia do Porto (A.T. E.) re-
para representar Inês utilizou uma
bandolete, para a mãe utilizou
uma écharpe, para a Lianor Vaz
utilizou um chapéu colorido, en-
tre outros…
No decorrer da representação,
compreender
melhor a sua
história através
da representa-
ção, uma vez
presentou a “Farsa de Inês Perei- que já a tínhamos estudado em
ra”, de Gil Vicente, para as tur- o ator demonstrou uma certa pre- aula. O facto de toda a peça ter
mas do 10.º ano da Escola Secun- ocupação didática, fazendo pau- sido representada por um único
dária Dr. Jorge Augusto Correia, sas para explicar o que se estava a ator, também foi motivo de inte-
no Cineteatro António Pinheiro. passar naquele momento da peça, resse, já que nunca tínhamos
A peça foi conduzida por um o que ajudou os alunos a compre- assistido a uma peça assim.
único ator que, utilizando vários enderem melhor a sua mensagem,
adereços, representou as várias devido ao facto de a peça estar
personagens da escrita em português antigo. Apreciação crítica orientada pelo professor
Página 14
peça. Por exemplo, Nós achámos a peça muito de Português, Luís Gonçalves.
interessante, pois conseguimos
FORMAÇÃO GERAL
A arte de argumentar
Por Beatriz Rosa, 11.º A3
N o dia 1 de março,
pelas 10 horas e
trinta minutos, algumas turmas do
não o são, induzindo em erro),
procurou dar-nos a entender a ra-
zão pela qual estes não se podem
considerar bons argumentos: des-
de exemplos de falácias por gene-
define a argumentação é procurar
absorver conhecimento sobre o
assunto discutido com alguém
que discorda da nossa opinião,
pois as razões e pontos de vista de
11.º ano da nossa escola assisti-
ram à palestra dada pelo Profes- ralização, em que foi estabelecida outros podem até encontrar-se
sor Pedro Santos, da Faculdade uma relação de extrapolação entre corretas. A ideia é possuir um es-
de Ciências Humanas e Sociais a comida fastfood e a obesidade, pírito autocrítico, em que procu-
das Universidades do Algarve e por exemplo, até falácias por ana- ramos perceber onde e se é que
de Lisboa, sobre “A arte de argu- logia, em que não se podem esta- estamos errados, ao sermos con-
mentar”. Esta palestra foi fruto de belecer certas comparações, tais frontados por pessoas que discor-
uma parceria entre a UAlg, a Bi- como, entre a família e a empre- dam de nós.
blioteca ESJAC e o Grupo Disci- sa. Considero que as metodolo-
plinar de Português gias e a forma dinâmica e entu-
Inicialmente foram-nos men- siástica com que o professor Pe-
cionadas as áreas do estudo da dro Santos apresentou este tema
argumentação, já de si conhecidas relevante, quer na disciplina de
por todo aquele que estuda filoso- Português, quer na de Filosofia,
fia, bem como apresentados, num tornaram esta palestra, no meu
pequeno aparte do professor, di- ponto de vista, agradável e essen-
versos cursos, disciplinas e influ- cial para solidificar os assuntos já
ências bibliográficas em que este antes trabalhados nas disciplinas
tema é abordado. Desta forma, referidas, bem como melhorar e
acredito que o palestrante procu- corrigir tanto o nosso discurso
rou realçar a importância do tema como a nossa forma de pensar,
que iria seguidamente apresentar. pois muitas destas falácias afetam
A palestra apresentada focou- -nos de uma forma ou de outra.
se, principalmente, na preocupa- Ainda durante a apresentação,
ção em produzir e avaliar argu- o docente interagiu com os alunos
mentos. Para isso, o orador deu- de uma maneira confortável e ca-
nos a conhecer as principais três Julgo que o seu objetivo prin- rismática, transmitindo o assunto
perguntas que definem a argu- cipal foi, então, despertar nos alu- de forma clara para todos os dis-
mentação: nos a procura de argumentos váli- centes e respondendo solicita-
dos e auxiliá-los a distinguir des- mente às várias questões que lhe
• “O que é argumentar?”;
tes os argumentos falaciosos tão foram colocadas por estes. Espe-
• “O que é argumentar bem?”; presentes no nosso discurso. remos, então, voltar a vê-lo em
• “O que é argumentar mal?”. Após ter assistido à palestra breve na nossa escola para nos
posso, assim, afirmar que a arte elucidar, se não sobre este, sobre
Ao longo da palestra. abordou de argumentar relaciona-se não só outros temas de igual importân-
estas perguntas de uma forma in- com a criatividade, mas também cia.
formal, o que, na minha opinião, com o respeito pelas regras que
fomentou a participação e o inte- impedem e identificam as falá-
resse dos alunos. Recorrendo a cias. Argumentar não constitui, Apreciação crítica orientada pela profes-
exemplos falaciosos do dia a dia simplesmente, ganhar um debate, sora de Português, Ana Rita Diniz
(os quais parecem argumentos em que a nossa opinião prevalece Página 15
bem estruturados e válidos, mas sobre outras. O que realmente
DESPORTO
Corta-Mato Escolar
C umprindo a missão de formação integral dos alunos, o grupo de Educação Física, com a colabo-
ração das turmas do Curso Profissional de Desporto do 10.º ano na organização, promoveu a
prova de corta-mato escolar, uma atividade que decorreu no passado dia 10 de janeiro, durante a manhã.
O circuito a percorrer, desenhado em redor do espaço escolar exterior, variava em distância, de acordo
com o género (masculino e feminino) e o escalão etário (iniciados, juvenis e juniores) dos atletas: iniciados
masculinos e juvenis femininos - 2000 metros (2 voltas à escola); juvenis masculinos, juniores femininos e
masculinos - 3000 metros (3 voltas à escola).
A supervisão das provas foi feita pelos professores de Educação Física e por alguns alunos das turmas
organizadoras envolvidas e que não estavam capacitados para participar na corrida. Os restantes alunos,
bem como os inscritos de outras turmas (incluindo alunos com necessidades educativas especiais), corre-
ram a distância estabelecida, numa competição saudável, como se deseja neste tipo de atividade. No entan-
to, mereceram destaque pela classificação alcançada os três primeiros lugares de cada escalão e os inicia-
dos masculinos e juniores femininos que ficaram apurados para a fase regional.
Eis os resultados:
Iniciados masculinos André Pereira (10º Desp.2) Rodrigo Cardoso (10ºA3) Miguel Pereira (10ºA1)
Juvenis femininos Juliana Fernandes (10ºA2) Inês Pereira (10ºA3) Clara Rodrigues (10ºB)
Juvenis masculinos João Chagas (11ºB) Duarte Nascimento (12ºA1) Ricardo Mar
ns (10º Desp.1)
Juniores femininos Ana Cavaco (10º Desp.2) Melissa Cavaco (10º Desp.2) Joana Pires (10º Desp.2)
Juniores masculinos Tiago Mangas (10º Desp.2) João Nascimento (10º Desp.1) Rodrigo Sá (10º Desp.2)
Juvenis femininos Juvenis masculinos Juniores masculinos Pedro Pinto e Rúben Conceição
Deixa-se um agradecimento aos participantes e à Escola Secundária pelo patrocínio das medalhas e
pela oferta das maçãs e da garrafa de água, que foram distribuídas no final da corrida.
Página 16
Texto elaborado pelos alunos da turma do 10.º, Desp.1, com a colaboração da professora Antonieta Couto
CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
O
Por Ana Cristina Matias , professora bibliotecária
Agrupamento O Tesouro,
D. Manuel I 2º Ciclo de Manuel António Pina Carolina
de Sousa
Ana Catarina Marques (12.º C2)
Agrupamento de Esco- A bicicleta
las Jorge Augusto 3º Ciclo que tinha bigodes, Beatriz
Correia de Ondjaki Gomes Saraiva
Página 18
Sebastião Correia e Catarina Lourenço (11.º A1)
eco dos espaços
Saramago:
Complexidade
“Ver o tempo de ontem com os olhos de hoje” da natureza humana
Por Mariana Rodrigues, 12.º E Por Matilde Falcão, 12.º E
N o dia 16
de abril, decorreu
no Auditório da
preciso, no caso de O Ano da
Morte de Ricardo Reis, de de-
zembro de 1935 a setembro de
1936. Introduz factos históricos
e personagens de ficção. É desse
Escola uma pales- confronto entre o real e o imagi-
tra, no âmbito da disciplina de nário que Saramago extrairá
Português, dirigida aos alunos uma nova maneira de ver, ouvir
do 12.º ano, já que o tema, “O e escrever. Por isso, foram-nos
ano da morte de Ricardo Reis: apresentadas as capas de vários
a indiferença histórica e a in- livros de José Saramago, como,
venção da memória e da pro- por exemplo, Levantando do No seu conto “George”, Ma-
messa”, tem que ver com uma chão (1980); Memorial do con- ria Judite de Carvalho conjuga a
obra de José Saramago que vento (1982) e O ano da morte metamorfose da figura humana
estamos a ler e a estudar. Esta de Ricardo Reis (1984). Segui- (especificamente, a feminina)
atividade realizou-se por inici- damente, a Professora focou a com a complexidade da nature-
ativa da Biblioteca ESJAC, em Revolução de 25 de abril de za humana.
cooperação com o Grupo Dis- 1974 e mostrou fotografias desse Ao longo do conto, as várias
ciplinar de Português, que re- período, tendo destacado os fo- metamorfoses subversivas de
quisitou uma das palestras ofe- tojornalistas Eduardo Cageiro e George (impossíveis em Gi,
recidas pela UAlg. Alfredo Cunha. Deu exemplos involuntárias em Georgina) re-
A palestra foi proferida pela de outros autores que, também velam a conturbação de um es-
Professora Auxiliar da Univer- após a instauração da democra- pírito incoerente que se tenta
sidade do Algarve, Doutora cia, resolveram contar a história esconder do tempo. George mu-
em Literatura e Cultura Portu- de outra maneira, já que a Histó- da-se fisicamente para se desa-
guesas, Carina Infante do Car- ria é sempre uma construção, marrar de um passado cunhado
mo. A mesma tinha por objeti- como foi o caso de Alice Vieira em si, e por vaidade salva ape-
vo dar a conhecer o romance com a obra, A Espada do rei nas uma foto da jovem Gi, indi-
de José Saramago, O ano da Afonso (1981). ciando que se quer recordar jo-
morte de Ricardo Reis, focan- De seguida, a Professora Ca- vem, sempre jovem.
do: “A figuração de Portugal rina Carmo leu vários excertos A grande questão que surge
de 1936 na relação entre ficção do romance, chamou a atenção em “George” é: até quando po-
e História”, “O dialogismo iró- para a intertextualidade com Ca- derá ser arbitrária a mudança
nico do narrador” e “Os cru- mões e com as odes de Ricardo física, quão efémero é o corpo?
zamentos intertextuais com Reis, nomeadamente a que in- Gi não se pode subverter desse
Pessoa, Cesário e Camões.” clui “dois jogadores de xa- modo, reprimida pelos padrões
O romance histórico tem, a drez” [“Ouvi contar que outro- provincianos; já George pensa-
partir da segunda metade do ra”] e a sua indiferença perante a se dona do seu presente, do seu
século XX, um novo retomar guerra, tendo feito uma articula- passado e do seu futuro; no en-
por o romance ter de reconsti- ção com a situação atual da tanto, Georgina aparece-nos
tuir a História e o passado. Guerra na Síria e projetado uma conformada com o poder do
Saramago considera que o citação da obra que muito me tempo.
passado é um tempo a ser chamou a atenção: Através desta trindade de uma
questionado e resgatado pela “[…] é que as verdades são mui- mesma personagem, é conse-
História e pela Literatura e, no tas e estão umas contra as outras, guido o confronto de diferentes
pós-25 de abril, a liberdade do enquanto não lutarem não se sabe- perspetivas da mesma vida pela
rá onde está a mentira […].”.
escritor é total. Situa os seus Página 19
romances num tempo histórico Artigo orientado pela professora de Portu-
guês, Ana Cristina Matias
ECO DOS ESPAÇOS
A Associação de Estu-
dantes (AE) deste
ano letivo é formada pela Lista
No que respeita à dinamização
do espaço escolar, foram organi-
zadas atividades semanais, entre
E há muito mais exemplos de
projetos organizados pela AE
deste ano letivo. Isso prova, sem
dúvida, que esta Associação de
Estudantes é realmente preocupa-
M, que ganhou a maioria absoluta elas karaoke, concursos, jogos de da com os alunos e com o meio
dos votos depois de uma semana equipas no Dia do Estudante, al- escolar, e tem desempenhado o
de campanha super bem sucedida gumas palavras educativas no Dia seu papel brilhantemente.
e de uma atuação no debate entre da Mulher, feira do livro durante
listas ainda melhor. a Semana da Lei-
Sou de opinião, e julgo que a tura, entre outras.
maior parte dos estudantes con- A AE também
cordará comigo, que foi um ano convidou pales-
letivo na qual a AE se fez sentir trantes para infor-
extremamente presente na escola, mar e ajudar os
cumprindo e até ultrapassando as alunos com as
expectativas, de tal maneira que suas escolhas pro-
se destacou fortemente das Asso- fissionais, como,
ciações anteriores, pelo menos por exemplo, uma
daquelas que conheci enquanto dinamizada pelo
aluna desta escola. Instituto do Em-
Entre os inúmeros projetos e prego e Formação
atividades que os membros orga- Profissional,
nizaram, foi instituído um Cartão ocorrida no dia 19
de Descontos para os alunos, cujo de abril. "Dia Internacional da Felicidade" (20 de março) com os
alimentos angariados no torneio de vólei organizado pela
propósito é promover o comércio Neste último AE, prontos a ser entregues às Vicentinas
local tavirense, atraindo assim os período, iniciou-se
alunos para a cidade, beneficiados um Clube de De-
por produtos mais baratos. bate, com o intuito Página 21
de incentivar os
Línguas
I
das Auto die Katze
n my opinion, European
countries should open their
der Zug der Bär door to refugees. It is racist to
think that refugees are not wel-
come. That means you are distanc-
ing yourself from them, acting like
der Bus der Fisch they are not human.
It is stupid to think that terrorism
is coming with the refugees. They
can easily enter in Europe with
das Flugzeug fake passports because they are
das Schwein being supported by those extremist
groups.
These refugees are just like you.
das Motorrad die Kuh They were once doctors, teachers,
lawyers, people with jobs, had
families, houses and cars. They
lost it all because of the war. They
Trabalho realizado por: João Correia Trabalho realizado por: Carolina Pedro
are trying to flee from being
slaughtered by bombs that some
European countries are dropping
there.
Rarely has a terrorist come to
Europe from those worn-out boats.
Europeans (and this also applies to
Americans) delude themselves into
thinking that closing the borders
die Fahrkarte reisen der Ausgang der Eingang will bring safety to their country
when the biggest crimes are per-
O bilhete viajar a saída a entrada formed by their own people.
Trabalho realizado por
Página 22 João Mêda Artigo orientado pela professora de Inglês,
Artigo orientado pela professora de Alemão, Anabela Quaresma Margarida Beato
LÍNGUAS
C hoosing a career path is not that simple as people may think it is. Sometimes,
a wrong decision can change all your life.
First of all, after elementary school, you have to choose a course to fol-
low when you are 14, which is quite dangerous because most teenagers still haven’t got enough maturity to
realize how school decisions have an importance in their future. Furthermore, most school teenagers regret
the choice they made and thus don’t want to have jobs related to their course.
However, nowadays, having a job requires a lot of skills and qualifications. But having a job is not all
about working, but also reaching goals.
I won’t lie, secondary school demands a lot of yourself and you must study, but I believe that people
who are motivated, creative, humble, hardworking and intelligent can easily get a job and achieve success
in life.
It will be easier to choose a career path if you get informed about all possible jobs that you see yourself
doing in the future. After that, you should not only make a list of skills that you have, but also live experi-
ences related to what you want to do.
To sum up, it’s important to be aware of your decisions and listen to your heart but also your brain!
C hoosing a career path is very important because it basically dictates how our
lives are going to be.
Before choosing a career it is necessary to have ended at least high
school, but generally a degree is essential. After that the main thing to know
is what kind of job you want, having in mind what schedule do you prefer and if it’s chal-
lenging, because if it is, you have to be ready to work really hard, it takes a lot of effort, physical and emo-
tional, to be good in what you want to follow and to become the best in what you do.
In my opinion having a good and fulfilling job is half way to a good life, but to reach it, there are going to
be many challenges and bumps in the road. Even so, with strength and will I’m sure anyone can choose a
successful and good career path.
Ana Dias, 11.ºC2
Página 23
Textos escritos no âmbito da unidade “The World of Work” (O mundo do trabalho) numa atividade desenvolvida
em aula, na disciplina de Inglês do 11.º ano, turma C2, professora Anabela Quaresma.
LÍNGUAS
E
afford it, either because they are después, por la tarde, visitaron el
scared that they're letting terror- Palacio Real, que es muy conoci-
ists cross their borders. l viaje empezó era una do por ser el Palacio más grande
While the first reason is self- de la mañana, cuando de Europa y que tiene 4318 habi-
ish, the latter is just wrong. Refu- este grupo de
gees are normal people, forced to alumnos acompa-
leave their own home so they ñados por los pro-
won't get murdered. They are not fesores Carmen
terrorists, and it is our moral obli- Pedroso, António
gation to help those in need, and Silva, Graciete
not making their lives even harder Pontes e Teresa
by discriminating them and de- Brito, siguieron
claring them unworthy of our viaje hasta Ma-
help. drid.
That said, of course European El grupo llegó
countries should open their door a Madrid sobre
to refugees, and we should do the las 9 horas, visita-
best we can to help them. ron el Parque del
Retiro, donde pu-
Artigo orientado pela professora dieron disfrutar
de Inglês, Margarida Beato de su bonito pai-
saje y visitar el
Página 24
Palacio de Cristal, Plaza de España
LÍNGUAS
Página 25
VISITA DE ESTUDO
gimo-nos para junto do Mosteiro
Dois dias intensos em visita de estudo dos Jerónimos, onde fomos almo-
Por Ana Gonçalves e Rafaela Mestre, 10.°A2 çar. De seguida, partimos de volta
para Tavira, fazendo uma para-
gem de quinze minutos na estação
de serviço de Aljustrel. Chegá-
mos ao destino por volta das
19h30.
Apesar de algumas queixas
por parte dos professores e do
motorista do autocarro, acerca do
barulho que alguns alunos fize-
ram durante a noite, nós achámos
esta visita bastante produtiva e
interessante e gostámos bastante.
Assim, agradecemos aos profes-
sores pela paciência e coragem
que tiveram para fazer tal visita
Foto da notícia “Alunos de Tavira visitam MediaLab”, Diário de Notícias (DN online), Socie- de estudo com cerca de 50 alunos
dade, 15 de fevereiro de 2018 , acessível em: https://bit.ly/2HkYya4 do 10.° ano.
D
jornalismo e sobre o próprio DN. Artes e Humanidades
A atividade acabou perto das
17h30. Dirigimo-nos, então, para em visita de estudo
ia 15 de fevereiro, o hostel Golden Tram 242, na Por Marta António e Nuno Teixeira,
pelas 8h20, os alunos das turmas Rua do Ouro, perto dos Armazéns 10.°C2
A1 e A2 do 10.° ano da Escola do Chiado. Fizemos o check in e
Secundária Dr. Jorge Augusto
Correia, Tavira, estavam reunidos
em frente do portão, no âmbito da
visita de estudo organizada e
acompanhada pelos professores
Luís Gonçalves, Cristina Castilho
acomodámo-nos nos respetivos
quartos. Pelas 19h30 fomos até
aos Armazéns do Chiado, onde
jantámos e passeámos um pouco
pelas lojas. Mais tarde, pelas
21h30, regressámos ao hostel.
N o âmbito das disci-
plinas de Português, Geografia e
História da Cultura e das Artes,
e Rui Carmo. No dia seguinte, tomámos o os alunos do 10.º ano dos Cursos
A partida de Tavira foi efe- pequeno-almoço no hostel, e por de Artes e Línguas e Humanida-
tuada por volta das 8h30. Passa- volta das 9h00 fizemos o check des realizaram uma visita de estu-
das duas horas de caminho, foi out. Partimos, então, para a Torre do a Lisboa, nos dias 1 e 2 de
feita uma paragem de meia hora do Tombo que se situa na cidade março, acompanhados pelos pro-
na estação de serviço de Grândo- universitária e ficámos a saber fessores Luís Gonçalves, Soleda-
la, para o lanche da manhã. Pros- mais sobre a História de Portugal, de Ferreira, Cláudia Mendonça,
seguimos a viagem e, mais tarde, a sua literatura e como podemos Gabriela Calé e Lina Correia.
parámos outra vez, agora para pesquisar sobre os nossos ante- Saímos de Tavira por volta das
almoçar na estação de serviço de passados. Esta visita durou cerca 8h20 do dia 1 de março. Fizemos
Alcochete. de 2 horas. Por último, visitámos uma paragem a meio da manhã e
Depois do almoço, fomos o Museu da Eletricidade, que se outra à entrada da Ponte Vasco da
diretos ao Diário de Notícias (a situa junto ao rio Tejo, onde to- Gama, para almoçar.
chegada foi por volta da 13h45), mámos conhecimento acerca de Chegados a Lisboa, por volta
onde realizámos algumas ativida- como era produzida a eletricidade das 14h00, fomos diretamente ao
des (imprensa escrita na zona da Grande Lisboa e Vale Diário de Notícias. Primeiramen-
Página 26 e rádio) e aprende- do Tejo, até aos anos 70. te, visionámos um filme em que
mos mais sobre o Por volta da 14h00, diri-
VISITA DE ESTUDO
O ministro da educação,
aqui? Deve vir à procura
de um rumo!
Aí, vimos os túmulos de Vasco da Gama, de D. Sebasão, de Camões, e de Fernando Pessoa, cujo corpo foi para lá trans-
ladado em 1985. Mas foi uma desilusão ver que o túmulo do poeta da Mensagem não tem a monumentalidade das outras
figuras ali presentes.
Túmulos de Ca-
mões e de Fer-
nando Pessoa
Dia 3: LISBOA
O úlmo dia em Lisboa começou cedo. Às 9h00, fazíamos fila para apanhar o famoso elétrico 28 até Campo de Ourique.
Éramos nós e um grupo de estrangeiros que mostraram a sua civilidade passando-nos à frente e ocupando os lugares senta-
dos! À parte isso, valeu a pena, porque o percurso cruza bairros >picos que espelham a alma da capital. Descemos junto ao
Cemitério dos Prazeres e fomos à procura do jazigo de Fernando Pessoa, que tem o nº 4371. Acabámos por ver também,
graças à genleza do Sr. Licínio, responsável do cemitério, outros jazigos dos maiores nomes da cultura portuguesa, como
Cesário Verde, e a campa de Ofélia Queirós, a namoradinha de Fernando Pessoa.
A chuva miudinha acompanhou-nos até à Casa Fernando Pessoa, uma ava casa de cultura. Aguardava-nos uma guia
que nos mostrou uma réplica do quarto do poeta, alguns objetos pessoais, o acervo que alberga uma preciosa biblioteca
parcular do autor, digitalizada e disponível para consulta online, e nos fez uma apresentação muito completa de Fernando
Pessoa, que incluiu a leitura de textos do poeta, realizada pela Enya e pelo Iúri, e de algumas das suas cartas a e de Ofélia
Queirós, leitura feita pela professora Antonieta.
Todos pensamos que temos livre-arbítrio. Como poderíamos não pensar? Renunciar O livre-arbítrio consiste na ca-
à liberdade significaria deixar de fazer planos para o futuro, pois de que adianta fazer pacidade de podermos decidir por
planos se não temos a liberdade para mudar o que acontecerá? Significaria renunciar
à moralidade, pois só quem age livremente merece censura ou castigo. Sem liberda- uma alternativa em detrimento de
de, percorremos caminhos predeterminados, incapazes de controlar os nossos desti- outra.
nos. Uma vida assim não vale a pena. Todas as nossas ações têm um
E. Conee e T. Sider, Enigmas da Existência. motivo, uma intenção e uma finali-
Uma visita guiada à metafísica, Bizâncio, 2010, p.p. 145-146. dade e apenas as realizamos por-
que queremos.
O problema do livre-arbítrio é desta maneira, “uma vida assim Todos os acontecimentos são
uma das questões mais difíceis e não vale a pena.” predizíveis, inclusivamente as nos-
debatidas na Filosofia. Seremos Já os deterministas radicais sas ações, porque estas não esca-
nós, efetivamente, livres? acreditam que o livre-arbítrio é pam à relação de causa/efeito,
A resposta a esta pergunta tem uma ilusão, pois tudo no universo Ora, isto implica que não haja es-
sido, ao longo do tempo, muito obedece à lei da causalidade e, paço para a liberdade humana e se
debatida entre os defensores do deste modo, também as nossas assim o é, não faz sentido castigar
libertismo e determinismo mode- ações não escapam a esta lei. E, pessoas ou prender criminosos
rado contra os defensores do de- se assim é. Então, o facto de des- (uma vez que já está tudo predeter-
terminismo radical. conhecermos as causas que nos minado), nem faria sentido enalte-
Os deterministas moderados, levam a agir não é, de forma al- cer indivíduos pelos seus atos he-
principalmente os libertistas, guma, garantia de que a liberdade roicos.
acreditam no livre-arbítrio, pois: existe. Ao concebermos o livre-arbítrio
“Renunciar à liberdade significa- Podemos, assim, concluir que como uma mera ilusão teríamos
ria deixar de fazer planos para o existem diferentes respostas para que abandonar a ideia de que so-
futuro”, significaria “renunciar à este problema, cabendo-nos a nós mos livres, que é uma crença da
moralidade” e que “sem liberda- escolher, se é que escolhemos, qual não queremos abdicar.
de, percorremos caminhos prede- aquela que mais nos apraz. Nuno Ribeiro, 10.º A2
terminados, incapazes de contro- Leonor Ribeiro 10.º A1
lar os nossos destinos.” E que,
N
mentalidade e pontos de vista de
algumas pessoas, com o propó-
sito de provocar sentimentos,
este cartaz está cla- como compaixão, tristeza e, so-
ramente presente a bretudo, indignação, com o fac-
estratégia de persuasão baseada to de o homem matar animais
no phatos. É transmitida ao au- inocentes apenas com o objetivo
ditório uma mensagem, que nes- de fazer vestuário em pele,
te caso é a utilização de pele quando existem muitas outras
animal em vestuário, com o formas de substituir pele verda-
objetivo de suscitar emoções deira por outro tipo de tecido ou
através da imagem e da frase pelo.”
Página 30 escrita. Centra- Joana Rodrigues, 11.º A1 Artigos orientados pela
se no auditório professora de Filosofia, Carla Sardinha
CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
JCE/ Psicologia
Paul Ekman .
O Ódio: Um pioneiro no estudo
das emoções e
O papel da arte no filme expresses faciais
Por Margarida Gouveia, 12.º A2
Por Ana Catarina Fernandes, 12.º A1
A série de televisão
“Lie to me” inspirou-
se nos trabalhos
deste psicólogo.
C harles-Pierre Baude-
laire foi poeta e teó-
rico de arte. Nasceu a 9 de abril
de 1821, em Paris, e faleceu a 31
mo se poderá dizer das suas ex-
pressões faciais, que mostravam
admiração, revolta e estranheza,
visto que moram em bairros po-
bres e são alvo de comentários
racistas. Talvez por isso os jovens
de agosto de 1867, também em
Baudelaire no filme O Ódio interpretam esta “realidade” de
Paris.
forma bastante genuína.
Teve uma vida atribulada: ex- O livro publicado por Baudelai- Alguns minutos depois, obser-
pulso do colégio Real de Lyon, re é um marco importante na his- va-se os jovens a passarem por
onde estudava; enviado para a tória da poesia simbólica moder- uma escultura, em que chegam a
Índia pelo padrasto, sem nunca lá na. Está dividido em seis partes: a entrar em contacto físico com a
ter chegado, acaba retido na Ilha morte, a revolta, as flores do mal, mesma, mas, por estranho que
da Reunião. Regressa uns anos o vinho, quadros parisienses, té- nos pareça, não se dão conta da
depois a Paris. dio e ideal. Fala das mudanças existência dela.
Quando atinge a maioridade, ocorridas em Paris, mais propria- Saliente-se também o facto de
toma posse da herança do pai. mente nos subúrbios de Paris. estes jovens se cruzarem com um
Durante os dois anos seguintes, a Também sugere a importância de anúncio da NIKE/ADIDAS, onde
vida de Baudelaire foi um caos, uma revolta militar para acabar está escrito: “O mundo é vosso”.
vivendo de drogas e álcool. Em com os preconceitos produzidos Ficam tocados com aquele anún-
1844, a mãe entra com um pro- por essas mudanças. cio de tal forma que com uma lata
cesso judicial contra ele, fazendo O filme O Ódio fala sobre o de spray riscam a palavra “vosso”
a herança do pai ser controlada preconceito, a dificuldade na inte- para “nosso”.
por um notário. gração das pessoas dos subúrbios Na minha opinião, os jovens
Em 1857, lança As flores do interagem mais positivamente
de Paris e as revoltas. Retrata a
mal. São 100 poemas. Acusado com o anúncio do que com a arte
difícil vida, ou seja, as mudanças conceptual, pois aquele tipo de
de ultrajar a moral pública, com
seis poemas desse livro, teve de de que Baudelaire falou nos seus anúncios é a sua realidade, en-
pagar uma multa de 300 francos. poemas. Não será um acaso quanto a arte conceptual os tira da
Mais tarde, volta a reescrever Mathieu Kassovitz o integrar fil- sua zona de conforto.
esses poemas considerando-os mando uma enorme parede do
“ainda mais belos”. A editora bairro onde Baudelaire está pinta-
também foi multada. do. Página 33
CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS