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NOME: _________________________ Nº ____ CLASSIFICAÇÃO: __________

DATA: ____/ ____/ 2019 ASS. DO PROF: ASS. ENC. DO EDUCAÇÃO:

Teste de Avaliação de Português – 8º ano

Grupo I

Para responderes aos itens que se seguem, vais visualizar um excerto de


uma reportagem sobre Sophia de Mello Breyner.

Vídeo - (recurso da Escola Virtual)

1. Explica a razão pela qual Sophia de Mello Breyner pode ser apelidada de
“A menina do Mar”.

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2. A poetisa afirma “Escrevo para transformar o mundo”, querendo transmitir a


ideia de que:

a) a escrita deve ser sobre temas atuais.


b) um escritor não pode esquecer o mundo em que vive.
c) a escrita é um processo desligado da realidade.
d) um escritor não se compromete com a mensagem poética.

Leitura e Educação Literária

Grupo II – Texto A

Lê, com atenção, o texto.


A ARTE DAS IDEIAS
Mónica Baldaque
Começavam as Férias Grandes, que dividia entre Esposende e o
Douro. Nunca gostei particularmente do verão, do verão quente. Fujo das praias

1
do sul, da água morna e da areia a escaldar. Mas já me apetecem as praias do
norte, com vento, nevoeiros e água gelada. Caminhar no areal imenso e livre de
Esposende, com os pés na água, húmida até aos ossos do vento salgado, ou
deitar-me na sombra fria das dunas cobertas de junquilhos brancos, fechar os
olhos e ouvir as ondas cadenciadas e hipnotizantes, era esse o melhor tempo do
mundo. [...]
Eu não era já criança. Começava a entrar no mundo dos adultos com a
sensação de ser para sempre, e nunca mais poder sair dele. Isso assustava-me,
era como se estivesse a andar para trás, a afastar-me do sentido perfeito da
vida; mas ao mesmo tempo atraía-me. Conhecer o amor, por exemplo, era uma
condição do crescimento.
Eu lia sobre o amor nos livros que me iam dando para a mão – Dickens,
Tolstoi, Hermann Hesse, a Bíblia – e parecia-me muito difícil lidar com esse
sentimento, tão escorregadio como as algas que eu arrastava do mar e enrolava
na cinta, e me caíam aos pés.
Foi o tempo de ensaiar as primeiras cartas de amor, tão rudimentares
como as mais rudimentares experiências de Química, e tão inesquecíveis! [...]
Em setembro, partia de comboio para o Douro: as janelas abertas em
corrente de ar, as costas coladas aos estofos de veludo, as recoveiras
conhecidas dos revisores, que regressavam com as cestas vazias metidas umas
nas outras; a melancia madura, bem gelada, que a Idalina me servia na cozinha
escura, quando eu chegava.
[...] Atirava-me para o sofá de linho e lia horas e horas, escondida numa
penumbra mágica: Salgari, Blasco Ibáñez, Defoe, Rider Haggard, Eça.
A biblioteca era completamente desordenada, e dava-me enorme prazer
encontrar os livros manuseados, anotados a lápis com pensamentos, referências
pessoais, desenhos, pequenas contas de somar, uma violeta seca. Passava-lhes
a mão por cima, devagar, como se os chamasse à minha atenção.
Chegava o carteiro à hora de maior calor, e lá vinha mais uma carta que
eu ia ler para junto do tanque, onde caía de uma bica de pedra uma água fresca,
metálica.
As minhas férias eram bastante solitárias. Tão fantásticas, inesquecíveis,
porque significavam o contacto com a minha realidade que não era a da História,
da Filosofia, do Grego, do Latim.
Não eram um tempo de diversão. Por que haveria de ser?
A vida é o que é. E não devemos esperar dela que nos reserve grandes
emoções nem grandes alegrias. Temos é de saber encontrar na rotina do
quotidiano o seu significado poético, a sua harmonia.
Foram assim as minhas belas Férias Grandes. E é verdade que nunca as
troquei por nenhumas outras! Há uma fita de cor de alfazema que liga esses
tempos ao meu coração.
Jornal de Letras, 17 a 30 agosto de 2016, n.º 1197
(texto com supressões)

1. Escreve a sequência de letras (A – I) que corresponde à ordem pela qual


as informações aparecem no texto. Inicia a sequência pela letra G.
A. As Férias Grandes permitem aprendizagens diferentes das escolares.

B. Não é obrigatório associar Férias Grandes a diversão.

C. O tempo vivido enquanto criança num mundo perfeito é abalado

quando se cresce.

D. O melhor tempo do mundo era ter o privilégio de numa praia ouvir o

som das ondas deitada no areal.

E. A escritora conhecia o amor através dos livros.

F. O passado, embora marcado por sentimentos de solidão e isolamento,

traz-lhe memórias singulares.

G. As praias do norte têm aspetos mais atrativos para a autora do que as

praias do sul.

H. As memórias proporcionaram reflexões sobre a vida presente e retirar

ensinamentos importantes.

I. No Douro, tinha o privilégio de ler e manusear livros com testemunhos

únicos.

___G ____-_________________________________________________
2. Atenta na frase.
“as janelas abertas em corrente de ar, as costas coladas aos estofos de
veludo, as recoveiras conhecidas dos revisores, que regressavam com as cestas
vazias metidas umas nas outras”.
2.1. Indica o antecedente do pronome “que”.

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3. Seleciona, em cada item, a única opção que te permite obter uma afirmação
adequada ao sentido do texto.

3.1. A expressão “era esse o melhor tempo do mundo” ilustra a ideia de


que a autora
a. gostava das Férias Grandes, pois lhe lembram a criança que foi.
b. lembra o tempo das Férias Grandes, passadas junto ao mar.
c. recorda momentos únicos, em Esposende, que a marcaram até hoje.
d. não gostava das praias do sul.

3.2. A expressão “a afastar-me do sentido perfeito da vida” realça


a. os medos de alguém prestes a entrar no mundo dos adultos.
b. o fascínio de abandonar o tempo de criança.
c. a transição entre duas fases da vida.
d. as lembranças do tempo das férias.

3.3. Com a pergunta “Por que haveria de ser?” a escritora


a. põe em causa a ideia frequente de diversão que se associa ao período
das férias.
b. interroga-se sobre a qualidade das suas férias.
c. relembra o período de férias no Douro.
d. questiona o seu tempo de solidão.

3.4. De acordo com o último parágrafo, as Férias Grandes para Mónica


Baldaque
a. marcaram um período da sua vida passado no Douro.
b. foram únicas e, até hoje, sente que jamais as esquecerá.
c. aconteceram de uma maneira inesquecível.
d. permitiram ter acesso a objetos fantásticos.

Grupo IV - Escrita
Relê o excerto do conto.

“Por isso seguiu passo a passo os estudos e a aprendizagem do adolescente,


controlando a qualidade do ensino nas escolas onde o inscrevera e vigiando a
competência dos superiores sob cujas ordens a bordo o colocava. Aos 21 anos,
já Hans era capitão de um navio de Hoyle e homem de confiança nos seus
negócios.”

Escreve um texto de opinião, com um mínimo de 150 e um máximo de


240 palavras, em que reflitas sobre a importância da educação escolar e da
experiência profissional para a concretização dos nossos sonhos.

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