Você está na página 1de 16

Parte

5 UNIDADE 3  Funções
Recursos para a aula

História da Matemática

A bruxa de Agnesi
Maria Caetana Agnesi nasceu em Milão a 16 de
Maio de 1718 e morreu na mesma cidade a 9 de Janeiro
de 1799.
Maria foi a mais velha de 21 irmãos (o seu pai
casou-se por três vezes), foi criada no seio de uma
família abastada, teve acesso a uma educação esmerada
e aos nove anos dominava sete idiomas.
Em 1738 publicou a sua primeira obra, um ensaio
sobre filosofia e ciência natural que tinha por título
Propositiones Philosophicae. Pouco depois tentou entrar
para um convento, mas foi dissuadida pelo seu pai,
dedicando-se então ao estudo da matemática.
A sua principal obra, Instituzioni Analitiche, publi-
cada em 1748, consta de dois volumes com aproxima-
damente mil páginas, que contêm todo o saber mate-
mático conhecido até então; neste trabalho unem-se
o rigor matemático, a sistematização de processos e a
simplificação da linguagem, pois Maria escreveu o seu
livro em italiano. Esta obra foi traduzida para vários
idiomas sendo utilizada como manual universitário
durante mais de 50 anos após a sua publicação. Ela
própria, com o dinheiro do seu pai, encarregou-se dos
gastos da impressão da obra.
Na tradução da sua obra para inglês, realizada por
Colson, no exemplo da curva de Agnesi, este confun-
diu o termo «la versiera», por «l’aversiera», que significa
«bruxa», mais à frente este termo apareceu unido a
Agnesi causando-lhe, porque era profundamente reli-
giosa, um enorme desgosto.
Em 1750, foi-lhe oferecida a cátedra de Matemática
da Universidade de Bolonha, sem que se saiba ao certo
se alguma vez chegou a ocupar; porém, é considerada
a primeira professora universitária.
Pela altura da morte do seu pai, em 1752, Maria
retirou-se da vida pública, dedicando o resto da sua
vida a cuidar dos seus irmãos e irmãs e a fazer obras
de caridade.

270 DESAFIOS  •  Matemática  •  7.o ano  •  Material fotocopiável © Santillana-Constância

139513 251-318 P5.indd 270 16/03/10 14:35:08


Parte

Recursos para a aula


História da Matemática

O engenho e a espada
René Descartes nasceu em La Haye, perto de
Poitiers (França), em 1596, e morreu em Estocolmo
(Suécia), em 1650. Começou os seus estudos na Escola
dos Jesuítas de la Fléche, que lhe proporcionaram uma
base sólida de cultura clássica, aprendendo Latim,
Grego e Matemática pura e aplicada, que haviam sido
supervisionadas por Christopher Clavius. Mais tarde,
licenciou-se em Direito pela Universidade de Poitiers,
embora esses estudos não tenham sido totalmente do
seu agrado.
O episódio decorre em 1619, ano em que Descar-
tes conheceu Isaac Beckman, com o qual manteria uma
profunda amizade. Essa viagem aconteceu na época
da sua juventude, na qual Descartes percorreu a Europa,
umas vezes por sua conta e algumas vezes alistado em
algum exército como soldado. Nestas viagens conhe-
ceu alguns dos mais ilustres pensadores da época.
É considerado o pai da filosofia moderna e a sua
obra mais conhecida é O Discurso do Método, sendo
o seu principal contributo matemático a invenção
da Geometria analítica, que desenvolveu na sua obra
A Geometria.

DESAFIOS  •  Matemática  •  7.o ano  •  Material fotocopiável © Santillana-Constância 271

139513 251-318 P5.indd 271 16/03/10 14:35:09


Parte

5 História da Matemática

Um pedaço da História
Recursos para a aula

A história de Héron de Alexandria perde-se no


tempo, pois este nome encontra-se em diversos escri-
tos desde o século iii a. C. até ao século i d. C., e são-lhe
atribuídos 18 personagens distintas. As datas do seu
nascimento e morte mais aceites são os anos 10 e 75
da nossa era, em ambos os casos.
Este matemático e engenheiro pertenceu à Escola
grega; contudo, as suas demonstrações e o tratamento
que dava às suas descobertas matemáticas carecem
da abstracção que se lhes atribuía há séculos, procu-
rando sempre uma aplicação prática.
Entre as suas obras, importa destacar duas delas
que têm um profundo interesse matemático:
— A Métrica: consta de três livros onde se estudam
polígonos regulares, figuras circulares, elipses,
áreas, volumes e proporcionalidade geomé-
trica. Nesta obra aparece a demonstração da
fórmula de Héron, que serve para calcular a
área de um triângulo, conhecidas as medidas
dos seus lados, e trabalhava com raízes qua-
dradas e cúbicas, proporcionando algoritmos
para as calcular.
— Mecânica: consta de dois livros que tratam das
proporções de figuras e a descrição do fun-
cionamento das máquinas simples (torno,
alavanca, roldanas, cunha e parafuso).
Do primeiro destes livros apenas havia registos
por referências de outros autores, pelo que, podemos
imaginar a emoção que deve ter sentido o editor ale-
mão R. Schoene quando, no ano de 1896, encontrou
em Istambul uma cópia do mesmo, escrito em árabe
e que datava do ano de 1100 (como é evidente, o
original devia ser do século i).

272 DESAFIOS  •  Matemática  •  7.o ano  •  Material fotocopiável © Santillana-Constância

139513 251-318 P5.indd 272 16/03/10 14:35:09


Parte

Curiosidades matemáticas
5

Recursos para a aula


Gráficos e meios de comunicação
Nos meios de comunicação por vezes aparecem notícias com gráficos, pois é uma forma rápida
e muito visual de dar informação sobre a relação entre duas variáveis. O mais importante costuma
fazer-se sobressair ao máximo. Por exemplo, o gráfico seguinte mostra o perfil das primeiras etapas da
Volta a Portugal, de 847,5 km. Observa que, se o comprimento total é de 847,5 km, e a chegada está a,
aproximadamente, 200 metros de altura, isto é, a centésima parte do comprimento, a altura do gráfico
deveria ser muito menor, mas utiliza-se uma escala diferente para o comprimento e para a altura.

Perfil de uma etapa da Volta a Portugal


2000 Torre Torre
1800 Nave
1600

Marco de Canaveses
Penhas da Saúde
1400
Altitude/m

Penhas Douradas
1200
1000
Alpedrinha Caramulo
800
600 Alto do Buriz
400
200
0

Contra-relógio
Évora Portalegre Castelo Branco Gouveia Tondela
Portalegre Castelo Branco Gouveia Tondela Marco de Canaveses
146 166,7 134,6 172 191,2
Distância/km

Em baixo há três gráficos da função y 5 û, mas com diferentes escalas no eixo vertical. A primeira
é 1 : 1 e a segunda é 4 : 1 e, embora a função seja a mesma, os gráficos parecem diferentes.

y y y

û û û
Quando se pretende representar números muito grandes utiliza-se a escala logarítmica, que
consiste no facto de as unidades do eixo vertical serem 10, 100, 1000, etc. Num gráfico com estes eixos,
uma função como a anterior teria a forma do terceiro gráfico, isto é, de uma curva.

Por que motivo se diz «cartesiano»?


O filósofo e matemático francês Descartes utilizava a versão
latina do seu nome: Renatus Cartesius. Esta é a razão pela qual se
chama cartesiano ao seu sistema filosófico e também a razão por
que o sistema mais habitual sobre o qual se traçam curvas que
representam equações (inventado por ele) se denomina carte-
siano.

DESAFIOS  •  Matemática  •  7.o ano  •  Material fotocopiável © Santillana-Constância 273

139513 251-318 P5.indd 273 16/03/10 14:35:10


Parte

5 Curiosidades matemáticas
Recursos para a aula

Cuidado com os valores intermédios


Por vezes, temos vários pares de valores da relação entre duas
grandezas e queremos calcular outros valores intermédios.
Como podemos obter estes novos pares se não sabemos a
expressão algébrica da função?
Para o efeito, fazemos um ajuste gráfico e uma interpolação.
Interpolar é obter, a partir dos dados já conhecidos, um novo
par de valores compreendido entre eles.
A Teresa comprou um computador por 1500 €. Numa revista
leu qual seria o valor do referido computador ao fim de um ano,
de dois anos e de quatro anos após o ter comprado, como se pode
ver na tabela.

Ano 0 1 2 3 4
Valor/€ 1500 1200 960 ? 615

Como é que a Teresa pode calcular o valor do computador Valor/€


ao fim de três anos?
Representamos os pares conhecidos num gráfico. 1500
Unimos com um segmento os pontos correspondentes a 1200
2 e 4 anos. Desenhando uma recta vertical desde o valor 3 e,
logo, desde o ponto de intersecção, uma recta paralela que 900
intersecte o eixo vertical, vemos que o valor do computador 600
será aproximadamente de 800 €.
Vamos calcular de forma numérica o seu valor: 300


Em 2 anos (4 2 2) desvalorizará 960 2 615 5 345 €


Em 1 ano desvalorizará û 1 2 3 4 5 Anos
345
Como û 5 5 172,50 €, o valor do computador no terceiro ano será: 960 2 172,50 5 787,50 €.
2

Gauss
Gauss nasceu em Brunswick em 1777. Destacou-se como
matemático, físico e astrónomo. Quando tinha dez anos, o seu
professor propôs-lhe um problema que consistia em somar os
100 primeiros números naturais e, enquanto os seus colegas
faziam somas intermináveis, Gauss escreveu rapidamente o
resultado no quadro. O professor presenteou-o com um livro de
Aritmética, que Gauss leu e corrigiu de forma imediata.
Gauss estudou Matemática e foi catedrático desta disciplina
em Kazán e de Astronomia em Göttingen.
Faleceu em Göttingen em 1855.

274 DESAFIOS  •  Matemática  •  7.o ano  •  Material fotocopiável © Santillana-Constância

139513 251-318 P5.indd 274 16/03/10 14:35:11


Parte

as facturas
5

Recursos para a aula


Quando compras algo, o vendedor deve dar-te sempre uma factura. A factura certifica a venda e
é o único meio de reclamação caso existam defeitos. Uma factura, para ser válida, tem de ter as seguin-
tes características.
a) Nome e morada da sociedade, empresa ou particular que vende o produto.
b) Número da factura.
c) Assinatura do vendedor.
d) Carimbo da empresa.
e) NIF da empresa.
Presta atenção ao exemplo e observa que se cumprem todas as condições necessárias para que
a factura seja legal.

Estrada da Outurela, 118


2794-084 Carnaxide
PORTUGAL
FACTURA 0035

Quantidade Descrição Preço/Unidade (euros) Total (euros)

5 Produto X 12,25 61,25


3 Produto Y 10,00 30,00

Subtotal 1 91,25
5% de desconto 4,56
Subtotal 2 486,69
20% de desconto 417,34
TOTAL 104,03
Telf. +351 12 345 6789 NIF: 123 456 789

Os homens primitivos conheciam a proporcionalidade?


O homem primitivo não sabia utilizar
equações nem fórmulas, mas descobriu que,
quanto mais tempo caminhava, mais caminho
percorria. Esta ideia é a base da proporciona-
lidade.
Em tribos que se mantiveram num nível
cultural muito primitivo, os antropólogos
observaram que os indígenas mediam as
grandes distâncias em dias ou luas (um mês
lunar são 28 dias). Mas que sentido tem medir
distâncias em tempos? Nenhum sentido físico,
pois são grandezas completamente diferen-
tes. Só teria sentido se se tivesse descoberto
a relação de proporcionalidade entre elas.
Nessa altura, seria natural medir uma distân-
cia em dias de caminho. O mesmo tem vindo
a fazer o Homem durante séculos até hoje.

DESAFIOS  •  Matemática  •  7.o ano  •  Material fotocopiável © Santillana-Constância 275

139513 251-318 P5.indd 275 16/03/10 14:35:12


Parte

5 Conteúdos prévios
Recursos para a aula

CONVÉM QUE… Nesta tabela representa-se o produto de dois factores.


Saibas interpretar uma tabela
numérica. Factor Factor Produto

PORQUE… 1 7 13757

Irás utilizá-la para definir funções. 2 7 2 3 7 5 14


3 7 3 3 7 5 21
4 7 4 3 7 5 28
5 7 5 3 7 5 35

CONVÉM QUE…
Saibas como se localiza um ponto 5
no plano.
A árvore está na casa
4 (C, 4).
PORQUE…
3 O hospital está na casa
Ser-te-á útil para determinares
(B, 2).
as coordenadas de um ponto. 2
O lago está na casa
1 (F, 2).
A B C D E F G H I

Uma EXPRESSÃO ALGÉBRICA é um conjunto de letras e números unidos


CONVÉM QUE…
mediante operações aritméticas.
Recordes o que é uma expressão
algébrica.
Enunciado Expressão algébrica
PORQUE…
O triplo de um número 3û
Irás utilizá-la para representar û
a relação entre algumas grandezas. A metade de um número
2
O quadrado de um número û2
O quadrado de um número mais duas unidades û2 1 2

Dada a expressão algébrica:


CONVÉM QUE…
û2 1 3û 1 2
Saibas calcular o valor numérico
de uma expressão algébrica.
O valor numérico desta expressão, para û 5 4, é:
PORQUE…
42 1 3 3 4 2 2 5 16 1 12 2 2 5 26
Ser-te-á útil para calcular
as coordenadas de um ponto.

276 DESAFIOS  •  Matemática  •  7.o ano  •  Material fotocopiável © Santillana-Constância

139513 251-318 P5.indd 276 16/03/10 14:35:13


Parte

Notação matemática
5

Recursos para a aula


O QUE SIGNIFICA?  Como escrevemos?
A(1, −2) Indica um ponto de coordenadas Os pontos nomeiam-se com uma letra maiúscula.
1 e 22. Costuma utilizar-se as letras A, B, C, …, e também
 3 P, Q, R, …
B  21,  B e C indicam o ponto de coordenadas
 5 Quando há vários pontos, por vezes, designam-se por
3
21 e . P1, P2, P3, …
5 Após a letra figuram, entre parênteses, as suas
C(−1, 3/5) 
coordenadas separadas por uma vírgula e um espaço
D(1; 2,3) Indica um ponto de coordenadas
em branco.
1 e 2,3.
As coordenadas fraccionárias podem indicar-se na forma
E(3,2; 4) Indica um ponto de coordenadas horizontal ou vertical.
3,2 e 4. Quando uma das coordenadas é um número decimal,
substitui-se a vírgula que separa as duas coordenadas
por ponto e vírgula.

O QUE SIGNIFICA?  Como escrevemos?


û, O û Indicam o eixo das abcissas. Utilizamos O û, ou eixo
y das abcissas, quando
O Representa a origem das coordenadas,
nos referimos a este eixo.
o ponto (0, 0).
No gráfico apenas
y, Oy Indicam o eixo das ordenadas. escrevemos û.
Utilizamos Oy, ou eixo
das ordenadas, quando
O û nos referimos a este eixo.
No gráfico apenas
escrevemos y.

O QUE SIGNIFICA?  Como escrevemos?


f(û) 5 û 2 5 Ambas são expressões que representam Uma função pode representar-se mediante a expressão
a função cuja expressão algébrica f(û) ou mediante a letra y.
é Æ 2 5.
y5û25

O QUE SIGNIFICA?  Como escrevemos?


(û, y) Indicam o ponto formado por um número Se se afirma que o ponto (2, 3) pertence a uma função f,
e o valor da função nesse número. isto significa que se û 5 2, y 5 3, ou que f(2) 5 3. Isto é,
(2, 3) 5 (2, f(2)).
(û, f(û))

DESAFIOS  •  Matemática  •  7.o ano  •  Material fotocopiável © Santillana-Constância 277

139513 251-318 P5.indd 277 16/03/10 14:35:13


Parte

5 Conteúdos prévios
Recursos para a aula

CONVÉM QUE… Uma GRANDEZA é qualquer característica que se possa medir e exprimir
através de uma quantidade ou número.
Saibas o que é uma grandeza.
São grandezas: a altura, o comprimento, o peso, a área, o volume, o preço…
PORQUE…
Não são grandezas: os meses do ano, o nome das pessoas…, e, regra geral,
As relações que vais estudar qualquer característica não quantificável através de números.
referem-se a elas.

CONVÉM QUE… Uma RAZÃO é um quociente entre dois números ou quantidades comparáveis;
Distingas entre razão e proporção. por exemplo: 2 , 2,2 , 3 , … a 5 c 1 5 3 , 1,2 5 0,6 , …
3 10 6,8 b d 2 6 1,6 0,8
PORQUE… Uma PROPORÇÃO é uma igualdade de duas razões: em que a, b, c e d são
Ser-te-á útil para compreenderes as números e a 3 d2 ,52,2
b ,3 3c; ,por a c 1
… exemplo:
5
3 1,2
5 , 5
0,6
,…
propriedades da proporcionalidade 3 10 6,8 b d 2 6 1,6 0,8
entre grandezas.

CONVÉM QUE… Duas grandezas são DIRECTAMENTE PROPORCIONAIS quando, ao multiplicar


(ou dividir) qualquer delas por um número, a outra fica multiplicada (ou dividida)
Recordes quando duas grandezas
pelo mesmo número.
são directa ou inversamente
proporcionais.
O lado de um quadrado ℓ e o seu perímetro P são grandezas directamente
proporcionais: se ℓ 5 2, então P 5 8; se ℓ 5 4, então P 5 16…
PORQUE…
33
Servir-te-á como ponto de partida 32
para compreenderes como se 2 4 6
trabalha com grandezas. 5 5
8 32 16 24
33

Duas grandezas são INVERSAMENTE PROPORCIONAIS quando, ao multiplicar


qualquer delas por um número, a outra fica dividida pelo mesmo número.
O número de operários e o tempo que levam a pintar uma parede são
grandezas inversamente proporcionais:
Dois operários levam 8 horas, 4 operários levam 4 horas, 8 operários levam
2 horas…
23854345832

278 DESAFIOS  •  Matemática  •  7.o ano  •  Material fotocopiável © Santillana-Constância

139513 251-318 P5.indd 278 16/03/10 14:35:14


Parte

Notação matemática
5

Recursos para a aula


O QUE SIGNIFICA?  Como escrevemos?
a b c
5 5 5 k Indica uma Para exprimir uma proporcionalidade directa ou inversa,
a' b' c' proporcionalidade costumam utilizar-se as primeiras letras do abecedário,
directa. a, b, c, … para os valores da primeira grandeza e a’, b’ e c’,
… para os valores da segunda.
a 3 a’ 5 b 3 b’ 5 c 3 c’ 5 k Indica uma
proporcionalidade Em ambos os casos a constante de proporcionalidade
inversa. indica-se com a letra k.

O QUE SIGNIFICA?  Como escrevemos?


a → b Ambas as expressões indicam uma proporção Quando escrevemos uma regra de três simples, quer seja


c → û em forma de regra de três simples. directa ou inversa, as quantidades conhecidas são


indicadas pelas letras a, b, c e o termo desconhecido com
2 → 5 A primeira expressão em forma genérica,


a letra û; as setas que nos indicam as razões


6 → û e a segunda com um exemplo concreto.
substituem-se por vezes por traços.
Depois agrupa-se tudo com uma chaveta, }.

O QUE SIGNIFICA?  Como escrevemos?


% Escrito depois de uma quantidade indica que esta Para exprimir uma quantidade em percentagem,
se exprime em percentagem. escrevemos a quantidade, deixamos um espaço
e, depois, colocamos o símbolo %.
‰ Indica que a quantidade que a precede se expressa
em permilagem. Para exprimir uma quantidade em permilagem,
escrevemos a quantidade, deixamos um espaço
e, depois, colocamos o símbolo ‰.
5 %, 7 %, 12,35 %, 9,34 ‰, 12 ‰

O QUE SIGNIFICA?  Como escrevemos?


i Indica os juros obtidos ao investir uma quantidade Com a letra i indica-se o juro que obtemos se investirmos
de dinheiro (capital). um capital.
A letra C utiliza-se para indicar o capital. Por vezes,
C Indica o capital investido.
distingue-se entre o capital inicial que investimos C0,
r Indica o rédito aplicado ao capital. e o capital final que obtemos Cf, que resulta da soma
do capital inicial e do juro.
t Indica o tempo em que o capital está investido.
O rédito é uma quantidade que é dada em percentagem
e costuma indicar-se com a letra r.
Utilizamos a letra t para assinalar o tempo em que
o capital está investido.

DESAFIOS  •  Matemática  •  7.o ano  •  Material fotocopiável © Santillana-Constância 279

139513 251-318 P5.indd 279 16/03/10 14:35:14


Parte

5 Na vida quotidiana… Gráficos e recipientes


Recursos para a aula

•  Valorizar a utilidade da linguagem gráfica para estudar problemas da vida quotidiana e da ciência.
•  Interpretar gráficos simples correspondentes a fenómenos reais e trabalhar com os mesmos.

1 Gráficos a partir de recipientes No entanto, estes recipientes não se enchem de


igual forma quanto à altura. Há recipientes que
Observando as figuras, poderás verificar que há inicialmente enchem muito depressa e depois
recipientes que têm a mesma altura e volume. cada vez menos, ou ao contrário.
São eles um vaso esférico, um cilíndrico, outro
cónico, e o último tronco-cónico. Que gráfico corresponde a cada um? Antes de
responderes a esta pergunta, vamos realizar
1 2 3 4 algumas actividades prévias para que te seja
mais simples.
Observa os três vasos cilíndricos da figura.

Seguidamente mostramos-te os cortes transver-


sais dos recipientes com as suas corresponden-
tes graduações. A B C

1 2 3 4
Têm os três o mesmo volume, mas base e altura
diferentes.
Imagina que vais enchendo com água os três
vasos com torneiras com o mesmo caudal.
Imagina que enchemos os quatro recipientes Os três acabarão por encher ao mesmo tempo,
com torneiras com o mesmo caudal, isto é, com mas a altura da água em cada instante será dife-
igual quantidade de entrada de água, a cada rente em cada caso.
minuto; anotamos numa tabela a altura de água
Observa que no gráfico que se obtém no caso
em cada vaso. Uma vez completas as tabelas,
do recipiente A não há unidades nos eixos,
desenhamos os gráficos correspondentes a cada
embora possas colocá-las tu, por exemplo: tempo
recipiente: são gráficos tempo-altura.
em minutos e altura em centímetros.
Gráfico A Gráfico B
Altura

Altura

Altura

Tempo Tempo Tempo

Gráfico C Gráfico D
Realiza as seguintes actividades
Altura

Altura

a) Comparando os recipientes A e B, qual é o


mais alto?
b) No gráfico correspondente ao recipiente B,
Tempo Tempo em cada unidade de tempo que decorre,
a água alcançará maior altura do que no caso
Repara que todos eles terminam no mesmo
A ou menor?
ponto pois, como já referimos, os recipientes
têm todos a mesma altura e o mesmo volume. c) Representa os gráficos de B e C.

280 DESAFIOS  •  Matemática  •  7.o ano  •  Material fotocopiável © Santillana-Constância

139513 251-318 P5.indd 280 16/03/10 18:25:32


Parte

5
2 Recipientes a partir de gráficos Observa os seguintes gráficos.

Observa o gráfico anterior. Se resolveste correc- Gráfico A Gráfico B

Recursos para a aula


tamente o exercício, os gráficos dos recipientes
B e C devem ter maior inclinação do que o grá-

Altura

Altura
fico do recipiente A.
Vamos agora ver o que sucede se os recipientes
que temos são cilíndricos, mas são formados por
diferentes tipos de cilindros, como o da figura. Tempo Tempo

Gráfico C

Altura
Tempo
Imagina que temos três recipientes, cujos cortes
transversais são os seguintes. O gráfico A cresce uniformemente.
O gráfico B começa por crescer lentamente em
altura e, à medida que o tempo passa, cresce
A B C mais depressa. O gráfico é formado por três
ramos que são rectas.
O gráfico C é exactamente ao contrário: começa
O gráfico do recipiente A será formado por um muito depressa e, depois, cresce mais devagar.
ramo de linha recta até certo ponto, e por outro É também formado por três ramos que são linhas
ramo com linha recta com maior inclinação no rectas.
segundo ramo.
A partir dos gráficos, representa o tipo de reci-
piente que corresponde a cada caso.
Realiza as seguintes actividades
Voltando ao problema inicial, as características
a) Completa o gráfico do recipiente A. dos recipientes são:
a) a mesma altura;
b) o mesmo volume;
Altura

c) diferente forma e base.

Tempo Realiza as seguintes actividades

a) Se associássemos a cada gráfico um recipiente,


b) Constrói o gráfico dos recipientes B e C.
saberias dizer a que recipiente corresponde
c) Se continuássemos a colocar cilindros mais cada gráfico?
pequenos nos recipientes, como achas que
b) Constrói o gráfico tempo-altura dos recipien-
seriam os seus gráficos?
tes com estes cortes transversais.

Vejamos, em seguida, o processo inverso: vamos


desenhar os gráficos e analisar que tipo de reci-
piente corresponderia a um determinado grá-
fico.

DESAFIOS  •  Matemática  •  7.o ano  •  Material fotocopiável © Santillana-Constância 281

139513 251-318 P5.indd 281 16/03/10 14:35:18


Parte

5 Na vida quotidiana… Gráficos nas Ciências


Recursos para a aula

•  Analisar diferentes funções retiradas de situações reais a partir do seu gráfico.


•  Representar graficamente uma função, a partir de uma tabela de valores, e obter a sua expressão algébrica.
•  Obter a representação gráfica de uma função, a partir da sua expressão algébrica.
•  Construir tabelas de funções com valores obtidos de forma empírica.

1 O
 s gráficos calor-temperatura nas mudanças
de estado físico
O calor é uma forma de energia e, quando for-
necemos calor a um corpo, esta energia é utili-
zada para aumentar o nível de calor no dito
corpo. A esse nível de calor chama-se tempera-
tura.
Ao atingir determinadas temperaturas (diferen-
tes para cada substância), denominadas ponto
de fusão e ponto de ebulição. Um maior acrés-
cimo de energia (calor) não significa uma eleva-
ção de temperatura, mas sim uma mudança de
estado físico da substância.
2 O crescimento de uma população
•  Ponto de fusão: passagem de sólido a líquido.
•  Ponto de ebulição: passagem de líquido a ga­- O crescimento de determinadas populações de
soso. seres vivos pode ser muito rápido. Observa a
seguinte tabela, que representa o número de bac-
O gráfico mostra esse processo para o caso da
térias existentes numa cultura em laboratório.
água.
Tempo/h Bactérias/milhares
y
0 100
III
b 1 165

II 2 272
3 448
I
a 4 739
5 1218

û Realiza as seguintes actividades

a) Representa os dados num gráfico.


Realiza as seguintes actividades
b) Une os pontos mediante segmentos de rec-
a) O que se representa no eixo dos ûû? E no tas. Todos têm a mesma inclinação?
eixo dos yy?
c) Quantas bactérias haverá ao fim de seis horas?
b) Que temperaturas correspondem às letras a E ao fim de dez horas?
e b?
d) Determina graficamente o tempo que as
c) Que interpretação dás a cada um dos ramos bactérias demoram a duplicar-se, por exem-
do gráfico assinalados como I, II e III? plo, para passar de 100 a 200.
d) Representa um gráfico como o anterior para e) Graficamente, indica ao fim de quanto tempo
o ferro, com um ponto de fusão de 1536 ºC há 5000 bactérias.
e um ponto de ebulição de 3000 ºC.
f) Obtém uma expressão algébrica que repre-
sente a população de bactérias em função
do tempo.

282 DESAFIOS  •  Matemática  •  7.o ano  •  Material fotocopiável © Santillana-Constância

139513 251-318 P5.indd 282 16/03/10 14:35:18


Parte

3 Os sistemas elásticos


Um sistema elástico, por exemplo, uma mola,
4 O CO2 e o aquecimento global
Os gases, como o dióxido de carbono (CO2)
5

Recursos para a aula


exerce uma força directamente proporcional ao e o metano (CH4), criam um efeito de estufa
alongamento em relação à sua posição de natural, sem o qual a vida neste planeta não
equilíbrio. seria possível.
A expressão algébrica desta lei, a lei de Hooke, O que acontece é que, desde a era industrial,
é F 5 k 3 û, onde k é a constante do sistema, û a actividade humana tem vindo a acrescentar
é o alongamento e F é a força. É, portanto, uma na atmosfera um excesso desses gases, sobretudo
função linear. ao queimar combustíveis, como o petróleo,
o carvão ou o gás. Este excesso de CO2 provoca,
Consideremos uma mola cuja constante seja de
entre outros fenómenos, um sobreaquecimento
2,5 e o seu limite de elasticidade de 10 cm.
da atmosfera.

Realiza as seguintes actividades Aparentemente, durante séculos, a quantidade


de CO2 tinha permanecido estável na atmosfera,
a) Representa a função alongamento (em cm) vs mas desde o começo da industrialização houve,
força (em newtons, N). aproximadamente, um acréscimo de 30%.

28
O painel Intergovernamental sobre as Alterações
26 Climáticas (IPCC), um fórum internacional de
24 cientistas e especialistas em climatologia,
22
20 publicou um relatório em 1990 e outro em finais
18 de 1995.
Força/N

16
14
12 Nestes relatórios afirmava-se que, se o actual
10 índice de emissões continuasse, a concentração
8
6 atmosférica de CO2 em meados do século xxi
4 será o dobro da registada antes da revolução
2
industrial. Esta concentração mede-se em ppb
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 (partículas de CO2 por cada mil milhões de
Alongamento/cm partículas), e, na época pré-industrial, a
concentração na atmosfera era de 0,28 ppb.
b) A que força corresponde um alongamento
de 5,5 cm? E um alongamento de 11 cm?
Realiza as seguintes actividades
c) Quando a força é de 10 N, que alongamento
houve na mola? Se for de 20 N, corresponderá a) Que concentração de CO2 (em ppb) há
ao dobro do alongamento? actualmente?

d) Considera outra mola cuja constante seja b) Supondo que a concentração cresce 12% a
5 e o seu limite de elasticidade seja 20 cm, cada dez anos, constrói uma tabela que
e representa graficamente a relação represente as concentrações de CO2 até ao
alongamento-força. Que característica tem final do século.
a função? c) R epresenta graficamente os dados da
tabela.

DESAFIOS  •  Matemática  •  7.o ano  •  Material fotocopiável © Santillana-Constância 283

139513 251-318 P5.indd 283 16/03/10 14:35:19


Parte

5 Na vida quotidiana… Os impostos


Recursos para a aula

•  Calcular percentagens sucessivas.


•  Compreender os conceitos básicos que intervêm no IVA e na declaração de rendimentos das pessoas físicas:
rendimentos, retenções e deduções.
•  Estudar um caso prático de cálculo do IVA e da base dedutível de uma declaração de rendimentos.

1 O IVA e o seu processo de cálculo Realiza as seguintes actividades

O IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) é a) Que quantidade de IVA cobra e tem de dar
um imposto indirecto que incide sobre o con- às Finanças o fabricante?
sumo e se cobra na realização de transacções,
entrega de bens e prestações de serviços, reali- % de €5 €
zadas no desenvolvimento de uma actividade b) Que quantidade de IVA cobra e que quanti-
empresarial ou profissional. dade tem de dar o grossista às Finanças?
O IVA actua cobrando uma percentagem sobre •  C
 alcula o IVA que cobra:
o preço de cada produto. Esta percentagem varia
de acordo com o produto de que se trata. Assim, % de €5 €
os produtos de primeira necessidade têm um
IVA muito reduzido, 5%, ou reduzido, 12%, tendo •  O
 grossista paga a diferença entre o que
os outros um IVA superior, 20%. ele cobrou de IVA e o que pagou de IVA ao
fabricante:
Desde a matéria-prima até ao consumidor, um
produto vai passando por diferentes pessoas, e 2 5 €
cada uma delas, em virtude do seu trabalho,
aumenta o preço desse produto; é por esse valor c) Que quantidade de IVA cobra e que quanti-
acrescentado que deve pagar uma percentagem: dade de IVA tem de dar às Finanças o dono
o IVA às Finanças. da loja?
•  C
 alcula o IVA que cobra:
Situação problemática
% de €5 €
Um fabricante elabora um produto que vende
•  O dono da loja paga às Finanças a diferença
a um grossista por 240 €. O grossista paga ao
fabricante 12% de IVA. Em seguida, o grossis­- entre o que ele cobra de IVA e o que pagou
ta vende o produto a uma loja pelo valor de de IVA ao grossista:
300 €, o dono da loja paga ao grossista os 12% 2 5 €
de IVA.
d) Quanto custa o produto ao comprador?
O dono da loja vende o mesmo produto ao
público por 390 € mais 12% de IVA. Quanto paga 1 5 €
de IVA cada um? Qual o total de IVA pago?
PVP IVA Total

e) Verifica se o que o consumidor final paga de


IVA coincide com a soma do que pagaram
por esse produto as três pessoas intervenien-
tes no processo.

5 1 1

284 DESAFIOS  •  Matemática  •  7.o ano  •  Material fotocopiável © Santillana-Constância

139513 251-318 P5.indd 284 16/03/10 14:35:19


Parte

5
2 A declaração de rendimentos 2.º Fazemos o mesmo com o rendimento mobi-
liário:
Além dos impostos indirectos como o IVA, há

Recursos para a aula


outros tipos de impostos, denominados directos, 2 5
como o Imposto de Rendimento Singular (IRS), Rendimento Gasto de Rendimento
o Imposto sobre o Património, etc. mobiliário administração líquido
mobiliário
O IRS é um imposto directo que paga a maioria
3.º A base dedutível será a soma dos rendimen-
das pessoas que obtém receitas consoante
tos líquidos do trabalho e mobiliário:
têm:
—  Rendimentos laborais; 1 5
—  Rendimentos de capital mobiliário; Rendimento Rendimento Base
—  Rendimentos de capital imobiliário. líquido líquido dedutível
trabalho mobiliário
Por outro lado, há que ter em conta que na decla-
4.º A esta base aplica-se um escalão de encargos.
ração, que se costuma fazer durante os meses
Para simplificar, vamos supor que é 18,7% da
de Maio e Junho, se devem reflectir os rendi-
base; portanto a quota inteira é:
mentos correspondentes ao ano anterior e que
previamente se efectuaram retenções na fonte 18,7% de 5 €
sobre o que se tem de pagar.
Além disso, há também deduções familiares, 5.º Calculamos o total de deduções:
pagamentos à segurança social, etc.
1 5
Vamos trabalhar com um exemplo muito simples Por filhos Por trabalho Total
de declaração de rendimento, com os seguintes dependente
dados fictícios.
6.º A quota líquida calcula-se assim:
Completa os campos pela ordem indicada e
determina se o Sr. Pereira receberá ou terá de 2 5
pagar às Finanças por este imposto. Quota inteira Deduções Quota líquida

Situação problemática 7.º Quota diferencial (QD) é igual à quota líquida


menos as retenções por conta:
O Sr. Pereira, casado, com dois filhos, teve como
salário bruto, correspondente ao ano de 2008, 2 2 5
21 000 € com as seguintes características. Quota líquida Retenção Retenção Quota
trabalho mobiliário diferencial
—  Retenções na fonte: 14% do total.
—  Pagamento à Segurança Social: 1068 €. 8.º Resultado final:
—  Gastos dedutíveis do trabalho: 5%.
a) Se QD , 0, tem a receber €
•  Rendimentos das rendas mobiliárias (conta


b) se QD . 0, Junho: 60% €
corrente): 480 €.
tem de pagar Nov.: 40% €
—  Retenção: 18 %.
—  Gasto de administração dedutível: 12 €.

•  Outras deduções:

—  Por dois filhos: 180 €/filho.


—  1
 62 € por rendimento do trabalho depen-
dente.
1.º Calculamos o rendimento líquido dos rendi-
mentos do trabalho:

2 2 2
Rendimento Segurança Gasto Rendimento
do trabalho Social dedutível líquido
do trabalho do trabalho

DESAFIOS  •  Matemática  •  7.o ano  •  Material fotocopiável © Santillana-Constância 285

139513 251-318 P5.indd 285 16/03/10 14:35:20

Você também pode gostar