CONTRA CAPA
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
Esse relatório visa relatar a minha experiência durante meu estágio na área
hospitalar, relacionando os principais pontos da minha atividade na instituição com a
teoria, além de fundamentar e apresentar os aportes teóricos que sustentaram a
minha prática durante o período de estágio.
O presente relatório desenvolve-se a partir da atividade que eu pude exercer
no Hospital Distrital Gonzaga Mota de Messejana, que se constitui em prática e
supervisão, sendo uma preparação educativa da minha formação, onde tive a
oportunidade de observar e praticar dentro de uma instituição hospitalar com
profissionais capacitados com o auxílio de supervisão orientado por uma professora
da faculdade onde sou graduanda.
Meu interesse pela área Hospitalar se manifestou bem antes da própria
disciplina de Psicologia Hospitalar na faculdade, sempre me senti muito atraída por
esse ambiente, não sei se pelo fato de ter muitas pessoas da família que trabalham
em hospitais, mas pude confirmar essa afinidade semestre passado, enquanto
cursava a cadeira, e esse semestre, enquanto estagiei.
Acredito que diversas situações em hospitais podem ser ganchos para
sofrimento intenso, e percebo a importância do auxílio da psicologia para esses
pacientes que se encontram em um momento de desequilíbrio ou desorganização.
Tendo em vista o benefício que esse serviço pode ofertar, optei por estagiar nessa
área com a expectativa de ver a realidade desse trabalho, aprender observando,
praticando e proporcionar algo positivo para algum paciente, sempre que fosse
possível.
Como já dito, o estágio aconteceu no HDGMM, onde eu permanecia na
instituição todas as terças-feiras de 08h às 12h e baseou-se na teoria e prática da
Psicologia da Saúde e Psicologia Hospitalar, visando trabalhar adversidades
relacionadas à doença, internação e os impactos que isso pode trazer, ajudando tanto
o paciente, como também seus familiares e a equipe a conviver e lidar com as
questões que irão surgir e trazer sofrimento à tríade citada anteriormente. Nosso
trabalho irá ajudar o paciente a adaptar-se a essa nova situação de forma que ele não
sofra além do necessário, auxiliando o seu ajustamento a um novo meio físico,
buscando auxiliar o seu equilíbrio emocional durante o período que pode ocasionar
uma crise.
É importante destacar, e aprofundaremos mais a frente, que a Psicologia
Hospitalar e a Psicologia da Saúde são conceitos diferentes. A primeira diz respeito
a uma prática inexistente em outros países, recebendo essa denominação apenas no
Brasil, enquanto a Psicologia da Saúde é o termo utilizado nos outros países para
denominar essa atividade, sendo essas, duas práticas bastantes próximas, mas ainda
assim distintas, pelo menos de forma teórica.
Na minha experiência pude ver algumas situações em que o atendimento da
psicologia era extremamente necessário para assegurar o equilíbrio emocional e a
organização do paciente em momentos críticos. Pude perceber como é importante ter
profissionais que tenham sensibilidade frente às pessoas que estão em momentos de
fragilidade, e que na grande maioria das vezes, o processo de escuta é o melhor
benefício que se pode propor a alguém. E não só uma sensibilidade para ouvir, mas
também para falar. Falar de forma que o outro realmente te escute e sinta-se ouvido,
compreendido, amparado.
Dessa forma pude confirmar a importância do trabalho de um psicólogo em
hospitais e como a intervenção feita por esses profissionais pode ser benéfica e
prevenir situações mais agravantes aos pacientes.
2. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
O Hospital Distrital Gonzaga Mota de Messejana é referência em assistência à
saúde materno-infantil, oferece internação nas especialidades de pediatria,
neonatologia, ginecologia, obstetrícia (parto normal e cirúrgico), estrutura para
atenção às urgências na área materno-infantil (24 horas), unidade de observação,
tecnologia diagnóstica e terapêutica clínica e funcional. Também está no perfil da
unidade, oferecer assistência ambulatorial especializada, Serviço Interdisciplinar em
Ginecologia e Obstetrícia para Adolescente (SIGO-Adolescente), Mastologia,
Cardiologia, Hematologia, Endocrinologia, Psicologia, Fisioterapia Obstétrica e nas
Disfunções do Assoalho Pélvico, Estimulação Precoce (Fisioterapia, Fonoaudiologia
e Terapia Ocupacional) e ainda, Programa de Atendimento à Mulher Vítima de
Violência Sexual e Doméstica.
6. CONCLUSÃO
Falar aqui pq eu ainda não fiz
Posso falar que não sei se consegui conversar muito superficialmente com ela
pq não sabia como prosseguir ou pq ela estava com muita dor
Acho que na conclusão: quando tiver falando da recepção do psis, dizer que
todos me deram abertura para falar a agir nos setores, que eu me senti muito livre
para experimentar e tal
Lembro que queria passar por várias experiências e conhecer vários setores
do hospital, e quase como uma conspiração do mundo ao meu favor, tive essa
oportunidade e pude conhecer um pouco de vários setores
Será que eu devo falar que não me senti fundamental em nenhum processo,
mas acredito que isso colaborou para a minha formação?
Lembrar de colocar as referencias direito
https://saude.fortaleza.ce.gov.br/infosaude-menu/2-uncategorised/58-
hospitais-distritais-gonzaguinhas
http://partoquetequeroperto.blogspot.com.br/2011/07/o-gonzaguinha-de-
messejana.html
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
98932004000300007&lng=en&tlng=en
https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2006/01/resolucao2001_2.pdf
Capitulo 1 da apostila
7. ANEXOS
Diário de Campo 1 – 19/09/2017
Hoje, dia 19 de setembro de 2017, fui para o meu primeiro dia de estágio no
Hospital Doutor Gonzaguinha Mota de Messejana. Ao chegar, procurei a Professora
Sandra no CEAP e me informaram que ela estava na sala da Assistência Social.
Fui até a sala onde a Sandra estava e lá ela me recebeu, me desejou boas-
vindas e tivemos uma rápida conversa. Falou bem rapidamente que o Hospital
oferece assistência à saúde materno-infantil e que me levaria para a sala da
Psicologia e lá eles iriam conversar mais sobre o hospital comigo. Ela perguntou se
eu tinha levado jaleco e crachá, pontuou que meu calçado estava adequado e me
instruiu rapidamente sobre o uso do crachá e de acessórios. Ela me informou que
seria melhor utilizar o crachá apenas pelo prendedor e deixar o cordão guardado, me
aconselhou a não utilizar acessórios, como brincos, pulseira e cordão, pois poderia
acontecer imprevistos com algum paciente e esses adornos poderiam interferir
negativamente na minha própria proteção. Enquanto ela terminava de falar, tirou o
brinco na minha frente, e então eu tirei o meu também.
Após ter permanecido menos de cinco minutos com a Sandra, nós
caminhamos até a sala da Psicologia. Quando entramos, fui apresentada aos
psicólogos que estavam presentes e a Juliana, coordenadora do setor da Psicologia,
me chamou para sentar perto dela e conversar. Eu disse que sou aluna do oitavo
semestre de Psicologia da Faculdade Maurício de Nassau e que estava fazendo
supervisão com a Mykaella. Mais uma vez recebi boas-vindas e ela me falou dos
serviços que eram ofertados pelo Gonzaguinha, mas deixou para me explicar melhor
quando estivéssemos conhecendo o hospital e visitando o respectivo local de cada
setor. Perguntou se eu tinha preferência por algum setor para estagiar e eu disse que
gostaria de conhecer um pouco mais antes de decidir, quis saber quais eram as
minhas expectativas em relação ao estágio e eu contei que esperava ajudar alguém,
mesmo que através da forma mais simples, acolhendo e ouvindo quem estivesse
precisando.
Ela me informou que hoje os psicólogos estariam mais dispersos por conta de
um evento que estava acontecendo no hospital e aproveitou para me convidar a
participar do evento, já que ela iria me acompanhar nesse momento inicial e ela
participaria do evento.
Quando saímos da sala fomos caminhando pelo hospital, antes de ir para o
evento e passamos por alguns setores. Ela me mostrou onde ficava e explicou como
funcionava o alojamento, a sala de parto, a emergência e internação pediátrica e
alguns outros locais do hospital antes de seguirmos para o evento. Enquanto estava
acontecendo o coffe brake nós permanecemos no auditório conversando. Ela me
falou sobre as outras áreas que ainda não tínhamos visitado. Apresentou verbalmente
o ambulatório e disse que lá aconteciam os atendimentos para mulheres vítimas de
violência doméstica e sexual e paciente com HIV e AIDS e também falou da UTI. Após
saber superficialmente como funcionava cada um desses setores do hospital, fiz
algumas perguntas sobre alguns setores e perguntei se poderia ficar no ambulatório,
mas ela explicou que lá só ficavam profissionais até mesmo por conta da gravidade
dos casos e da importância do sigilo. Decidi então ficar no parto e fiquei sabendo que
ela mesma é a psicóloga responsável por esse setor.
Eu perguntei sobre a atuação dela no Gonzaguinha, há quanto tempo ela era
formada e se trabalhava em alguma outra área da Psicologia além da área da Saúde.
Fiquei sabendo que ela também trabalha em consultório e ficamos conversando sobre
a abordagem que ela utiliza, a Análise Transacional, da qual eu nuca havia ouvido
falar e pedi para que ela me falasse um pouco sobre ela. Ficamos conversando sobre
a abordagem e as formações dela até o evento começar.
O evento foi sobre cuidados humanizados com recém-nascidos e, apesar do
diálogo não ter muita relação com a psicologia, eu achei muito interessante e rico,
fiquei sabendo de várias coisas que podem até mesmo me auxiliar no diálogo com as
pacientes gestantes e mães, além disso, foi bom para conhecer alguns outros
profissionais do hospital e perceber a implicação e sensibilidade deles frente a essa
temática.
Quando as atividades da manhã do evento acabaram, nós voltamos a visitar
alguns setores do hospital, começando pela área onde as gestantes ficam
aguardando atendimento para saber como irão prosseguir com elas. Já na recepção
desse setor, a Juliana ficou sabendo que estavam procurando-a para atender uma
paciente que estava chorando muito desde o momento que chegou. Ao prosseguir,
passamos pela UTI Neonatal e por um outro setor de internação que estava
desativado por questões físicas, mas realocado em outra parte do hospital. Depois
visitamos a sala de medicação e enquanto isso a Juliana falava sempre com algum
outro funcionário para saber como as coisas estavam e buscando a paciente que
estava precisando de atendimento.
Voltamos para a sala da Psicologia e quando a Juliana abriu a porta, um dos
psicólogos estava atendendo justamente a paciente que chegou chorando.
Recuamos e nos sentamos em um banco no corredor e ficamos conversando sobre
o meu primeiro dia e o funcionamento do hospital.
Fiquei sabendo de alguns casos que chegam ao hospital e que muitas vezes
há a necessidade de acompanhamento psicológico para eles, como o caso de
dependentes químicos que por vezes chegam sob efeito de drogas e passam pelo
processo de abstinência. Que é muito recorrente casos de aborto, onde muitas vezes
as gestantes descobrem numa simples consulta que o feto está morto. Também
falamos sobre o acompanhamento de algumas gestantes durante o parto e como a
simples presença e o ato de segurar na mão da paciente pode ser tão importante.
Alguns minutos após sentarmos no corredor, o psicólogo que estava
atendendo a paciente da qual falei a pouco, saiu da sala e repassou o caso para a
Juliana, pois ela que ficaria pela tarde no Hospital e havia a possibilidade da paciente
precisar de atendimento novamente.
Logo após ela me perguntou o que eu tinha achado do meu primeiro dia e eu
respondi que gostei de ter conhecido um pouco do Hospital e que foi bem tranquilo,
e ela me disse que nem todos os dias são tranquilos assim. Ela pediu para que eu
preparasse algumas perguntas que deveriam ser feitas para a gestante na sala de
parta com a finalidade de facilitar o começo da comunicação quando fossemos
apresentar o serviço para a próxima terça e me deixou à vontade caso eu queira levar
algum texto que tenha relação com o nosso trabalho para que possamos ler juntas.
Eu lembrei da sala de medicação e perguntei quais pacientes passavam por
lá, de onde vinham e como era o atendimento com elas. Fiquei sabendo da dificuldade
de prestar atendimentos para elas devido a condição física da sala, um local muito
pequeno que impossibilita o sigilo, formando um setting bem despreparado. Por fim,
ela perguntou se eu tinha alguma ideia que possibilitasse um melhor atendimento
para essas pacientes e que se alguma ideia surgisse eu poderia levar para ela. Pediu
até mesmo que eu levasse para minha supervisão e que se a Mykaella pensasse em
algo nós poderíamos avaliar, pois três cabeças, mesmo que separadas, pensam
melhor que uma. Finalmente nos despedimos e ficamos de nos ver na próxima
semana.
Achei que o primeiro dia foi bem tranquilo e me senti bem confortável durante
a manhã toda. Me senti bem recebida e pude conhecer um pouco do Hospital e seu
funcionamento. Apesar de não poder ficar na área que eu mais me interessei a priori,
acredito que a experiência na sala de parto poderá ser bem rica, e é algo que eu não
imaginei ter a oportunidade de passar, mesmo no estágio. Se eu pudesse, passaria
por todas os setores do Hospital, com a expectativa de poder contribuir de alguma
forma e tirar um aprendizado disso. Mas acredito que mesmo sendo um estágio de
pouca duração, será uma experiência rica na minha vida e acredito que irá colaborar
de alguma forma na minha futura atuação profissional.