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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS

PRÁTICA DE CAMPO : VOLUMETRIA E SUAS APLICAÇÕES

JUSTIFICATIVA

Entende-se por prática de campo no contexto da Dendrometria o conjunto de atividades relacionadas


à mensuração florestal com a participação direta do aluno e não a mera observação participante, comum em
excursões acadêmicas.
É uma atividade que exige trabalho na sua organização, planejamento e execução. Talvez por essa
razão, num passado recente, era considerada uma atividade obrigatória.
Em virtude das peculiaridades das florestas tropicais e das limitações físicas de acesso, uso de
técnicas, aspectos didáticos-operacionais e comunicação inter-grupos, o número de alunos normalmente é
reduzido.
Por definição trabalhos práticos é o conjunto de tarefas executadas de forma individual embora como
participante ativo em trabalhos de grupo, cita-se como exemplo, a participação em coleta de dados, tabulação
de dados, processamento de dados, medição diversas, processamento e análise de dados por programas
estatísticos, cálculos de quaisquer natureza, elaboração de layout, figuras, mapas, diagramas e outros.
Após um longo período de observação sobre o comportamento e atitudes dos alunos dentro e fora do
campo, optou-se por deixar a cargo do aluno a decisão de participar, ou seja, a prática atendidos certos
critérios, fundamentos, princípios e valores pode até ser necessária, mas não é Obrigatória. A atitude
voluntária e o interesse em se engajar é fator decisivo para melhorar a qualidade da participação, o que é um
fato essencial no sucesso de uma atividade de campo.
O deslocamento para a Fazenda Experimental da UFAM se deve à necessidade de uso de bases de
ensino em funcionamento e por se tratar de uma área com a presença de florestas primárias.

OBJETIVOS

A presente prática tem por objetivo:

1) Familiarizar o aluno com as técnicas de coleta de dados em mensuração de florestas tropicais;


2) Promover as bases mínimas de domínio do aluno relacionados aos métodos e instrumentos de
medição de diâmetros e altura, bem como a importância destas variáveis e,
3) Introduzir na formação do aluno os métodos de determinação do volume de árvores individuais,
bem como os aspectos relativos à forma das árvores e a cubagem de madeira empilhada.

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METODOLOGIA
LOCAL
A prática será realizada na Fazenda Experimental da UFAM. A fazenda está localizada
no Km 38 da BR-174, rodovia que liga Manaus a Boa Vista. Possui 3.000 ha de área total, sendo
a maior parte coberta por floresta primária, a outra parte não florestada e de menor abrangência é
ocupada por pastos, estruturas rurais, plantios e instalações da fazenda. Nesta área foram
instaladas em 2004, três bases de pesquisa entre as quais está a base de dendrometria com 4,5 ha
de área, onde seão realizadas atividades de práticas dendrométricas e mensuração, incluindo
determinação de biomassa.

ETAPAS DA PRÁTICA

A prática consistirá na coleta de dados para cubagem individual de árvores

CUBAGEM

CONSIDERAÇÕES SOBRE OS MÉTODOS ABSOLUTOS DE CUBAGEM

1. Nos métodos absolutos, a última seção da árvore deve sempre ser abordada de maneira
diferente ao método que se está trabalhando;
2. Para seções de mesmo comprimento a fórmula de NEWTON é a mais precisa;
3. Para seções menores do que 1,20 m, os resultados obtidos por SMALIAN ou HUBER, não
diferem significativamente;
4. O método de HUBER é mais indicado para seções acima de 2,50 m;
5. O método de HUBER subestima enquanto o método de SMALIAN superestima o volume;
6. As seções mais utilizadas variam de 1 a 2 m e, são fixadas de acordo com a mudança da forma
do fuste;
7. As seções devem iniciar na base ( 0,0 m, 0,10 m, 0,30 m, 0,7m, 1,0 m, 1,30 m, 2,0 m, 4,0 m e,
assim em diante);
8. Recomenda-se medir sempre o DAP, porque ele participa diretamente da construção da tabela
de volume;
9. Recomenda-se usar seções curtas nos primeiros 2 m da árvore, porque nessa faixa o tronco
apresenta múltiplas variações de forma;
10. O comprimento do tronco de cone é sempre menor ou igual ao comprimento da última seção.

SEQUÊNCIA PARA A CUBAGEM DE ÁRVORES


1. Selecionar árvores cujos DAPs recubram uma ampla faixa de variação diamétrica da floresta;
2. Fazer uma marca no DAP da árvore, antes de derrubá-la;
3. Fazer a medição do DAP com casca;
4. Derrubar a árvore e individualizar o fuste da copa;
5. Marcar as posições onde serão feitas as medidas;
6. Justapor 1,30 m da trena com 1,30 m do DAP, assinalado antes da derrubada;
7. Medir a altura comercial, altura total, sapopema
8. Medir os diâmetros ao longo do fuste juntamente com a espessura de casca.

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SMALIAN

A coleta de dados para cubagem individual das árvores pelo método de Smalian seguirá a
seguinte seqüência:

1. Para divisão da tora em seções uma trena será fixada sobre a tora durante toda a coleta de
dados;
1. A tora será dividida em seções de mesmo tamanho a partir do DAP;
2. Serão demarcados os pontos de medição das seções com fitas;
3. Os diâmetros serão medidos nas extremidades (início e final) de cada seção;
4. Em cada seção serão retiradas amostras de casca para cálculo do volume sem casca;
5. Deve-se medir a altura do toco.
vi 
g i  g i 1   li
2

HUBER

Para a cubagem das árvores pelo método de Huber deve-se seguir os mesmos
procedimentos descritos para o método de Smalian, acrescenta-se que a medição dos diâmetros
serão realizadas no meio das seções. Portanto deve-se atentar para o fato da marcação com as
fitas nestes pontos.
v  g l / 2  li

NEWTON

O método de Newton exige que os diâmetros sejam coletados nas extremidades e no meio
das seções, sendo, portanto considerado uma combinação dos métodos de Smalian e Newton. As
equipes devem estar atentas para a marcação dos pontos com fitas e medição dos diâmetros nas
posições corretas.
vi 
 g i  4 g l / 2  g i 1   l
i
6

HOHENALD

Neste método deve-se dividir o comprimento da tora em 10 ou 5 seções de tamanhos


iguais, em seguida marca-se o centro das seções para a coleta dos diâmetros, este difere dos
demais métodos por que não existe volume da ponta.

HOHENALD (5 SEÇÕES)

vi  0,2  Lm  ( g 0 ,1  g 0, 3  g 0 ,5  g 0 , 7  g 0 ,9 )

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HOHENALD (10 SEÇÕES)

vi  0,1 Lm  ( g 0, 05  g 0 ,15  g 0 , 25  g 0 ,35  g 0, 45  g 0 ,55  g 0, 65  g 0, 75  g 0 ,85  g 0, 95 )

VOLUME DE MADEIRA EMPILHADA

A coleta de dados para cálculo do volume de madeira empilhada é relativamente simples,


a tora deve ser seccionada (cortada) em toretes de tamanho uniforme, estes devem ser empilhados
e apoiados lateralmente por estacas de modo a evitar ao máximo os espaços vazios. Como as
pilhas não possuem formas regulares recomenda-se coletar pelo menos três medidas da altura e
largura da pilha para posterior cálculo do volume.

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EQUIPES ENVOLVIDAS
Durante a prática, cada equipe composta por um Líder, será orientada por um instrutor
com o apoio de um técnico em identificação de plantas. Essa forma de organização mostrou-se
adequada, pois permite um melhor controle da comunicação entre os alunos e a equipe de
coordenação, resultando em um maior índice de aprendizado.

EQUIPES DE ACADÊMICOS

A turma da disciplina está organizada em 3 (três) equipes para realização das atividades
de campo e análise de dados. O número de componentes da equipe é variável. A estrutura base
das equipes será 1 (um) líder e demais membros.

MATERIAIS E EQUIPAMENTOS

Antecipadamente ao recebimento dos equipamentos cada líder de equipe deve assinar um


termo de responsabilidades pelos materiais adquiridos, devendo devolvê-los nas mesmas
condições em que forem entregues.

MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DOS ACADÊMICOS

Cada grupo será equipado com: 1 (uma) trena de 30 m, 2 (duas) trenas de 10 m, 1 (uma)
bússola, 1 (uma) prancheta, 1 (um) paquímetro digital , 1 (uma) suta, 1 (uma) garrafa térmica,
extensão variável de fita de marcação e fichas de campo em arquivo digital. Também serão
disponibilizados capacetes e perneiras de acordo com o número de integrante das equipes.

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