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Avançado
Violão
Diorgenes Terciano Torres
Os materiais produzidos para os cursos ofertados pelo UEMAnet/UEMA para o Sistema Universidade
Aberta do Brasil - UAB são licenciados nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não
Comercial – Compartilhada, podendo a obra ser remixada, adaptada e servir para criação de obras
derivadas, desde que com fins não comerciais, que seja atribuído crédito ao autor e que as obras
derivadas sejam licenciadas sob a mesma licença.
Revisão de Linguagem
Vice-Reitor
Lucirene Ferreira Lopes
Walter Canales Sant´ana
Designer de Linguagem
Pró-Reitora de Graduação Clecia Assunção Silva
Zafira da Silva de Almeida
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Núcleo de Tecnologias para Educação Paulo Henrique Oliveira Cunha
Ilka Márcia Ribeiro S. Serra - Coordenadora Geral
Diagramação
Luis Macartney Serejo dos Santos
Sistema Universidade Aberta do Brasil
Ilka Márcia R. S. Serra - Coord. Geral Designer Gráfico
Lourdes Maria P. Mota - Coord. Adjunta | Coord. Rômulo Coelho
de Curso
100 f.
ISBN:
CDU: 780.614.131
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - ELEMENTOS TEÓRICOS ESSENCIAIS PARA A CONSTRUÇÃO
DE ACORDES NO VIOLÃO
RESUMO ....................................................................................63
REFERÊNCIAS ...........................................................................................63
UNIDADE 2 - PRÁTICAS DE PROGRESSÕES HARMÔNICAS COM TODAS
AS CATEGORIAS DE TÉTRADES NO VIOLÃO
RESUMO ....................................................................................91
REFERÊNCIAS ...........................................................................................91
RESUMO......................................................................................97
REFERÊNCIAS ...........................................................................................97
ÍCONES
www
Sugestão de sites - para obter mais informações
sobre o assunto abordado na aula ou Unidade;
6
algumas harmonias (progressões harmônicas) de canções populares urbanas
contemporâneas brasileiras justamente para mostrar como esses acordes devem
ser usados e ou praticados e também desafiar você a partir para a construção de
um repertório tendo como base o conhecimento adquirido. Esse repertório básico
foi pensado para atingir alunos de diversos níveis de habilidades, pois ele, além de
diversificado é também progressivo quanto ao seu grau de dificuldade.
Bons estudos!!!
7
UNIDADE 1 – ELEMENTOS TEÓRICOS ESSENCIAIS PARA A CONSTRUÇÃO
DE ACORDES NO VIOLÃO
Objetivos:
1 .1 Intervalo
Em música o intervalo pode ser definido como uma distância entre duas
notas. Essa distância é medida em Tons (T) e Semitons (S).
8
Figura 1 – Intervalo de quinta
Exemplo:
9
Figura 2 – Intervalo de dois tons
• Intervalo: Dó – Ré – Mi
• Quantidade de notas 3.
• Quantidade de tons ou semitons: 2 Tons
Agora veja este outro exemplo em que temos o mesmo número de notas,
porém, com uma quantidade de tons e semitons (distância) diferente:
• Intervalo: Dó – Ré – Mib
• Quantidade de notas 3.
• Quantidade de tons ou semitons: 1 Tom e um semitom (1 Tom e ½).
10
• Menores = 2a, 3a, 6a e 7a (derivados dos menores, porém, com um semitom
a menos);
• Aumentados = aqueles que têm um semitom a mais que os Maiores ou que
os Justos;
• Diminutos = aqueles que têm um semitom a menos que os Menores ou que
os Justos.
1) Intervalos Justos:
2) Intervalos Maiores:
11
3) Intervalos Menores:
4) Intervalos Aumentados:
5) Intervalos Diminutos:
ATENÇÃO!
12
1.2 Enarmonia
Figura 4 - Enarmonia
Figura 4 – Enarmonia
Para o que nos interessa nesse material didático vamos nos limitar à
enarmonia entre notas e, principalmente, intervalos.
13
Quadro 1– Intervalos/ Enarmonias
ATENÇÃO !
IMPORTANTE!
NA TABELA DE INTERVALOS:
14
1.3 Intervalo Simples e Composto
• Intervalo Simples: aquele que fica ATÉ ou dentro da distância de uma oitava;
e Intervalo Composto: aquele que está ACIMA de uma oitava.
15
Com base na tabela acima você pode facilmente observar que a nota Lá, que
é a sexta (6a) no intervalo simples, corresponde à décima terceira (13a) no intervalo
composto. Assim, todo intervalo composto terá um correspondente simples. Isso
vale também para as variações desse intervalo (exemplo: a quarta aumentada - #4
– corresponde à décima primeira aumentada - #11 - etc.).
ATENÇÃO!
IMPORTANTE!
Aprenda isso:
Na tabela de intervalos:
• 9 = 2M
• b9 = 2m
• #9 = 3m
• 11 = 4J
• #11 = #4
• 13 = 6M
• b13 = 6m
16
1.4 A Fundamental (F)
A fundamental será a nota que denominará a altura do acorde (Dó, Ré, Mib
etc.) e será também equivalente à PRIMEIRA JUSTA. Nas tabelas de intervalos que
representarão o braço do violão (serve também para a guitarra elétrica) a serem
apresentados nas próximas Unidades, a fundamental será representada pela letra
maiúscula“ F ”.
Ora, se em uma tonalidade maior, por exemplo, temos sete acordes diatônicos
(acordes do Campo Harmônico), teremos então sete fundamentais diferentes para
esses sete acordes, uma em cada acorde, porém, desses somente uma será a
tônica, que é o primeiro acorde dessa tonalidade. Simples, não? A tônica também
pode ser a primeira nota de uma escala tonal, base da tonalidade.
17
1.5 Como Construir as “Tabelas de intervalos” no braço do Violão
Observe que de uma fundamental (F) para a outra temos exatamente doze
intervalos diferentes. Esses doze intervalos correspondem, portanto, às doze notas
musicais disponíveis no sistema da música ocidental. Se escolhermos a nota Dó
para ser a fundamental (F) esses intervalos serão:
18
Essa será então a ordem de disponibilização dos intervalos em cada corda no braço
do violão. Essa ordem de intervalos não sofre alterações!
ATENÇÃO!
LEMBRE-SE:
É muito importante ter essa ordem de intervalos (crescente e decrescente)
disponível em sua mente para aplicação na escala do violão. Ela será essencial
para o processo de construção de acordes no braço do violão. Se você ainda não
tem essa ordem de intervalos memorizada, dedique algum tempo para isso. Você
pode memorizá-la a partir de qualquer ponto ou nota da escala cromática.
19
Nele apresentaremos todos os intervalos SIMPLES para a construção dos
acordes. Por esse processo você será capaz de construir qualquer acorde, dos
mais simples aos mais complexos.
Como temos três tipos de bordões, teremos também três variações ou três
tipos diferentes de quadros de intervalos:
20
1.5.1 Tabela de intervalos da sexta corda
Observe que delimitamos um número de casas (7) nesse e nas outras tabelas
de intervalos representados pelos diagramas em função das condições de alcance
da mão esquerda no braço do violão.
ATENÇÃO !
Nunca é demais repetir que fixamos a fundamental (F) no centro do diagrama, mas, ela
pode ser usada para qualquer altura, inclusive para cordas soltas!
21
Figura 8 – Diagrama com 6ª corda preenchida
22
Essa disposição de afinação das cordas com a diferença de um semitom da
terceira para a segunda corda é que permite que as cordas das extremidades (6a e
1a cordas) tenham o mesmo nome:
• 6a corda: Mi.
• 1a corda: Mi.
23
ATENÇÃO!
IMPORTANTE!
Não esqueça que, exceto da segunda para a terceira corda que tem um intervalo de terça
maior, em qualquer outro par de cordas e em qualquer casa do violão, se você fixar uma
nota em uma casa qualquer como Fundamental (F), a nota embaixo dela na mesma casa
será sempre uma quarta justa (4J).
Agora, tal qual fizemos na sexta corda, vamos preencher os outros intervalos
tanto de forma crescente como decrescente. Veja isso na próxima Figura:
Agora vamos preencher a quarta corda. Qual será a referência? Vamos fazer
como no passo anterior e ter como referência a nota que está na COLUNA da
fundamental (F). Veja que a nota da corda superior (5a corda) é uma 4a Justa e será
esse intervalo que usaremos para calcular os intervalos da 4a corda.
24
Então temos só que calcular uma quarta justa a partir da quarta justa que foi
o intervalo encontrado na quinta corda (embaixo da fundamental). Esse intervalo
será uma sétima menor (7m). Veja o porquê na Figura a seguir:
25
Figura 14 – 6ª, 5ª e 4ª corda preenchidas
A terça menor (3m) será então o nosso ponto de referência na coluna para o
preenchimento do restante da terceira corda. Veja isso na próxima Figura:
26
Figura 16 – 6ª,5ª e 4ª corda preenchidas e 3m na 3ª corda
27
3a menor + 3a maior = 5a justa.
A quinta justa (5J), intervalo encontrado como sendo uma terça maior acima
da terça menor (3m), a nota da coluna na corda anterior, será então a nota básica
para preenchermos o restante da corda:
28
Figura 20 – 6ª, 5ª, 4ª, 3ª e 2ª corda preenchidas
A fundamental nota uma quarta justa acima da quinta justa, a nota da coluna
na corda anterior, será então o ponto de referência para o preenchimento das outras
casas:
29
Figura 22 – 6ª,5ª,4ª e 2ª corda preenchidas e “F” na 1ª corda
30
como referência para o cálculo dos outros intervalos tanto em sentido crescente
como em sentido decrescente em qualquer uma das cordas. Esse é um trabalho
de memorização que pode ser feito sem o instrumento e em diversos lugares ou
horários em sua rotina diária (Ex: numa espera em um consultório, numa fila de
banco etc.).
31
Veja no exemplo a seguir como ficará a coluna da fundamental (F) na quinta corda:
Veja que a ordem de notas da coluna a partir da quinta corda será agora:
32
Tabela 3 – Tabela de Intervalo da 5ª corda
33
Observe que também ocorrem mudanças na ordem de intervalos. A tabela
completa ficará assim:
ATENÇÃO!
IMPORTANTE!
Tal qual nas outras tabelas, memorize esses intervalos, pois, eles serão essenciais no
processo de construção de acordes na quarta corda.
1.6 Tríades
34
A tríade será composta de três intervalos sendo:
Fundamental (F): a principal nota, nota que nomeará a tríade. Em cifra (sis-
tema de representação alfanumérica dos acordes) a tríade maior será repre-
sentada por uma letra maiúscula para as sete notas naturais (A, B, C, D, E,
F e G) e seu correspondente sinal de alteração “#” e “b” caso seja uma nota
“alterada” (Ab, Bb, C#, D# etc.).
35
São quatro os tipos principais de tríades:
• Tríade maior;
• Tríade menor;
• Tríade Aumentada;
• Tríade Diminuta.
É formada pela junção de uma terça maior na base mais uma terça menor
sobreposta. Veja isso na Figura 30, a seguir:
É formada pela aglutinação de uma terça menor na base mais uma terça
maior sobreposta. Veja que aqui a ordem das terças é o contrário da tríade maior.
Veja isso na Figura 31, a seguir:
36
Figura 31 – Tríade Menor – Exemplo em Dó - Cm
37
Figura 33 – Tríade Diminuta – Exemplo em Dó – C°
A tríade menor tem que ter a letra “m” minúscula ao seu lado (após a letra
maiúscula) para diferenciá-la da tríade maior. Caso sua fundamental seja uma nota
alterada (C#, Db, F# etc.), esse sinal será colocado logo após a letra maiúscula da
fundamental e antes da letra minúscula “m”. Veja isso na Figura 35, a seguir:
38
Figura 35 – Tríade Menor - Cifras
39
Figura 37 – Tríade Aumentada - Cifras
Ainda sobre tríades aumentadas, caso use o símbolo “#5” é muito importante
colocá-lo entre parênteses para que o acidente “#” não seja interpretado como
pertencente à fundamental. Caso a fundamental seja alterada com o sinal de
sustenido “#” usamos os dois sinais, um correspondente à fundamental e outro à
alteração da quinta. Veja isso na Figura 38, a seguir:
40
Na prática, na execução de cifras, NÃO utilizamos a tríade diminuta. Em
função da simetria do acorde diminuto usamos logo a sua forma completa, a tétrade
diminuta representada pelo mesmo sinal da tríade “o”. Assim, quando aparecer um
acorde diminuto qualquer (Ex: Bbo, Co etc.) em uma cifra para ser tocado, toque a
tétrade diminuta e não a tríade.
1.7 Tétrades
41
(X6 ou Xm6), não confundir com o “acorde de sexta” da harmonia tradicional que
corresponde a um acorde maior na primeira inversão, isto é, com a terça no baixo.
ATENÇÃO!
IMPORTANTE!
A letra maiúscula “X” é usada em sentido genérico para representar o acorde com a
fundamental em qualquer altura (A, Bb, C#, D, Eb etc.).
São as tétrades que têm como base a tríade maior e ou aumentada mais
a sétima maior (7M) ou sexta maior (6). Os acordes dessa categoria geralmente
são de funções Tônicas ou Subdominantes e possuem sentido sonoro mais
estável ou conclusivo. A eles podem ser adicionadas também outras tensões (ou
dissonâncias) tais como as nonas maiores (9) e ou décimas primeiras aumentadas
(#11). Exemplos: C7M(9); C7M(#11); C7M(#5) etc.
São as tétrades que têm como base a tríade menor acrescidas da sétima
maior (7M) ou da sétima menor (7) ou a sexta maior (6). Também possuem som
estável ou conclusivo principalmente quando funcionam como tônica na tonalidade
menor. A essas tétrades podemos adicionar tensões tais como a nona maior (9) e a
décima primeira (11). Exemplos: Cm7, Cm7M, Cm7(9), Cm7/9/11, Cm7M(9) etc.
42
#9, #11, b13 e 13). A tríade aumentada acrescida da sétima menor (7) diverge da
categoria de tétrades maiores, obviamente, pela diferença entre as sétimas (7M e
7), e gera os acordes X7(#5). É possível também adicionarmos a esta última tétrade
algumas tensões e ter outros acordes, como por exemplo: G7/#5/9; G7/#5/#11 etc.
Como exemplos da categoria de tétrades dominantes também podemos citar:
G7(9); G7(13); G7/9/#11; G7(b13); G7(b9); G7/b9/b13 etc.
F – 3m – b5 – 7dim
43
7dim = bb7
F – 3m – b5 – 7m
44
ATENÇÃO!
IMPORTANTE!
Perceba então que a diferença entre esses dois acordes (diminuto e meio diminuto)
ocorre pela diferença entre suas sétimas (7dim e 7). Veja isso na figura a seguir:
Figura 42 – Acorde Diminuto e Meio-diminuto - diferença
45
ATENÇÃO!
IMPORTANTE!
Quando construir os acordes da categoria “sus” ELIMINE a terça.
Essa é uma categoria pouco vista em livros didáticos, apesar de esses acordes
serem muito frequentes em músicas populares contemporâneas, principalmente
em gêneros musicais modernos como o Rock ou o Funk (norte americano) para
citar alguns.
O termo “add” é uma abreviação da palavra “added” em língua inglesa que
corresponde em língua portuguesa ao verbo adicionar no passado (adicionado).
Esse termo significa que você adiciona a quarta ou a segunda (4 ou 11 e 9) sem
supressão ou eliminação da terça. Assim, esses acordes serão tríades maiores ou
menores com as quartas ou nonas acrescentadas, em outras palavras, terão quatro
notas em sua composição, por isso, a categorização entre as tétrades.
ATENÇÃO!
IMPORTANTE!
Quando construir um acorde de 9 ou 4a adicionada (add9 ou add4) NÃO elimine a
a
terça.
46
seções. Claro que, neste momento em sua carreira de musicista, como não estamos
produzindo este material para um iniciante em seu primeiro contato com o violão,
isto é, alguém que não conhece nada do instrumento, presume-se que muitas
dessas informações sobre intervalos, enarmonia, escalas, detalhes anatômicos do
violão etc., você já domine por completo. Assim, esse material servirá também para
você fazer uma espécie de revisão, fixação desses conceitos, ou mesmo fazer uma
avaliação do que você conhece sobre leitura de cifras e construção de acordes.
Caso esse material tenha trazido muitas novidades para você, é bom procurar
aprofundá-lo em livros ou outros materiais didáticos (artigos, dissertações, teses
etc.) sobre esses assuntos, pois, eles, com certeza serão indispensáveis em sua
carreira musical seja como musicista, pesquisador, teórico, enfim, e serão muito
úteis mesmo que o violão não seja seu principal instrumento!
47
1) A sétima (7) é o ÚNICO intervalo que quando aparece em cifras sem algum
outro sinal gráfico a ela relacionado (b, #, +, M, maj etc.) é MENOR. Cuidado para
não fazer confusão com o tipo de sétima e os intervalos da tríade. Observe isso na
próxima Figura:
48
Figura 45 – Exemplos de acordes com intervalos maiores, menores e justos
2) A sétima maior (7M), no Brasil, é geralmente grafada com a letra “M” maiúscula
ao seu lado ou o sinal de adição “+”. Em outros países, principalmente no mercado
editorial norte americano, ela é também grafada com estes símbolos: 7maj
(abreviatura de “major”), ou o símbolo “∆” ao lado do numeral sete (7∆);
Nunca chame a sétima quando estiver com o sinal de adição (7+) de “sétima
aumentada”. A sétima aumentada é enarmônica da oitava e deverá ser tocada com
o mesmo som da oitava, obviamente, perdendo o som de sétima. Exemplo: a sétima
aumentada de Dó é Si# e soará como Dó mesmo tendo nome diferente.
Não custa lembrar que, como citado no começo desta Unidade, a sétima
“sozinha” é MENOR e não precisa ser chamada de “menor”, basta chamá-la de
“sétima”;
49
Exemplos:
4) A 5a Justa (5J) que é obrigatória nas tríades poderá ser descartada em acordes
com uma ou mais tensões (9, b9, #9, #11, 13, b13 etc.). Em alguns casos, até
mesmo tétrades de sétima podem ser feitas sem o uso da quinta. No caso específico
do violão, isso será um recurso importante em função do número reduzido de
opções de notas disponibilizadas pelo limite máximo de cordas (6 cordas) e dedos
(4 dedos) usados para fazer acordes no violão. Nas tabelas de intervalo de cinco
e quatro cordas as opções de construção ficam ainda mais limitadas. Então, não
perca tempo, nos tipos de acordes abaixo, você NÃO PRECISA USAR A QUINTA
na construção deles em seu violão;
Figura 46 – Exemplos de acordes em que o uso da quinta justa (5J) é FACULTATIVO No violão
50
5) A nona aumentada (#9), muito comum nos acordes do tipo dominante (maiores
com 7a menor), na tabela de intervalos corresponde à 3m, porém, deve sempre ser
usada oitavada (nas “pontas” dos acordes) para evitar choque de semitom com a
terça maior;
6) Não é adequado o uso do numeral dois “2” em cifras. Isso porque a segunda
implicaria em uma proximidade muito grande com a fundamental que, exceto em
inversões, fica como baixo do acorde. Por isso normalmente a 2a é lida como 9a, isto
é, para ficar distante do baixo;
51
de sétima) do acorde básico. Pelo princípio do “dobramento” (princípio físico em
que as oitavas em quaisquer alturas acima da nota geradora da série harmônica
fazem parte como múltiplo desse som básico, isto é, elas naturalmente já estão
presentes), essas notas já soam dentro de suas respectivas oitavas;
10) Em acordes com sétima menor (7) a sexta maior (6) não é usada como intervalo
simples, isto é, com o numeral “6”, isso por conta da proximidade de semitom entre
elas (6M e 7m). Por isso, temos que transformá-la em intervalo composto, isto é,
oitavá-la e chamá-la de treze ou décima terceira maior (13);
Figura 48 – Incompatibilidade da sexta maior (6) em acordes com sétima menor (7)
11) Em acordes com 7a maior (7M) ou sem sétima, usamos sim o numeral seis. Em
outras palavras, é possível a sexta ficar como intervalo simples, pois, a ausência
da sétima menor (7) não causará choque de semitom. Veja a Figura a seguir com
exemplos;
52
12) Em acordes com quinta alterada (b5 e ou #5) NUNCA use a quinta justa (5J).
Veja a Figura a seguir com exemplos:
13) NUNCA chame um acorde de “nota”. Esse é um erro muito frequente, às vezes,
até mesmo músicos experientes cometem esse tipo de erro. Nota é uma “unidade”
sonora com frequência delimitada, acorde é produto de um “conjunto” de notas, isto
é, tem como base pelo menos três notas distintas.
Tomaremos o acorde G7M (Sol com sétima maior) como primeiro exemplo.
Utilize nessa primeira fase, onde você ainda não tem a ordem das colunas das
tabelas de intervalos memorizadas, o seguinte material:
3) Lápis e borracha;
53
Em estágio posterior, isto é, após bastante prática, compreensão e
memorização dos conteúdos deste material didático, tente fazer esses acordes
sem a ajuda de papéis, ou seja, faça-os diretamente no seu violão.
1o Passo:
2o Passo:
54
Figura 52 – Tabela de intervalos da 6ª corda
3o Passo:
Para isso, veja as notas que fazem parte do acorde em análise, marque-as
anotando na folha de diagramas em branco (disponível em anexo para impressão)
para compará-las com a coluna da tabela de intervalos. Veja isso na próxima Figura:
55
Observe que temos duas fundamentais (F) na sexta coluna. Somente
precisamos de uma e será, obviamente, a do baixo, a da 6a corda. Descarte a da
corda inferior (1a corda).
56
Quarto passo:
57
• 1= indicador;
• 2 = médio;
• 3= anelar;
• 4= mínimo.
1o Passo:
58
Figura 57 – Acorde G7(13) decomposto
2o Passo:
59
3o Passo:
60
Figura 60 – Notas do acorde G7(13) e sua proximidade com a coluna da 6ª corda
4o Passo:
61
Figura 61 – Fundamental do acorde G7(13) na 3ª casa
ATIVIDADE
Exercício proposto 1
62
G7 G7(9)
Gm7 G7(b13)
Gm7(b5) Go
Gm7M G7(4)
G7(b5) Gm7(9)
G7(#5) G7(b9)
G7M(#5) G7/4/9
Gm6 G7M(#11)
Gm7(11) G6(9)
G6 Gm7M(9)
RESUMO
REFERÊNCIAS
63
GUEST, Ian. Harmonia: método prático. Rio de Janeiro: Ed. Lumiar, 2006.1.v.
MED, Bohumil. Teoria da música. 4. ed. rev. e ampliada. Brasília,DF: Ed. Musimed.
1996.
64
UNIDADE 2 – PRÁTICAS DE PROGRESSÕES HARMÔNICAS COM TODAS AS
CATEGORIAS DE TÉTRADES NO VIOLÃO
Objetivos:
1o Passo:
65
Figura 63 – Desintegração do acorde C7M
2o Passo:
3o Passo:
66
Figura 65 – Comparação das notas do acorde C7M com a coluna da 5ª corda
Observe que temos duas opções de quintas e ficamos com as duas. Porém,
claro, você pode optar por uma delas em qualquer corda, caso tenha interesse. As
outras duas notas do acorde você vai achar por PROXIMIDADE. Veja que a sétima
maior (7M) encontramos do lado da sétima menor (7m ou 7) e a terça maior (3M)
próxima da segunda maior (2M).
67
4o Passo:
Em acordes que têm maior número de notas, que é o caso das tétrades com
três ou mesmo quatro tensões, onde, mesmo com a redução ou simplificação de
notas (eliminação de quinta e, em alguns casos, da terça), ainda tenhamos mais
de quatro notas, usamos também o dedo POLEGAR para o tangimento de outras
cordas, principalmente aquela(s) mais próxima(s) do bordão ou baixo.
68
Figura 68 – Digitação do acorde C7M no diagrama
Porém, a pestana só pode ser usada na casa que funciona como limite
extremo das notas a serem pressionadas, em outras palavras, não podemos ter
notas à esquerda dela (esquerda na visão de quem vai tocar o instrumento). Veja
que isso acontece na Figura 68, na digitação do acorde C7M. A pestana fica como
limite à esquerda do acorde digitado.
69
A pestana pode ser:
Vamos fazer outro exemplo ainda na quinta corda, porém, envolvendo o uso
de tensões. O acorde agora escolhido é o Cm7(9).
1o Passo:
70
2o Passo:
3o Passo:
71
Agora, veja na próxima Figura a localização das outras notas tendo a coluna
como referência:
ATENÇÃO!
IMPORTANTE!
Para construção de acordes na quinta corda que possuem nonas temos uma sugestão
interessante que facilita bastante o processo:
DICA: Em acordes com a fundamental na QUINTA CORDA (5a) que possuem nona
(qualquer tipo: 9M, 9m ou 9aum. – 9, b9 e #9 -, respectivamente), use a nona na
segunda corda e a terça (qualquer tipo, isto é, 3a maior ou 3a menor) na quarta corda.
72
Esse procedimento sugerido no quadro acima fizemos no acorde em estudo,
o Cm7(9), então, memorize essa dica e aplique-a em outros acordes com nona (9,
b9 e #9) em sua composição sempre que a fundamental estiver na quinta corda.
4o passo:
Por último, o acorde Cm7(9) com sua digitação (mão esquerda) correspondente:
73
Sobre a digitação desse acorde, atente ao fato de termos três notas em
uma única casa, a casa três. Porém, o uso da pestana não é possível pelo fato de
termos uma nota, a terça menor, à esquerda delas, isto é, da casa onde ocorreria a
pestana.
ATIVIDADE
Exercício proposto 2
C7
Cm7 C7(9)
Cm7(b5) C7(b13)
Cm7M Co
C7(b5) C7(4)
C7(#5) Cm7M(9)
C7M(#5) C7(b9)
Cm6 C7/4/9
Cm7(11) C7M(#11)
C6 C6(9)
C7(#9)
74
2.2 Uso da Tabela de Intervalos da quarta corda
Vamos começar nosso estudo nesse grupo de cordas com o acorde Fm7(b5).
Para ficar bem didático vamos proceder como nos acordes anteriores usando os
quatro passos. Lembrando que isso é apenas uma sugestão didática, você, claro,
pode mudar a ordem desses passos, eliminar alguns ou criar outros à sua maneira,
ou mesmo, fazer todo o processo de construção diretamente no seu instrumento, o
violão. Esta última maneira, já citamos, será o nosso objetivo principal.
Tal como nós fizemos nos outros exemplos, à medida que novidades
relacionadas ao processo de construção apareçam, faremos comentários embaixo
justificando os procedimentos tomados.
1o Passo:
Desintegração do acorde:
75
Figura 74 – Desintegração do acorde Fm7(b5)
2o Passo:
3o Passo:
76
Figura 76 – Comparação das notas do acorde Fm7(b5) e a coluna da 4ª corda
4o Passo:
77
E a digitação das mãos esquerda e direita:
Tal qual feito nos exemplos anteriores, vamos também construir um acorde
na quarta corda que apresente supressão de notas. Tomaremos o acorde F7/4/9,
um acorde “sus”, como exemplo. Seguiremos também os quatro passos sugeridos
nos modelos anteriores para tornar didática esta análise.
1o Passo:
Desintegração do acorde:
78
2o Passo:
3o Passo:
79
4o Passo:
ATIVIDADE
Exercício proposto 3
80
F7 F7(9)
Fm7 F7(4)
F7(b5) Fo
Fm7M F7(#9)
F Fm7(9)
F7(#5) F7(b9)
F7M(#5) F7/4/9
Fm6 F(#5)
Fm F6(9)
F6 Fm7M(9)
81
5 Evite deixar cordas ociosas entre as cordas “primas” do violão. Observe
os exemplos das Figuras 86 - 87, a seguir:
Figura 86 – Acorde com construção inadequada Figura 87 – Acorde com construção adequada
Fonte: Elaborada pelo Autor (2019). Fonte: Elaborada pelo Autor (2019).
82
3 Como as progressões envolvem situações harmônicas de enorme ocor-
rência em músicas populares contemporâneas, denominadas de “clichês
harmônicos” (TORRES, 2017), servirão de preparação para as práticas de
acompanhamento de músicas populares, a serem apresentadas na última
unidade deste material didático.
83
2.4.2 Rítmica da mão direita
84
2.4.3 Exemplos de progressões harmônicas
85
Figura 93 – Progressão Harmônica 05
86
Figura 96 – Progressão Harmônica - 09
87
Figura 99 – Progressão Harmônica - 12
Progressão IIm7 – V7 – I7M nas tonalidades maiores de Dó, Bb, Ab, Gb, E e
D. A modulação acontece transformando o primeiro grau I7M em segundo IIm7 do
próximo tom. A modulação é feita em tom decrescente.
88
Figura 101 – Progressão IIm7 – V7 – i7M ( 6 Tonalidades)
89
do primeiro grau, o Im7, em segundo grau - IIm7(b5) - do próximo tom.
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RESUMO
REFERÊNCIAS
FARIA, Nelson. Acordes, arpejos e escalas para violão e guitarra. 8. ed. Rio de
Janeiro: Lumiar, 1999.
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UNIDADE 3 – PRÁTICAS DE ACOMPANHAMENTO (HARMONIAS) DE PEÇAS
DE MÚSICAS POPULARES CONTEMPORÂNEAS
Objetivo
Chegamos a última Unidade deste e-Book. Apresentaremos aqui alguns
exemplos de harmonias extraídas de algumas canções populares contemporâneas.
Usamos como base algumas canções de autores populares da música popular
urbana brasileira. A ideia aqui é que você, seguindo todas as orientações contidas
neste material didático, possa construir os acordes e tocá-los na ordem sugerida
das harmonias apresentadas, tal qual nas progressões harmônicas. Siga também
os mesmos passos que sugerimos na Unidade das progressões harmônicas. Treine
bastante a memorização dos acordes construídos e também, as mudanças entre
eles. Caso queira, utilize também a rítmica sugerida da mão direita para fazer esses
exercícios, mesmo eles não sendo os originais, eles são bem adequados para isso.
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As harmonias apresentadas estão em ordem de dificuldade crescente. Iremos
usá-las como parte de nossas avaliações, então, mãos à obra e bons estudos!
3.1.1 Harmonia 1
93
3.1.2 Harmonia 2
Fonte: Adaptação do livro “As 101 melhores canções do século XX” (CHEDIAK, 2004,p.134).
94
3.1.3 Harmonia 3
95
3.1.4 Harmonia 4
96
RESUMO
REFERÊNCIAS
CHEDIAK, Almir. Song book – bossa nova. Rio de Janeiro: Ed. Lumiar, 1994.
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ANEXOS
98
Anexo A – Folha de Exercícios
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Anexo B – Tabelas de Intervalos
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