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Hahn, ainda no mesmo livro, menciona diálogo que teve com o reformado
Dr. Jonh H. Gerstner, dando o relato das suas impressões da conversa. O Dr.
Gerstner, do mesmo modo, apresenta sua própria versão dessa conversa, em
artigo de sua lavra: “Roma Não é o Lar Doce Lar”, onde diz:
Minha leitura da nova apresentação de Hahn da essência desse diálogo, conforme ele a
entendeu e entende, capacitou – me a vê-lo de um modo como nunca o vira antes. O que percebi
nessa leitura é que Scott Hahn nunca entendeu, e pareceu que não entende ainda, a fé
reformada da qual ele pensou que estava saindo. De fato, ele adotou uma visão anti reformada.
Isso ele entendeu, sim. Até ter lido esse relato, no entanto, eu não percebia que ele não entedia
a fé da qual ele achava que estava saído.(...)A justificação pela fé somente, mas não por uma fé
que está sozinha, é o ensino da Reforma. Esse é o ensino de Matinho Lutero; esse é o ensino
de Ulrich Zuínglio e João Calvino e da Confissão de Fé de Westminster e todos os credos
reformados de todos os tempos.Que Scott Hahn imaginasse que eu sofreria trauma por causa
da insistência de Roma em que as obras sejam ligadas com a justificação mostra que ele nunca
me entendeu a doutrina num nível elementar que seja.2
Esta realidade é perceptível pela fé, e somente pela fé. [Ter fé e crer]; fé é a própria
fidelidade de Deus, ainda e sempre reiteradamente escondida por traz e por sobre todas as
afirmações, intenções e conquistas humanas perante Deus. Por isso a fé jamais é integral,
completa, pronta; nunca é dada, assegurada, garantida. Do ponto de vista psicológico a fé é um
salto no incerto, no escuro, no espaço vazio.5
A nova perspectiva não consegue dar espaço a nenhuma relação clara entre a cristologia
e a justificação. Ela não só reafirma a distinção errônea entre justificação e o misticismo de Cristo,
como não vê que essa distinção se deve a uma compreensão deficiente da expiação. As falhas
desse novo estilo de interpretação já não podem, portanto, ser desconsideradas. Ela tem o intuito
de apresentar uma alternativa a interpretação luterana e nos tem ajudado a considerar com mais
atenção o problema do anti – judaísmo (oculto) na exegese paulina. Mas também truncado
declarações de Paulo sobre justificação a cada passo a cada curva. Isso não pode ficar assim. 9
Wright faz declarações assustadoras com o sentido de que a nossa justificação futura se
baseará em obras. “O Espírito é o caminho pelo qual Paulo traça o curso da justificação pela fé
no presente até a justificação, pelo desempenho ao longo de toda a vida, no futuro”. “Paulo falou
[...] em Romanos 2 sobre a justificação; final do povo de Deus com base na totalidade da vida
deles”. “A justificação presente declara, com base na fé, aquilo que a justificação futura afirmará
publicamente (de acordo com [Rm] 2.14-16 e 8.9-11) com base na vida inteira”.12
Essas alterações de Wright na doutrina reformada da justificação
provocaram reações por parte de vários calvinistas, entre esses, o próprio Jonh
Piper que em resposta a Wrigth escreveu: O Futuro da Justificação, obra em que
refuta e reafirma a posição clássica da justificação apresentada pelos
reformadores e os puritanos reiterado por obras e artigos recentes de Teólogos
reformados como Ronald Hanko em sua definição de Justificação:
Justificação envolve o status (estado, situação) legal de uma pessoa, isto é, a posição
de uma pessoa diante da lei e diante de Deus (Salmo 130:3). Este status ou posição legal
determina se desfrutaremos certos direitos e privilégios ou seremos punidos. Quando uma
sentença é expedida por qualquer juiz, há somente duas “posições” possíveis: culpado ou
inocente, injusto ou justo. Na justificação de pecadores, Deus como juiz declara-os inocentes de
qualquer pecado ou crime (Nm 23.21; 2Co 5.19).13
Josué Marcionilo
1 HAHN SCOTT & KIMBERLYN. Rome, Dulce Hogar. Nuestro Caminho al Catolicismo.9ª
Ed.Madrid.Ediciones RIALP.2003.p.46
2 JR MACARTHUR JONH. Justificação Pela Fé Somente.1ª.Ed.São Paulo. Cultura Crista.
1995. p.128,132
3 SCHWEITZER ALBERT. The Mysticism of Paul the Apostle.1ªEd.New York.
Seabury.1931.p.225
4. MACGRATH ALISTER E. Iustitia Dei: A History of Christian Doctrine of Justification.
3ªEd. New York. Cambridge University Press. 2005 p.407
5 BARTH KARL. Carta aos Romanos.5ªEd.São Paulo. Fonte Editoral.2008.p.147
6 SANDERS, E. P. Paul and Palestinian Judaism: a Comparison of Patterns of
Religion. Augsburg/London: Fortress Press/SCM, 1977.p.442
7 SANDES E.P. Paulo a Lei e o Povo Judeu. São Paulo. Academia Cristã & Paulus. 2009.p.30
8 ibid.p. 43
9 STUHMACHER PETER & HAGNER A. DONALD. Lei e Graça: Uma Resposta Polemica em
Torno da Doutrina da Justificação.1ªEd.São Paulo. Edições Vida Nova. 2002.p.54
10 Ibid.p.117
11 STUHMACHER PETER & HAGNER A. DONALD. Lei e Graça: Uma Resposta Polemica em
Torno da Doutrina da Justificação.1ªEd.São Paulo. Edições Vida Nova. 2002.p.114-115
12 PIPER JONH. O Futuro da Justificação.1ª Ed. São Paulo. Tempo de Colheita. 2014p26
13 HANKO RONALD. Disponivel em: www.monergismo.com. Acessado no dia 15/06/2014
14 GRUDEM WAYNE. Teologia Sistemática. São Paulo. Vida Nova.2007.p.1126
15 GRUDEM WAYNE. Teologia Sistemática. São Paulo. Vida Nova.2007.p.1133
16 HORTON MICHAEL. A Justificação Ainda é Importante? Revista Fé Para Hoje nº36. São
Paulo.2013.p.40
17 RIDDERBOS HERMAN.A Teologia do Apostolo Paulo.1ªEd. São Paulo. Cultura
Cristã.2004.p.186