Em 5 de outubro de 2018, nossa Constituição Federal, que marcou a
redemocratização do país depois de mais de 20 anos de ditadura milita. O documento trouxe uma série de avanços nos direitos dos cidadãos brasileiros. Entre eles, Educação e Saúde para todos. .nas Constituições anteriores à ditadura, havia a defesa do direito de todos à escolaridade, mas a gratuidade era restrita àqueles que comprovassem carência de recursos. “Agora, esse ‘todos’’ tem uma abrangência universal”. Temos também a participação popular na construção do texto. “Diferente de todas as outras Constituições, desta vez houve uma intensa participação de associações científicas, corporativas, profissionais, especialistas e grupos de pesquisa.
Além da Educação como direito, o próprio conceito de escolarização
obrigatória foi ampliado a educação Infantil deixa de mudar entre Assistência Social e Educação;e, na outra ponta, o Ensino Médio se torna “progressivamente obrigatório” para jovens de 15 a 17 anos. As três etapas são estruturadas pela Constituição, mas só passam a ser chamadas de Educação Básica, como conhecemos hoje, com a Lei de Diretrizes e Bases de 1996. ntre 1988 e 2009, há uma tomada de consciência sobre o valor do Ensino Médio. O dever do Estado se tornou mais claro, explícito e abrangente: há um compromisso em oferecer a vaga para a Educação obrigatória (atualmente, considerando da Educação Infantil ao Ensino Médio). Um dos efeitos dessa expansão é o início da localização dos estudantes que deveriam estar nas escolas, mas até então eram invisíveis. As pessoas com deficiência se sentem mais seguras para buscar a escola comum, e há também uma maior preocupação com o censi, com uma dimensão de obrigação do Estado de ir atrás daqueles alunos que estão na idade de escolaridade obrigatória. Ter a Educação como um direito dos cidadãos brasileiros altera a lógica inclusive em sala de aula. A partir de 1988, a escola passa a ter mais responsabilidade pela garantia do aprendizado (se os estudantes têm o direito de aprender, as escolas e os professores têm o dever de ensinar). Não por coincidência, nos anos seguintes, modelos de estrutura que enxergavam a aprendizagem como um processo contínuo que não deveria ser interrompido por constantes reprovações começaram a se difundir nas redes públicas brasileiras.
Do ponto de vista administrativo, o regime de colaboração entre os entes
federativos foi outra novidade. Em 1934 e 1946 havia algum esboço de acordo, mas a Constituição de 88 foi muito clara nesse aspecto ao defender que a Educação é um terreno tão importante e significativo para a cidadania, que não pode ser apenas uma competência exclusiva deste ou daquele ente federativo, é necessário haver esforços comuns As avaliações extrnas, um dos temas de maior preocupação na área atualmente, também começam a ser desenhadas na Constituição, que apela para uma avaliação da qualidade da Educação. Não é simplesmente você ter acesso, criar a vaga: é também ter permanência dentro da vaga e um sucesso. Outras “heranças” da Constituição de 88 são políticas públicas que tiveram diferentes graus de adesão pela União, como o Plano Nacional de Educação (implementado, mas com todas as suas metas atrasadas), a Base Nacional Comum Curricular e o Custo Aluno Qualidade (CATemos o item que pede a regulamentação de um padrão mínimo de qualidade, e isso nunca foi feito nesses 30 anos. Em 2014 conseguimos colocar o prazo de 2 anos para regulamentar o CAQ, e nada foi feito. A União se recusa a garantir para todo brasileiro um padrão mínimo de qualidade.