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Antônio Alisson Cavalcante de Oliveira

Em 5 de outubro de 2018, nossa Constituição Federal, que marcou a


redemocratização do país depois de mais de 20 anos de ditadura milita. O
documento trouxe uma série de avanços nos direitos dos cidadãos
brasileiros. Entre eles, Educação e Saúde para todos.
.nas Constituições anteriores à ditadura, havia a defesa do direito de todos à
escolaridade, mas a gratuidade era restrita àqueles que comprovassem
carência de recursos. “Agora, esse ‘todos’’ tem uma abrangência universal”.
Temos também a participação popular na construção do texto. “Diferente de
todas as outras Constituições, desta vez houve uma intensa participação de
associações científicas, corporativas, profissionais, especialistas e grupos de
pesquisa.

Além da Educação como direito, o próprio conceito de escolarização


obrigatória foi ampliado a educação Infantil deixa de mudar entre
Assistência Social e Educação;e, na outra ponta, o Ensino Médio se torna
“progressivamente obrigatório” para jovens de 15 a 17 anos. As três etapas
são estruturadas pela Constituição, mas só passam a ser chamadas de
Educação Básica, como conhecemos hoje, com a Lei de Diretrizes e Bases de
1996. ntre 1988 e 2009, há uma tomada de consciência sobre o valor do
Ensino Médio.
O dever do Estado se tornou mais claro, explícito e abrangente: há um
compromisso em oferecer a vaga para a Educação obrigatória (atualmente,
considerando da Educação Infantil ao Ensino Médio).
Um dos efeitos dessa expansão é o início da localização dos estudantes que
deveriam estar nas escolas, mas até então eram invisíveis. As pessoas com
deficiência se sentem mais seguras para buscar a escola comum, e há
também uma maior preocupação com o censi, com uma dimensão de
obrigação do Estado de ir atrás daqueles alunos que estão na idade de
escolaridade obrigatória.
Ter a Educação como um direito dos cidadãos brasileiros altera a lógica
inclusive em sala de aula. A partir de 1988, a escola passa a ter mais
responsabilidade pela garantia do aprendizado (se os estudantes têm o
direito de aprender, as escolas e os professores têm o dever de ensinar). Não
por coincidência, nos anos seguintes, modelos de estrutura que enxergavam
a aprendizagem como um processo contínuo que não deveria ser
interrompido por constantes reprovações começaram a se difundir nas
redes públicas brasileiras.

Do ponto de vista administrativo, o regime de colaboração entre os entes


federativos foi outra novidade.
Em 1934 e 1946 havia algum esboço de acordo, mas a Constituição de 88 foi
muito clara nesse aspecto ao defender que a Educação é um terreno tão
importante e significativo para a cidadania, que não pode ser apenas uma
competência exclusiva deste ou daquele ente federativo, é necessário haver
esforços comuns
As avaliações extrnas, um dos temas de maior preocupação na área
atualmente, também começam a ser desenhadas na Constituição, que apela
para uma avaliação da qualidade da Educação.
Não é simplesmente você ter acesso, criar a vaga: é também ter permanência
dentro da vaga e um sucesso.
Outras “heranças” da Constituição de 88 são políticas públicas que tiveram
diferentes graus de adesão pela União, como o Plano Nacional de Educação
(implementado, mas com todas as suas metas atrasadas), a Base Nacional
Comum Curricular e o Custo Aluno Qualidade (CATemos o item que pede a
regulamentação de um padrão mínimo de qualidade, e isso nunca foi feito
nesses 30 anos. Em 2014 conseguimos colocar o prazo de 2 anos para
regulamentar o CAQ, e nada foi feito. A União se recusa a garantir para todo
brasileiro um padrão mínimo de qualidade.

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