Periódico Para Rir e Aprender
Mensagem
ao Leitor
Prezado amigo,
Neste mês chegamos aos 10 anos. E
lógico que a culpa é sua e de todos os
leitores do Jornal Segurito.
Nesta década sempre recebi dezenas,
acho que já posso até dizer centenas de
e-mails congratulando ou mesmo
criticando o Segurito.
Com todo este feedback o nosso
jornalzinho tem melhorado, com
passinhos de criança, como os dez anos
não deixam mentir, mas sempre em
frente.
E para comemorar dê uma olhada nos
profissionais que estão nesta edição:
Alexandre Eggler Gusmão
Alexandre Pinto da Silva
Antonio Carlos Vendrame
Armando Campos
Cosmo Palasio de Moraes Júnior
Guilherme José Abtibol Caliri
Luiz Augusto Damasceno Brasil
Luiz Philippe Westin Vasconcellos
Mário Fantazzini
Nestor Waldhelm Neto
Rafael Gustavo Gotola
Sérgio Médici de Eston
Um abraço e conto com a sua
companhia durante a próxima década.
Prof. Mário Sobral Jr.
LTCAT não é PPRA
A
pesar da legislação previdenciária permitir
a substituição do LTCAT pelo PPRA isto
somente seria possível se houvesse um único
agente: ruído, cujos critérios trabalhistas e
previdenciários se encontram harmonizados.
Ademais, os agentes que ensejam
aposentadoria especial (LTCAT) não são os
mesmos que ensejam insalubridade. Os
agentes que concedem a aposentadoria
especial estão listados no anexo IV do Decreto
nº 3048/99.
Antonio Carlos Vendrame – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
Contatos: Jornal Segurito
Manaus, Fevereiro 2016 – edição 113 – ano 10
A Importância da
Comunicação na
Não sou especialista na área de
combate a incêndio, mas sempre
acho que devemos ter uma noção
Segurança
geral sobre os diversos assuntos da
Segurança do Trabalho.
Com este livro você terá muito mais
do que apenas o conhecimento
N
básico, pode ter certeza.
uma entrevista dada por Chirs Loomis, ele
relatou como foi quando foi contratado pela
DuPont.
No primeiro dia, houve uma preleção pelo
gerente de segurança, onde lhe foi dito o
seguinte:
a) Esta é uma planta de produtos químicos, e
se você abrir uma válvula errada, a planta
toda pode explodir!
b) Mesmo que você seja cuidadoso, o Bob
sentado aí a seu lado, pode abrir a válvula
errada, matando todo mundo que estiver
perto!
c) Plantas químicas são locais perigosos.
À noite, em casa, comentou com a esposa que
tinha aprendido 3 coisas muito importantes. A Proteção contra Incêndios no
Eram elas:
Projeto de Edificações
a) Não deveria nunca tocar em qualquer Thelmo Brentano
válvula, pelo motivo que fosse;
b) Deveria procurar trabalhar longe do Bob o
tempo todo;
c) E que deveria aumentar o seguro de vida!
Ora, clareza e entendimento são essenciais na
área de segurança. Senão vejamos:
Piadinhas
a) Em algumas situações de emergência pode Ele era tão do contra que não aceitava
ser vital abrir ou fechar alguma válvula, não se nem a própria opinião.
podendo deixar de agir por causa do não
entendimento correto da explicação dada

pelo gerente. A mensagem deveria ser "Alô, é o seguinte ou você me traz 50
mil ou matamos sua mãe." "Mas minha
entendida como: seja sempre cuidadoso e
faça uma rápida análise de risco antes de mãe está aqui comigo!" "Mas pegamos
qualquer ação importante. Exemplos são o seu chinelo e vamos virar ele pra
“Take five” da DuPont (pare 5 minutos e baixo."
analise) ou “SLAM” da Anglo American (stop,
look, analyze and manage) ou “4P” da Queiroz 
Galvão Óleo e Gás (pare, pense, planeje e
prossiga se seguro).
Eu, quando os vizinhos
b) O exemplo era do Bob, mas poderia ser de começam a brigar
qualquer outra pessoa da planta. Não daria
para trabalhar isolado de todos. A mensagem
correta era para todos cuidarem de todos, o
tempo todo.
c) Aumentar o seguro de vida em nada
alteraria o nível de segurança na planta, nem
controlaria as condições perigosas
(“hazards”). Aumentar o seguro é uma
decisão de efeito reativo e mitigador, não de
prevenção de incidentes.
Sua família prefere não ficar rica mas ter você
vivo todo dia.
Sérgio Médici de Eston - Professor Titular -
Escola Politécnica da USP
www.jornalsegurito.com jornalsegurito@bol.com.br

eSocial vai
desnudar a SST
Uma novidade que irá impactar toda área de
Saúde e Segurança do Trabalho é a
implementação, a partir deste ano, do eSocial.
Turbulências políticas à parte, o que vem por
aí na chamada escrituração eletrônica poderá
provocar repercussões muito importantes para
o papel dos profissionais que atuam nas
empresas em prol da qualidade de vida dos
trabalhadores. Acontece que o eSocial irá
desnudar muito do trabalho desenvolvido nas
empresas (ou não desenvolvido), revelando o
que foi feito e, principalmente, o que não foi
feito.
O tempo do PPRA de gaveta pode estar com os
dias contados, pois este importante programa
servirá como base de muitas informações a
serem retratadas no eSocial. Empresas que
produziam o PPRA apenas para fazer de conta
poderão vivenciar problemas muito sérios,
pois estarão preenchendo as informações
baseadas na realidade retratada pelo PPRA. Se
o PPRA é ruim, as informações serão ruins ou
falsas.
Eu costumo comparar o eSocial a uma
declaração de Imposto de Renda. Não é à toa
que a Receita está envolvida dos pés à cabeça
na estruturação deste novo sistema. Assim
como a malha fina pega distorções ou
declarações fora do padrão no IR, o
sistema do eSocial poderá apontar
contradições muito grandes dos dados
divulgados. Apenas como exemplo: Um PPRA
“de gaveta” não fala que a empresa tem
qualquer risco elétrico. Como será que o
eSocial vai interpretar esta informação caso
um trabalhador receba um choque durante
uma manutenção e venha a ter sérias
consequências, gerando benefício
previdenciário? Se o trabalhador falecer eu
não tenho dúvida de que uma ação regressiva
estará a caminho.
A notícia boa é que ainda dá tempo para rever
as coisas erradas. A SST entra pra valer no
eSocial em 2017, mas a má notícia é que tem
tanto trabalho pela frente para a maioria das
empresas que é preciso correr para não ser
atropelado pelo furacão chamado eSocial.
Para os bons profissionais o eSocial será uma
ótima oportunidade de trabalho, pois mais e
mais empresas precisarão fazer uma lição de
casa que não andam fazendo.
Alexandre Eggler Gusmão – Jornalista e
Diretor da Revista Proteção
Parabéns em dose dupla!
Neste mês em que o Segurito celebra 10 anos
de excelentes serviços educativos prestados
aos profissionais de segurança e saúde no
trabalho outro aniversário merece ser
comemorado. A Fundacentro completa o seu
jubileu de ouro, meio século de pesquisa e
ensino voltados para a prevenção de acidentes
e doenças decorrentes do trabalho e
permanente orientação para otimização das
condições e locais de trabalho.
Não foi fácil para a Fundacentro lidar com as
barreiras e as tradições escravagistas que
sempre estiveram presentes na gestão do
nosso país, onde temas como segurança e
saúde no trabalho permanecem soando como
algo supérfluo, que só traz custos, onde se dá o
“jeitinho brasileiro” da enrolação ou do
suborno a quem ousar fiscalizar. No início da
década de 1960 o Brasil estava presente nas
manchetes da imprensa mundial como sendo
um dos países que liderava o ranking das
Argumentando
uando pensamos em argumentos para E m tempos de E-Social, a dica é que os
Qconvencer um trabalhador da necessidade de processos e práticas: do PPP, do PCMSO, dos
seguir um procedimento devemos usar todas
as armas possíveis.
Uma das armas que toda empresa tem e
poucas utilizam são os registros de acidentes e
incidentes.
Pense bem, quer melhor argumento para
provar que determinada ação pode causar
problemas, se realmente já aconteceu, na sua
empresa e com um colega de trabalho?
Então, é sempre bom fazer um levantamento
dos acidentes para você saber o que está
acontecendo com mais frequência, mas
também para servir como material de
treinamentos.
Além disso podemos utilizar nos treinamentos
além dos acidentes internos outros que
tenham acontecido pela cidade e tenham sido
amplamente divulgados pela mídia local. Esta
estratégia facilita a fixação e o entendimento
da informação, pois o trabalhador irá lembrar
da história.
Porém não basta apresentar os fatos é preciso
contextualizar com um determinado
procedimento utilizado na empresa.
Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
J ORN AL S EG URI T O 
estatísticas de acidentes da OIT, em parte pelo
fato da inobservância do capítulo V da CLT de
1943. Entretanto o problema não se resumia
ao descumprimento da legislação trabalhista,
existiam outros fatores tais como a falta de
conscientização tanto de empresários quanto
de trabalhadores, agravado pela carência de
profissionais com formação adequada. Diante
deste cenário o governo mobilizou a OIT para
oferecer suporte à criação de uma instituição
voltada para a prevenção de acidentes e
doenças decorrentes do trabalho, fato este
que se concretizou no dia 21 de outubro de
1966, através da Lei nº 5.161 com a criação da
Fundacentro. Mesmo com todas as
dificuldades a Fundacentro conseguiu, ao
longo de 50 anos, permanecer produzindo e
difundido conhecimentos para promoção da
segurança e saúde dos trabalhadores,
defendendo a bandeira da cultura da
prevenção como prática mais inteligente e
avançada para o Brasil. O mais lamentável é
que, na contramão, perpetua-se nos
ministérios ditos sociais uma série de políticas
públicas voltadas tão somente para remediar,
reabilitar ou indenizar trabalhadores
vitimados.
Luiz Augusto Damasceno Brasil – Mestre em
Educação, Advogado, Pedagogo, Tecnologista
da Fundacentro
Dica do Armando
Relatórios de Investigação/Análise de
Acidentes do Trabalho, o FAP, os Laudos de
Insalubridade e os de Periculosidade e o
financiamento da Aposentadoria Especial,
precisam ser revisados, validados e integrados
à Tabela de Ambientes de Trabalho que deverá
ser criada, contendo um Inventário de Risco
da exposição dos trabalhadores nesses
ambientes. Abraços
Armando Campos – Mestre em Sistema de
Gestão e Diretor da ADMC Consultoria
Piadinhas
Antonio Carlos Vendrame – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
No Facebook deveria ter a lembrança
"hoje faz um ano que seu amigo te deve e
não te paga".

Garçom, e o meu escondidinho de
frango?
Ainda estamos procurando, senhor...

A pressa é inimiga da perfeição, mas
ajuda muito em dia de dor de barriga.

2
J ORN AL S EG URI T O 
Um show de SIPAT
Só Que Não
Tenho acompanhado de perto a evolução das
SIPATs se é que podemos chamar de
evolução...
Não, não, não, em alguns casos não é mesmo!
Algumas SIPATs são chamadas SIPAT Show, ok,
nada contra o show! O problema é que o show
tem sido inadequado. É como se para um
Show religioso ao invés do Padre Marcelo
Rossi eu contratasse o Leonardo...
O que você espera de um show é que durante
o mesmo, seus anseios sejam supridos, não é?
No momento de comprar o ingresso já
sabemos como queremos ser impactados. Por
exemplo, se um goiano como eu comprar
ingresso de um “show da terra (sertanejo)” vai
querer escutar aquelas músicas que vão falar
de chifre (ser corno), de amor, de sexo sem
compromisso ou de como é louco por ela, e
blá, blá, blá.
Na segurança do trabalho o que se espera de
uma SIPAT é que seja focada em segurança e
saúde no trabalho. Sabemos que hoje em dia
não é bem isso que acontece. Estão
priorizando o show em detrimento da
mensagem principal da SIPAT que é formar
consciência prevencionista nos empregados.
Precisamos urgentemente rever nossas
prioridades!
Você pode estar pensando que o show é
importante para atrair a atenção dos
empregados. Porém... Quem disse que o show
é o único artifício para atrair a atenção dos
empregados?
Existem inúmeras atividades que podem ser
incluídas dentro da SIPAT como gincanas,
quebra gelo e mesmo dinâmicas ou mesmo
palestras certas, que, certamente levarão o
empregado a pensar mais nas suas próprias
atitudes. Pensar em sua conduta de segurança
dentro da empresa. Não podemos reduzir a
SIPAT a um mero show, a menos que esse
show venha de fato contribuir com a
conscientização dos empregados da empresa.
Nestor Waldhelm Neto - Técnico de
Segurança do Trabalho
Entrevista de promoção
- O que você faria se fosse promovido?
- Eu trabalharia por dois, senhor.
- E você, o que faria?
- Já que ele pretende trabalhar por dois,
acho que eu passaria a sair mais cedo...
Transformando normas em realidade
Vemivemos repetindo boa parte do tempo, tanto
nossos artigos como nos eventos dos quais
participamos, que há necessidade de sairmos
do conforto de achar que a Segurança no
Trabalho é APENAS cumprir legislação e irmos
rapidamente na direção do entendimento de
que a legislação é apenas parte da base a
partir da qual buscamos a prática
prevencionista.
Essa quebra de paradigma é mais do que
necessária para que as nossas ações sejam de
fato úteis para todos os envolvidos na questão
e que nossa área assuma postura de fato
técnica.
No Brasil de hoje temos muita gente para dizer
o que é preciso ser feito e poucos que sabem
Acreditar em exames de imagem?
C hamamos de exames de imagem as
radiografias, tomografias, ressonâncias e
ultrassonografias. A tecnologia atual, a
propaganda e um certo comodismo dos
médicos fizeram que tais exames assumissem
uma importância talvez maior do que real,
tornando-os “verdades” incontestáveis,
levando trabalhadores, empresários e
principalmente advogados a se esquecerem
dos frequentes e importantes resultados falso-
positivos e falso-negativos, mesmo em exames
de boa qualidade e bem interpretados. Muitas
vezes, a “ânsia” de se encontrar um “culpado”
faz aparecer uma alteração anatômica normal
à idade como a causa da queixa e da
reclamação trabalhista, principalmente diante
dos complexos nomes dessas alterações, nem
sempre indicando a presença de doença
(protrusão discal, desidratação discal,
tendinopatia, osteofitose, escoliose postural,
sinais incipientes, lâmina líquida na bursa, etc).
A literatura médica pode (e deve) ser
facilmente consultada (www Pub Med) e aí se
entrarão as altas frequências de exames ditos
“positivos” em indivíduos assintomáticos.
como planejar ou fazer e isso só mudará
quando buscarmos como transformar em
realidade o que está descrito nas normas,
como transformar em práticas os itens da
legislação e muito especialmente ensinando
isso a todos os envolvidos nas atividades.
De uma forma ou de outra nossa legislação
vem sofrendo algumas modernizações em
alguns aspectos, mas isso pouco ou quase
nada mudará a realidade se não tivermos
pessoas capazes de colocar de fato em prática
os avanços. Para que isso ocorra, um dos
primeiros passos é compreender que o papel
por si e apenas não muda nada. Um outro
passo importante é reconhecer a importância
do conhecimento como agente capaz de
realizar as mudanças nos locais de trabalho e ir
buscá-lo para que possa ser aplicado.
Parabéns ao Jornal Segurito por seus 10 anos
na direção do que é preciso - educar para
prevenir - informar para fazer melhor e que
nos próximos 10 anos nosso querido Mestre
Mário Sobral possa seguir com sua partilha
prevencionista tão útil a todos.
Cosmo Palasio – Técnico de Segurança do
trabalho e Coordenador do e-group SESMT.
Deve-se dar atenção à sensibilidade e à
especificidade. A sensibilidade mede a
capacidade do teste em identificar
corretamente a doença entre aqueles que a
possuem (“positividade na doença”). A
especificidade mede a capacidade do teste em
excluir corretamente aqueles que não
possuem a doença (“negatividade na saúde”).
Quanto maiores forem esses fatores, maior a
resolutividade do exame. Exemplo: A
radiografia lombar não é nem específica, nem
sensível para mostrar hérnias discais. Se a
ressonância mostrar protrusão discal, isso não
corresponde a hérnia discal. Se houver hérnia
discal, ela pode ser assintomática em até 30%
dos adultos e mesmo regredir com o tempo. E
pode ainda ser causada por predisposição
genética ou familiar e nada ter a ver com o
trabalho leve a moderado de um operador de
tornos CNC. Portanto, leigos, paciente e
mesmo médicos, cuidado ao ler e interpretar
os relatórios de exames de imagem.
Luiz Philippe Westin Vasconcellos, perito
médico ortopedista e fisiatra, autor de
Simulação na Perícia Médica e Temas de
Interesse Pericial.
3

10 coisas que os motoristas
precisam saber sobre motocicletas
Etãoste tema já foi um Protegildo. Considero-o
importante que merece uma
reapresentação em texto mais explicativo.
1. Atenção redobrada. Metade dos acidentes
fatais com motocicletas envolvem outro
veículo. Muitas vezes os motoristas
simplesmente não percebem a moto. É
necessária uma atenção especial nas vias que
possuem grande quantidade de motos e nas
estradas.
2. Baixa visibilidade. Pelo seu tamanho, uma
moto fica facilmente escondida nos pontos
cegos dos automóveis e veículos maiores. Ela
também é facilmente escondida por árvores,
tapumes e equipamentos comuns das vias
públicas ou estradas. Tome um tempo extra
para espiar bem se não há motos num
cruzamento de vias.
3. Armadilha Óptica. Pelo seu tamanho, uma
moto pode parecer que está mais longe do
que sua posição real. Por essa mesma razão,
é difícil julgar direito sua velocidade. Pense
sempre que ela está mais perto e chegará mais
rápido. Cuidado com os retrovisores convexos,
que enganam mostrando que o objeto está
aparentemente mais longe. Verifique pelo
retrovisor central, e irá perceber que o objeto
está muito mais perto, na realidade.
Precisa-se de Lobo Mau, mas não basta ser mau
Ihistória
magine que eu fosse contratar um lobo para a
dos três porquinhos. Na entrevista o
primeiro candidato descreve as qualidades:
“tenho os olhos grandes, orelhas enormes,
boca imensa e consigo engolir uma vovó de
uma bocada só, além disso sou mau”.
O entrevistador olha para as anotações das
habilidades que precisa e diz: infelizmente nós
estávamos precisando de alguém com fôlego
para correr, que conseguisse descer por uma
chaminé e que tivesse um sopro capaz de
derrubar até uma casa de madeira.
4. Inesperado. Os motociclistas reduzem a
velocidade simplesmente reduzindo as
marchas ou liberando o acelerador (usando o
freio-motor). Nem sempre precisam brecar;
então, a luz de freio não será acionada; com
isso, perde-se um alerta importante de
redução de velocidade. Considere sempre
essa possibilidade. Fique sempre 3 a 4
segundos de distância.
5. Irrequieto. Os motociclistas ajustam
constantemente sua posição na faixa para
evitar sujeira e resíduos, ou para se acomodar
ao vento ou ao tráfego. Entenda que eles não
estão sendo exibidos ou irresponsáveis. Evite
dividir a faixa com a moto. Evite também ficar
atrás e muito perto de uma moto. O
motociclista pode cair, e você o atropelará.
6. Congele. Se perceber que uma moto se
aproxima, espere ela passar e só depois se
movimente, mudando de faixa ou fazendo
O lobo sai de lá reclamando: o que importa é
ser lobo e ser mau, para que preciso saber
descer chaminé? Não sou Papai Noel, sou lobo
mau faz mais de 10 anos.
Professor, e o que isto tem a ver comigo?
Contei esta história porque quando um
profissional de segurança reclama que a
empresa não lhe contratou apesar de ser da
Segurança do Trabalho, ele tem que entender
que há habilidades necessárias e imediatas
para determinada vaga.
Se trabalho em uma empresa com necessidade
de adequação das máquinas, preciso de um
lobo, ops, de um profissional que domine a NR
12 e você não será contratado mesmo com
muitos anos de experiência. Agora imagine
quem não tem experiência?
Precisamos focar no que a empresa precisa,
pois cada vez mais não basta ser apenas lobo é
preciso saber atender a empresa e até
entender um pouco sobre como ser
porquinho, chapeuzinho ou até vovó.
Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
J ORN AL S EG URI T O 
conversão. Uma moto é muito ágil, em baixa
velocidade e com pista aderente. Entretanto,
não espere que o motociclista consiga desviar-
se rapidamente. Não force a situação e sinalize
ao mudar de faixa.
7. Vale o que ela faz. O pisca-pisca da moto
não volta sozinho. Iniciantes podem esquecer
o pisca ligado. Por isso, esteja alerta. O pisca é
apenas uma sugestão. Espere pelo movimento
final da moto antes de seguir ou mudar seu
trajeto.
8. Má frenagem. Distâncias de frenagem de
motos são aproximadamente iguais às de
carros, mas pisos de baixa aderência e
derrapagens são perigosas para as motos. Não
espere que uma moto pare de repente.
9. É gente. Não se esqueça: na sua frente não
está uma moto, está uma pessoa. Que poderia
ser um amigo, um vizinho, ou alguém da sua
família. A proteção física que uma pessoa tem
sobre uma motocicleta é praticamente nula.
Enxergue uma pessoa.
10. Atitude defensiva. Evite participar de
acidentes com motocicletas. Ainda que
involuntariamente, são eventos que podem
deixar marcas difíceis de apagar.
Autor: Mário Fantazzini – Engenheiro de
Segurança do Trabalho e Higienista
Ocupacional
Quem nunca…
Quem nunca colocou um copo sujo na
pia enquanto a mãe estava lavando
louça, não sabe o que é andar no vale da
sombra da morte.

Quem nunca acordou no meio da noite
para ver quantas horas ainda teria para
dormir, não sabe o que é ficar aliviado ou
desesperado.

Quem nunca deu sinal para o ônibus e
ele passou direto, não sabe o que é ficar
no vácuo.

Quem nunca passou cola para alguém, e
ele tirou nota maior do que você, não
sabe o que é injustiça

Quem nunca pegou o último copo de
suco na geladeira e colocou a jarra vazia
de volta na geladeira, não sabe o que é
ter preguiça.
4
J ORN AL S EG URI T O 
Como deve ser o meu “futuro”?
S e essa pergunta já passou na sua cabeça
estamos no mesmo barco. Quando falamos de
“FUTURO” rapidamente pensamos em
tecnologias inovadoras presentes em nossas
vidas como Smart Phone, Tablet, Smart TV,
entre outros, assim sendo, por que não
incorporar nos produtos para prevenção?
Existem diversos EPI’s com estudos avançados
em “tecnologia embarcada”, mas a realidade
no cenário atual é polêmica, pois existem
fatores que não contribuem para os
desenvolvimentos neste setor, por exemplo,
os testes e certificações de alto custo, afinal,
são produtos para salvar e não tirar vidas.
Em ambientes com gases ou deficiência de
oxigênio como o cenário de um incêndio, os
guerreiros bombeiros estarão entrando para
combater e resgatar vidas. Para isso, utilizam
diversos equipamentos de proteção que
podem chegar a um peso aproximado de 30kg.
No entanto, um novo design de capacete
poderá dar a eles a capacidade de ver através
da fumaça e ouvir além do som das chamas.
Este conceito de visor e capacete oferece
funções integradas que atualmente só estão
disponíveis em aparelhos separados – como
Dicas para avaliação de agentes químicos
V ou dar algumas dicas sobre como devemos
desenvolver uma avaliação de exposição a
produtos químicos.
O primeiro passo apesar de óbvio não é tão
fácil de conseguir quanto parece. Seria o de
identificar o contaminante químico que o
trabalhador está exposto.
E qual a dificuldade, professor?
O problema é que em geral temos apenas o
nome comercial do produto e para conseguir
saber qual o agente químico, precisaremos da
FISPQ. Porém apesar de obrigatória nem
sempre é enviada pelo fornecedor. Em outras
situações o produto é importado e podemos
sensores térmicos portáteis e dispositivos de
comunicação. Então em vez de ter que rastejar
sob a fumaça enquanto verifica um sensor
térmico de mão e tenta não se perder do resto
da equipe por trás de uma fumaça espessa, o
bombeiro com o capacete pode apenas olhar
ao seu redor com uma visão térmica.
O capacete transmitiria dados e vídeos do
ambiente via wireless para um serviço de
análise na nuvem através do dispositivo móvel
de computação dos bombeiros. A partir daí, a
informação processada seria distribuída para
todos os membros da equipe.
Os dados gravados em vídeo poderiam ser
usados como referência para treinamentos
futuros – e talvez como evidências em
processos movidos contra o departamento dos
bombeiros.
Além disso, pode ter uma função de eliminar
ruídos que seria usada para que os bombeiros
abafassem o barulho do prédio em chamas
enquanto tentam ouvir gritos de socorro,
assim como o som de partes de madeira que
estão prestes a quebrar. Isso liberaria os
bombeiros para que não precisassem gritar um
com o outro através de seus walkie-talkies.
Com todas essas funções disponíveis nos
equipamentos usados na cabeça, o combate
ao fogo pode ficar mais seguro do que nunca –
isso, claro, facilitará no salvamento de vidas.
Rafael Gustavo Gotola -Técnico de
Segurança do trabalho e Engenheiro de
Processo em Produção
não conseguir a ficha ou ter uma grande
dificuldade com a tradução, pois digamos que
os produtos foram importados da China.
Depois de ter as informações da FISPQ (caso
ela tenha sido bem elaborada) fica um pouco
mais fácil. Já teremos mais informações sobre
a toxicidade do produto.
Porém precisamos avaliar o tempo de
exposição e o número de trabalhadores
expostos ao produto químico.
Depois desta análise iremos definir se
precisamos ou não realizar uma avaliação
quantitativa do agente (considerando
principalmente o tempo e o número de
amostras).
Com este resultado iremos comparar com o
limite de exposição e concluir se temos uma
condição aceitável, inaceitável ou
indeterminada. No caso desta última situação
precisaremos de mais amostras.
Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho.
Mundo
Ocupacional
Conturbado
Cmuito
hegamos ao ano de 2016, em um momento
complicado para praticamente todos os
setores da economia brasileira, mas em
especial para o “Mundo do Trabalho”!
Já fomos surpreendidos com a junção do
Ministério da Previdência Social com o
Ministério do Trabalho e Emprego! Se o MTE já
estava com uma defasagem substancial de
Auditores Fiscais do Trabalho, imaginem
agora?
Os acidentes do trabalho continuam em um
patamar altíssimo, causando grande frustração
para nós que trabalhamos em prol da saúde,
segurança, higiene e bem-estar dos
trabalhadores.
A economia continua dando sinais alarmantes
de queda, e com isso um dos setores que mais
sofre é o setor de saúde e segurança do
trabalho, e muitas empresas encaram a saúde
e segurança como custo, e não como um
investimento, pois o retorno será a longo
prazo, e nossa cultura é imediatista.
Algumas Normas Regulamentadoras estão
“gagás”, como é o caso da NR 15 - Atividades e
Operações Insalubres, que possui limites de
tolerância já ultrapassados para alguns
agentes. Outras, estão atualizadíssimas, mas
justamente por esse fato, como é o caso da NR
12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e
Equipamentos, existe um grande movimento
para que ela seja suspensa! É o absurdo dos
ABSURDOS!
Diante de todo esse cenário, continuaremos
firmes em nosso propósito de desenvolver a
saúde e segurança nas empresas brasileiras,
pois são os trabalhadores os propulsores da
economia, e sem nosso trabalho, não há como
o país sair dessa situação nebulosa no qual foi
conduzido.
Que o Jornal Segurito, na comemoração de
seus 10 anos, continue sendo uma ferramenta
que nos ajude a mantermos informados sobre
o mundo do trabalho, e que nos próximos 10
anos, poderemos debater também sobre o
otimismo no mundo ocupacional!
Um abraço!
Alexandre Pinto da Silva – Engenheiro de
Segurança do Trabalho.
5
J ORN AL S EG URI T O 
Ruído para fins previdenciários: NR-15 ou NHO-01?
V ocê já ouviu falar que para realizar uma
avaliação de ruído (audiodosimetria) para fins
trabalhistas (PPRA, laudo de insalubridade)
deve-se usar o incremento de duplicação de
dose (IDD) = 5, e para fins previdenciários
(LTCAT E PPP) o incremento de duplicação de
dose (IDD) = 3?. “Pode isso Arnaldo?”.
Vamos analisar de onde vem essa confusão.
Nas instruções normativas do INSS, sendo a
mais recente a IN INSS PRESS 75/2015, sempre
constou que para avaliação de ruído deve-se
usar “os limites de tolerância da NR-15, e as
metodologias e procedimentos da NHO-01”.
Veja abaixo:
“Art. 280. A exposição ocupacional ao ruído dará
ensejo a caracterização de atividade exercida em
condições especiais quando os níveis de pressão
sonora estiverem acima de 80dBA, 90dBA ou
85dBA, conforme o caso, observado o seguinte:
IV - a partir de 01/01/04 será efetuado o
enquadramento quando o Nível de Exposição
Normalizado - NEN se situar acima de 85 dB (A)
ou for ultrapassada a dose unitária, conforme
NHO 1 da FUNDACENTRO, sendo facultado à
empresa a sua utilização a partir de 19/11/03,
data da publicação do Decreto nº 4.882/03,
aplicando: a) os limites de tolerância definidos no
Quadro do Anexo I da NR-15 do MTE; e b) as
metodologias e os procedimentos definidos na
NHO-01 da FUNDACENTRO.”
Vamos interpretar o texto por partes:
a) Quando o Nível de Exposição Normalizado -
NEN se situar acima de 85 dB(A) ou for
ultrapassada a dose unitária, conforme NHO 1
da FUNDACENTRO.
A única Norma Nacional, que cita o que é o
NEN, é a NHO-01, e o define como: “nível de
exposição, convertido para uma jornada
padrão de 8 horas diárias, para fins de
comparação com o limite de exposição”.
Significa que para jornadas diferentes de 8h
(06 horas, 12 horas e etc..) você deverá
normalizar esses valores para compará-lo com
o limite de tolerância de 85 dBA.
Ex: o limite de tolerância para uma jornada de
06 horas é 87dBA, caso meu Nível Médio
(Lavg) seja 87dBA, significa que alcançou o
limite de tolerância (100% da dose). Quando o
meu Lavg for convertido pela fórmula do NEN,
ajustada para o IDD=5, irá resultar no valor de
85 dBA, que também corresponde a 100% de
dose para a jornada de oito horas. O que o
NEN faz, nada mais é do que converter o LAVG
de uma jornada diferente de 8 horas para um
valor correspondente à uma jornada de 8
horas. Daí é possível comparar o resultado
com o limite de tolerância de 85 dBA
automaticamente. Você já viu no formulário
do PPP uma coluna para informar o limite de
tolerância? Não. Porque não existe. Qualquer
valor de Lavg que você lançar no PPP será
automaticamente comparado com o limite de
tolerância de 85 dBA pelo INSS. Digamos que
em uma audiodosimetria o Lavg obtido foi de
86,5 dBA. Está acima ou abaixo do limite de
tolerância?
Depende. Se a jornada de trabalho for de 6 h,
o limite será 87 dBA, então meu Lavg estará
abaixo. Agora se lançarmos esse valor direto
no PPP, o INSS irá comparar automaticamente
o resultado com 85dBA, e entender que
ultrapassou o limite de tolerância, daí a
necessidade de se calcular o NEN. Após
calcular o NEN, meu Lavg será de 84,4dBA,
abaixo do limite de 85dBA e mantendo a
mesma correlação de intensidade sonora.
b) Aplicando: a) os limites de tolerância
definidos no Quadro do Anexo I da NR-15 do
MTE; e b) as metodologias e os procedimentos
definidos nas NHO-01 da FUNDACENTRO.
Caso você analise a tabela de limites de
tolerância do Anexo I da NR-15, verificará que
toda vez que se aumenta cinco (05) dBA em
relação a um determinado nível, o tempo de
exposição cai pela metade, pois os limites de
tolerância da NR-15 foram calculados com um
IDD=5. O conceito de IDD é “incremento em
decibéis que, quando adicionado a um
determinado nível, implica a duplicação da
dose de exposição ou a redução para a metade
do tempo máximo permitido”.
Já a NHO-01 baseou seus limites em um IDD =
3, o que gerou limites de tolerância diferentes.
Nota-se que o Nível Critério (nível médio para
o qual a exposição, por um período de 8 horas,
corresponderá a uma dose de 100%), tanto
para a NR-15 quanto para NHO-01 são iguais
(85 dBA). Desta forma, não é possível se
utilizar o IDD= 3 da NHO para o cálculo da
audiodosimetria e comparar o resultado com
os limites de tolerância da NR-15, pois são
limites de tolerância diferentes.
Veja alguns exemplos:
Tempo de Limite Limite
exposição NR-15 NHO-01
(horas) (dBA) (dBA)
8 horas 85 85
4 horas 90 88
2 horas 95 91
1 horas 100 94
O que fica claro ao analisar a alínea “b”, do
item IV do Art. 280 é que se deve utilizar as
“Metodologias e procedimentos da NHO-01”,
não seus limites de tolerância, que foram
baseados em um IDD=3. Mas o que seriam
metodologias e procedimentos? A
metodologia do Anexo 1 da NR-15 consiste em
ajustar o decibelímetro com curva de
compensação A, circuito de resposta lento, e
caso haja exposição a diferentes níveis de
ruído, deve-se calcular o CN/TN; e só. É uma
metodologia antiga, para uso de
decibelímetro, em uma época onde não era
acessível o uso do audiodosímetro. Já a NHO
fornece: definições, símbolos e abreviaturas
para avaliação de ruído; metodologia para
avaliação da exposição de um trabalhador ao
ruído contínuo ou intermitente por meio da
dose diária; utilizando medidor integrador de
uso pessoal; utilizando medidor portado pelo
avaliador; avaliação da exposição de um
trabalhador ao ruído contínuo ou intermitente
por meio do nível de exposição. Já em relação
aos procedimentos especifica: a abordagem
dos locais e das condições de trabalho;
especificações dos Equipamentos de medição;
procedimentos gerais de medição;
procedimentos específicos de medição de
ruído contínuo ou intermitente;
procedimentos específicos de medição de
ruído de impacto; interpretação dos resultados
e etc., suprindo assim uma lacuna na NR-15.
Conclui-se assim, que seja para atender a
legislação previdenciária ou trabalhista,
devemos usar o IDD=5. O INSS autorizou a
utilização apenas da “metodologia e
procedimentos da NHO-01” e não seus limites
de tolerância baseados no IDD=3. Espero ter
ajudado na compreensão deste assunto, e
evitar que mais informações erradas sejam
utilizadas, divulgadas, ou cobradas por
profissionais de SST, em relação à avaliação da
exposição ocupacional ao ruído
Autor Guilherme José Abtibol Caliri – Eng. de
Seg. do Trabalho e Higienista Ocupacional
Piadinhas
Quando peguei a prova do ENEM, me
senti um filósofo, o próprio Sócrates. E
disse: "Só sei que nada sei."
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Quando vejo nomes de namorados
entalhados em árvores, não acho
bonitinho. Acho assustador o número de
pessoas que levam faca para um
encontro.