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ESTUDOS PARA OS MÉDIUNS DE DESOBSESSÃO NA SALA MARIA MÁXIMO

Os nossos estudos têm como finalidade orientar os trabalhadores da reunião de desobsessão, capacitando-os a
um melhor entendimento acerca dos métodos pelos quais se é possível identificar e tratar com relativa
segurança os processos obsessivos.Vamos tomar conhecimento de como atuam os Espíritos nos processos
obsessivos, como funciona um trabalho de assistência espiritual a encarnados e desencarnados envolvidos nos
processos obsessivos, e o preparo necessário dos médiuns e outros trabalhadores que se dedicam a essa
atividade na casa espírita. Esse trabalho não tem nada de meu, estou apenas servindo de médium, de
intermediário entre os livros, os pesquisadores, os estudiosos, os palestrantes e vocês, nada mais.
É importante saber e jamais esquecer, que desde quando adquirimos o livre-arbítrio, ou seja, a liberdade de
agirmos dessa ou daquela maneira, nem por isso fomos entregues totalmente à nossa própria sorte. Sempre
teremos a proteção de Espíritos superiores, e não é pelo fato de trabalharmos em desobsessão, que iremos sofrer
consequências oriundos dessa atividade, sofreremos somente o que estiver relacionado com os nossos débitos
com as leis divinas, ou se não procurarmos cultivar um comportamento evangélico.
Para atuar mediunicamente nessa atividade, necessário se faz que entendamos como se dão os processos
obsessivos de desencarnados para encarnados, de encarnados para desencarnados, de desencarnados para
desencarnados. Todo estudo que envolve essas questões, exige muito tempo, mas nós faremos de uma forma
reduzida sem que percamos a qualidade das informações necessárias à nossa formação para o trabalho.
Allan Kardec na questão 459 de O Livro dos Espíritos, pergunta aos Espíritos responsáveis pela codificação:
"Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?" Ou, podemos perguntar: influem os
Espíritos em nossa vida? Obtendo a seguinte resposta: “Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto,
que de ordinário são eles que vos dirigem.”
O que é influência. Os Espíritos influenciam em nossa vida? Sim. Então, influência tem sua origem na palavra
fluir,(correr com certa abundância) que por sua vez, significa mover numa direção. A água está fluindo, está vindo da
caixa d'água até a torneira tem alguma obstrução? Não. Então, fluir é mover numa direção, agora
fluência,(qualidade do que flui) já é uma qualidade. Quando colocamos o IN(mudança de estado) antes o que é que
acontece? Muda o sentido do que estamos dizendo, como por exemplo: hoje eu estou muito feliz, ao ser
colocado o in antes, como fica? Hoje eu estou muito infeliz, que é o contrário de feliz. Então o in modifica o
estado anterior.
Então o quê que é influência, os Espíritos influenciam a nossa vida? Vamos traduzir: Os Espíritos são capazes
de mudar a direção dos nossos pensamentos e atos? Vamos a um outro exemplo: Fulano é muito influente na
empresa em que eu trabalho. Isso significa que com a presença dele as coisas podem mudar de direção. As
coisas não estavam a meu favor, mas como eu tenho um amigo influente, o que é que aconteceu? Os ventos
mudaram, passaram a me favorecer. Então influenciar é o quê? Mudar o direcionamento de alguma coisa. Os
Espíritos influenciam a nossa vida?
Então, façamos a pergunta de modo diferente: os Espíritos são capazes de mudar a direção de nossa vida?
Olhe a resposta: "De tal maneira que de ordinário são eles que vos dirigem". Não só mudam a direção, como
podem nos levar a onde querem. Então os Espíritos são capazes de mudar a direção dos nossos pensamentos
e atos? Sim. Como eles fazem isso, é o objeto dos nossos estudos. Na resposta que os Espíritos deram a essa
pergunta, na tradução para o português, a palavra ordinário não tem o mesmo significado da língua francesa.
Segundo os entendidos no assunto, no original francês a palavra “Sevan” que foi traduzida como ordinário,
não tem esse significado, o significado correto é muito frequentemente, que é muito diferente de ordinário,
ordinário é o cotidiano. Por exemplo: eu venho a Brasília uma vez por semana, eu não posso dizer que de
ordinário eu venho a Brasília, porque eu não venho todo dia a Brasília. Diferentemente quando eu digo:
frequentemente eu venho a Brasília, uma vez por semana, eu não venho de ordinário todo dia a Brasília. Então
vamos traduzir a resposta: "de tal maneira que muito frequentemente, são eles que vos dirigem."
Está no Livro dos Espíritos na questão 459 cujo título é, Influência oculta dos espíritos em nossos
pensamentos e atos. O que é uma coisa oculta? É uma coisa que não é sentida, o oculto não é percebido, o
problema é que nós confundimos a influência dos espíritos com a mediunidade, Allan Kardec nunca fez essa
confusão. Influenciar é uma ação, mediunidade é uma faculdade, é um meio de comunicação, não deve ser
confundido com a influência. Eu não sou médium, mas isso não me tira a capacidade de ser influenciado. Paulo
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de Tarso já havia dito que nós vivemos cercado por uma nuvem de testemunhas. Influenciado todo o mundo é,
querendo ou não, gostando ou não, aceitando ou não, agora "médium somente o é aquele que sente a
influência dos espíritos em qualquer grau de intensidade, é por esse fato médium."
Em O Livro dos Médiuns, no ítem 232 Kardec nos diz: “Fora erro acreditar alguém que precisa ser médium
para atrair a si os seres do mundo invisível. Eles povoam o espaço; temo-los incessantemente em torno de
nós, ao nosso lado, vendo-nos, observando-nos, intervindo em nossas reuniões, seguindo-nos, ou evitando-
nos, conforme os atraímos ou repelimos. – é Allan Kardec quem está asseverando isso -. A faculdade
mediúnica em nada influi para isto: ela mais não é do que um meio de comunicação. Voltaremos a esse
assunto quando estudarmos sobre médium.
Vamos então procurar entender como os espíritos exerce essa influência sobre nós, para isso vamos estudar um
pouco sobre vibração.
O que é vibração? Vibração ou oscilação, é um movimento periódico que se realiza em dois sentidos opostos,
ora num, ora noutro. Para facilitar o nosso entendimento, usemos como analogia o movimento de um pêndulo.
Nós temos aqui um pêndulo que está na posição vertical e em repouso, abaixo dele, temos uma
linha reta que vai nos ajudar a traçar num gráfico a sua trajetória, e nessa primeira posição, indica
que o pêndulo, está na posição "zero” que significa parado, sem nenhum movimento.
Para iniciar o movimento pendular, nós precisamos dá um impulso para que daí para frente, ele continue
ininterruptamente os seus movimentos oscilatórios. O que aparecer acima da linha demarcatória, nós vamos
considerar mais (+), e o que tiver abaixo da linha, vamos considerar menos (-), e à medida que os movimentos
vão se realizando, nós vamos desenhando um gráfico que irá nos informar sobre o que é uma vibração ou
oscilação.
Então nós damos o primeiro impulso e o pêndulo sai da posição de repouso, e começa a
fazer sua trajetória saindo do ponto zero até alcançar o ponto máximo, aí nós
representamos no gráfico o correspondente a esse movimento. Continuando, ele sai da
posição máxima retornando ao ponto zero, aí nós representamos esse movimento no
gráfico. Podemos considerar essa posição como meio ciclo.
Mas ele não pára no zero, ele prossegue até alcançar nova posição máxima, só que em
sentido contrário, aí assinalamos no gráfico essa nova posição, e como ela representa um
sentido contrário ao primeiro, desenhamos abaixa da linha, Continuando esse
movimento, ele sai dessa posição máxima, retornando a posição inicial zero, a qual
podemos representar no gráfico, e aí dizemos que temos um segundo meio ciclo, depois disso tudo se repete.
O gráfico final das duas meias oscilações que formam uma oscilação, fica representada assim:

Ao observar esse movimento do pêndulo, notamos que ele é um movimento periódico, ou seja, de tempos em
tempos iguais, ele assume a mesma posição inicial e faz a mesma trajetória, com a mesma velocidade, no
mesmo período de tempo. Esse período de tempo, nos ajuda a determinar a freqüência das oscilações. O que é
isso? Isso significa que se o pêndulo leva 1 segundo para percorrer o caminho acima descrito, dizemos que a
freqüência de oscilação do pêndulo é de um ciclo por segundo. Não se usa mais “ciclo por segundo”, mas o
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Hertz simbolizado por Hz, em homenagem ao físico alemão Rudolf Hertz. Portanto,
dizemos "1 Hz por segundo.”
Quando nós atiramos uma pedra na superfície de um lago, notamos a formação do que
nós chamamos ondas, e elas se espalham em forma de círculos a partir do ponto onde a
pedra caiu. Essas ondas servem de exemplo para entendermos outros tipos de ondas como
por exemplo, as ondas de rádio..
O que são ondas de rádio? As ondas de rádio são ondas eletromagnéticas, ou seja, são ondas formadas pela
oscilação simultânea de um campo elétrico e de um campo magnético. Estas ondas se propagam a uma
velocidade de aproximadamente 300.000 Km por segundo. Uma das características das ondas de rádio, é que
são inaudíveis e se propagam no meio com grande facilidade. Portanto, devido a essa característica, ela é ideal
para enviar informações a longa distâncias, sendo utilizadas pelas emissoras de rádio como onda portadora para
transportar os sinais de suas programações.
As ondas de rádio podem ser de baixa ou alta frequência, e é sempre usado o tempo de 1 segundo na
determinação dessa frequência. O que significa isso? Significa que uma onda formada por quatro períodos,
dizemos que sua frequência é de 4 Hz por segundo. Se ela tiver milhões, será uma onda de alta frequência.

Temos também as ondas sonoras que são produzidas tanto no meio físico, como pela compressão e rarefação do
ar, mas são ondas que se propagam a baixa velocidade e não alcançam longas distâncias. Para que essas ondas
sonoras alcancem longas distâncias, se faz com que elas sejam transportadas pela onda portadora e a forma
usada para isso é conhecida como Método de Modulação fazendo com que a portadora sofra uma variação, se a
variação for na amplitude, recebe o nome de Amplitude Modulada, ou AM, se for na freqüência recebe o nome
de Freqüência Modulada ou FM.
Então, cada emissora tem a sua frequência central que não permite que elas se misturem. Por exemplo: se eu
estiver com o meu aparelho de rádio sintonizado na 105 FM, cuja frequência é de 105 Mhz, a antena do meu
rádio está sendo influenciada pelas ondas centrais de outras emissoras, mas o circuito interno do meu rádio faz
com que ele sintonize apenas a 105, e só ela será ouvida. Se eu quiser ouvir outras emissoras que estão
influenciando a antena do meu rádio, eu tenho que girar o dial até que eu sintonize a outra emissora da minha
preferência. Essa é a chamada lei de sintonia.
Nós também os seres humanos encarnados, somos pelo corpo físico, fonte de sinais elétricos, sinais estes que
podem ser analisados por aparelhos eletrônicos, permitindo ao médico por exemplo, saber com exatidão a
situação dos órgãos em particular, e do paciente em geral. Portanto, todo o funcionamento do nosso corpo,
depende de um sistema que funciona à base de impulsos elétricos. O nosso sistema nervoso, que comanda todas
as nossas ações e que nos coloca em contato com o mundo exterior, funciona à base de impulsos elétricos de
pequena intensidade que percorrem ligações determinadas, que são nossos nervos.
Pelo Espírito, tanto os encarnados como os desencarnados, somos seres que pensamos e nossos pensamentos
são emitidos pela mente, direcionados pela nossa vontade, se irradiando em nosso derredor, e se mostra através
do nosso perispírito de tal modo, que permite outros espíritos conhecer os nosso pensamentos como se
estivessem lendo num livro. Ao se exteriorizar, os nossos pensamentos influencia encarnados e desencarnados,
e da mesma forma, que sejamos influenciados por eles, portanto, somos ao mesmo tempo transmissores e
receptores de energia mental, que se propaga em torno de nós. Cada um de nós, temos a nossa frequência
mental própria, que caracteriza a nossa evolução espiritual - simbolizada pela onda portadora da emissora de
rádio -, energia essa que se reflete em torno de nós formando o que Allan Kardec chamou de Aura, e o Espírito
André Luiz de Hálito mental. Vejamos o que Allan Kardec fala sobre a aura no seu livro A Gênese:
"O Perispírito não se acha encerrado nos limites do corpo, como numa caixa. Pela sua natureza fluídica, ele
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é expansível, irradia para o exterior e forma, em torno do corpo, uma espécie de
atmosfera que o pensamento e a força da vontade podem dilatar mais ou menos. Daí se
segue que pessoas há que, sem estarem em contato corporal, podem achar-se em contato
pelos seus perispíritos e permutar a seu mau grado impressões e, algumas vezes,
pensamentos, por meio da intuição”.
(...) “Há mais: criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório
perispirítico, como num espelho; toma nele corpo e aí de certo modo se fotografa. Tenha
um homem, por exemplo, a idéia de matar a outro: embora o corpo material se lhe
conserve impassível, seu corpo fluídico é posto em ação pelo pensamento e reproduz
todos os matizes deste último; executa fluidicamente o gesto, o ato que intentou praticar.
O pensamento cria a imagem da vítima e a cena inteira é pintada, como num quadro, tal qual se lhe
desenrola no espírito”.
“Desse modo é que os mais secretos movimentos da alma repercutem no envoltório fluídico; que uma alma
pode ler noutra alma como num livro e ver que não é perceptível aos olhos do corpo. Contudo, vendo a
intenção, pode ela pressentir a execução do ato que lhe será a conseqüência, mas não pode determinar o
instante em que o mesmo ato será executado, nem lhe assinalar os pormenores, nem, ainda, afirmar que ele
se dê, porque circunstâncias ulteriores poderão modificar os planos assentados e mudar as disposições. Ele
não pode ver o que ainda não esteja no pensamento do outro; o que vê é a preocupação habitual do
indivíduo, seus desejos, seus projetos, seus desígnios bons ou maus”.
É através da aura portanto, que somos vistos e examinados pelas inteligências superiores, sentidos e
reconhecidos pelos nossos afins, temidos e hostilizados ou amados e auxiliados pelos irmãos que caminham em
posição inferior à nossa Não é preciso dizer mais para configurar a importância da aura no ser humano. É o
nosso passaporte, o nosso documento de identidade, a radioscopia da nossa intimidade física e espiritual.
Portanto, não há nenhum exagero em dizer que somos o que pensamos no nosso dia-a-dia, que os
acontecimentos nela vividos, tem como causa inicial a boa ou má natureza de nossos pensamentos.
No seu livro Libertação, o espírito André Luiz no capítulo V, intitulado Operação Seletiva, nos mostra em que
se baseia aqueles que se colocam na posição de juízes para julgar espíritos recém desencarnados pelos crimes
cometidos quando no corpo de carne:
“Discretamente, o Instrutor elucidou-nos: “-Presenciamos uma cerimônia semanal dos juízes implacáveis
que vivem sediados aqui. A operação seletiva realiza-se com base nas irradiações de cada um. Os guardas
que vemos em trabalho de escolha, compondo grupos diversos, são técnicos especializados na identificação
de males numerosos, através das cores que caracterizam o halo dos Espíritos ignorantes, perversos e
desequilibrados. A divisão para facilitar o serviço judiciário é, por isto mesmo, das mais completas.”
Se o espírito é a fonte geradora de todas as expressões da vida, então toda espécie de vida se orienta ou se
modifica pelo impulso mental, portanto, para vencer paixões, maus pendores, e sublimar a existência, o que
primeiro se tem a fazer é fiscalizar os próprios pensamentos e discipliná-los, substituindo toda e qualquer
cogitação menos digna por outra que lhe seja oposta, ou seja, saber pensar, dominar os elementos, amoldá-los à
nossa vontade, sujeitando todos os elementos somáticos do organismo ao domínio superior do Eu. Por que
isso?
Primeiramente cada um de nós temos a nossa frequência mental própria - igualmente a onda portadora das
emissoras de rádio -, caracterizada pelo nosso estado interior, pelas aquisições boas ou más adquiridas através
das reencarnações, refletindo o estado evolutivo em que nos encontramos. Quando eu emito um pensamento,
automaticamente é gerada uma energia mental. Quando eu manifesto um sentimento, automaticamente é gerada
uma energia correspondente àquele sentimento. Quando eu tenho uma emoção, automaticamente é gerada uma
energia emocional, e isso é um processo ininterrupto de geração dessas energias, porque nós vivemos essas
situações todos os dias, a todo momento. Portanto, há correntes magnéticas que circulam pelo nosso
organismos, obedecendo ao comando da mente. A natureza desse magnetismo está essencialmente subordinada
à estrutura de nossa personalidade, ou seja, o que somos, o que pensamos, o que almejamos. Portanto, vivemos
imersos num gigantesco mar de vibrações mentais positivas ou negativas.
O que é feito dessas energias? O que acontece com elas?

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O primeiro destino dessas energias é a fonte geradora, ou seja, é sempre a própria pessoa que emitiu, que como
vimos, forma o seu campo magnético individual, a aura. Se a energia gerada pelo seu pensamento for de baixo
teor vibratório como por exemplo, ódio, inveja, egoísmo, ciúme, etc, a fonte geradora será a primeira
prejudicada, e não é outra a razão de muitas doenças que afetam o ser humano. Se ela for de alto teor vibratório
como amor, amizade, lealdade, honestidade, sinceridade, a fonte geradora será a primeira a ser beneficiada, e
como resultado essa fonte gozará de boa saúde.
Diante de pessoas em desajuste, os médiuns videntes observam nuvens escuras, densas, pesadas a envolvê-las.
São aquelas criaturas negativas, míopes espirituais que enxergam tudo errado, envenenando-se com o
magnetismo deletério que acumulam em si mesmas. Diferentemente, o homem justo, íntegro, espiritualizado,
pleno de equilíbrio e serenidade, lhes oferece a visão inesquecível de uma atmosfera luminosa, suave,
reconfortante. É que pessoas assim, habituadas a observarem os aspectos positivos da existência, empolgadas
por propósitos de aprendizado e renovação, vestem-se de luz.
Olhando o estado moral da humanidade, as suas ações, podemos perceber quantas pessoas estão se auto-
intoxicando com energias de baixo teores vibratórios. E muitas acreditam que estão fazendo o mal somente aos
outros. Portanto, precisamos construir o nosso próprio campo magnético preponderantemente com energias de
alto teor vibratório, através da renovação moral.
O segundo destino das energias geradas é sempre o local onde elas foram geradas. Encontramos aí a explicação
porque ao entrar em determinados ambientes, nos sentimos bem ou mal. São ambientes que estão acumulados
de magnetismo humano pesado ou leve.
O terceiro destino será a quem for dirigido o pensamento, pois fazendo uso da vontade, ao ser dirigido o
pensamento a um encarnado ou desencarno, na terra ou no espaço, impulsionamos o Fluido Cósmico Universal
que passa a ser o veículo portador do pensamento, formando uma corrente fluídica até a quem ele foi dirigido,
transportando o pensamento, revestidos dos sentimentos e das emoções, agora se o alvo vai absorvê-la ou não,
vai depender de uma lei natural, Lei de sintonia mental. Portanto, a onda mental transporta consigo - como a
onda portadora transporta a informação radiofônica -, as nossas idéias, os nossos sentimentos, as nossas
emoções, que de acordo com a lei de afinidade mental e moral, irão influenciar e até mesmo afetar a quem foi
dirigidos.
Em “A Gênese” cap.: XIV item 15 nos diz Kardec:
“Sendo os fluidos o veículo do pensamento, este atua sobre os fluidos como o som sobre o ar; eles nos trazem
o pensamento, como o ar nos traz o som. Pode-se, pois, dizer sem receio de errar, que há, nesses fluidos,
ondas e raios de pensamentos, que se cruzam sem se confundirem, como há no ar ondas e raios sonoros.”
Todos os corpos tendem a vibrar numa única freqüência. Quando batemos num cálice de vidro ou numa barra
de ferro, eles emitem um som que depende de sua natureza, ou seja, do material de que são feitos, do formato e
de suas dimensões. A freqüência do som emitido é, portanto, uma freqüência própria de cada corpo. Dizemos
que estes corpos têm uma determinada freqüência de ressonância.
Se eu pegar dois violões perfeitamente afinados, e tocar a primeira corda de um deles, ao
vibrar, ela agita o ar produzindo uma série de compressões e rarefações de igual
freqüência da corda, que se espalham em círculos, e tende a excitar todas as cordas do
outro violão, mas somente uma delas, a primeira, responderá de maneira perceptível a
essa excitação, pois é ressonante àquela freqüência da corda excitada, ou seja, vibrando a
corda de um deles, a vibração desta corda além de emitir o som correspondente ao
número de vibrações por segundo, fará vibrar a corda do outro violão que corresponde a mesma corda vibrada
originalmente. Por que acontece isso?
Isto acontece porque somente uma das cordas tem as qualidades necessárias para vibrar ou seguir as vibrações
de uma determinada freqüência. A esta vibração dá-se o nome de “vibração simpática”, pois a corda que vibra
como conseqüência das vibrações da outra corda, é a única que sente afinidade para responder a esse número
de vibrações por segundo. Quando um corpo responde a vibração de outro, dizemos que ele está em
“ressonância” mecânica com o outro corpo, isto é, ele responde ao número de vibrações do outro corpo.

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Por analogia podemos dizer que semelhante ao que ocorre ao se tocar a corda de um violão, que faz vibrar a
corda do outro, acontece no nosso campo mental, quando somos influenciados ou sugeridos nos nossos desejos
ou interesses. São eles que fazem com que vibremos e façamos vibrar outras mentes que entram em vibração
simpática, ou seja, que alimentam os mesmos desejos e interesses. Então, sintonia é a identidade ou harmonia
vibratória, o grau de semelhança das emissões ou radiações mentais de dois ou mais espíritos, encarnados ou
desencarnados. Estão em sintonia pessoas e espíritos que tem pensamentos, sentimentos e ideais semelhantes.
Por outras palavras, a sintonia é uma expressão física de uma realidade mais profunda, que é a afinidade moral.
Se o perispírito emite certo tipo de onda e esta caracteriza-se por uma vibração específica, ele é sensível ao
estado moral do espírito e é tanto mais apurado quanto mais este é elevado. Portanto, o padrão vibratório é uma
maneira de definir o padrão moral do espírito. Em suma, a posição do espírito e suas relações com os outros
decorrem de suas características morais: maneira de encarar a vida, o mundo, o próximo, Deus, modo de agir, o
que aspira, impulsos, sentimentos etc.
Allan Kardec em O Livro dos Espíritos, faz as seguintes perguntas aos Espíritos da Codificação:
467. Pode o homem eximir-se da influência dos Espíritos que procuram arrastá-lo ao mal?
“Pode, visto que tais Espíritos só se apegam aos que, pelos seus desejos, os chamam, ou aos que, pelos seus
pensamentos, os atraem.”
468. Renunciam às suas tentativas os Espíritos cuja influência a vontade do homem repele?
“Que querias que fizessem? Quando nada conseguem, abandonam o campo. Entretanto, ficam à espreita de um
momento propício, como o gato que tocaia o rato.”
469. Por que meio podemos neutralizar a influência dos maus Espíritos?
“Praticando o bem e pondo em Deus toda a vossa confiança, repelireis a influência dos Espíritos inferiores e
aniquilareis o império que desejam ter sobre vós. Guardai-vos de atender às sugestões dos Espíritos que vos
suscitam maus pensamentos, que sopram a discórdia entre vós outros e que vos insuflam as paixões más.
Desconfiai especialmente dos que vos exaltam o orgulho, pois que esses vos assaltam pelo lado fraco. Essa a
razão por que Jesus, na oração dominical, vos ensinou a dizer: “Senhor! Não nos deixes cair em tentação, mas
livra-nos do mal.”
O que é tentação? Essa pergunta foi feita a Chico Xavier, e ele disse que "tentação, é você está correndo de
um cachorro muito grande, com uma vontade danada de ser alcançado por ele". A tentação, ela não é
exterior, ela está alojada no nosso interior, são as nossas tendências inferiores que trazemos de outras vidas, por
isso que ela vem revestida de um forte desejo de extrair prazer, de uma situação já vivida, um desejo ardente de
repetir, viver novamente, experimentar. Portanto, podemos dizer que os nossos arquivos mentais é uma caixa de
ressonância. O que significa isso?
Significa se numa existência anterior eu adquiri o hábito de furtar, por exemplo, se eu ainda não me libertei
desse hábito, ele está latente nos meus arquivos mentais e pode se manifestar em forma de tendência ao furto, e
em se apresentando uma oportunidade, isso vai mexer comigo, vai surgir como um impulso, uma tentação para
praticar o furto, vai me fazer vibrar, ou seja, vai haver uma ressonância vibratória em forma de um desejo
muito forte de praticá-lo. Contrariamente acontece, mesmo que se apresente à minha vista um objeto valioso ao
alcance das mãos, ainda que as circunstâncias sejam propícias para furtá-lo, não o farei, porque essa situação
não me causou nenhuma ressonância vibratória, não vai mexer comigo, não existe essa matriz nos meus
arquivos experienciais.
O mesmo acontece por exemplo, se eu prejudiquei alguém no passado. Dependendo da gravidade do mal que
eu lhe tenha causado, dependendo ainda do grau de adiantamento ou atraso moral em que ele se encontre, eu
mantenho com ele uma ressonância vibratória, e ao nos encontrarmos ele pode exercer um domínio sobre mim,
buscando a sintonia mental no sentimento de culpa que carrego na consciência. Mas eu tenho o outro lado, o
das minhas aquisições superiores, que me faz ser mais consciente, mais fortalecido, mais esclarecido, dizendo
que não vai ser bom para mim, se me entregar às sugestões a que o Espírito me quer induzir e conduzir.
Vemos na figura um caso de “ressonância mental”, fixada por um espírito que não se encontra
presente, e que tem suas raízes nos males causados pelo doente à entidade emissora em existências
passadas, ou seja, são resultados dos reajustes a serem feitos de acordo com a Lei de Causa e
Efeito.
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Como podemos elevar cada vez mais as nossas vibrações e, assim, aprimorar a capacidade de sintonia e
vibração?
R.: Enriquecendo o pensamento por meio do desenvolvimento da inteligência, através do estudo e do
conhecimento, e os sentimentos, através da prática do bem, dos serviços prestados, da moralidade, em suma, do
auto-aperfeiçoamento pelo esforço próprio no caminho do bem. Renovação íntima com particular aplicação à
Mediunidade, que não progride sem o aprimoramento do médium. Em virtude do princípio de sintonia,
estabelece-se uma dependência entre encarnados e desencarnados, quando ambos estão perturbados e emitindo
vibrações viciadas. A identidade vibratória inferior, no caso do ódio, ressentimento, tristeza, desânimo etc.,
prende os desencarnados mais ou menos inconscientes do seu estado, na aura magnética dos encarnados.
Ocorre assim, influência recíproca, troca de pensamentos e sentimentos, e, portanto, obsessão bidirecional.
FLUIDOS
Em O Livro dos Espíritos, na questão 27, Allan Kardec pergunta aos benfeitores da humanidade: "Há então
dois elementos gerais do Universo: a matéria e o espírito?" Vejamos a resposta dos benfeitores de forma
muito interessante, eles afirmam que:
"Sim e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas as coisas. Deus, espírito e matéria constituem o
princípio de tudo o que existe, a trindade universal. Mas ao elemento material se tem que juntar o fluido
universal, que desempenha o papel de intermediário entre o espírito e a matéria propriamente dita, por
demais grosseira para que o espírito possa exercer ação sobre ela."
Aqui os benfeitores estão falando da trindade universal, ou seja, nós temos o
Espírito e a Matéria formando a base de um triângulo, e no ápice do triângulo,
nós temos Deus, e envolvendo tudo isso, nós temos o fluido cósmico universal
que é a matéria elementar, primitiva, e que desempenha o papel de
intermediário entre o espírito e a matéria, propriamente dita, por demais
grosseira para que o Espírito possa exercer diretamente ação sobre ela.
É lícito até certo ponto, classificar o fluido universal com o elemento material,
porém, ele se distingue deste por propriedades especiais. Este fluido deve ser
considerado como sendo um elemento semimaterial, pois, está situado entre o
Espírito e a matéria. É fluido, como a matéria é matéria, e suscetível, pelas suas
inumeráveis combinações com esta e sob a ação do espírito, de produzir a
infinita variedade das coisas de que apenas conhecemos uma parte mínima.
Como princípio elementar do Universo, ele assume dois estados distintos: o de eterização ou
imponderabilidade, que se pode considerar o primitivo estado normal, e o de ponderabilidade, que é o de
matéria tangível. No estado de eterização, o fluido cósmico universal, sem deixar de ser etéreo, passa por
modificações variadas, mais numerosas que no estado de matéria tangível. Tais modificações constituem
fluidos distintos, dotados de propriedades especiais e dão lugar aos fenômenos particulares do mundo invisível.
Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do fluido cósmico universal, são, a bem dizer, a
atmosfera dos seres espirituais; o elemento donde eles tiram os materiais sobre que operam; o meio onde
ocorrem os fenômenos especiais, perceptíveis à visão e à audição do Espírito, mas que escapam aos sentidos
carnais, impressionáveis somente à matéria tangível; o meio onde se forma a luz peculiar ao mundo espiritual,
diferente pela causa e pelos efeitos da luz ordinária; finalmente, o veículo do pensamento, como o ar o é do
som. Estes fluidos têm para os Espíritos uma aparência tão material, quanto os objetos tangíveis para os
encarnados, e são para eles o que para nós são as substâncias do mundo terrestre; eles os elaboram, os
combinam para produzir efeitos determinados.
Na questão 27-a, Allan Kardec pergunta:
"Esse fluido será o que designamos pelo nome de eletricidade?
Vejamos a resposta dos benfeitores:
"Dissemos que ele é suscetível de inúmeras combinações. O que chamais fluido elétrico, fluido magnético,
são modificações do fluido universal, que não é, propriamente falando, senão matéria mais perfeita, mais
sutil e que se pode considerar independente."
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Então conforme a resposta dos benfeitores, o fluido universal ele pode dar origem a vários outros fluidos,
dentre os quais, o fluido magnético. Então são modificações no fluido cósmico universal que vai, dependendo
da forma que ele é modificado, dar origem a determinadas propriedades específicas desse fluido. Então, o
fluido vital ou fluido magnético, inclusive o magnetismo espiritual, são modificações do fluido cósmico
universal.
No item 14 do capítulo XIV do seu livro A Gênese, diz ainda Kardec:
"Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não manipulando-os como os homens manipulam os gases,
mas empregando o pensamento e a vontade. Para os Espíritos, o pensamento e a vontade são o que é a mão
para o homem."
É muito interessante o que Allan Kardec está colocando sobre a manipulação de fluidos. Um escultor de
cerâmica por exemplo, vai manipular a cerâmica com as mãos, a partir da sua vontade, ou seja, ele pensa num
objeto qualquer, tem a vontade de produzir aquele objeto, pega a argila e vai manipulando para dar forma ao
objeto do seu pensamento. Os Espíritos desencarnados agem também sob a ação da sua vontade, ou seja,
pensam em algo e deseja produzir o que pensou, ao fazer isso, imediatamente exerce uma ação mental no fluido
cósmico universal, e esse fluido vai tomar a forma daquilo que o Espírito quis formar.
Continua Allan Kardec:
"Pelo pensamento, eles imprimem àqueles fluidos tal ou qual direção, os aglomeram, combinam ou
dispersam, organizam com eles conjuntos que apresentam uma aparência, uma forma, uma coloração
determinadas: mudam-lhes as propriedades, como um químico muda a dos gases ou de outros corpos,
combinando-os segundo certas leis. É a grande oficina ou laboratório da vida espiritual."
Enquanto nós precisamos de muitos operários, de engenheiros, de arquitetos, para produzir algo na matéria
bruta, porque ela precisa de mãos fortes para produzir alguma coisa, no mundo espiritual a manipulação dos
fluidos para as suas realizações, vai acontecendo a partir da mente do Espírito, e quanto mais elevado, mais
capacidade ou poder tem o Espírito de criar.
Diz ainda Kardec:
"Algumas vezes, essas transformações resultam de uma intenção; doutras, são produto de um pensamento
inconsciente. Basta que o Espírito pense uma coisa, para que esta se produza, como basta que modele uma
ária, para que esta repercuta na atmosfera."
Isso quer dizer que muitas vezes o Espírito não tem consciência daquilo que está manipulando, os Espíritos
evoluídos sabem o que manipular e como manipular. Agora os Espíritos que ainda se encontram em posições
inferiores, eles manipulam esses fluidos de uma forma inconsciente, ou seja, não sabem como estão fazendo.
Como é que isso se dá? Eles produzem mentalmente, sob a ação da vontade, ao pensar, imediatamente o fluido
cósmico universal toma aquela forma. Então, tudo que existe na dimensão espiritual, é uma variação do fluido
cósmico universal. E para isso os Espíritos usam o pensamento e a vontade, consciente ou inconscientemente.
É assim, por exemplo, que um Espírito se faz visível a um encarnado que possua a faculdade da vidência, com a
aparência de quando estava vivo, na época em que o outro o conheceu. Ele pode ter tido várias outras
encarnações, apresenta-se com o vestuário da época, sinais exteriores como sejam, enfermidades, cicatrizes,
membros amputados, etc. —. Um decapitado se apresentará sem a cabeça, claro que como Espírito, ele não é
coxo, nem maneta, nem zarolho, nem decapitado; o que acontece é que, voltando o seu pensamento para a
existência em que ele tinha tais defeitos, seu perispírito toma imediatamente essas aparências, que deixam de
existir logo que retome o seu pensamento ao presente. No caso em que o Espírito desencarna e se apresenta ao
vidente com esses aleijões ou mesmo enfermidades, é porque continua guardando a impressão de quando se
encontrava na vida material, e às vezes até mesmo por não ter consciência que já desencarnou.
CORPO, ESPÍRITO E PERISPÍRITO
Quando encarnado, o homem constitui-se de:
Corpo físico - análogo ao dos animais, é o suporte material do espírito encarnado, o meio de que ele dispõe e se
utiliza para se manifestar e atuar na matéria. Nele refletem-se os impulsos positivos ou negativos oriundos do
espírito através do pensamento, e que se expressa em forma de vitalidade ou doença, desajustes ou
desarmonias.
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Espírito - È o ser inteligente que pensa e sente. O progresso é a sua condição normal, e a perfeição a meta a que
se destina. Imortal, preexiste e subsiste ao corpo físico que lhe serve de instrumento. Retornando ao Plano
Espiritual, após o desencarne, conserva a sua individualidade, preparando-se para novas metas em sua ascensão
evolutiva.
Perispírito - O perispírito é uma condensação do fluido cósmico universal em torno de um foco de inteligência,
ou Alma. É o envoltório semimaterial do Espírito e o laço que une o Espírito ao corpo físico. Se diz que o
perispírito é semimaterial porque pertence à matéria pela sua origem (Fluido Universal) e à espiritualidade pela
sua natureza etérea. Por sua natureza e em seu estado normal o perispírito é invisível, porém, ele pode sofrer
modificações que o tornem perceptível e até tangível, ou seja, possível de ser visto e tocado.
O Espírito extrai seu perispírito dos elementos contidos nos fluidos ambientais de cada mundo, de onde se
deduz que os elementos constitutivos do perispírito variam conforme os mundos. A natureza do perispírito está
sempre em relação ao grau de adiantamento moral do Espírito, portanto, conforme seja mais ou menos
depurado o Espírito, seu perispírito se formará das partes mais puras ou mais grosseiras do fluido peculiar ao
mundo onde ele venha encarnar.
Propriedades - O perispírito não se acha encerrado nos limites do corpo, como numa caixa. Pela sua natureza
fluídica, ele é expansível, irradia para o exterior e forma em torno do corpo uma atmosfera que o pensamento e
a força de vontade podem dilatar com maior ou menor intensidade.
Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica a dos fluidos do mundo espiritual, ele os assimila com
facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido. Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu
turno, reage sobre o organismo material com o qual se acha em contacto molecular. Se os eflúvios são de boa
natureza o corpo ressente uma impressão salutar; se são maus, a impressão é penosa. Se são permanentes e
enérgicos, os eflúvios maus podem ocasionar desordens físicas; não é outra a causa de certas enfermidades.
Principais propriedades do perispírito
Visibilidade: Por meio de uma espécie de condensação o perispírito, que normalmente é invisível, pode tornar-
se perceptível à vista.
Tangibilidade: Pode, o perispírito chegar a adquirir as propriedades de um corpo sólido e tangível,
conservando, porém, a possibilidade de retomar instantaneamente seu estado etéreo e invisível.
Transfiguração: Admite-se que o Espírito pode dar ao seu perispírito toda a aparência que desejar, isto opera-
se por uma mudança no aspecto geral da fisionomia ou por uma aparência luminosa. Isto pode ocorrer com o
perispírito de uma pessoa desencarnada, quanto no de uma pessoa encarnada, não isolada do corpo, mas
irradiando-se ao redor do corpo de maneira a envolvê-lo, como um vapor, poderá mudar de aspecto, se tal é a
vontade do seu espírito. Um outro espírito que esteja desencarnado, combinando seu fluido com o de um outro
que esteja já encarnado pode-lhe substituir a aparência.
Bi-corporeidade: O Espírito de uma pessoa encarnada recobra parte se sua liberdade, isolando parcialmente do
corpo, seu perispírito adquirindo momentaneamente a tangibilidade, aparece em outro local, tornando-se
presente fisicamente em dois lugares ao mesmo tempo e mostrando-se com todas as aparências da realidade.
Neste estado, o corpo físico não estará jamais num estado normal, estará mais ou menos extático.
Penetrabilidade: Matéria nenhuma lhe opõe obstáculo, ele atravessa todas, como a luz atravessa corpos
transparentes.
Emancipação: Ela acontece através do sono e desdobramento mediúnico.
Molde do corpo físico - Pode-se dizer, que ele é o esboço, o modelo, a forma em que se desenvolve o corpo
físico, é o modelo organizador biológico. É na sua intimidade energética que se agregam as células, que se
modelam os órgãos, proporcionando-lhes o funcionamento.
Em várias ocasiões, o Codificador esteve avaliando a constituição do perispírito. Suas conclusões apontam o
corpo espiritual como sendo o elo que transmite o desejo do espírito ao corpo material, ou seja, o veículo das
nossas emoções. O Espírito pensa, o perispírito transmite o impulso, o corpo físico executa. Da mesma forma,
as sensações que vêm de fora, recebidas através dos sentidos, são levadas ao Espírito pelos mecanismos

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perispirituais. Allan Kardec, quando realizou seu trabalho na Codificação, também colocou a existência do
corpo espiritual como um dos alicerces no qual se assenta a fenomenologia espírita.
Sede da memória e sensibilidade - É comum encontrarmos alguns autores espíritas que confundem alguns
atributos do Espírito como sendo do perispírito. A sede da memória é um deles. Segundo Kardec, o Espírito é
quem possui a sede da memória, pois ele é o ser inteligente, pensante e eterno. Sem o Espírito, o perispírito é
uma matéria inerte privada de vida e sensações.
É importante lembrar que os Espíritos ao passarem de um mundo para outro, mudam de perispírito de acordo
com a natureza dos fluidos ambientes. Se no perispírito residisse a sede da memória, o Espírito a perderia cada
vez que tivesse que mudar a constituição íntima de seu envoltório fluídico. A mesma coisa se dá quando nos
referimos à sede da sensibilidade. É o Espírito quem ama, sofre, pensa, é feliz, triste, ou seja, é nele que
residem todas essas sensações ou faculdades. O perispírito é apenas o órgão que transmite todas essas
sensações, portanto, é um instrumento a serviço do Espírito. Logo, segundo Kardec, é incorreto dizer que é no
perispírito que ficam marcadas ou gravadas certas memórias ou atos do Espírito durante sua vida. Portanto, o
perispírito é matéria, não pensa nem tem memória. Isso são atributos do Espírito.
Os órgãos do perispirito - Pela simples observação do corpo físico, pode-se deduzir que o Perispírito possui,
também, algo semelhante a órgãos, isto é, aglomerados de moléculas, cuja configuração especial é destinada à
execução de funções determinadas. Tais aglomerados moleculares, evidentemente, são apropriados ao
funcionamento na vida extra física, promovendo a captação e assimilação de energias e fluídos necessários à
sua manutenção, captação e assimilação, que se processam de modo, essencialmente, diverso da vida física Não
podem, por isso mesmo, ser iguais aos órgãos do corpo denso, mas determinam, pelas linhas de força que os
caracterizam, a conformação e distribuição funcional destes últimos, os quais, naturalmente estão adaptados,
pela evolução biológica, à execução e às suas funções específicas. Os órgãos do perispírito podem ser lesados
pela ação desordenada ou maléfica da mente do indivíduo.
Peso do perispírito - O gênero de vida de cada um, no indivíduo carnal, determina a densidade do organismo
perispirítico, após a perda do corpo denso. O mundo espiritual, guarda íntima ligação com o progresso moral
que realizamos. À medida que crescermos em moralidade, nosso perispírito gradativamente vai ficando mais
leve e poderemos nos movimentar em planos mais sutís. Igualmente balões com gases de densidades diferentes
atingem alturas diferentes, ao desencarnarmos iremos ao plano que seja compatível com a nossa densidade
perispiritual.
Em O Livro dos Espíritos, na Questão 186, Kardec indaga dos benfeitores:
Há mundos onde o Espírito, cessando de habitar corpos materiais, só tenha por
envoltório o perispírito?
Responderam os Espíritos responsáveis pela codificação:
Sim, e esse próprio envoltório torna-se tão etéreo que, para vós, é como se não
existisse; é o estado dos Espíritos puros.
Princípio das comunicações - Para atuar na matéria, o Espírito precisa de matéria. Como já foi dito, em virtude
de sua natureza etérea, o Espírito, propriamente dito, não pode atuar sobre a matéria grosseira sem um
intermediário que o ligue a essa matéria. Esse intermediário, que nós chamamos de perispírito, nos faculta a
chave de todos os fenômenos espíritas de ordem material. Portanto, o perispírito é o órgão de manifestação
utilizado pelo Espírito nas comunicações com o plano dos espíritos encarnados.
Em A Gênese no capítulo XIV, item 18, Allan Kardec diz:
"Pela sua união íntima com o corpo, o perispírito desempenha preponderante papel no organismo. Pela sua
expansão, põe o Espírito encarnado em relação mais direta com os espíritos livres e também com os Espírito
encarnados."
Como já dissemos, o perispírito ele se expande, ele é elástico, e é a partir dessa expansão que entramos em
contato com outros espíritos, sejam encarnados ou desencarnados. Quando pensamos algo, nós irradiamos essa
energia pelo nosso perispírito, se esse pensamento é bom, a energia irradiada vai ser boa, se esse pensamento é
mau, a energia irradiada vai ser má. Então, é a partir do perispírito que nós vamos entender uma série de
fenômenos atinentes a questão dos fluidos.
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