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ECONOMIA

FAMILIAR

- Manual de Formação -

Projeto financiado por:


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A Regibio é uma empresa de consultoria e formação
profissional, acreditada pela Direcção Geral do Emprego e das
Relações do Trabalho, processo nº 3377, possui ainda
certificação e homologação por parte do Instituto de Emprego e
Formação Profissional, Ministério da Agricultura – Direcção
Regional de Agricultura e do Instituto da Mobilidade e dos
Transportes Terrestres. A sua equipa de profissionais conta com
mais de uma década de experiência no desenvolvimento,
organização e gestão de sistemas de formação. Em 2006, a
convite do Instituto para a Qualidade da Formação (IQF), fez
parte do grupo de empresas piloto, que testou, o então, novo
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modelo de acreditação (que em parte ainda vigora, até à
conclusão da transição para a certificação). É membro da

QUEM SOMOS Associação Nacional das Entidades Formadoras, ocupando um


lugar de Direção.
Apoiando-se num crescimento sustentado, desenvolve as suas
atividades em todo o espaço nacional, com maior incidência na
FICHA TÉCNICA Região Norte, Centro e LVT, tendo atualmente delegações em
Bragança, Chaves, Porto, Oliveira do Hospital e na Amadora.
Título:
É missão da Regibio cumprir com rigor os contratos assumidos,
MANUAL DE FORMAÇÃO excedendo as expectativas dos seus clientes, valorizando os
Economia familiar seus colaboradores e contribuindo para a aquisição e
consolidação de competências dos seus formandos, através da
apresentação de projectos de formação, nas suas vertentes de
Área:
formação co-financiada e não financiada, intervindo em todos os
Formação integradora: Formação para a
momentos do processo formativo.
Inclusão
Na sua atuação, a Regibio disponibiliza recursos humanos e
físicos que sustentam a organização, execução e gestão de

Edição: ações de formação profissional, numa óptica de prestação de


serviços técnicos, logísticos e administrativos. Promove ainda a
REGIBIO – FORMAÇÃO E CONSULTADORIA,
adoção de soluções de racionalização dos processos de trabalho,
SOC. UNIP. LDA
suportados em sistemas e tecnologias de informação e
comunicação.

Organização de Conteúdos:

Teresa Raquel da Silva Fernandes Almeida

Coordenador da edição:

Isabel Dias

Versão: 1/2013

Colocar aqui os símbolos relativos a


acreditações/certificações/homologações
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ÍNDICE

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Introdução ....................................................................................................................... 5
Economia Familiar .......................................................................................................... 10
Bibliografia e Fontes ....................................................................................................... 16
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Introdução

O contexto socioeconómico português é fortemente determinado pelo baixo nível


de instrução e de qualificações da população activa, apesar de recentes evoluções
positivas. Acresce-lhe ainda a persistência de um elevado peso do desemprego de
longa e de muito longa duração no desemprego total, bem como a existência de
taxas elevadas de pobreza que configuram situações complexas e potencialmente
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geradoras de exclusão social. Nestas situações, destaquem-se grupos com especiais
problemas de (re)inserção no mercado de trabalho, como jovens, trabalhadores
mais velhos, mulheres, minorias étnicas e desempregados.

O sistema de formação profissional apresenta-se como um instrumento estratégico


na procura de um desenvolvimento sustentável apoiado na dupla componente de
prosperidade económica e equidade social. Um tal sistema, de qualidade e
promotor da modernização da economia portuguesa, da competitividade e
desenvolvimento intra e interorganizações e da equidade social, não pode deixar de
procurar desenhar e implementar propostas adequadas aos públicos mais
vulneráveis, visando o aumento do seu nível de empregabilidade e a promoção da
coesão social.

Os constrangimentos sociais e económicos da realidade, as desvantagens de partida


(educacionais, culturais, de oportunidades, financeiras) das pessoas em exclusão
social e a fragilidade e/ou dependência financeira da maioria das entidades a operar
na intervenção social, são terreno fértil para uma acrescida dificuldade no atingir de
padrões de qualidade e de eficiência das intervenções formativas desenvolvidas
nestes contextos.
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Por outro lado, a escassa oferta de metodologias e instrumentos nesta área de


formação tem dificultado a introdução sistemática de melhorias ao nível das
práticas formativas.

Neste sentido, este manual visa dar um contributo válido de elevação dos padrões
de qualidade e exigência das intervenções formativas e de inserção social,
contribuindo para a profissionalização de uma intervenção que, embora com
profundas alterações nas últimas décadas, carece ainda de uma evolução de
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qualidade.

O conjunto de propostas teóricas e metodológicas apresentadas inscrevem-se


numa abordagem sistémica da intervenção formativa/social e num conceito que visa
distanciar-se da visão moralista de colocar “no bom caminho os desviados”.

A adopção do conceito de “inclusão” por contraponto a “integração” traduz esse


novo paradigma da intervenção social centrado no propósito de fazer emergir os
grupos em situação de desvantagem da sua condição de excluídos, implicando-os
nos processos, devolvendo-lhes uma necessária margem de escolha, para os apoiar
no traçar dos percursos para a concretização dos seus objectivos.

A acção das entidades promotoras de inclusão, hoje, passa sobretudo por


confrontar as instituições com as formas de expressão desses grupos sociais
gerando mediações entre os recursos das instituições e as necessidades dos
indivíduos e grupos (Guerra, 1994).

Enquadrado no actual contexto português e nas suas necessidades específicas em


matéria de formação profissional e reforço do tecido produtivo, o presente tipo de
formação tem como principais objectivos:

1. Reforçar as competências das organizações e dos profissionais que intervêm na


formação dirigida a públicos em situação de exclusão social, tendo em vista a
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melhoria contínua da qualidade das respectivas intervenções, bem como da sua


eficácia ao nível da empregabilidade dos/as Formandos/as;

2. Promover a reflexão em torno das práticas já existentes, incentivando a partilha


de experiências e soluções entre organizações e profissionais interessados no
reforço das suas competências nesta matéria, através de sugestões metodológicas
concretas que podem contribuir para a melhoria dessas mesmas práticas;

3. Disponibilizar um conjunto de metodologias e instrumentos de apoio às práticas 7


de desenho e implementação de propostas formativas dirigidas a este segmento da
população activa, potenciadores de aprendizagem das entidades e profissionais que
intervêm na formação, tendo em vista uma maior profissionalização e
especialização dos operadores e fornecedores neste domínio da Formação
Profissional em Portugal;

4. Incentivar uma visão de conjunto do ciclo formativo nestes contextos,


promovendo a consciência de que o cuidado e qualidade nas práticas “antes” da
formação são factores críticos para o sucesso e adequação do “durante” e eficácia
do “depois” da formação;

5. Apoiar as entidades acreditadas, ou em fase de acreditação, na demonstração das


respectivas capacidades para intervir neste segmento, em particular na
apresentação das respectivas metodologias e actividades formativas, bem como
respectivos instrumentos e estratégias de acompanhamento e validação.

As acções de Formação Integradoras propostas foram idealizadas com o objectivo


de permitir aos destinatários das formações adquirirem um nível de cidadania,
culturalidade e integração em sociedade que lhes permita, posteriormente, serem
integrados em percursos de formação certificados que lhes confiram oportunidades
reais de integração e reinserção social, mais-valias que lhes permitirão também ter
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novas oportunidades na procura e obtenção de trabalho ou ainda na criação dos


próprios postos de trabalho.
Os destinatários são os actores da formação responsáveis pela implementação de
intervenções formativas dirigidas a grupos sociais desfavorecidos, designadamente
formadores/as, gestores/as da formação, concetores/as de formação, técnicos/as de
acompanhamento, técnicos/as de inserção, tutores/as, gestores/as de projectos de
intervenção social, especialistas em avaliação da formação e/ou de projectos, etc.
8 Os destinatários indirectos, ou seja os públicos-alvo das intervenções formativas ora
propostas, são essencialmente os grupos em situação de desvantagem,
designadamente em situação de desocupação permanente ou de desemprego de
curta ou longa duração.
O presente manual encontra-se estruturado em quatro grandes blocos:
- Enquadramento da proposta metodológica, onde se apresentam e desenvolvem
os princípios teórico- metodológicos que enformam a mesma.
- Autodiagnóstico, onde é proposto a cada utilizador que reflicta sobre as suas
próprias práticas
- Proposta metodológica, onde são exploradas as dimensões críticas, principais
tarefas a realizar e instrumentos a mobilizar, no desenvolvimento dos seguintes
quatro grandes momentos:
- IDENTIFICAR Necessidades
- PREPARAR a Intervenção
- ACOMPANHAR a Intervenção
- RECONHECER Processos e Resultados
- Recursos, onde se apresentam referências bibliográficas, sites e outros recursos
nas áreas abordadas.
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Economia Familiar

Na Unidade Economia Familiar os formandos irão perceber melhor o que é a


economia familiar e como deve ser encarada a gestão do orçamento familiar,
adquirindo também conhecimentos sobre o funcionamento da banca, terminologia
e legislação bancária, em particular no acesso ao crédito, abordando também as
temáticas do endividamento e do sobre-endividamento bancário, conhecendo
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estratégias e métodos de gestão para evitar estas situações.

Na presente unidade iremos abordar os seguintes conteúdos programáticos:

- Economia familiar;

- Funcionamento da banca;

- Endividamento e sobre-endividamento.

O primeiro conteúdo programático é sobre a economia familiar que cada vez ganha
mais importância, e é um tema atual devido ao:
• Sobreendividamento das famílias;

• Aliciamento ao crédito (pelos bancos e instituições financeiras);

• Incentivo ao consumo (preços baixos, promoções e saldos);

• Sociedade consumista (ideal de felicidade e realização passa pelo consumo


de bens e serviços).

A gestão da economia doméstica define-se como “Práticas de orientação do


quotidiano familiar tendo em vista uma melhoria das condições de vida do indivíduo
e do seu agregado, por meio de uma administração mais das actividades e do
orçamento familiar.”
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• Momentos de pausa e planeamento específicos no tempo: fazer um


orçamento;
• Escolhas e atitudes do dia-a-dia: evitar as compras por “impulso”;

• Envolver todos os elementos da família (adultos e crianças).

Esquematizando, o orçamento familiar é:

Orçamento 11
Familiar

Rendimentos do Despesas do
agregado agregado Poupanças
familiar familiar

De onde vem o dinheiro? Para onde vai o dinheiro?

Em que os Rendimentos são:


• Fontes: salários, pensões, subsídios, etc.
• Estrutura e rendimento médio mensal.
• Agregado familiar (nº total de pessoas e nº de dependentes).
E as Despesas do Agregado Familiar são:
• Despesas fixas e variáveis.
• Categorizar despesas.
• Definir prioridades.
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Exemplos Práticos

A Sociedade de Consumo

A revolução industrial impulsionou o aumento da produção e do consumo nos


países ocidentais. A chamada sociedade de consumo trouxe benefícios, tais como a
escolarização de massas, melhoria das condições dos trabalhadores, generalização
12 dos cuidados de saúde primários, maior participação dos cidadãos e elevação no
padrão do nível de vida. No entanto continuam a agravar-se alguns efeitos
negativos, tais como a marginalização de certas camadas da sociedade, caos
urbanístico, perda dos valores tradicionais, degradação ambiental e uma
necessidade “imperiosa” de aumentar a produção e consumo de bens inúteis.

Esta necessidade de consumir cada vez mais reflecte-se no dia-a-dia das famílias,
pelo que é necessário fazer um orçamento familiar, planificando as despesas, as
poupanças, o crédito e o rendimento. Este último é um factor regulador do
consumo, que é, por sua vez, influenciado pela moda, pressão do grupo de amigos e
pela publicidade que faz com que o consumidor perca o autocontrolo, consuma de
forma irreflectida e por impulso, levando-o mesmo a pensar que a qualidade de vida
consiste no ter em detrimento do ser.

Do consumo excessivo a um consumo selectivo


Ter acesso a uma grande quantidade de bens (paradigma da sociedade da
abundância) faz-nos descobrir que o uso desses bens nos retira tempo.
Podemos ser muito ricos e escolher muitos bens, comprá-los, instalá-los, utilizá-
los… mas o reverso dessa prosperidade é a falta de tempo. Há que
redimensionar o valor material com o respectivo valor imaterial. Possuir
demasiadas coisas reduz o tempo consagrado ao prazer imaterial. Um
consumidor responsável não cuida só da preservação dos recursos. Como
escreveu Henri Thoreau: “Um homem é rico na justa proporção do número de
coisas que se recusa a ter”. Quanto mais consumimos, mais queremos, mais
corremos e menos plenitude obtemos.
Beja Santos, Jornal de Noticias, 2 de Junho de 2001
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O Consumismo

Uma característica comum aos países desenvolvidos é o consumismo. Muitas vezes


sentido como um sinal de bem-estar, arrasta, no entanto, consigo muitos sintomas
de mal-estar.

Bem-estar e consumo
O crescimento económico, a subida dos salários, os benefícios sociais, o clima da
esperança e o desejo de bem-estar fariam desencadear, nas sociedades
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industrializadas do Ocidente, um fenómeno de consumismo generalizado. A
necessidade crescente de escoamento dos produtos, fruto de uma produção em
massa, foi auxiliada pela eficácia cada vez maior da publicidade e pelo
aparecimento da televisão, que estimulava as populações, conduzindo ao
nascimento de sonhos e necessidades fictícias. Quase todos os bens pareciam
estar ao alcance do lar mais humilde, através dos sistemas de compra facilitados
– a crédito e a prestações. Ao mesmo tempo, o aparecimento das grandes
superfícies comerciais – supermercados, centros comerciais, self-services – atraia
as pessoas, seduzindo “grandes e pequenos” a fazer mais compras do que as
inicialmente previstas. Do ponto de vista social e psicológico, nascia assim uma
sociedade de consumo, na qual só era feliz e bem aceite quem possuía mais e
melhores bens do que o seu vizinho. Este fenómeno traduziu-se numa “corrida
em relação à última moda” – o carro mais veloz, o vestido de estrela de cinema, o
frigorífico mais bonito. O excesso de consumo conduziria em breve ao
desperdício, que, pouco tempo depois, iria dar origem aos primeiros problemas
ambientais sérios.
Paula Maria Coelho
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Actividade:

Identifique no texto, algumas razões do consumismo nas sociedades


industrializadas do Ocidente.

R: Texto sublinhado.

Nestes temas os métodos utilizados foram métodos activos, interrogativos,


demonstrativos.
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Bibliografia e Fontes

SANTOS, Clara; SILVA, Conceição _ Formação Cívica. 7ª Edição. S.I.: Edições ASA,
2008.
guiadoestudante.abril.com.br
www.eumed.net
www.bportugal.pt
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