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SUMÁRIO
1. OBJETIVO 4
3. CARACTERÍSTAS DO EMPREENDIMENTO 4
3.1 LOCALIZAÇÃO 4
4. PREMISSAS E DIRETRIZES 5
5. DADOS DO SISTEMA 7
7. METODOLOGIA DE ESTUDO 16
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8. SIMULAÇÕES 20
9. CONCLUSÕES 23
10. RECOMENDAÇÕES 24
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1. OBJETIVO
Este relatório tem por objetivo apresentar os resultados obtidos das simulações de transitórios
eletromagnéticos para verificação da Coordenação de Isolamento da Rede de Média Tensão 34,5 kV da
EOL Terra Santa, tende como foco as sobretensões resultantes de eventos transitórios e as condições de
operação dos elementos supressores de surto, os pára-raios localizados ao longo do tronco principal da
rede aérea e os trechos subterrâneos de conexão da geração.
3. CARACTERÍSTAS DO EMPREENDIMENTO
3.1 LOCALIZAÇÃO
O mapa apresentado na figura 1 mostra a Rede Básica localizada no Estado do Rio Grande do Norte,
incluindo a subestação de João Câmara II onde será conectado a EOL Terra Santa.
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A conexão das usinas analisadas ao SIN, ocorrerá no barramento de 69 kV da subestação João Câmara II
através de uma linha de transmissão em 69 kV, circuito simples, que interligará a subestação
elevadora do empreendimento eólico com a subestação João Câmara II. Na subestação do
empreendimento serão instalados 2 transformadores 69-34,5 kV, 42/56/70 MVA.
4. PREMISSAS E DIRETRIZES
Os estudos de transitórios eletromagnéticos visam analisar o sistema frente a eventos transitórios, dentre
os quais pode-se citar: descargas atmosféricas, manobras de disjuntores, curto-circuito etc. Quando se
fala em redes elétrica aéreas na classe de tensão 34,5 kV, as maiores solicitações são frente a descargas
atmosféricas (frente rápida), que são estudadas através da Coordenação de Isolamento.
Dito isto, o estudo de Coordenação de Isolamento, para as condições dispostas ao longo deste
documento, buscará analisar: pára-raios e NBI dos equipamentos conectados frente as piores
sobretensões resultantes na RMT.
O estudo adotou como premissa a modelagem do sistema de influência a eventos na Rede de Média
Tensão da EOL Terra Santa II, já que se identificou como o trecho mais susceptível a descargas
atmosféricas diretas em virtude da maior área de exposição entre o aerogerador TS2-09 e a subestação.
Por fim, após as conclusões, serão apresentadas as recomendações também para os demais parques do
complexo com base nos resultados obtidos.
Foram adotadas as seguintes considerações:
Para efeito de estudo, utilizou-se o software ATP para realização das análises eletromagnéticas
frente a eventos transitórios;
A modelagem do sistema contou com os elementos e suas capacitâncias parasitas desde a
subestação coletora 69/34,5 kV até o ponto principal dos elementos de geração elétrica;
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A rede de média tensão foi modelada com base no método de Bergeron de parâmetros
distribuídos;
A análise visa observar as sobretensões envolvidas na rede frente a fenômenos transitórios, afim
de garantir a suportabilidade dos equipamentos envolvidos ao sistema;
A RMT aérea não conta com a instalação de cabo guarda no topo das estruturas, o que deixa os
cabos de média tensão com maior índice de exposição a descargas atmosféricas diretas;
O sistema contou com a modelagem trifásica dos elementos envolvidos.
Assim,
Nd = 0,18 x 0,2578267887 x (2,20 + 10,5 x 12^0,75) = 3,24/100 km/ano
Como a rede possui um comprimento total de exposição em torno de 12 km, então é 0,4 descargas por
ano é o resultado probabilístico de que uma descarga atmosférica direta atinja a RMT. Este
resultado servirá como base para as considerações que serão apresentadas para os casos simulados ao
longo do estudo.
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5. DADOS DO SISTEMA
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Figura 6 - Cortes C-C, D-D, E-E, F-F e G-G da SE Coletora Terra Santa.
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Para representação no ATP cada elemento elétrico foi modelado conforme o fenômeno ao qual estaria
submetido. Se tratando de transitórios eletromagnéticos, fenômenos de alta frequências e frentes rápidas.
Cada elemento segue descrito individualmente a seguir.
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Os pára-raios da subestação do setor de alta tensão foi modelado com base nas características de curva V
x I através de elementos não lineares. Os dados estão apresentados:
A curva utilizada:
Os pára-raios da subestação do setor de média tensão foi modelado com base nas características de curva
V x I através de elementos não lineares. Os dados estão apresentados:
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A curva utilizada:
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A curva utilizada:
Os cabos isolados utilizados na RMT foram modelados na rotina LCC do programa ATP,
considerando os seguintes dados básicos:
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7. METODOLOGIA DE ESTUDO
O programa utilizado nesta análise dispõe de diversos tipos de fontes para a excitação das redes elétricas.
No caso específico em questão, o interesse está voltado para a modelagem de surto de tensão ou corrente,
e diversas alternativas podem ser aplicadas. Entretanto, antes de se iniciar a análise das alternativas dos
modelos específicos, é importante verificar a questão da equivalência das fontes e sua incorporação ao
modelo completo utilizado nos estudos de injeção de surtos. O conceito básico, que se aplica a qualquer
equivalente da rede e para qualquer tipo de estudo, consiste em se utilizar a menor representação possível
do sistema em análise, de forma a minimizar o tempo de processamento e evitar a inclusão de
componentes desnecessários. No caso específico em análise, o problema consiste em injetar um surto de
tensão ou corrente, com forma de onda e amplitude conhecidas, na linha de transmissão ou na entrada da
subestação, sem que a fonte modifique a impedância vista pelas reflexões provenientes do interior da
subestação. Quando se utiliza uma fonte de tensão o modelo apresentado a seguir deve ser aplicado.
U
R=Z0
2U ~
A tensão da fonte deve ser igual a duas vezes o valor do surto de tensão desejado e a impedância de surto
(Z0) deve ser igual a impedância de surto do barramento onde o modelo será conectado para injetar o
surto na subestação.
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U
R=Z0
Z0 I
(1 k).ID .ZST
US
Z
1 2. ST
Z PR
Onde:
US - Sobretensões resultantes na fase em [kV];
ID - Correntes de descarga diretamente nos cabos para-raios em [kA];
k - Fator de amortecimento;
ZST - Impedância de surto da torre ou estrutura em [Ω];
ZPR - Impedância de surto dos cabos para-raios em [Ω].
Deve-se salientar que em função da geometria do ponto de incidência têm-se diferentes correntes de
descargas na estrutura ou cabos para-raios, as quais são equivalentes a injeção nos condutores de fase em
função da mesma sobretensão resultante.
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O conhecimento dos diferentes esforços elétricos aos quais o sistema fica sujeito e com os quais ele
necessariamente terá que conviver também se constitui em ponto chave para a coordenação de
isolamento. Estes, constituídos por tensões e sobretensões, são classificados de acordo com sua forma de
onda e duração, e são divididos nas seguintes classes:
- Tensão nominal do sistema: valor de tensão fase-fase usado para designar ou identificar um sistema;
- Tensão máxima do sistema: máximo valor de tensão de operação que ocorre sob condições normais de
operação em qualquer tempo e em qualquer ponto do sistema;
- Tensão máxima do equipamento (Umáx): máximo valor de tensão fase-fase para o qual o equipamento
é projetado, considerando o seu isolamento, bem como outras características relacionadas a esta tensão
em normas específicas para o equipamento;
- Sobretensão: qualquer valor entre fase e terra, ou entre fases, cujo valor de crista excede o valor de
crista deduzido da tensão máxima do equipamento (Um. 2 / 3 ou Um. 2 ), respectivamente;
- Tensão contínua de frequência fundamental: tensão de frequência fundamental tendo valor eficaz
constante, continuamente aplicada a qualquer par de terminais de uma configuração de isolação de um
determinado equipamento;
- Sobretensão temporária: sobretensão à frequência fundamental de duração relativamente longa.
A sobretensão pode ser não amortecida ou fracamente amortecida. Em alguns casos sua frequência pode
ser várias vezes menor ou maior do que a frequência fundamental;
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Nota: A menos que claramente indicado os valores de tensão expressos em [pu] serão referenciados a
base de Um. 2/ 3 .
- Tensão de frequência fundamental de curta duração: tensão senoidal com frequência entre 58 e 62 [Hz]
e duração de 1 minuto;
- Impulso atmosférico: impulso de tensão tendo tempo de frente de 1,2 [µs] e um intervalo de tempo até a
metade do valor de pico em 50 [µs].
Valor da crista especificado de uma tensão de ensaio para a qual a isolação (auto-recuperante) tem % de
probabilidade de suportar impulsos ou de haver descargas (Ux).
A função do sistema de proteção é assegurar que as sobretensões que atingem a subestação proveniente
das linhas de transmissão ou originada na própria subestação, sejam reduzidas a valores compatíveis com
a tensão nominal do sistema. Tal coordenação necessita considerar o número de caminhos de descarga,
bem como a suportabilidade dos diversos equipamentos da subestação. O maior número de componentes
isolantes de uma subestação é constituído de isolações em ar, para as quais uma descarga apresente
consequências menos sérias, mas, a suportabilidade mínima ocorre entre as partes internas de
transformadores de potência, de corrente e de potencial (ou reatores, onde aplicável). Na área da
subestação em análise os dispositivos de proteção a serem utilizados para controlar a magnitude das
sobretensões serão os para-raios de óxido de zinco (ZnO), instalados em 69 e 34,5 [kV]. Apresenta-se a
curva tensão em pu (Tensão de Pico / NBI) em função do tempo, a qual pode ser utilizada como método
de análise da coordenação do isolamento em função da razão e margem de proteção proporcionada pelos
para-raios, conforme apresentado:
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A seleção do nível de isolamento nominal consiste na seleção do conjunto mais econômico de tensões
suportáveis normalizadas da isolação, suficientes para garantir que todas as tensões suportáveis
especificadas sejam atendidas. A tensão suportável contínua de frequência fundamental da isolação, ou
seja, a tensão máxima do equipamento é então escolhida como o valor normalizado mais próximo, igual
ou maior a tensão suportável contínua de frequência fundamental especificada.
8. SIMULAÇÕES
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Na determinação da curva das descargas aplicadas, elementos com maiores altitudes estão susceptíveis a
frentes de ondas mais lentas. Assim, foram adotadas as seguintes formas de onda:
Portanto, as descargas atmosféricas foram modeladas por fontes de corrente equivalentes de forma a
obter as piores condições. As figuras a seguir apresentam as curvas características das fontes de corrente
utilizadas no programa ATP:
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Com base nos dados de referência, os equipamentos conectados a RMT da EOL Terra Santa possuem os
seguintes níveis de isolação frente a descargas atmosféricas (NBI):
A fim de gerar maior segurança para a operação, a nível de estudo, será aplicada uma margem de
segurança de 15% em cada valor de NBI dos equipamentos. Portanto, o estudo buscará apresentar
resultados que não superem os valores:
CASO 1 – Injeção de corrente de surto (IS) de 10 kA na fase B do circuito 1 da RMT em 34,5 kV a uma
distância de 1 km da transição do TS2-9 com a RMT.
CASO 2 – Injeção de corrente de surto (IS) de 10 kA na fase B do circuito 1 da RMT em 34,5 kV a uma
distância de 3 km da transição do TS2-9 com a RMT.
A Tabela 13 a seguir apresenta os resultados das sobretensões geradas nos switchgears para os casos
simulados. A coluna “kJ/kV” apresenta a maior energia absorvidas pelos pára-raios instalados na RMT:
Também foram observados alguns pontos ao longo da RMT: no circuito 1 próximo ao TS2-7 (P1-C1), no
circuito 1 distante 2 km do TS2-9 (P2-C1) e no circuito 2 distante 2 km do TS2-09 (P2-C2). Os
resultados foram:
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Visto que os casos 1 e 2 apresentaram valores que superaram o limite estabelecido pelo estudo na Tabela
12, serão realizadas algumas simulações adicionais com a inclusão de pára-raios adicionais em alguns
pontos estratégicos a fim de provocar a diminuição dos resultados negativos mostrados na Tabela 14.
CASO 5 – Injeção de corrente de surto (IS) de 10 kA na fase B do circuito 1 da RMT em 34,5 kV a uma
distância de 1 km da transição do TS2-09 com a RMT, com a inclusão de um conjunto de pára-raios
adicionais no circuito 1, e outro no circuito 2, 2 km distante do TS2-09 no sentido até a subestação.
CASO 6 – Injeção de corrente de surto (IS) de 10 kA na fase B do circuito 1 da RMT em 34,5 kV a uma
distância de 3 km da transição do TS2-9 com a RMT, com a inclusão de um conjunto de pára-raios
adicionais no circuito 1, e outro no circuito 2, 2 km distante do TS2-09 no sentido até a subestação.
A seguir são apresentados apenas os resultados nos pontos destacados em vermelho no item 8.1:
9. CONCLUSÕES
Com base nos resultados apresentados ao longo deste documento, no que diz respeito a coordenação de
isolamento da RMT 34,5 kV da EOL Terra Santa, pode-se observar as seguintes conclusões:
De modo probabilístico, a possibilidade de descargas diretas atingirem a RMT coletora aérea é
baixíssima, apresentando o resultado de 1 descarga a cada 2,5 anos, conforme demostrado em
4.1;
Como objetos mais altos funcionam com guarda para os elementos mais próximos ao solo, os
trechos da RMT próximos as aerogeradores apresentam uma baixa susceptibilidade de descargas
atmosféricas diretas;
Os casos 3 e 4 apresentaram os resultados para descargas atingindo diretamente os
aerogeradores, onde observou-se que as sobretensões resultantes para o sistema ficaram abaixo
dos limites estabelecidos na Tabela 12;
Olhando para as medições nos switchgears, os casos 1 e 2 simulados não apresentaram resultados
que superaram os limites estabelecidos na Tabela 12 recomendados;
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A Tabela 14 indica que sobretensões perigosas, de alto valor, podem aparecer em trechos
caracterizados por maiores distâncias sem a existência de pára-raios;
Para que possíveis problemas pudessem ser mitigados, foram acrescentados pára-raios adicionais
na RMT em locais estratégicos, assim como apresentado nos casos 5 e 6. Observou-se, através da
Erro! Fonte de referência não encontrada. que, em comparação com a Tabela 14, obteve-se
uma redução nos valores de sobretensão para trechos mais expostos;
Ainda observando os resultados da Tabela 17, verifica-se alguns limites superiores aos
estabelecidos para os isoladores da RMT. Tal resultado é extremamente aceitável visto as
condições apresentadas na Tabela 14 e por se tratar de um fenômeno não previsível e
probabilístico, tornando assim impossível atendimento à 100% das ocorrências possíveis;
Em todos os casos analisados a energia dos pára-raios não foi superada;
A configuração apresentada nos casos 5 e 6 mostram-se como as melhores alternativas para a
RMT da EOL Terra Santa;
Com base nas análises, não se verifica a necessidade de instalação de pára-raios adicionais, além
dos indicados na Figura 2, para a EOL Terra Santa I.
10. RECOMENDAÇÕES
A partir das conclusões mostradas no item anterior, as seguintes recomendações são apresentadas:
Instalar um conjunto adicional de pára-raios no TS2-CIRCUITO 1 a 2 km distante do TS2-09
sentido subestação;
Instalar um conjunto adicional de pára-raios no TS2-CIRCUITO 2 a 2 km distante do TS2-09
sentido subestação.
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