Apresentação:
No estudo de sistemas de controle, o aluno deve ser capaz de modelar sistemas dinâmicos e analisar
carateristicas dinâmicas. O modelo matemático de um sistema dinâmico é definido como um conjunto
de equações que representa com precisão, ou pelomenos, razoavelmente bem a dinâmica do sistema.
Note qu u modelomatemático não é unico para determidado sistema. Um sistema é representado de
muitas maneiras diferentes e, portanto, pode ter vários modelos matemáticos, dependendoda
perspectiva a ser considerada.
Objetivos:
Definições e Conceito
Como o modelo matemático abrange aspectos gerais dos sistemas a análise pode ser feita
independente de sua natureza física. Temos como exemplo sistemas análogos onde há um
equivalente mecânico para um sistema hidráulico ou elétrico etc.
Figura 1 - Análise
Dada um certa entrada - 𝑥(𝑡) - determinamos a saída, que é composta pela parcela transitória e a de
regime permanente (estacionária).
Definição 2. SÍNTESE. Neste processo a determinação é do sistema, para um dado comportamento
desejado. Sendo geralmente um processo puramente matemático.
A síntese é em certo modo o processo inverso ao de análise. Este, a partir do sistema, determina suas
características gerais e o comportamento, aquele é a partir das características desejadas, a formação
do próprio sistema.
Figura 2 - Síntese
Nesta etapa é considerada a natureza física do sistema. E este processo é dividido em etapas. Além
de necessariamente atender a requisitos básicos, os quais são detalhados a seguir.
3. Precisão Adequada. Com o intuito de minimizar ou até “anular” o erro, ou dentro de um valor
admissível.
4. Tempo (Velocidade) de Resposta. A saída do sistema deve alcançar o valor final (regime
permanente) dentro de um intervalo de tempo determinado.
Nota. Estabilidade Relativa vs. Precisão. Existe um conflito prático em projetos de sistemas de
controle em malha fechada onde não podemos aumentar ao nível que se queira, a estabilidade
relativa e a precisão. Na tentativa de aumentarmos um destes aspectos incorremos em diminuição do
outro. De modo que devemos encontrar um ponto de equilíbrio entre eles, de acordo com a situação
e o projeto do sistema.
1. Especificações. Parte inicial do projeto onde realiza-se o levantamento das especificações, como a
definição dos requisitos do comportamento transitório e da resposta estacionária (margem de ganho,
margem de fase).
5. Simulação. Realizar simulações para verificar se o sistema está adequado. Utilização de softwares
(CAS, Matlab, Scilab, Multiphysics)
7. Protótipo. Realizar o sistema de controle em escala reduzida. (Para verificação, correção testes)
8. Realização. Construir o sistema de controle. O Controlador pode ser de várias naturezas. (mecânico,
elétrico, eletrônico, digital, eletromecânico).
9. Teste. Realizar os testes e ensaios do sistema (ajuste). Comissionar (aprovação para operação)
Tipos de Sistemas
Definição 4. SISTEMA LINEAR. São sistemas onde as variações da entrada são proporcionais às da saída
e atendem ao princípio da superposição. Nos sistemas não-lineares estes princípios não são válidos.
𝑥1 → 𝑦1
𝑎𝑥1 → 𝑎𝑦1
𝑥2 → 𝑦2
𝑥1 + 𝑥2 → 𝑦1 + 𝑦2
Definição 5. SISTEMA INVARIANTE NO TEMPO. Onde a saída não depende do instante no qual foi
aplicado a entrada. Os coeficientes da equação diferencial do sistema são constantes. No sistema
variante no tempo em cada instante a saída pode ser diferente.
Definição 6. SISTEMA DETERMINÍSTICO. Onde o comportamento pode ser previsto em função das
entradas. O modelo é uma EDO.
São tipicamente sistemas físicos. Como exemplo clássico o sistema solar e a previsão de eclipses e das
posições dos astros.
Sistemas Econômicos são um exemplo. Pois não existe uma relação fixa e invariável para as variáveis
neste tipo de sistema. Os modelos probabilísticos são amplamente utilizados.
Definição 8. SISO. Somente uma entrada e uma saída (controle clássico).
Definição 10. ADAPTATIVOS. Altera os valores dos parâmetros (ou a estrutura) de acordo com as
condições de operação.
Função de Transferência
A função de transferência é o modelo matemático que descreve o sistema (no domínio da frequência),
através da relação entre a sua saída e a entrada (descrição externa). É uma característica do sistema,
i.e, independe da entrada e da saída. Podemos ter sistemas de natureza bem distintas com a mesma
função de transferência (ela não fornece informações sobre a estrutura do sistema, internamente; sua
constituição física). Sua aplicação é limitada aos sistemas lineares, invariantes no tempo e com as
condições iniciais nulas (relaxados, estado nulo).
𝑦(𝑡) é o sinal de saída ou função resposta. 𝑥 (𝑡) é o sinal de entrada ou função de excitação. 𝑓 (𝑖) (𝑡)
é a i-ésima derivada temporal de 𝑓(𝑡).
A função de transferência deste sistema é obtida pela razão entre a transformada de Laplace da saída
e a transformada de Laplace da entrada, considerando todas as condições iniciais nulas. (Resposta ao
Estado nulo).
Equação 2
ℒ{𝑦(𝑡)}
𝐹(𝑠) =
ℒ{𝑥 (𝑡)}
Aplicando a transformada de Laplace na equação 1
Definição 12. ORDEM. A ordem de uma função de transferência é dada pelo maior grau do
denominador.
Forma Expandida:
𝐵 (𝑠)
𝐹(𝑠) =
𝐴 (𝑠)
Forma Compacta
𝑁(𝑠)
𝐹 (𝑠) = 𝑘
𝐷(𝑠)
Onde 𝑘 é um ganho real e 𝑁(𝑠) e 𝐷(𝑠) s’ao polinômios mônicos (cujo coeficiente de maior grau é
unitário)
• Biprópria. 𝑛 = 𝑚
Este tipo de função de transferência refere-se a sistemas físicos não-realizáveis. Pois são não-causais.
Definição 13. Sistemas Dinâmicos Causais. A saída no instante de tempo atual depende apenas das
entradas neste instante e das entradas passadas.
Nos sistemas não-causais a saída em dado instante depende também das entradas futuras, por isso
são fisicamente impossíveis.
FT de Sistemas de Malha Fechada
O sistema de controle em malha fechada pode ser representado pelo diagrama de blocos,
Todos esses elementos podem ser representados por um modelo matemático, i.e, a função de
transferência.
onde 𝐺(𝑠) e 𝐻(𝑠) são as funções de transferência dos elementos de alimentação direta e
realimentação, respectivamente.
a) FT de Alimentação direta
1 10 10
𝐺 (𝑠) = = 2
𝑠 𝑠 + 5 𝑠 + 5𝑠
b) FT de Realimentação
1
𝐻 (𝑠) =
𝑠+1
c) FT de Malha Aberta
10 1 10
𝐺 (𝑠)𝐻 (𝑠) = =
𝑠 2 + 5𝑠 𝑠 + 1 𝑠 3 + 6𝑠 2 + 5𝑠
d) FT de Malha Fechad
10
𝐺 (𝑠) 𝑠 2 + 5𝑠 10𝑠 + 10
= = 3
1 + 𝐺 (𝑠)𝐻 (𝑠) 1 + 10 𝑠 + 6𝑠 2 + 5𝑠 + 10
3 2
𝑠 + 6𝑠 + 5𝑠
Relação entre a representação no espaço de estados e a função de transferência.
• 𝑥 - vetor de estado.
• 𝑦 - vetor de saídas
• 𝐵 - Matriz de entradas
• 𝐶 - Matriz de saídas
Considerando que o sistema é linear e invariante no tempo, além de possuir as condições iniciais nulas,
as equações de estado podem ser escritas de modo simplificado,
𝑥̇ = 𝐴𝑥 + 𝐵𝑢
𝑦 = 𝐶𝑥 + 𝐷𝑢
com as matrizes constantes ao longo do tempo.