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Segunda-feira, 15 de Julho de 2002 I SÉRIE — Número 21

BOLETIM OFICIAL
Toda a correspondência quer oficial, quer relativa a anúncios e à assinatura
do Boletim Oficial deve ser enviada à Administração da Imprensa Nacional, na
PREÇO DESTE NÚMERO — 520$00
ASSINATURAS
cidade da Praia. Para o país: Para países de expressão portuguesa:
Os originais dos vários serviços públicos deverão conter a assinatura do
chefe, autenticada com o respectivo carimbo a óleo ou selo branco. Ano Semestre Ano Semestre
O preço dos anúncios é de 2.000$ a lauda. Quando o anúncio for exclusiva- I Série ...................... 4 800$00 3 500$00 I Série ...................... 6 500$00 5 000$00
mente de tabelas intercaladas no texto, será o respectivo espaço acrescentado de
50%. II Série .................... 3 200$00 1 900$00 II Série .................... 4 500$00 3 500$00
O mínimo de cobrança pela inserção no Boletim Oficial de qualquer anúncio I e II Séries .............. 6 500$00 4 200$00 I e II Séries .............. 8 200$00 5 500$00
ou outro assunto sujeito a pagamento é de 1.000$.
AVULSO por cada página 10$00 Para outros países:
Não serão publicados anúncios que não venham acompanhados da
importãncia precisa para garantir o seu custo. Os períodos de assinaturas contam-se por anos I Série ...................... 7 000$00 6 000$00
Os demais actos referente à publicação no Boletim Oficial estão regulamen- civis e seus semestres. Os números publicados
II Série .................... 5 500$00 4 500$00
tados pelo Decreto nº 74/92, publicado no Suplemento ao Boletim Oficial nº 26/ antes de ser tomada a assinatura, são considerados
92, de 30 de Junho venda avulsa. I e II Séries .............. 9 000$00 7 000$00

SUMÁRIO Artigo 2º
Crédito excepcional ao Estado
———
1. A título transitório, e até o conveniente desenvolvi-
ASSEMBLEIA NACIONAL: mento do mercado de capitais, o Estado pode recorrer a
Lei n.º 10/VI/2002: uma conta aberta no Banco, remunerada à taxa de
Aprova a Lei Orgânica do Banco de Cabo Verde. redesconto, cujo saldo devedor não poderá, em nenhum
Lei n.º 11/VI/2002: momento, exceder 5% das receitas correntes cobradas no
último ano e deverá ser totalmente liquidado, até 31 de
Altera alguns artigos do Código de Justiça Militar, aprovado pelo
Decreto-Legislativo n.º 11/95, de 26 de Dezembro. Dezembro de cada ano.
Lei n.º 12/VI/2002: 2. Não será autorizado o recurso a novos levantamentos
Institui o Dia Nacional do Médico. na conta referida no número antecedente, enquanto o cré-
dito referente ao ano anterior não for regularizado.
Resolução n.º 47/V/2002:
Artigo 3º
Aprova, para adesão, a Convenção sobre a Marcação de Explosi-
vos Plásticos para efeito de Detecção, assinada em Montreal a Créditos
10 de Março de 1991.
Os créditos sobre o Estado de que o Banco de Cabo Verde
seja titular à data da entrada em vigor do presente diploma,
ASSEMBLEIA NACIONAL continuam a ser considerados para efeitos de cobertura
da emissão monetária, até à data em que forem reem-
——— bolsados.
Lei n.º 10/VI/2002 Artigo 4º
de 15 de Julho Continuação em funções dos actuais titulares

Por mandato do Povo, a Assembleia Nacional decreta, Mantêm-se em funções os actuais Governador e Admi-
nos termos da alínea b) do artigo 174º da Constituição, o nistradores do Banco, até à cessação dos respectivos man-
seguinte: datos.
Artigo 1º Artigo 5º
Aprovação Revogação

É aprovada a Lei Orgânica do Banco de Cabo Verde, São revogados:


anexa ao presente diploma, que dele faz parte integrante, e a) A Lei Orgânica aprovada pele Lei n.º 2/V/96, de 1
baixa assinada pelo Presidente da Assembleia Nacional. de Julho,
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b) A Portaria nº 17/2000, de 3 de Julho; para o Banco de fundos e de títulos transaccionáveis nos


termos, condições e câmbios determinados pelo mercado,
c) A Portaria nº 18/2000, de 3 de Julho.
por forma a impedir a redução do capital mínimo realizado.
Artigo 6º
Artigo 5º
Entrada em vigor
(Direito aplicável)
O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao da
1. O Banco rege-se pelas disposições da presente lei or-
sua publicação.
gânica, dos diplomas complementares e, subsidiariamente,
Aprovada em 29 de Maio de 2002. pelas normas aplicáveis às instituições de crédito e pelas
demais normais e princípios do direito privado.
O Presidente da Assembleia Nacional, Aristides
Raimundo Lima. 2. No exercício de poderes públicos de autoridade são
aplicáveis ao Banco as normas e princípios de âmbito geral
Promulgada em 18 de Junho de 2002.
respeitantes aos actos, regulamentos, procedimento e pro-
Publique-se. cesso administrativos.
O Presidente da República, PEDRO VERONA CAPÍTULO II
RODRIGUES PIRES.
Emissão monetária
Assinada em 26 de Junho de 2002.
Artigo 6º
O Presidente da Assembleia Nacional, Aristides (Banco emissor)
Raimundo Lima.
1. O Banco detém o exclusivo da emissão de notas e
——— moedas, incluindo as comemorativas.
LEI ORGÂNICA DO BANCO DE CABO VERDE 2. As notas e moedas a que se refere o número anterior
têm curso legal e poder liberatório.
CAPÍTULO I
3. É ilimitado o poder liberatório das notas, sendo o das
Disposições gerais
moedas o estabelecido nos diplomas que autorizarem a sua
Artigo 1º emissão.
(Natureza) Artigo 7º
O Banco de Cabo Verde, adiante designado por Banco, é (Notas e moedas)
uma pessoa colectiva de direito público, dotada de autono-
1. Os tipos de notas e moedas, respectivos valores, cha-
mia administrativa, financeira e patrimonial.
pas, dimensões, títulos e demais características são apro-
Artigo 2º vados por decreto-lei, sob proposta do Banco.
(Sede)
2. As notas têm a data da emissão geral e são assinadas,
O Banco tem a sua sede na cidade da Praia, podendo por chancela, pelo Governador e por um Administrador do
estabelecer agências noutras localidades e delegações no Banco, em exercício nessa data.
estrangeiro. Artigo 8º
Artigo 3º (Responsabilidade)
(Atribuições gerais)
1. A responsabilidade pela circulação fiduciária cabe ex-
O Banco de Cabo Verde é o Banco Central da República clusivamente ao Banco.
de Cabo Verde, devendo nessa qualidade ter como atribui-
2. Para efeitos do disposto no número anterior, conside-
ções assegurar e regular a criação, a circulação e o valor
ram-se notas e moedas em circulação as que pelo Banco,
da moeda nacional.
no exercício das suas funções, forem emitidas e entregues
Artigo 4º a terceiros e continuarem em poder destes.
(Capital)
3. O Banco não responde pela perda, destruição, furto ou
1. O Banco dispõe de um capital de duzentos milhões de desapossamento de notas e moedas.
escudos, integralmente subscrito e realizado pelo Estado, Artigo 9º
que pode ser aumentado, designadamente, por incorpora-
ção de reservas deliberadas pelo Conselho de Administração. (Troca de notas e moedas)

2. A deliberação de aumento de capital deve ser confir- 2. O Banco fixa e anuncia publicamente o prazo em que
mada pelo membro do Governo responsável pelas finanças. devem ser trocadas as notas ou moedas de qualquer tipo
que venham a ser retiradas de circulação.
3. Quando os activos do Banco se situam em níveis infe-
riores ao da soma do passivo e do capital mínimo realizado, 3. Findo o prazo fixado nos termos do número anterior,
o Conselho de Administração deve dar conhecimento do deixam as notas e moedas de ter poder liberatório e são
facto ao membro do Governo responsável pelas Finanças, abatidas à circulação, mas persiste para o Banco a obriga-
que pode propor ao Conselho de Ministros a transferência ção de as receber e pagar enquanto não decorrerem 10 anos.

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Artigo 10º Artigo 15º

(Apreensão de notas e moedas) (Disponibilidades sobre o exterior)

1. O Banco procederá à apreensão de todas as notas e 1. Constituem disponibilidades sobre o exterior, aptas a
moedas que lhe sejam apresentadas suspeitas de contra- assegurar a cobertura da emissão monetária, as seguintes:
facção ou de falsificação, ou alteração do valor facial, la- a) Ouro em barra ou amoedado;
vrando auto do qual conste a indicação das notas e moedas
b) Direitos de saque especiais do Fundo Monetário
e do portador, bem como os fundamentos da suspeita.
Internacional;
2. O auto referido no número anterior será remetido à c) Créditos exigíveis à vista ou a prazo não superior a
Polícia Judiciária, para efeitos do respectivo procedimento. um ano e representados por saldos de contas
3. O Banco pode recorrer directamente a qualquer auto- abertas em bancos domiciliados no estrangeiro
ridade, ou agente desta, para os fins previstos neste artigo. e em instituições ou organismos monetários in-
ternacionais;
Artigo 11º
d) Cheques, bem como créditos correspondentes a
(Reforma de notas)
ordens de pagamento, emitidos por entidades de
Não é admitido o processo judicial de reforma de notas. reconhecido crédito sobre bancos domiciliados no
estrangeiro;
Artigo 12º
e) Letras, aceites e livranças subscritas por bancos
(Reprodução ou imitação de notas e moedas)
domiciliados no estrangeiro, quando pagáveis à
1. É proibida a imitação ou reprodução de notas e moe- vista ou a prazo não superior a um ano;
das expressas em escudos cabo-verdianos, total ou parcial
f) Créditos resultantes da intervenção do Banco em
e por qualquer processo técnico, bem como a distribuição
sistemas internacionais de compensação ou pa-
dessas reproduções ou imitações.
gamentos;
2. É igualmente proibida a simples feitura de chapas, g) Títulos de dívida emitidos ou garantidos por Esta-
matrizes ou outros meios técnicos que permitam a repro- dos estrangeiros, vencidos ou a vencer dentro
dução ou imitação referidas no número anterior. de um ano;
3. Em circunstâncias devidamente justificadas, nomea- h) Títulos representativos da participação do banco
damente para fins didácticos, poderá o Banco autorizar a no capital de instituições ou organismos inter-
reprodução ou imitação. nacionais com atribuições monetárias ou cam-
Artigo 13º
biais.

(Contra-ordenações e sanções) 2. Os valores indicados nas alíneas c), d), e) e f) do nú-


mero anterior devem ser pagáveis em moeda de
1. As infracções ao disposto nos n.ºs 1 e 2 do artigo ante- convertibilidade externa assegurada, direitos de saque es-
rior, quando não integrem crimes de contrafacção ou alte- peciais ou outras unidades de conta internacional.
ração do valor facial da moeda, constituem contra-ordena-
ção punível com coima de 50.000$00 a 2.500.000$00 ou de 3. Aos valores das disponibilidades devem ser deduzidos
100.000$00 a 15.000.000$00, consoante o agente seja pes- os das responsabilidades para com o exterior constituídas por:
soa singular ou pessoa colectiva ou equiparada. a) Depósitos exigíveis à vista ou a prazo, representa-
dos por saldos de contas abertas por bancos ou
2. A tentativa e a negligência são sempre puníveis.
instituições financeiras, domiciliados no estran-
3. Para efeito do disposto neste artigo considera-se equi- geiro, e por instituições internacionais ou estran-
parada a pessoa colectiva qualquer entidade ou organiza- geiras com atribuições monetárias ou cambiais;
ção mesmo desprovida de personalidade jurídica. b) Empréstimos obtidos de bancos domiciliados no
4. Compete ao Banco proceder à instrução dos processos estrangeiro e de instituições financeiras inter-
relativos às infracções referidas no número anterior, as- nacionais ou estrangeiras;
sim, como aplicar as correspondentes sanções, revertendo c) Débitos resultantes da intervenção do Banco em
as coimas a favor do Estado. sistemas internacionais de compensação ou pa-
gamentos.
5. É subsidiariamente aplicável o regime geral das con-
tra-ordenações. 4. O Banco poderá incluir nas disponibilidades sobre o
exterior e nas responsabilidades para com o exterior ou-
Artigo 14º
tras espécies de valores adequados, nomeadamente os refe-
(Sanções acessórias) rentes à participação de Cabo Verde nas instituições e or-
Como sanção acessória das contra-ordenções previstas ganismos internacionais.
no artigo anterior, ou independentemente da aplicação de 5. Os valores referidos nos nºs 1 e 3 são contabilizados de
uma coima, nos termos do regime referido no nº5 do mes- acordo com as normas definidas pelo Conselho de Adminis-
mo artigo, o Banco pode apreender e destruir as reprodu- tração tendo em atenção os critérios e princípios seguidos
ções, imitações, chapas, matrizes e quaisquer meios técni- por instituições congéneres e organismos internacionais
cos mencionados no artigo 12º. com atribuições monetárias e financeiras.

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Artigo 16º 2. A autonomia do Banco deve ser respeitada, não po-
(Outros valores de cobertura) dendo nenhum órgão ou pessoa influenciar o Governador
ou qualquer membro do Conselho de Administração no
Na parte em que exceder o valor das disponibilidades desempenho das suas funções.
sobre o exterior, líquidas das correspondentes responsabi-
lidades, a emissão monetária deve ser integralmente co- 3. Sem prejuízo de qualquer outro dispositivo deste di-
berta pelos seguintes valores: ploma, o Banco deve entregar, semestralmente, ao Gover-
no e mandar publicar na forma que achar conveniente,
a) Títulos de dívida pública do Estado de Cabo Verde; um plano de acção do qual constará:
b) Outros créditos sobre o Estado de Cabo Verde re- a ) A descrição e a explanação das razões da política
sultantes de transacções no mercado, nomeada- monetária a ser seguida nos próximos seis meses;
mente do reporte de títulos;
b) A descrição dos princípios a serem seguidos pelo
c) Créditos concedidos nas modalidades previstas nas Banco na adopção e implementação da política
alíneas a), c) e d) do n.º 1 do artigo 30º; monetária para o ano seguinte ou outro período
de tempo determinado pelo Banco;
d) Títulos representativos da participação do banco
no capital de entidades nacionais; c) Uma revisão e avaliação da política do Banco
implementada durante o período corresponden-
e) Cheques em escudos de que o Banco seja proprietá- te ao ultimo semestre.
rio e portador, sem endosso que implique sim-
Artigo 19º
ples mandato ou penhor, pelo tempo necessário
ao seu pagamento. (Sistema de pagamentos)

CAPÍTULO III Compete ao Banco assegurar directamente ou regular,


fiscalizar e promover o bom funcionamento dos sistemas
Funções do Banco Central de compensação e pagamentos.
SECÇÃO I Artigo 20º
Disposições Gerais (Estatísticas sectoriais)

Artigo 17º O Banco é o responsável pela centralização e preparação


(Atribuição principal e outras funções) das estatísticas monetária, financeira, cambial e da ba-
lança de pagamentos.
1. O Banco tem por atribuição principal a manutenção
Artigo 21º
da estabilidade dos preços.
(Informações)
2. Como objectivo secundário, compete ao Banco promo-
ver, no País, a liquidez, a solvência e o funcionamento ade- O Banco pode exigir a qualquer entidade, pública ou pri-
quado de um sistema financeiro assente na estabilidade do vada, a prestação directa e imediata das informações ne-
mercado e nunca de forma incompatível com o objectivo cessárias para cumprimento do estabelecido no artigo an-
principal da manutenção da estabilidade de preços. terior, bem como em razão das suas atribuições em maté-
ria de política monetária ou cambial e de funcionamento
3. Sem prejuízo do objectivo principal da manutenção da dos sistemas de compensação e pagamentos.
estabilidade dos preços, cabe ao Banco colaborar na execu- SECÇÃO II
ção da política económica global do Governo.
Política monetária e cambial
4. O Banco deve desempenhar ainda as seguintes fun- Artigo 22º
ções:
(Orientação dos mercados)
a) Colaborar com o Governo na definição da política
1. Na execução da política monetária e cambial, compe-
monetária e cambial, visando alcançar e man-
te ao Banco orientar e supervisionar os mercados monetá-
ter a estabilidade dos preços;
rio, financeiro e cambial.
b) Executar de forma autónoma a política monetária
2. Para efeitos do disposto no número anterior, cabe ao
e cambial de Cabo Verde;
Banco:
c) Deter e gerir as reservas de câmbio oficiais de Cabo a) Regular o funcionamento dos mercados monetá-
Verde e agir como intermediário nas relações rio, financeiro e cambial, adoptando providênci-
monetárias internacionais do Estado; as genéricas ou intervindo, sempre que neces-
5. O Banco é o conselheiro financeiro do Governo. sário, para garantir o cumprimento dos objecti-
vos da política económica, em particular no que
Artigo 18º
se refere à evolução das taxas de juro e de câmbio;
(Autonomia e responsabilidade do Banco)
b) Emitir, caso necessário, normas temporárias de
1. Dentro dos limites de competência estabelecidos no emergência que regulem o volume de crédito e
presente diploma, o Banco goza de autonomia em relação a as taxas de juro de operações bancárias de na-
quaisquer outras entidades, na prossecução dos seus ob- tureza comercial, devendo tais normas ser apro-
jectivos e exercício das suas atribuições. vadas pelo Conselho de Administração;

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c) Exigir, através de aviso e instruções, que as insti- a) Supervisionar e fiscalizar os pagamentos exter-
tuições de crédito mantenham depósitos junto nos;
do Banco, em montantes mínimos estabelecidos
b) Definir os princípios reguladores das operações sobre
e relacionados com a dimensão, tipo ou maturi-
ouro e divisas;
dade dos depósitos respectivos, empréstimos e
outras responsabilidades que o Banco entender c) Autorizar os pagamentos externos nos termos da
por bem indicar; lei;
d) Exercer a supervisão das instituições de crédito e d) Fixar ou divulgar os câmbios;
parabancárias, nomeadamente, estabelecendo
e) Manter e gerir as reservas internacionais da Re-
directivas para assegurar os serviços de centra-
pública de Cabo Verde;
lização de riscos de crédito;
e) Exercer supervisão da actividade seguradora, f) Conceder e revogar licenças de funcionamento, su-
resseguradora, mediação de seguros e de fundos pervisão e regulação do mercado de câmbios;
de pensões, de actividades conexas ou comple- g) Fixar os limites da posição cambial das entidades
mentares daquelas, bem como de outras que a autorizadas a exercer o comércio de câmbios,
lei determinar. incluindo as instituições de crédito.
3. Os níveis de reserva exigidos nos termos da alínea c) 2. Compete, ainda, ao Banco elaborar a balança de paga-
do número anterior, são idênticos para todos os bancos re- mentos externos do País.
lativamente a cada categoria de depósito.
Artigo 25º
4. As reservas exigidas nos termos da alínea c) do nº 2,
(Acordos de compensação e pagamentos)
são mantidas sob a forma de disponibilidades de caixa ou
depósitos em dinheiro existentes no Banco e calculadas como O Banco pode celebrar com entidades congéneres
média de reservas diárias por períodos de tempo que o Banco domiciliadas no estrangeiro, públicas ou privadas, em nome
indicar através de aviso. próprio ou em representação do Estado de Cabo Verde, acor-
dos de compensação e pagamentos ou quaisquer contratos
5. Os avisos que estabelecem ou alteram as reservas
com as mesmas finalidades.
mínimas exigidas deverão especificar a data em que as
instituições de crédito devem cumprir os novos limites. Artigo 26º

6. O Banco pode aplicar coimas a qualquer instituição (Participação em instituições financeiras)


de crédito que não respeite as disponibilidades mínimas de O Banco pode participar no capital de instituições e or-
caixa que lhe forem fixadas, nos termos que vierem a ser ganismos com atribuições monetárias ou cambiais, inter-
definidos em lei. nacionais ou estrangeiras, assim como fazer parte dos res-
Artigo 23º pectivos órgãos sociais.
(Supervisão) SECÇÃO III
1. Na supervisão exercida pelo Banco compreendem-se, Relações entre o Estado e o Banco
além de outros conferidos por lei, nomeadamente, os pode-
Artigo 27º
res de estabelecer directivas para a actuação das entidades
sujeitas à mesma supervisão, realizar inspecções e averi- (Crédito ao Estado)
guações, instaurar e instruir os processos respeitantes às 1. É vedado ao Banco conceder descobertos ou qualquer
infracções verificadas e aplicar as sanções corresponden- outra forma de crédito ao Estado e serviços ou organismos
tes às referidas infracções quando não constituam crimes. dele dependentes, às autarquias locais, a outras pessoas
2. O Banco tem legitimidade para requerer quaisquer colectivas de direito público e a empresas públicas ou quais-
providências cautelares sempre que necessário para o equi- quer outras entidades sobre as quais o Estado e as
líbrio do sector financeiro sob a sua supervisão, nos termos autarquias locais possam exercer influência dominante.
da lei e, em especial, para garantia eficaz dos interesses
2. O disposto no número anterior não se aplica às insti-
dos credores específicos de empresas de seguros e socieda-
tuições de crédito e parabancárias, ainda que de capital
des gestoras de fundos de pensões e, bem assim, para agir
público, às quais será conferido tratamento idêntico ao da
em juízo em defesa dos interesses dos participantes nos
generalidade das instituições do género.
fundos de pensões.
3. O disposto no nº 1 não é também aplicável ao financi-
3. A supervisão, conferida ao Banco por lei especial, de
amento por via das adequadas operações de crédito, da par-
entidades que não sejam instituições de crédito ou
ticipação do Estado em instituições e organismos, interna-
parabancárias, nomeadamente, das entidades que tenham
cionais ou estrangeiros, com atribuições monetárias, finan-
participações qualificadas em instituições de crédito ou
ceiras ou cambiais.
parabancárias, rege-se, com as adaptações necessárias, pelo
disposto no presente diploma. Artigo 28º
Artigo 24º (Títulos do tesouro)
(Autoridade cambial) 1. É vedado ao Banco a aquisição directa ou tomada fir-
1. O Banco é a autoridade cambial da República de Cabo me de títulos de dívida emitidos pelo Estado e demais enti-
Verde, cabendo-lhe nessa qualidade, especialmente: dades referidas no artigo anterior.

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2. O Banco pode, nos termos que vierem a ser acordados g) Depósitos à ordem ou a prazo das instituições su-
com o Tesouro ou outra entidade com competência legal e jeitas à sua supervisão;
dentro dos limites estipulados na lei, assegurar o serviço h) Depósitos de títulos do Estado pertencentes às ins-
financeiro da dívida pública do Estado, assim como, a guarda tituições mencionadas na alínea precedente;
e gestão de valores mobiliários que ao mesmo pertençam.
i) Quaisquer operações sobre ouro e divisas;
3. O Banco assegura, gratuitamente, a colocação dos tí-
j) Outras operações bancárias não expressamente
tulos representativos de empréstimos emitidos ou garanti-
proibidas na presente Lei Orgânica.
dos pelo Estado, nos termos da lei ou regulamento que dis-
ponha sobre a respectiva emissão. 2. Nas modalidades julgadas convenientes pelo Banco,
pode este abonar juros pelos depósitos que aceite ou por
Artigo 29º
débitos em conta corrente, nomeadamente nos seguintes
(Caixa do Tesouro) casos:
1. O Banco desempenhará, a título gratuito, o serviço de a) Operações previstas na alínea g) do nº 1;
caixa do Tesouro em todas as localidades em que tenha b) Depósitos obrigatórios de disponibilidades de caixa
agências. das instituições sujeitas à sua supervisão.
2. O Banco pode aceitar depósitos do Estado, bem como 3. O Banco, enquanto refinanciador de última instân-
de outros organismos do sector público administrativo, nos cia, pode conceder empréstimos, sujeitos a um agravamento
termos da lei. da taxa de juro, por períodos não superiores a seis meses e
até o limite três vezes superior ao capital da entidade
3. Enquanto instituição depositária, o Banco recebe e
beneficiária, devendo essa operação ser aprovada pelo Con-
desembolsa valores, assegurando o respectivo registo
selho de Administração e garantida por ouro, moeda es-
contabilístico e outros serviços financeiros análogos.
trangeira, títulos de crédito emitidos pelo Estado ou pelo
4. Sem prejuízo do disposto na lei, o Banco efectuará Banco, ou pela carteira de créditos de menor risco.
pagamentos, até ao limite dos montantes depositados, me- Artigo 31º
diante ordens de pagamento sobre contas referidas no nú- (Operações vedadas)
mero anterior.
São vedadas ao Banco as seguintes operações:
5. O Banco poderá acordar no pagamento de juros sobre
a) Assegurar qualquer financiamento seja na moda-
tais depósitos.
lidade de empréstimo directo ou de compromis-
6. O Banco poderá autorizar outras instituições de cré- so eventual, seja através de aquisição de um
dito a receberem os depósitos referidos neste artigo, de har- empréstimo, de participação num empréstimo,
monia com as condições por ele estipuladas. ou de outro instrumento de liquidação de dívi-
das e ainda através da assunção de dívidas ou
SECÇÃO IV
eventuais responsabilidades ou de qualquer ou-
Outras operações do Banco tra forma;
Artigo 30º b) Participar em negócios, designadamente, comprar
(Operações permitidas) acções de qualquer empresa, incluindo acções
de instituições financeiras ou ainda ter partici-
1. No âmbito da execução da política monetária e cambi-
pação em empreendimentos de natureza finan-
al, o Banco pode efectuar as operações que se justifiquem
ceira ou qualquer outra;
pela sua qualidade de banco central e, nomeadamente, as
seguintes: c) Adquirir imóveis não essenciais ao desempenho
das suas funções, salvo por motivo de reembolso
a) Emissão de títulos com prazo não superior a um ano; de créditos, devendo neste caso proceder à res-
b) Compra e venda de títulos no mercado secundário; pectiva alienação logo que possível;
c) Celebração de acordos de compra e de recompra de d) Promover a criação de instituições de crédito ou
títulos de dívida emitidos pelo Estado de Cabo parabancárias ou de quaisquer outras socieda-
Verde e pelo Banco, com as instituições bancá- des , bem como participar no respectivo capital,
rias e outras instituições sujeitas à sua super- salvo quando previsto na presente Lei Orgânica
visão, não podendo a duração destas operações ou em lei especial ou por motivo de reembolso de
exceder os 3 meses; crédito, mas nunca como sócio de responsabili-
dade ilimitada.
d) Empréstimos às instituições de crédito e
parabancárias, por prazo que não exceda um CAPÍTULO IV
ano, nas modalidades que considerar adequa- Governo, administração e fiscalização
das, caucionadas por títulos de dívida pública SECÇÃO I
ou outros facilmente negociáveis; Disposições gerais
e) Abertura de crédito em conta corrente a favor de Artigo 32º
instituições de crédito ou parabancárias, com (Órgãos)
garantia de títulos do Estado de Cabo Verde;
São órgãos do Banco o Governador, o Conselho de Admi-
f) Depósitos à ordem do Estado; nistração, o Conselho Fiscal e o Conselho Consultivo.

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Artigo 33º a) Fazer parte dos órgãos sociais de entidades sujei-


(Mandato) tas à supervisão do Banco ou nas mesmas exer-
cer quaisquer funções;
1. O mandato do Governador e dos Administradores tem
a duração de cinco anos, renovável por uma só vez, por b) Ser membros dos corpos sociais de qualquer socie-
igual período, e pode cessar antes do seu termo normal por dade, salvo se em representação dos interesses
ocorrência de: do Banco de Cabo Verde, com a devida autoriza-
ção prévia do Conselho de Administração;
a) Morte ou incapacidade física ou psíquica perma-
nente e inabilitante; c) Desempenhar qualquer outra função pública ou
privada, salvo as funções docentes no ensino
b) Renúncia apresentada por escrito, com antecedên- superior ou de investigação, não remuneradas,
cia mínima de trinta dias; nos termos da lei;
c) Aposentação ordinária no seu quadro de origem; d) Fazer parte dos órgãos de direcção de instituições
d) Aposentação Compulsiva em consequência de pro- financeiras, num período de um ano posterior à
cesso criminal; cessação das suas funções no Banco, devendo,
contudo, ter direito a uma compensação, nos
e) Exoneração; termos e condições definidos em decreto-lei.
f) Investidura em cargo ou exercício de actividade 2. O Governador e os Administradores do Banco não de-
incompatível com o exercício do mandato, nos vem aceitar quaisquer presentes ou crédito em seu favor
termos da lei. ou em nome de qualquer parente ou pessoa com quem te-
2. O Governador e os Administradores podem ser exone- nha negócios ou ligações financeiras, quando a sua aceita-
rados pelo Conselho de Ministros por ocorrência de: ção possa por em causa a sua dedicação imparcial às fun-
ções exercidas no Banco.
a) Condenação definitiva em processo penal, relativa
3. O Governador e os Administradores do Banco obri-
a crime especial de empregado público ou prati-
gam-se a apresentar a declaração de interesse, património
cado com flagrante e grave abuso da função ou
e rendimento nos termos da lei.
a crime que determine incapacidade ou indigni-
dade para exercer o cargo ou perda de confiança 4. Considera-se falta grave a violação do disposto nos
geral necessária ao exercício da função; números anteriores.
b) Insolvência; Artigo 35º
Remunerações e regalias
c) Incumprimento grave no desempenho das suas
atribuições. O Governador e os Administradores:
3. Os administradores podem ainda ser exonerados pelo a) Auferem as remunerações fixadas pelo Conselho
Conselho de Ministros mediante proposta fundamentada de Ministros, sob proposta de uma comissão de
do Governador, quando: vencimentos constituída pelo membro do Governo
responsável pelas finanças, ou um seu repre-
a) Tenham estado ausentes, sem justificação plausí-
sentante, que preside, pelo presidente do Conse-
vel, em duas ou mais reuniões sucessivas do
lho Fiscal e por um antigo governador designa-
Conselho de Administração, realizadas durante
do por este;
os últimos doze meses;
b) Gozam das regalias de natureza social atribuídas
b) Tenham infringido a lei de forma grave, ou revela- aos trabalhadores do Banco.
do conduta imprópria no exercício das suas fun-
ções, causando prejuízos substanciais aos inte- SECÇÃO II
resses do Banco. Governador do Banco

4. O Governador pode também ser exonerado pelo Con- Artigo 36º


selho de Ministros, mediante proposta fundamentada da (Nomeação)
maioria dos membros do Conselho de Administração, nos O Governador do Banco é nomeado pelo Conselho de
termos das alíneas a) e b) do número anterior. Ministros, sob proposta do membro do Governo responsá-
5. O Governador e os Administradores cujos mandatos vel pelas Finanças, de entre cidadãos idóneos, com pelo
cessarem ou caducarem nos termos das alíneas b) e c) do menos 8 anos de experiência profissional e reconhecida com-
nº 1 continuam em funções até à respectiva substituição, petência em matéria financeira e económica.
salvo determinação em contrário do Conselho de Minis- Artigo 37º
tros.
(Substituição do Governador)
Artigo 34º
1. O Governador será substituído, nas suas faltas e im-
(Incompatibilidades e impedimentos) pedimentos, sucessivamente pelo Administrador mais an-
1. Sem prejuízo de outras incompatibilidades ou impedi- tigo ou, em igualdade de circunstâncias, pelo mais velho.
mentos legalmente previstos, o Governador e os Adminis- 2. O disposto no número anterior é aplicável aos casos
tradores do Banco não podem: de vacatura do cargo.

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612 I SÉRIE — Nº 21 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 15 DE JULHO DE 2002

3. Perante terceiros, incluindo notários, conservadores SECÇÃO III


de registo e outros titulares da função pública, a assinatu- Conselho de Administração
ra do Administrador, com invocação do previsto nos núme- Artigo 41º
ros anteriores, constitui presunção da pressuposta falta,
impedimento ou vacatura. (Composição)

O Conselho de Administração é composto pelo Governa-


Artigo 38º
dor, que preside, e por dois a quatro Administradores, no-
(Competência) meados pelo Conselho de Ministros, sob proposta do mem-
bro do Governo responsável pelas Finanças, de entre cida-
1. Compete ao Governador:
dãos idóneos, com pelo menos 6 anos de experiência profis-
a) Representar o Banco; sional e reconhecida competência em matéria financeira e
económica.
b) Actuar em nome do Banco junto das instituições e
Artigo 42º
organismos internacionais ou estrangeiros;
(Competência)
c) Superintender na coordenação e dinamização da
1. Ao Conselho de Administração compete a orientação
actividade do Conselho de Administração e con-
geral e a prática de todos os actos necessários ou conveni-
vocar as suas reuniões;
entes à prossecução dos fins cometidos ao Banco e que não
d) Presidir às reuniões do Conselho de Administra- sejam abrangidos na competência exclusiva de outros ór-
ção e das comissões especiais deste emanadas; gãos, nomeadamente os seguintes:

e) Rubricar os livros gerais, podendo fazê-lo por chan- a) Propor ao Governo a política monetária e cambial;
cela; b) Apresentar ao Governo, a pedido deste ou por inici-
f) Superintender em tudo o que se relacione com os ativa própria, propostas legislativas sobre ma-
interesses do Banco e com a sua actividade geral. térias das atribuições do Banco;
c) Aprovar regulamentos e outros actos normativos,
2. Pode o Governador, em acta do Conselho de Adminis-
no âmbito das atribuições do Banco, de cumpri-
tração, delegar parte da sua competência em algum dos
mento obrigatório pelas entidades sujeitas à sua
membros do mesmo Conselho.
supervisão;
Artigo 39º
d) Propor ao Governo a emissão e recolha de notas e
(Competência especial do Governador) moedas;
1. Se estiverem em risco interesses essenciais do País e) Decidir sobre a orientação dos mercados monetá-
ou do Banco e não for possível reunir o Conselho de Admi- rio, financeiro e cambial;
nistração, dada a imperiosa urgência, a falta de quorum f) Deliberar sobre o recurso do Banco ao crédito
ou outro motivo justificado, o Governador tem competên- externo;
cia própria para a prática de todos os actos necessários à
prossecução dos fins cometidos ao Banco e que caibam na g) Aprovar os acordos de cooperação com instituições
competência daquele Conselho. ou organismos internacionais e estrangeiros;
h) Autorizar a exploração de ramos ou modalidades
2. Os actos praticados nos termos do número anterior
de seguros e definir apólices uniformes para de-
ficam sujeitos à ratificação do Conselho de Administração
terminados contratos de seguros;
na sua primeira reunião.
i) Apreciar e aceitar o depósito de bases técnicas,
3. Perante terceiros, incluindo notários, conservadores condições gerais, especiais e tarifárias de con-
de registo e outros titilares da função pública, a assinatu- tratos;
ra do Governador, com invocação do previsto no número
1., constitui presunção da impossibilidade de reunião do j) Apreciar a representação das provisões técnicas
Conselho de Administração. das empresas supervisionadas pelo Banco;

Artigo 40º k) Determinar a inspecção, sempre que o entenda


conveniente ou em cumprimento de disposições
(Poderes do Governador) legais, das empresas sujeitas à supervisão do
1. O Governador tem voto de qualidade nas reuniões a Banco, requisitar-lhes informações e documen-
que preside. tos e proceder a averiguações e exames em qual-
quer entidade ou local, no quadro do desempe-
2. Pode o Governador suspender qualquer deliberação nho destas funções;
do Conselho de Administração que considere contrária à
l) Analisar e dar parecer sobre pedidos de informação
lei ou aos interesses do Estado ou do Banco.
e reclamações, apresentados por particulares e
3. A suspensão será imediatamente comunicada ao mem- organismos oficiais, não resolvidos noutras ins-
bro do Governo responsável pelas Finanças e considera-se tâncias, relativamente ao exercício das activi-
levantada se, dentro de quinze dias depois de imposta, o dades bancária e parabancária, seguradora, de
Governo a não tiver confirmado. mediação de seguros e de fundos de pensões;

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I SÉRIE — Nº 21 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 15 DE JULHO DE 2002 613

m) Exercer as demais competências de supervisão 4. As deliberações são tomadas por maioria de votos dos
que lhe sejam cometidas por diploma legal. membros presentes, não sendo permitidas abstenções.
n) Aprovar o plano de contas do Banco; 5. As reuniões do Conselho de Administração podem,
o) Elaborar um regulamento interno do Banco no ainda, ser convocadas, a pedido, por escrito, da maioria
qual defina a estrutura organizacional do Ban- dos seus membros.
co, as competências e funções dos serviços que a Artigo 45º
integram, as normas gerais a observar no de- (Actas)
senvolvimento das actividades a seu cargo e, em
geral, o que se revele adequado, tendo em vista 1. Das reuniões do Conselho de Administração serão la-
o seu bom funcionamento; vradas actas, mencionando-se sumariamente mas com cla-
reza os assuntos tratados e as deliberações tomadas.
p) Arrecadar as receitas do Banco e autorizar a reali-
zação das despesas necessárias ao seu funciona- 2. Os participantes na reunião podem ditar para a acta
mento; a súmula das suas intervenções e bem assim emitir voto
de vencido quanto às deliberações de que discordem.
q) Gerir o património do Banco e, nomeadamente,
deliberar sobre a aquisição, alienação, locação 3. As actas são assinadas por todos os que participaram
financeira ou aluguer de bens móveis e sobre o na reunião e subscritas por quem a secretariou.
arrendamento de bens imóveis destinados à ins- 4. As actas das reuniões do Conselho de Administração
talação, equipamento e funcionamento do Banco; são de natureza confidencial, podendo este órgão decidir
r) Deliberar sobre a aquisição, locação financeira ou tornar públicas as suas deliberações, no todo ou em parte.
alienação de bens imóveis para os mesmos fins; SECÇÃO IV
s) Contratar com terceiros a prestação de quaisquer Conselho Fiscal
serviços com vista ao adequado desempenho das Artigo 46º
atribuições do Banco;
(Conselho Fiscal)
t) Definir a política de pessoal, bem como a salarial;
1. O Conselho Fiscal é constituído por três membros
u) Aprovar o plano anual de actividades, o orçamento designados pelo membro do Governo responsável pelas Fi-
de exploração e ainda o balanço, relatório e con- nanças de entre pessoas idóneas com reconhecida compe-
tas de cada exercício; tência em matéria bancária, financeira e económica, de-
v) Deliberar sobre a colocação dos fundos próprios do vendo um deles, pelo menos, ser auditor certificado.
Banco. 2. De entre os membros do Conselho Fiscal designará o
2. O Conselho pode delegar, em acta, poderes em um ou membro do Governo responsável pelas Finanças um presi-
mais dos seus membros ou em empregados do Banco, esta- dente que terá voto de qualidade .
belecendo em cada caso os respectivos limites e condições. 3. O mandato dos membros do Conselho Fiscal é de 3
Artigo 43º anos, renovável por igual período.
(Pelouros) 4. As funções dos membros do Conselho Fiscal são
1. Sob proposta do Governador, o Conselho de Adminis- acumuláveis com outras actividades profissionais que se
tração atribui aos seus membros pelouros correspondentes não mostrem incompatíveis.
a um ou mais serviços do Banco. 5. Os membros do Conselho Fiscal têm direito a remu-
2. A atribuição de um pelouro envolve delegação de pode- neração mensal fixada pelo Conselho de Ministros, sob pro-
res, a qual pode ser sujeita a limites e condições no acto de posta do membro do Governo responsável pelas finanças.
atribuição. Artigo 47º

3. A distribuição de pelouros não dispensa o dever, que a (Competência)


todos os membros do Conselho incumbe, de acompanhar e 1. Como órgão de fiscalização do Banco, compete ao Con-
tomar conhecimento da generalidade dos assuntos do Ban- selho Fiscal:
co e de propor as atinentes providências.
a) Acompanhar o funcionamento do Banco e o cum-
Artigo 44º primento das leis e regulamentos que lhe são
(Funcionamento) aplicáveis;
1. O Conselho de Administração reúne, ordinariamente b) Examinar as situações periódicas apresentadas pelo
uma vez por semana e, extraordinariamente, sempre que Conselho de Administração durante o seu man-
seja convocado pelo Governador. dato;
2. Para o Conselho de Administração deliberar c) Examinar a escrituração, as casas fortes e os co-
validamente, é indispensável a presença da maioria dos fres do Banco, sempre que o julgue conveniente,
seus membros em exercício, incluindo o Governador. com observância das inerentes regras de segu-
3. Para efeito do disposto no número anterior, não são rança;
considerados em exercício os que estiverem impedidos fora d) Emitir parecer acerca do orçamento, assim como
da sede por motivos de serviço ou em razão de doença. do balanço e contas anuais;

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614 I SÉRIE — Nº 21 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 15 DE JULHO DE 2002

e) Chamar a atenção do Governador ou do Conselho 3. Os membros do Conselho Consultivo que não sejam
de Administração para qualquer assunto que membros de outros órgãos do Banco podem ser remunera-
entenda dever ser ponderado; dos, sob proposta do Governador, aprovada pelo membro
do Governo responsável pelas Finanças.
f) Pronunciar-se acerca de qualquer matéria que lhe
seja submetida pelo Governador ou pelo Conse- 4. Sempre que o considere conveniente, o presidente do
lho de Administração; Conselho Consultivo pode convidar a fazerem-se represen-
tar nas respectivas reuniões determinadas entidades ou
g) Elaborar um relatório anual sobre a sua acção sectores de actividade, bem como, sugerir ao Governo a
fiscalizadora. presença de elementos das entidades ou dos serviços públi-
2. O Conselho Fiscal deve ser apoiado por serviços ou cos com competências matérias a apreciar, em qualquer
técnicos do Banco de sua escolha. caso, sem direito a voto.
Artigo 52º
3. Os membros do Conselho Fiscal têm acesso aos livros
de actas do Conselho de Administração e a demais docu- (Competência)
mentação do Banco. Compete ao Conselho Consultivo pronunciar-se, não
Artigo 48º vinculativamente, sobre:
(Funcionamento) a) O relatório anual da actividade do Banco, antes da
sua apresentação;
1. O Conselho Fiscal reúne-se, ordinariamente, uma vez
por mês e, extraordinariamente, sempre que seja convoca- b) A actuação do Banco decorrente das funções que
do pelo Presidente. lhe estão cometidas;

2. Para o Conselho deliberar validamente, é indispensá- c) Os assuntos que lhe forem submetidos pelo Gover-
vel a presença de pelo menos dois dos membros em exercí- nador ou pelo Conselho de Administração.
cio. Artigo 53º
(Reuniões)
3. É aplicável ao funcionamento do Conselho Fiscal o
disposto no n.º 4 do artigo 44º e no artigo 45º. O Conselho Consultivo reune-se, ordinariamente, uma
vez por semestre e, extraordinariamente, sempre que for
Artigo 49º
convocado pelo Governador.
(Participação em reuniões do Conselho de Administração)
CAPÍTULO V
Os membros do Conselho Fiscal podem participar, sem
direito de voto, nas reuniões do Conselho de Administra- Pessoal
ção, sendo obrigatória, nas reuniões ordinárias, a presen- Artigo 54º
ça de um deles, por escala. (Regime Jurídico)
Artigo 50º 1. Os trabalhadores do Banco estão sujeitos às normas
(Auditores externos) do regime jurídico geral das relações de trabalho.

Sem prejuízo da competência do Conselho Fiscal, as con- 2. O Banco pode celebrar instrumentos de regulamenta-
tas do Banco são também fiscalizadas por auditores exter- ção colectiva de trabalho, nos termos da lei geral, sendo
nos, seleccionados em concurso público. para o efeito considerados como seus representantes legíti-
mos os membros do Conselho de Administração ou os de-
SECÇÃO V tentores de mandato escrito de que expressamente cons-
Conselho Consultivo tem poderes para contratar.
Artigo 51º 3. Aos trabalhadores do Banco é vedado fazer parte dos
órgãos sociais de entidades sujeitas à supervisão do Banco
(Conselho Consultivo)
ou nestas exercer quaisquer funções.
1. O Conselho Consultivo é composto pelo Governador do
4. Nenhum trabalhador do Banco que exerça funções de
Banco, que preside, e pelos seguintes membros:
gestão, consultadoria ou assesoria poderá exercer quais-
a) Os antigos Governadores; quer funções remuneradas fora do Banco, salvo o exercício
de funções docentes e de investigação.
b) Três personalidades de reconhecida competência
em matérias económica-financeira e empresa- 5. Os trabalhadores não referidos no número anterior
riais; poderão exercer actividades remuneradas não incompatí-
veis com as que desempenham no Banco, mediante autori-
c) Um representante das entidades supervisionadas zação expressa do Conselho de Administração.
pelo Banco;
Artigo 55º
d) O Presidente do Conselho Fiscal do Banco. (Fundo Social)

2. Os vogais mencionados na alínea b) são designados 1. No âmbito das acções de natureza social do Banco,
pelo Conselho de Ministros, sob proposta do membro do existe um Fundo Social com consignação de verbas atribu-
Governo responsável pelas Finanças, por períodos ídas pelo Conselho de Administração, de forma a assegu-
renováveis de três anos. rar a prossecução das respectivas finalidades.

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I SÉRIE — Nº 21 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 15 DE JULHO DE 2002 615

2. O Fundo Social é regido por regulamento aprovado zação de quaisquer títulos do Estado detidos pelo Banco
pelo Conselho de Administração e é gerido por uma comis- que tenham sido emitidos no âmbito do nº3 do artigo 4 º e
são nomeada pelo referido Conselho, com poderes delega- da alínea b) do nº 8 do presente artigo.
dos para o efeito, e que incluirá representantes dos traba-
5. Sem prejuízo do disposto na alínea b) do nº 3, o Banco
lhadores eleitos por estes.
poderá providenciar mais afectações à Reserva Geral ou a
CAPÍTULO VI qualquer reserva especial que entender apropriada, desde
que do facto dê conhecimento fundamentado, por escrito,
Orçamento e contas
ao Governo quanto à necessidade dessa medida.
Artigo 56º
6. O saldo do resultado líquido do ano financeiro, após as
(Orçamento)
deduções e afectações previstas nos nºs 3, 4 e 5, deverá ser
Será elaborado pelo Banco um orçamento de exploração pago ao Estado de Cabo Verde no prazo de quatro semanas
anual, que deve ser remetido ao membro do Governo res- contado a partir da data da conclusão da auditoria às de-
ponsável pelas finanças até 15 de Dezembro do ano anteri- monstrações financeiras.
or, para aprovação, dentro do prazo de sessenta dias, findo
7. Não será feita nenhuma dedução ou afectação autori-
o qual considera-se tacitamente aprovado.
zada nos nºs 3, 4 ou 5 ou pagamento efectuado no âmbito
Artigo 57º do nº 6 se, no entender o Banco, os seus activos, ou após a
(Resultados do exercício) relevante dedução, afectação ou pagamento, ficarão inferi-
ores à soma das suas responsabilidades e do capital míni-
1. O resultado líquido do Banco referente a cada exercí-
mo realizado.
cio financeiro será determinado pelo Conselho de Adminis-
tração, após a aplicação de padrões contabilísticos apropri- 8. Caso o Banco incorrer em prejuízo líquido durante
ados, que incluirão, nomeadamente, a constituição ou re- qualquer exercício financeiro:
forço de provisões destinadas a cobertura do crédito mal a) Esse prejuízo deverá ser imputado à Reserva Ge-
parado e de riscos de depreciação de outros valores activos, ral e se esta for inadequada para cobrir o mon-
contribuições para a reforma e fundo de pensões e quais- tante total do prejuízo, o saldo do prejuízo deve-
quer ocorrências de outras eventualidades que requeiram rá ser levado para a conta de resultados transi-
provisões no âmbito da presente lei. tados;
2. O Banco criará uma Conta de Reavaliação de Reser- b) Depois da apresentação, pelo Banco, de um relató-
vas à qual se aplicam as seguintes disposições: rio ou declaração confirmando o saldo dos preju-
a) Os ganhos e prejuízos não realizados resultantes ízos acumulados, o Governo deverá entregar ao
de quaisquer alterações na avaliação do activo e Banco, num prazo máximo de 60 dias, fundos,
do passivo do Banco em ouro, moeda estrangei- títulos negociáveis datados e nos termos, condi-
ra ou direitos especiais de saque em decorrência ções e câmbios determinados pelo mercado de
de alterações verificadas na taxa de câmbio do montante ou montantes necessários para corri-
escudo ou de qualquer mudança do valor, pari- gir o défice.
dade ou taxa de câmbio de tais activos relativa- 9. Caso se registarem, em qualquer exercício financeiro,
mente ao escudo serão afectos à Conta de prejuízos acumulados trazidos de exercícios anteriores e
Reavaliação de Reservas; que não tenham sido anulados, pelo Governo, através da
b) Na eventualidade de prejuízos ou saldo de débito transferência dos necessários fundos, títulos ou disponibi-
líquido registado na Conta de Reavaliação de lidades previstas na alínea b) do nº 8, o lucro final desse
Reservas, tal deverá ser reflectido na conta de exercício será afectado com prioridade para a liquidação de
lucros e perdas do Banco; tais prejuízos acumulados e juros sobre o montante dos
prejuízos calculados à taxa de facilidades permanentes de
c) Não deverão ser efectuados quaisquer créditos ou
cedência de liquidez para todo o período em que o mesmo se
débitos na Conta de Reavaliação de Reservas,
encontrava pendente.
excepto nos termos deste número.
Artigo 58º
3. O Banco criará uma Reserva Geral à qual deverá afec-
(Relatório, balanço e contas)
tar, no final de cada exercício financeiro:
1. O Banco deve manter contas e registos que reflictam
a) Um quarto do resultado líquido do Banco respeitante
as operações efectuadas e a situação financeira.
ao exercício financeiro, quando a Reserva Geral
não exceder o capital mínimo realizado do Ban- 2. Salvo as excepções previstas na presente lei, as con-
co; ou tas e os registos do Banco devem ser elaboradas de acordo
com as normas internacionais de contabilidade.
b) Um sexto do resultado liquido do Banco referente
ao exercício financeiro, quando a Reserva Geral 3. O Banco deve elaborar o seu relatório financeiro anu-
exceder o capital mínimo e não exceder quatro al, do qual deve constar o balanço, e um relatório de lucros
vezes o capital realizado do Banco. e perdas.
4. Após a efectivação das necessárias Reservas, nos ter- 4. Sem prejuízo do disposto no número anterior, após o
mos dos nºs 3 e 5, um quarto do saldo dos lucros líquidos último dia de cada mês e dentro dos dez dias úteis seguin-
referentes ao ano financeiro deverá ser aplicado na amorti- tes, o Banco deve submeter à apreciação do membro do

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616 I SÉRIE — Nº 21 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 15 DE JULHO DE 2002

Governo responsável pelas Finanças, um relatório finan- 2. Os elementos a que se refere o número anterior pode-
ceiro referente ao mês anterior. rão ser totalmente ou parcialmente microfilmados ou
registados por processo equivalente, excepto se a sua con-
5. O Banco deve, no prazo de três meses após o encerra-
servação em arquivo for imposta pelo interesse histórico
mento de cada ano financeiro, submeter ao Governo uma
que apresentem ou por outro motivo ponderoso.
cópia de:
3. As cópias obtidas a partir de microfilme ou de repro-
a) Relatório financeiro certificado pelo auditor exter-
dução técnica equivalente têm a mesma força probatória
no;
dos documentos originais, desde que firmadas, com assi-
b) Relatório das operações efectuadas durante esse natura autenticada, pela pessoa incumbida de certificar a
período; regularidade da operação de microfilmagem ou outra.
c) Relatório do estado da economia nacional. Artigo 64º

6. O Banco deve publicar os relatórios financeiros referi- (Isenções)


dos nos nº 4 e 5, e outros relatórios sobre matérias finan- 1. O Banco goza de isenção de todas as contribuições,
ceiras e económicas, na forma que achar conveniente. impostos, taxas, emolumentos e demais imposições, nos
7. Na sequência da apresentação dos relatórios financei- mesmos termos que o Estado.
ros a que se refere o número anterior, o Governador infor- 2. O Banco está dispensado de prestar caução, quer no
mará a Assembleia Nacional , através da comissão especi- decurso de procedimentos judiciais, quer para quaisquer
alizada que se ocupe de finanças sobre a situação e orienta- outros efeitos previstos em normas gerais.
ções relativas à política monetária e cambial seguidas no
Artigo 65º
exercício financeiro.
(Tribunal de Contas)
CAPÍTULO VIII
O Banco não está sujeito à fiscalização preventiva do
Disposições Finais Tribunal de Contas.
Artigo 59º
———
(Avisos do Banco)
Lei n.º 11/VI/2002
As determinações do Banco que contenham disposições
genéricas revestirão a forma de Aviso, assinado pelo Go- de 15 de Julho
vernador, e publicado na I Série do Boletim Oficial. Por mandato do Povo, a Assembleia Nacional decreta,
Artigo 60º nos termos da alínea d) do artigo 175º da Constituição, o
(Vinculação do Banco) seguinte:
O Banco obriga-se pela assinatura do Governador, de Artigo 1º
dois outros membros do Conselho de Administração, ou de Alterações
quem estiver legitimado nos termos do n.º 2 do artigo 38º, São alterados os artigos 12º, 47º, 129º, 134º, 136º, 137º,
dos n.ºs 1 e 2 do artigo 37º, ou do n.º 2 do artigo 42º. 141º, 142º, 143º, 147º, 149º, 158º, 191º e o 192º, bem como a
Artigo 61º epígrafe do capítulo único do título II do Código de Justiça
(Recursos e acções) Militar, aprovado pelo Decreto-Legislativo n.º 11/95, de 26
de Dezembro, que passam a ter a seguinte redacção:
1. Dos actos praticados pelo Governador ou pelo Conse-
lho de Administração ou por delegação sua, no exercício de Artigo 12º
funções públicas de autoridade, cabem os meios de recur- Reincidência
sos ou acção previstos na legislação própria do contencioso
administrativo. 1. (...)
2. Fora dos casos previstos no numero anterior compete 2. Em relação à reincidência e sem prejuízo de outras
aos tribunais judiciais o julgamento dos litígios em que o disposições previstas neste Código, vigora o que se acha
Banco seja parte. estabelecido para a premeditação no n.º 2 do artigo 11º.
Artigo 62º (.........)
(Sigilo) TÍTULO II
Os membros dos órgãos do Banco, os empregados deste e Disposições especiais
bem assim quaisquer pessoas que lhe prestem directa ou
indirectamente serviços estão sujeitos ao dever de sigilo CAPÍTULO ÚNICO
nos termos aplicáveis às instituições de crédito e Crimes essencialmente militares
parabancárias.
(......)
Artigo 63º
Artigo 47º
(Arquivo de documentos)

1. Devem ser conservados em arquivo, pelo prazo de vinte Instigação à desconsideração ou descontentamento
anos, os elementos da escrita principal do Banco, correspon- O militar que instigar os seus camaradas à des conside-
dência, documentos comprovativos de operações e outros. ração para com superior ou determiná-los ao descontenta-

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