Você está na página 1de 37

Análise Interacional para o Design da Interação

luciano meira
psicologia cognitiva | ufpe
excedente de visão
mikhail bakhtin
o outro tem uma experiência de mim que eu próprio não tenho,
mas que posso, por meu turno, ter a respeito dele.
roadmap

design da interação e estudos psicológicos

o campo teórico da Análise Interacional


focos da abordagem empírica

processo de inovação C.E.S.A.R


um exemplo de estudo em andamento
O “Design da Interação” refere-
se ao desenvolvimento de
produtos e serviços interativos
com foco específico em seu uso.

Jonas Lowgren
http://bit.ly/hIUnXf
http://bit.ly/dI0hxs
uX v1.0
monológica
uX v2
dialógica

Meira & Peres 2004. http://bit.ly/gswth5


uX v2.1
dialógica+

Meira & Peres 2009. http://bit.ly/eVnE7I


LIVABILITY
“vidabilidade”
premissas

“interação” diz respeito à produção de relações de sentido, entre sujeitos

“interação humana” é apenas ênfase:


toda interação é humana

“Análise Interacional” é uma entre outras formas de análise da interação

a Análise Interacional é uma metodologia e, portanto, inclui teoria e métodos de


produção e análise de dados filiados a um paradigma em psicologia
PESSOA
campo de
tempo 1
canalização cultural

pessoas
mudança papeis ambiente material
instituições & outro social
histórias

PESSOA
campo de
tempo 2
canalização cultural

paradigma sócio-ecológico
linguagem
corporeidade
emocionalidade

A linguagem é um modo de ação.


Através da linguagem não apenas
falamos das coisas, mas alteramos o
curso dos acontecimentos: fazemos
com que as coisas ocorram.

Rafael Echeverria
Ontología del Lenguaje 1994
individualístico
ahistórico
lógico-proposicional
essencialista
físico-simbólico
computacional
encarnado
intersubjetivo
histórico
dialógico
linguístico
Análise Interacional

A análise não procura seus dados na atividade craniana, mas nos detalhes das
interações sociais situadas no tempo e no espaço, e particularmente nas
interações cotidianas que naturalmente emergem entre membros de
comunidades de prática.

Nesta perspectiva, artefatos e tecnologias formam um campo social no qual


certas atividades tornam-se prováveis, outras possíveis, e outras improváveis
ou impossíveis. O objetivo da análise, então, é identificar as regularidades nas
formas pelas quais os indivíduos utilizam recursos do mundo social e material
no qual eles operam.

Brigitte Jordan & Austin Henderson, 1995


http://bit.ly/fg652D
mundos ornamentados
trocas discursivas

corporeidade

artefatos

registros

Jaan Valsiner, 2008


http://bit.ly/eLYWCj
Análise Interacional

Um conjunto localmente relevante de campos semióticos para os quais os


participantes de uma atividade demonstradamente se orientam é chamado
configuração contextual. No decorrer da ação, novos campos semióticos
podem ganhar relevância enquanto outros passam a ser tratados como
irrelevantes, fazendo com que as configurações contextuais que oferecem o
enquadre, tornam visíveis e constituem a ação passem por um contínuo
processo de mudança.

Charles Goodwin, 2000


http://bit.ly/hlIWba
eu-outros

artefatos

registros

discursos

tempo gestos
focos da Análise Interacional

. segmentação (inícios e fins)


. organização temporal, ritmo e periodicidade
. turnos e modos de participação
. quebras e reparos
. organização espacial da atividade
. artefatos e documentos
Análise da interação em
fábricas de software e o
encapsulamento da fala
dos desenvolvedores em
elementos da interface.

Peres e Meira, 2008. http://bit.ly/hF8zbo


Análise das relações de apego
mãe-criança em contextos de
brincadeira simbólica.

Lyra, 2009. http://bit.ly/eceO2b


Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife
w w w. c e s a r. o r g . b r
processo de inovação c.e.s.a.r

1
Pesquisa
2
Ideação

Avaliação Prototipação

4 3
Pesquisa
Identifica as pessoas que usarão o produto,
processo ou serviço e descobre como será
usado e sob que circunstâncias

Técnicas
Etnografia
Pesquisa contextual
Entrevista em profundidade 12
Análise da tarefa

43

Slide
Ideação
Munidos da informação de campo,
definimos os requisitos necessários para o
protótipo através de sessões com uma
equipe multidisciplinar

Técnicas
Personas
Brainstorm
Placestorm
12
43

Slide
Prototipação
Através de modelos de diferentes níveis de
fidelidade, testamos o potencial de atualização das
idéias, diminuindo mais rapidamente o potencial
de falhas de projeto.

Técnicas
Wireframing
12
Protótipos em baixa média e alta fidelidades
43
Avaliação 12
Consiste na realização de testes com
43
usuários em laboratório, através dos quais
buscamos validar as hipóteses levantadas

Técnicas
Testes de usabilidade
Análise de especialista
Avaliação Heurística
Focus Groups

Slide
menu de TVs
produtos médicos
equipamentos móveis
entrevistador pessoa1 pessoa2 pessoa3

Equipamento touch screen


com mic e webcam TV adaptada para captura de som e movimento
p3- dizendo a letra, Letra A!
p2- eu ficaria, continuava na voz.
p3- eu falava também.
e- falava também? Letra A? e você?/
p3- / Letra A, Letra B, Letra C
e- Midian?
p1- eu estou em dúvida.
p3- fazia assim?
p2- digital? vá lá aí, tava com a unha grande batia na outra.
p3- agora eu eu acho que, eu acho assim, que esse equipamento, ele
vai ser agregado aquele.
e- sim.
p3- ele vai ficar lá né?
p2- não.
e- ele se comunica né.
p3- dizendo a letra, Letra A!
p2- ele se comunica, mas vai ficar na mão.
p3- sim, ele vai ficar na mão. eu acho que ficar na mão, acho que eu
colocaria logo lá.
e- é? não usaria não, ele na mão?
p3- devia ser uma coisa assim, agregada à televisão da gente, que a
gente pudesse já...
p2- mas veja /
e- /e se só tivesse então aquele?
p3- pronto, letra A /
p1- /(inaudível)
e- e aí pronto né?
p3- (nods)
e- ledjane?
p2- não, eu ficaria na voz, eu usaria esse.
p3- agora/
e- /usaria esse? por que?
p2- /sim / porque eu acho ele mais interessante, mais
próximo, a informação, vai lá, alguém grita o A lá de fora, e era o
p1- mas justamente... mas ele reconheceria a voz, da, do aluno?
B? e aí? (1s) Aaaaa... eu tenho o hábito de dizer, sério, é verdade.
u1- mas justamente... mas ele reconheceria a voz, da, do aluno?
p3- Dizendo a letra, Letra A!
p2- Digital? vá lá aí, tava com a unha grande batia na outra.
p2- porque eu acho ele mais interessante, mais próximo, a informação,
vai lá, alguém grita o A lá de fora, e era o B? e aí? Aaaaa...
eu tenho o hábito de dizer, não, sério, é verdade.

p1- mas justamente... mas ele reconheceria a voz, da, do aluno?


nossas experiências são sempre
historicamente situadas,
corporificadas
e apoiadas por objetos
pelos quais e com os quais dialogamos
através de interfaces.
luciano@meira.com

Você também pode gostar