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BOMBAS HIDRÁULICAS

DEFINIÇÃO: São equipamentos que transformam energia mecânica em


energia hidráulica, fornecida ao líquido.
Também são chamadas “Geradores hidráulicos”.
Ao passar por uma bomba, há um aumento de energia do líquido, ou seja,
a linha de energia se eleva.

INSTALAÇÃO DE BOMBEAMENTO

OBS: Na hidráulica a linha de energia praticamente coincide com a linha


piezometrica.
2

EQUAÇÃO DE BERNOULLI

Escoamento de A para B

HA + H – ∆ HAB = HB
Estado final da água
Carga perdida no sistema de fusos
Carga ganha ao passar pela bomba
Estado inicial da água

A equação de Bernoulli é um balanço de energia, da água que


circula pelo sistema.

E (energia )
H = Carga H =
P( peso )

Numa seção do tubo:

v2 P
H = + +Z
2g γ

de posição
de pressão
de velocidade

A perda de carga é fornecida pela equação universal (para perdas


distribuídas) e geral (para perdas localizadas).

Perda distribuída

L v2
∆H = ƒ ⋅
D 2g

Perda localizada

v2
∆H = ∑ Ki
2g
3

A altura total da bomba é a carga H que a bomba fornece ao sistema

H = HB – HA + ∆HAB

Para reservatórios de grandes dimensões, e abertos à atmosfera

Ο Ο Ο Ο
2 2
H = VB + PB + ZB - VA - PA - ZA + ∆HAB
2g γ 2g γ

Considerando velocidade e pressão = Ο

H = ZB – ZA + ∆HAB OU

H = HG + ∆HAB (m)

Perda de carga total na tubulação

Desnível geométrico

CONCEITO DE CARGA, ENERGIA E POTÊNCIA

H = altura total da bomba, ou seja, a carga que a bomba fornece à água que
circula por ela.

E = H x P = energia que a bomba fornece à água que passa por ela.

P = peso da água que circula pela bomba.

P=Vx γ

Onde: V = volume da água que circula pela bomba.


γ = peso específico da água ≅ 9.800N/m
3
4

Então:

E=HxVx γ

N = E = potência é a energia fornecida ao líquido em um intervalo de tempo.


∆t

N = γ x H x V = γ x H xQ
∆t

V = Q = volume de água que passa pela bomba num intervalo de tempo (vazão)
∆t

N= γ xQxH

Onde:
3
γ = 9800 N/m
Q = m3/s
H=m
N = (watts)

H = carga fornecida ao líquido


E = energia fornecida ao líquido
N = potência fornecida ao líquido

γQH
OBS: N=
75

onde:
3
γ = 1.000 Kg ƒ/m
Q = m3/s
H=m
N = (c.v.)

1 c.v. = 75 Kg ƒm/s
1 HP = 746 watts
Para água temos:
N = 1.000 · Q · H
75 ɳ
onde: ɳ = relação entre a potência útil e a motriz (%)
5

Estudos de curvas de rendimento das bombas, chega a exprimir para


bombas pequenas 60%, bombas médias 75% e bombas grandes 85%.
Na escolha dos motores elétricos, deve ser previsto, um acréscimo,
recomenda-se a tabela seguintes:

Potência motriz calculada Acréscimo

Até 2 c.v. 50%


3 a 5 c.v. 30%
6 a 10 c.v. 25%
11 a 25 c.v. 15%
acima 25 c.v. 10%

TIPO
1. - Estática – Volumétrica ou deslocamento positivo

Possuem uma câmara, em cujo interior o movimento de um órgão


propulsor comunica energia de pressão ao líquido, provocando o seu
escoamento. Proporciona então as condições para que se realize o escoamento na
tubulação de aspiração até a bomba e na tubulação de recalque até o ponto de
utilização. A vazão é proporcional à geometria da mesma e à sua velocidade.

ESQUEMA DE BOMBA DE ÊMBOLO


6

A característica principal desta classe de bombas é que uma


partícula líquida em contato com o órgão que comunica a energia tem
aproximadamente a mesma trajetória que a do ponto do órgão com o qual está
em contato.

1.1- Alternativa, ou reciproca

O elemento bombeador faz um movimento de “vai e vem”, alternando seu


sentido.

Gráfico da vazão em função do tempo

t
7

a – utilizada para pequenas vazões e grande pressão.

b – vazão proporcional à rotação.

⎭ Usada como bomba dosadora.(dosa reagentes químicos. Sulfato de


alumínio, cloro, cal, fluor, em uma estação de tratamento de água.)

MODOS DE VARIAR A VAZÃO:

1º) Variando o raio da manivela.

2º) Variando a velocidade do motor.

No 2º caso o ajuste de velocidade é feito eletronicamente em função da


vazão necessária.
A variação da vazão é feita com a variação da freqüência da rede elétrica.
Normalmente: ƒ = 60hz (c/s) ciclos por segundo

ɳ = 120 x ƒ (r.p.m) rotação por minuto.


p

p = nº de polos do motor.

O motor elétrico tem: p = 2,4,6,8,10...

c – apresenta vazão pulsante

d – não pode operar com registro de descarga fechado. Por isso é importante a
instalação de uma válvula de alívio no recalque.

e – variações:
8

Bombas de combustível de autos

1.2 – Bomba rotativa

Como exemplo apresentamos a bomba de engrenagens. O líquido


bombeado é empurrado pelos dentes das engrenagens. Utilizadas somente em
líquidos lubrificantes.
A vazão é proporcional ao volume entre os dentes e à velocidade das
engrenagens.Uma das engrenagens é movimentada por um motor.

Exemplo de uso: bombeamento de óleo combustível para caldeira, e ou para


forno de usina de cimento.
9

Bomba de engrenagens

1.3– Outros exemplos

Bomba de palhetas

Bomba de excêntrico
10

2. Bomba dinâmica, bomba de fluxo, ou de escoamento.

Classificação segundo a trajetória do líquido no rotor.

2.1.- Bomba centrífuga radial

O líquido penetra no motor paralelamente ao eixo, sendo dirigido pelas


pás para a periferia, segundo trajetórias contidas em planos normais ao eixo. As
trajetórias são portanto curvas praticamente planas contidas em planos radiais.
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As bombas deste tipo possuem pás cilíndricas (simples curvaturas), com


geratrizes paralelas ao eixo de rotação, sendo essas pás fixadas a um disco e a
uma coroa circular (rotor fechado), ou a um disco apenas (rotor aberto), para
bombas de água suja.

Nas bombas radiais bem projetadas, a região inicial das pás pode
apresentar-se com a forma de superfície de dupla curvatura, para melhor atender
à transição das trajetórias das partículas líquidas, da direção axial para a radial,
sem provocar choques, nem turbulências excessivas.

As bombas do tipo radial, pela sua simplicidade, se prestam à fabricação


em série, sendo generalizada sua construção e estendida sua utilização à grande
maioria das instalações comuns de água limpa, descarga de 5 a 500 l/s e até
mais, e para pequenas médias e grandes alturas de elevação.

Notemos, que essas indicações são vagas e algo imprecisas, e que a


escolha do tipo de rotor dependerá da noção de velocidade específica. Quando se
trata de descargas grandes e pequenas alturas de elevação, o rendimento das
bombas radiais torna-se baixo, e o seu custo se eleva em virtude das dimensões
que assumem suas peças, tornando-se pouco conveniente empregá-las.

2.2.- Bomba de fluxo misto ou bomba diagonal

2.2.1.- Bomba hélico-centrífuga

Nas bombas deste tipo, o líquido penetra no rotor axialmente; atinge as


pás cujo bordo de entrada é curvo e inclinado em relação ao eixo; segue uma
trajetória que é uma curva reversa, pois as pás são de dupla curvatura, e atinge o
bordo de saída que é paralelo ao eixo ou, ligeiramente inclinado em relação a
ele. Sai do rotor segundo um plano perpendicular ao eixo ou segundo uma
trajetória ligeiramente inclinada em relação ao plano perpendicular ao eixo.

A pressão é comunicada pela força centrífuga e pela ação de sustentação


ou propulsão das pás.
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Trajetória de uma partícula líquida na bomba hélico-centrífuga

2.2.2.- Bomba helicoidal

Nestas bombas, o líquido atinge o bordo das pás que é curvo e bastante
inclinado em relação ao eixo; a trajetória é uma hélice cônica, reversa, e as pás
são superfícies de dupla curvatura. O bordo de saída das pás é uma curva
bastante inclinada em relação ao eixo. O rotor normalmente possui apenas uma
base de fixação das pás com a forma de um cone ou uma ogiva. As bombas
deste tipo prestam-se a grandes descargas e alturas de elevação pequenas e
médias. Por serem as pás de dupla curvatura, seu projeto é mais complexo e sua
fabricação apresenta certos problemas de fundição. As bombas hélico-axiais, são
bombas com formato intermediário entre as bombas helicoidais e as axiais.
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Trajetória de uma partícula na bomba helicoidal.

2.2.3.- Bomba axial ou propulsora

Nestas bombas, as trajetórias das partículas líquidas, pela configuração


que assumem as pás do rotor e as pás guias, começam paralelamente ao eixo e se
transformam em hélices cilíndricas. Forma-se uma hélice de vórtice forçado,
pois, ao escoamento axial, superpõe-se um vórtice forçado pelo movimento das
pás. Não são propriamente bombas centrífugas, pois a força centrífuga
decorrente da rotação das pás não é a responsável pelo aumento da energia da
pressão. São estudadas e projetadas segundo a teoria da sustentação das asas e da
propulsão das hélices ou ainda segundo a teoria do vórtice forçado.

Trajetória de uma partícula líquida numa bomba axial


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RESUMO

Bomba centrífuga radial: Grande altura, pequena vazão.

Bomba de fluxo misto: valores intermediários

Bomba axial: pequena altura , grande vazão.

Número característico da bomba dinâmica

Ns – velocidade específica

n=rpm
n Q
Ns = 3
Q = vazão (m3/s)
4
H
H = altura total (m)

Ns = < 10 bomba estática


Ns = ≥ 10 bomba dinâmica

10 ≤ Ns < 40 bomba centrífuga radial


35 < Ns < 130 bomba de fluxo misto
125 < Ns < 300 bomba axial
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VALORES DE Ns

Classificação dos rotores das bombas de fluxo segundo a velocidade de


específica ou rotação especificada.

Uma vez que Ns é obtida à partir do ponto de projeto da bomba, isto é,


daquele em que o rendimento esperado é o máximo, nada mais aconselhável do
que usar na instalação um Ns próximo daquele recomendado para aquele tipo de
bomba.

Assim, dadas a vazão, a altura manométrica e a rotação, determina-se o Ns


requerido pela instalação que indicaremos, por Ns inst.
Compara-se este valor com os valores Ns correspondentes aos tipo de
bombas selecionando-se o tipo mais adequado e aconselhado.

Às vezes há necessidade de fracionar as vazões (bombas em paralelo) ou


as alturas (bombas em série). O número e o tipo de bombas pode então ser
determinado assim:

1.- Para bombas em paralelo, chamando de Z o número delas, tem-se:

n Q
Ns inst. = 3
4
H

n Q z
Ns1 = 3
4
H
16

2
⎡ Ns inst. ⎤
Portanto: Z = ⎢ ⎥
⎣ Ns1 ⎦

2. - Para bombas em série ou bombas de estágio múltiplos, Z sendo


agora o número de estágios, tem-se:

n Q
Ns1 = 3
⎛H⎞ 4
⎜ ⎟
⎝Z⎠

4
⎡ Ns inst. ⎤ 3
Onde: Z = ⎢ ⎥
⎣ Ns1 ⎦

Aplicação:

Queremos bombear água de um reservatório para outro localizado 29,5m.


acima. As perdas de cargas na canalização, são calculadas como sendo da ordem
de 0,5m. A vazão é de 0,5m3/s e deverá ser efetuada com bombas onde 95 ≤ Ns
≤ 115 e que se dispões de bombas de rotações de 1.750; 1150;875 e 700 rpm;
pergunta-se:

Quais as possíveis combinações de número de bombas e respectivas


rotações que poderão ser usadas, sabendo-se que estas deverão ser combinadas
em série e que não devem ser utilizadas mais do que 4 bombas.

n Q
Solução: Ns = 3
⎛H⎞ 4
⎜ ⎟
⎝Z⎠

√Q = √0,5 = 0,71

Hman. = 29,5 + 0,5 = 30m

Z 1 2 3 4
H/Z 30 15 10 7,5
(H/Z)¾ 12,8 7,6 5,6 4,6
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VALORES DE Ns

Nº BOMBAS 1 2 3 4
ROTAÇÃO
1750 97 164 222 270

1150 64 107 146 177


875 48,5 81,5 111 135
700 39 65 89 108

Resposta: As combinações possíveis são:

1 bomba com rotação de 1750 rpm


2 bombas com rotação de 1150 rpm
3 bombas com rotação de 875 rpm
4 bombas com rotação de 700 rpm

O estudo econômico é que decidirá a combinação aconselhada

CURVAS CARACTERÍSTICAS DE BOMBAS CENTRÍFUGAS

As curvas características de uma bomba centrífuga são normalmente


obtidas em laboratório em função das incertezas provenientes dos cálculos
teóricos.

Para o ensaio da bomba dispõe-se em laboratório do esquema abaixo.

A uma rotação n pré-fixada para uma vazão Q medida, lêem-se P1 e P2 e


calcula-se:

Q
v1 = ------
A1
Q
v2 = ------
A2
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Esquemas de um banco de ensaios

Onde A1 e A2 são respectivamente, as áreas das secções de entrada e da


saída do líquido.

sendo:

γ = peso específico do líquido


∆ z = diferença entre cotas das seções 1 e 2.

A altura manométrica para aquela vazão será:


2 2
P2 − P1 v − v1
Hm = + 2 + ∆z
γ 2g
* Medindo-se através de um dinamômetro a potência fornecida ao eixo da
bomba (conjugado C) para cada uma das vazões teremos:

− Potência no eixo = Nef = potência efetiva


C = Kpm (conjugado medido)
n = rps (rotação medida)
Nef = HP (potência calculada)

A potência útil recebida pelo fluido naquela vazão será:


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N u = potência útil

γ .Q.Hm
Nu =
75
onde: Q = m3/s
3
γ = Kp/m
Hm = m
Nu = HP

O rendimento efetivo η ef da bomba será:

Nu
η ef = --------
Nef

Apresentam-se os resultados, com aspecto:


20

Exemplo apresentado por catálogos RDL

(Hp x Qp) ⇒ ponto de projeto

Ø – diâmetro externo do rotor

Nuvem (1ª folha do catálogo) – RDL – todas n


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OPERAÇÃO DE BOMBA DINÂMICA

Através das curvas características da bomba e da curva característica do


sistema (representação gráfica da equação de Bernoulli), prevê-se o
comportamento de uma certa bomba na instalação:

Instalação de um sistema de recalque

H = Hg + ∆H1 + ∆H2

Considerando perda de carga distribuída ( fórmula universal).


22

H = Hg + ƒ L · v2
D 2g

Q Q
Substituindo: v = =
A πD 2
4

2
⎛ ⎞
⎜ ⎟
H = Hg. f
L⎜ Q ⎟ x 1
D ⎜ πD 2 ⎟ 2g
⎜ ⎟
⎝ 4 ⎠

8. f .L 2
H = Hg + .Q
D 5π 2 g

Denominando de M = 8 ƒ L
D5 π2g

Temos: H = Hg + MQ2

Traçando uma curva:

H Hg
Q 0
23

Confrontando a curva da bomba com a curva do sistema, o ponto do


cruzamento é o ponto de operação

Uma bomba conhecida


Curva característica

Dois sistemas dados


24

Considerando perda de carga distribuída e localizada

H = Hg + ƒ L · v2 + K v2
D 2g 2g

⎛ 8. f .L 8K ⎞
H = Hg + ⎜⎜ 5 2 + 12 4 ⎟⎟.Q 2
⎝ D .π .g π D g ⎠

ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS E DE CONDUTOS

1. Associação em paralelo

Quando a água da tubulação é divida entre várias bombas, a


elevatória, pode estar no início ou no meio da mesma

Exemplo:

A associação em paralelo é usada para proporcionar maior flexibilidade


no sistema, com respeito à variação de vazão.
25

Construção da curva equivalente a várias bombas em paralelo.

Bombas iguais

Q1b → vazão de uma bomba isoladamente

Q2b → vazão de duas bomba em paralelos

Q2b1b → vazão por bomba quando duas operam em paralelo


26

2. Associação em série

A mesma quantidade de água passa através de várias bombas, para


ganhar altura. As bombas podem estar juntas ou distribuídas ao longo da
adutora. Quando as elevatórias estão distantes deve-se ligar primeiramente as de
montante.

Tubulação de grande extensão

Distribuindo as bombas ao longo da tubulação, ocorre erosão mais


baixa.

No exemplo a água está circulando vencendo apenas as perdas de


cargas, não há desnível geométrico.

Quando as bombas estão conectadas, pode-se operar com uma,


duas, ou mais unidades, proporcionando flexibilidade de vazão
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Exemplo de arranjo

− Somente bomba A operando


− Somente bomba B operando
− A e B operando em série

Curva da bomba
28

BOMBAS IGUAIS

No arranjo da figura uma bomba poderá operar isoladamente, quando o


HG do sistema é inferior à altura com vazão nula da bomba

Sistema 1 A⇨vazão de uma bomba


B⇨vazão de duas bombas em série

Sistema 2 C⇨vazão de duas bombas em série

Exercício :

Dado o sistema:
29

Os valores serão obtidos pelos fornecidos mais os primeiros números da


lista de presença do aluno.

Nº alunos: XXX XXX X


L (m)
Q (l/s)
Hg (m)

Dados:

L = 9.000 m 11.000 m 8.000m


Q = 200 l/s 150 l/s 150 l/s
HG = 60 m 50 m 40m

Fixação do diâmetro:

Q = VS

4 Q
D= x adotar o diâmetro comercial mais próximo
π V

CRITÉRIO PARA ESCOLHA DA VELOCIDADE

1. Para água usa-se velocidade máxima = 2,0 m/s ( normalmente )

Para uma vazão Q = 2,0 m3/s e velocidade V = 1,5 m/s

Temos:

4 2,0
D= x = 1,3 = 1300mm
π 1,5

para velocidade V = 2,0 m/s

D = 1,13 ⇒ 1.100 mm
30

Para velocidade V = 3,0 m/s

D = 0,92 ⇒ 900 mm

CONCLUSÃO:

a) Aumentando a velocidade, abaixa o custo da adutora.

Em linhas muito longas, ou com alta pressão, muitas vezes esse


fato é limitado (em função da verba disponível).

b) Aumentando a velocidade, aumenta a perda de carga.

L v2
∆H = ƒ ------ ------- (Equação universal)
D 2g

Ou qualquer outra equação

Acarreta: maior altura total da bomba → maior custo (bomba maior) no


início do investimento.

maior potência do motor → maior custo (motor maior) no


início do investimento.

aumento de consumo de energia, maior custo, permanente


(maior conta) todo mês.
31

2. Recomendações:

− Pequenos sistemas ⇒ velocidades menores


v ≅ 1,0 m/s até 30 l/s ( cidade de 10.000 ha).

− Grandes sistemas ⇒ velocidades maiores


v ≅ 2,0 m/s a partir de 500 l/s

ETAPAS PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA:

1) Determinar o diâmetro econômico obedecendo as recomendações:


4 Q
D= x
π V

2) Calcular a altura total da bomba

H = HG + ∆H
32

Considerar somente perda distribuida.

H = HG + ƒ L · v 2 ⇨ recalcular a velocidade.
D 2g Q = VS

Encontrar o “ƒ ”

Calcular número de Reynolds ⇨ R = vD


ν

-6
ν = 10 (água a 20ºC)

adotar rugosidade do tubo Ɛ = 0,2 mm


(tubo de ferro dúctil, revestido com argamassa de cimento).

− Determinar a rugosidade relativa do tubo ⇨ Ɛ


D
− Entrar no diagrama do Moody e retirar o valor de “ ƒ “.
33
34

Com o “ ƒ “ obtido calcular ∆H

L v2
∆H = ƒ ------ -------
D 2g

Procurar a bomba no catálogo KSB tipo – pequena ETA – grande RDL

CAVITAÇÃO EM BOMBAS DE FLUXO

Quando a temperatura aumenta ou a pressão diminui, um líquido


transforma-se em vapor. Quando a temperatura é mantida a mesma e a pressão
diminuída, à pressão crítica, na qual o líquido começa vaporizar, é chamada
pressão de vapor do líquido para aquela temperatura.
Numa bomba, a pressão torna-se mínima na entrada do rotor. Se a pressão
neste ponto torna-se mais baixa que a pressão de vapor, o líquido bombeado é
parcialmente vaporizado e forma-se uma cavidade de vapor. Quando o líquido
atinge uma posição onde a pressão é mais alta, a cavidade de vapor desaparece
instantaneamente. Então forma-se um jato de líquido de alta velocidade com o
fechamento da cavidade; quando este jato encontra-se com a superfície sólida da
bomba provoca a retirada do material e o aparecimento de ruído característico,
de vibração da bomba e queda de rendimento. Este fenômeno é chamado de
cavitação. Para prevenir a cavitação, é essencial que a pressão mínima na
entrada do rotor seja superior à pressão de vapor do líquido.
35

A carga no flange de sucção é


2
Pfs v
H fs = + s (1)
γ 2g
onde a expressão é tomada com pressão absoluta.
Então no flange de sucção, a carga acima da pressão de vapor, que poderá
ser consumida pela perda provocada pela entrada do rotor, será dada por:

Pv
NPSH = H fs − (2)
γ

ou
2
v Pfs
P
NPSH = + s − v (3)
γ 2g γ

Nas expressões (2) e (3) o termo NPSH significa Net Positive Suction
Head ou seja, a carga disponível acima da pressão de vapor.
Em muitos casos, as propriedades do escoamento referentes ao flange de
sucção não são facilmente obtidas praticamente, então devemos aplicar o
teorema de Bernoulli entre os pontos 1 e 2 da instalação mostrada abaixo na
figura a saber:
36

2
Pfs v P
+ 2 = 1 + H s − ∆H s (4)
γ 2g γ

Substituindo a expressão (4) em (3), temos:

P1 Pv
NPSH = − + H S − ∆H S (5)
γ γ

A expressão (5) é chamada de NPSHD, onde o índice D significa


“Disponível”.

No caso de termos pressão atmosférica no poço de sucção a


expressão (5) fica:
Pa Pv
NPSH D = − + H S − ∆H s (6)
γ γ
Para ficarmos seguros de que uma instalação não provocará o
aparecimento do fenômeno de cavitação na bomba, devemos primeiramente
estabelecer as condições limites da bomba até o aparecimento do fenômeno.
Faz-se então o ensaio de cavitação na bomba e determina-se a curva limite de
NPSH do equipamento.
Essa curva chama-se NPSHR, onde o índice R significa
“Requerido”.
O ensaio de cavitação é realizado com o auxílio de uma válvula, na
tubulação de sucção, a qual é estrangulada, mantendo-se a vazão fixa na bomba.
Estabelece-se então a pressão limite, correspondente ao ponto de aparecimento
do fenômeno. A figura abaixo mostra o aspecto da curva de altura total em
função de pressão decrescente, para uma determinada vazão, até o aparecimento
do fenômeno, com conseqüente queda da altura total da bomba.
37

Ensaio de Cavitação
Repete-se então o ensaio de abaixamento de pressão através do
aumento de perda de carga na válvula, para diversas vazões, e estabelece assim
os pontos de pressão mínima no flange de sucção em função da vazão, e com
esses dados traça-se a curva de NPSH requerido pela bomba em função da
vazão, conforme mostrado na curva abaixo.

A condição para que a instalação não acarrete o aparecimento do


fenômeno de cavitação na bomba é: -

NPSHD > NPSHR (7)

O aspecto da curva de NPSHD da instalação é mostrado na figura


seguinte, e observamos que é decrescente com o aumento da vazão.
38

Curva do NPSH disponível

A vazão limite que uma bomba pode operar em uma instalação é


dada através da superposição das curvas de NPSHD com a curva de NPSHR,
conforme mostrado abaixo.

∆ = NPSHD - NPSHR Ξ Folga


Superposição das curvas de NPSHrequerido e disponível.
39

ISTALAÇÃO DE RECALQUE

− Instalação, Operação e Manutenção de Bombas.

1- Recebimento

Toda bomba adquirida deverá ser devidamente testada no que se refere à


capacidade (vazão), pressão e rendimento, devendo as duas primeiras
características constar da chapa de identificação do equipamento, juntamente
com o tipo, número de fabricação e outros elementos julgados de interesse.

2- Local de Instalação

O conjunto motor-bomba deverá ser instalado, sempre que possível, em


local seco, bem ventilado, facilmente acessível a inspeções periódicas e ao
abrigo da intempérie e de enxurradas. Se houver um reservatório de água nas
suas proximidades, a bomba deverá ser instalada abaixo do nível mínimo do
mesmo, a fim de possibilitar a escorva da bomba sem a necessidade de prever
qualquer outro equipamento especialmente destinado para essa finalidade.
Na casa de bombas (estação elevatório), deverá existir espaço suficiente
para permitir uma inspeção cuidadosa.
Antes de se dar por definitivamente encerrada a instalação da bomba,
recomenda-se uma minuciosa leitura do livro de instruções, verificando uma vez
mais se a disposição das canalizações é plenamente satisfatória.

3- Assentamento

O conjunto motor-bomba deverá ser assentado sobre uma fundação


estruturalmente bem dimensionada (de preferência de concreto ou alvenaria),
isenta de vibrações.
As dimensões do bloco de fundação deverão exceder de 5 a 10 cm,
respectivamente na largura e no comprimento, a base de ferro que sustenta o
conjunto motor, bomba. O bloco deverá possuir, pelo menos, quatro furos de 7 a
8 cm de diâmetro e 15 cm de profundidade para receber os parafusos
chumbadores encarregados de fixar a base de ferro ao mesmo.
40

Assenta-se o conjunto no bloco, nivelando-o com cunhas colocadas entre


a base e a fundação, preenchendo-se, posteriormente, o vão e os furos dos
parafusos chumbadores com concreto. Após o endurecimento do concreto
retiram-se as cunhas e apertam-se as porcas dos chumbadores.

4- Alinhamento

No recebimento de conjuntos motor-bomba, estes deverão ser verificados


no que tange ao seu alinhamento. Após o transporte, assentamento e ligação das
canalizações de sucção e recalque, o alinhamento deverá ser novamente
verificado como segue:
Coloca-se uma régua nas faces cilíndricas das duas metades da luva
elástica; o alinhamento somente será perfeito se a régua tocar as metades da luva
por igual. Essa prova deve ser efetuada pelo menos em dois pontos distanciados
de 90 graus.

Elevação

Planta
41

Deverá também ser medida a distância entre as faces opostas das duas
partes da luva elástica, que devem ser iguais em toda a circunferência.
Recomenda-se que seja mantida entre as duas faces uma distância de 1 a 2 mm.
É importante salientar que a luva elástica não deve ser usada para
compensar desalinhamento entre a bomba e o motor, pois serve unicamente para
compensar a dilatação, devido à mudança de temperatura, bem como, para
diminuir o golpe na partida e parada do motor.

Elevação

Planta

5- Tubulações

O peso das canalizações não deve ser suportado pela bomba e sim
escorado independentemente, de tal maneira que, quando os parafusos dos
flanges forem apertados, nenhuma tensão seja exercida sobre a carcaça da
bomba.
42

As bombas instaladas em prédios onde qualquer ruído deve ser evitado,


devem ter as canalizações isoladas da estrutura do prédio, de forma que as
vibrações não sejam transmitidas à mesma.
Recomenda-se, tanto na sucção como no recalque, o emprego de
canalizações com diâmetro maior que o da entrada e saída da bomba. As
canalizações devem ser tão curtas quanto possível e com o menor número de
peças, a fim de diminuir as perdas de carga por atrito. As curvas, quando
necessárias, devem ser raio longo.
Se a bomba recalcar líquidos quentes, será necessário a introdução, na
tubulação de sucção e de recalque, de juntas de dilatação ou expansão, com o
objetivo de evitar esforços no corpo da bomba.
É necessária uma minuciosa verificação dos tubos de sucção e recalque,
antes da sua instalação, verificando se estão limpos e totalmente desobstruídos.
A redução ou aumento do diâmetro nas canalizações imediatas à bomba
deve ser feita com dispositivos do tipo excêntrico, para evitar a formação de
bolsas de ar.

6- Tubulação de sucção

O diâmetro da tubulação de sucção deve ser tal que a velocidade no seu


interior não ultrapasse 2 m/s, no caso de água fria.
A altura de sucção, definida como sendo a distância entre o eixo da bomba
e a superfície do líquido a ser bombeado, mais as perdas de carga na tubulação
de sucção, deve ser a menor possível. O valor admissível para a altura de sucção
depende do peso específico de líquido, da temperatura e da pressão de vapor,
como também da pressão atmosférica, e acha-se situado em torno de 6m para
bombas trabalhando com água fria, podendo atingir até 7m. no caso de bombas
auto-aspirantes. Somente líquidos limpos e frios podem ser deslocados com
altura especificada de sucção.
Quando a bomba tiver de recalcar líquidos quentes ou voláteis, deverá
trabalhar afogada, não podendo a fazer sucção alguma, para evitar a vaporização
na entrada da bomba.
43

Devem ser evitadas as bolsas de ar na canalização de sucção, mediante a


adoção das medidas relacionadas a seguir:

1º) Utilização de dispositivos de redução excêntricos.

2º) Colocação da tubulação de sucção com ligeiro declive em direção


ao ponto de sucção. Isto quando a bomba não trabalhar afogada. Esse declive
deve ser gradual da bomba para a fonte de alimentação. Não deve ser instalada
nenhuma seção da canalização acima da boca de entrada da bomba; se algum
obstáculo forçar tal subida, é preferível conduzir a canalização por baixo desse
obstáculo.
44

3º) Construção do poço de sucção de forma a evitar agitação do líquido,


o que resultaria entrada de ar na tubulação de sucção

4º) Se mais de uma bomba funcionar no mesmo poço de sucção,


devem-se empregar canalização de sucção independentes.

5º) Utilização de compostos para vedação em todas as juntas, com a


finalidade de evitar entrada de ar na canalização de sucção. Verifica-se que o
mau funcionamento das bombas se deve, na maioria dos casos, à entrada de ar
na canalização de sucção.
45

6º) A extremidade da canalização de sucção deverá ficar a uma altura


abaixo do nível mínimo do líquido a ser deslocado, suficiente para impedir a
entrada de ar na tubulação de sucção.
Recomenda-se a colocação de um crivo ou filtro na extremidade da
canalização de sucção evitando dessa forma a entrada de impurezas e materiais
estranhos na bomba.
Se a bomba trabalhar afogada, recomenda-se a colocação na
tubulação de sucção de uma válvula de gaveta, a fim de poder interromper-se o
fluxo para eventuais reparos ou substituições. Para evitar a formação de bolsas
de ar, é importante que se desloque a haste da válvula (registro) para a posição
horizontal ou vertical para baixo.
Depois de concluída a instalação, deverá ser examinada
minuciosamente a canalização de sucção, testando-a mediante o emprego de
água sob pressão, para localizar as eventuais fugas.
As bombas centrífugas devem possuir, na extremidade da
canalização de sucção, uma válvula de pé, que mantém a bomba escorvada
(cheia de líquido). Em bombas auto-aspirante, a válvula de pé é desnecessária.

7- Válvulas de pé

Caso não se disponha de outro meio de escorvar a bomba, deverá ser


prevista a utilização de válvula de pé, na extremidade da canalização de sucção.
Esse dispositivo deve ser do tipo de “orelha” e ter uma área útil de passagem de
pelo menos 150% da área da canalização de sucção.
Qualquer pequena impureza pode originar uma fuga na válvula de pé,
esvaziando a bomba quando parada. Quando o conjunto motor-bomba tem
dispositivo automático de partida e parada, uma canalização de, no mínimo,
5mm de diâmetro deve ser instalada como by-pass entre a válvula de retenção e
acima dela (canalização de recalque) e a canalização de sucção. Entretanto deve
ser instalado um dispositivo de segurança, evitando-se assim, que a bomba entre
em funcionamento quando não estiver completamente escorvada.
Para instalações não-automatizadas, é conveniente que se instale na
canalização de by-pass uma válvula de controle a fim de escovar a bomba cada
vez que ela entrar em funcionamento.

8- Crivo ou Filtro

Impede a entrada de impurezas até a bomba, por isso é colocado na


extremidade da tubulação de sucção. Deve ter uma área útil de passagem de no
mínimo quatro vezes a área de passagem da tubulação de sucção.
46

9- Tubulação de recalque

Na tubulação de recalque, deverão ser instalados, logo na saída da bomba,


uma válvula de retenção e uma válvula de gaveta (registro). A primeira tem por
objetivo evitar que o líquido volte quando a bomba for desligada, assim como
serve de proteção contra o excesso de pressão e o golpe de aríete; impedindo ao
mesmo tempo que a bomba gire em sentido contrário ao da sua rotação. É
também de utilidade para o escorvamento da bomba. A válvula de gaveta
(registro) serve, quando fechada, para interromper o fluxo no caso de eventuais
reparos e substituições.
A válvula de retenção deve ser colocada entre a válvula de gaveta e a
bomba, permitindo, assim, inspecioná-la, quando necessário.
Se forem utilizadas reduções na tubulação de recalque, estas deverão estar
situadas entre a válvula de retenção e a bomba.
As características da tubulação de recalque são determinadas pela perda de
carga, velocidade e viscosidade do líquido, sendo que o diâmetro deverá ser,
sempre que conveniente, duas bitolas, maior do que o diâmetro da saída da
bomba, e nunca menor do que este último.

10 - Processos de escorvamento de bombas

Antes de pôr em funcionamento qualquer bomba, deve-se encher a


canalização de sucção com o líquido a ser bombeado (escova). As peças dentro
da bomba dependem da lubrificação que lhes é fornecida pelo líquido a deslocar,
gripam-se caso a bomba funcione a seco.
Os processos comuns para escovar são: bomba sbmersa; ejetor; bomba de
vácuo, válvula de pé, escorva automática.

Quando a bomba é instalada com eixo abaixo do nível do líquido a ser


deslocado, fica, automaticamente, escorvada ao se abrir a torneira de expurgo
superior, deixando escapar o ar.
47

Um interruptor, comandado por uma bóia, desligará a bomba quando o


nível da água na fonte de abastecimento baixar além do conveniente. Isso
protege a bomba, impedindo o seu funcionamento a seco e a possibilidade de
suas peças griparem.
Vários fabricantes constroem dispositivos automáticos que protegem a
bomba quando ela funciona com controle de partida e parada. Esses dispositivos
devem assegurar que a bomba esteja cheia cada vez que ela entrar em
funcionamento, especialmente nos casos em que a fonte de abastecimento tenha
falhado, permitindo a entrada de ar dentro da bomba.

Quando as bombas trabalham com altura de sucção, podem ser escorvadas


por meio de um ejetor ou exaustor acionado por ar comprimido, vapor ou água.

O ejetor deve ser instalado no ponto mais alto do corpo da bomba, onde
existe uma abertura rosqueada para tal fim, o qual desloca todo o ar contido no
interior da bomba e da canalização de sucção, permitindo que a água suba até ao
cimo do corpo da bomba.
Para escovar a bomba com ar ou vapor, fecha-se a válvula de gaveta na
canalização de descarga próximo da bomba. Se a canalização de descarga
contiver líquido, não será necessário fechar a válvula porque a válvula de
retenção se manterá fechada. Logo que o tubo de descarga do ejetor principiar a
descarregar o líquido , a bomba poderá entrar em funcionamento. Quando a
bomba entrar em funcionamento, dever-se-á deixar sair um jato do líquido que
indique estar a bomba completamente escorvada. Se esse jato não for obtido, a
bomba não estará escorvada, devendo-se pará-la e repetir o mesmo processo.
48

Quando a bomba funciona com altura de sucção, pode ser escorvada por
meio de uma bomba de vácuo que desloque o ar contido no corpo da bomba e
canalização de sucção.

Deve ser empregada uma bomba de vácuo à prova de água; para não ser
danificada. Um escorvador manual é suficiente para as bombas.

A válvula de pé é um dispositivo para conservar a bomba escorvada.


Quando não existir líquido na canalização de descarga, fechar a válvula de
descarga e encher com líquido a bomba e a canalização de sucção, através da
torneira superior de escovar, empregando-se um funil. Caso se disponha de água
com pressão, ligar esta à canalização de sucção, deixando escapar o ar pela
torneira superior de escovar.
49

Quando se tiver líquido na canalização de descarga, a bomba poderá ser


escorvada por meio de uma canalização by-pass, colocada entre a canalização de
sucção e a de descarga num ponto além do registro de gaveta.
Deve-se estar sempre certo de que a bomba está escorvada, porque a
válvula de pé pode ter fugas. Inspecionar a válvula de pé freqüentemente,
limpando-a quando necessário.

Para serviços intermitentes, em que o “eixo” da bomba fica acima do nível


do líquido a ser bombeado, um dispositivo automático de escorva pode ser
instalado, sendo a bomba escorvada automaticamente todas as vezes que ela
parar.

11 - Canalizações de expurgo

Deverá existir uma canalização para drenar o líquido que vaza pela gaxeta,
e serve para lubrificá-la. Essa tubulação deve afastar este líquido para fora da
área das bombas.
50

12 - Motor elétrico

Variação admissível de voltagem e freqüência

1º) Quando a variação de voltagem não exceder 10% do regime


normal.
2º) Quando a variação de freqüência não exceder 5% do regime
normal.
3º) Quando a soma das variações de voltagem e freqüência não
exceder 10%, de acordo com a placa do motor.

PROTEÇÃO

Para proteger o motor contra sobrecargas excessivas durante


grandes períodos de funcionamento, deve ser instalado um dispositivo de
proteção contra o aumento de temperatura proveniente da sobrecarga. Os
fusíveis da chave de faca não protegem o motor contra sobrecarga ou baixa
voltagem, e sim, unicamente, no caso de curto-circuito.
Todos os fios de ligação do motor e da aparelhagem de controle
devem ser instalados de acordo com as normas da ABNT. Devem ter capacidade
suficiente para permitir, no máximo, uma baixa de voltagem de 2% quando em
plena carga.

13 - Gaxetas

O tipo de gaxeta varia conforme o líquido a ser bombeado e as condições


de bombeamento. Recomenda-se usar, sempre gaxetas de boa qualidade. A
maioria das bombas é fornecida com gaxetas quadradas de amianto grafitado de
fibras longas. Em temperaturas elevadas esta gaxeta é substituída pelas gaxetas
stabilit.
Cada anel de gaxeta deve ser cortado no comprimento correto, tal que suas
extremidades se toquem ao fecharem o anel em torno do eixo. O corte deve ser
em ângulo, e as emendas dos diversos anéis deverão ficar desencontradas a fim
de impedir qualquer vazamento ou entrada de ar.
51

Só é tolerado um pequeno vazamento na gaxeta.

14 - Mancais

Dois tipos de mancais são usados em bombas: internos e externos. Um


mancal interno é lubrificado pelo próprio líquido a ser bombeado. Um mancal
externo, não estando em contato com o líquido, necessita ser lubrificado.

15 - Selos mecânicos

As bombas que trabalham com líquidos, onde é indesejável o vazamento


pelas gaxetas, devem possuir selos mecânicos
Um selo mecânico consta de um elemento rotativo e um estacionário. O
elemento rotativo roda com o eixo, enquanto que o elemento estacionário é
fixado na caixa das gaxetas. As faces de vedação desses elementos são
perfeitamente acabadas e construídas com material selecionado, possuindo baixo
coeficiente de fricção e alta resistência à corrosão pelo líquido a ser bombeado.
Essas faces rodam normalmente com uma película de líquido entre si e devem
ser comprimidas, o que normalmente se faz com uma ou mais molas ou, ainda,
com peças de material flexível.
52

16 - Falhas no funcionamento

Operando-se uma bomba, aquilo que pode parecer séria avaria, após uma
cuidadosa inspeção, freqüentemente revelará uma causa de menos importância.
Em qualquer das deficiências mencionadas a seguir, examinar todas as causas
indicadas para a mesma.

− O líquido não é recalcado.

1º) A bomba pode não estar escorvada


2º) A rotação pode estar abaixo da especificada
3º) Altura manométrica superior a prevista
4º) Altura de sucção acima da prevista
5º) O rotor pode estar entupido
6º) O rotor pode estar rodando em sentido contrário
7º) Tubulação de sucção obstruída
8º) Válvula de segurança (se houver) desajustada ou aberta pela presença
de um material estranho

− O líquido recalcado é insuficiente.

1º) Entrada de ar na tubulação de sucção ou na caixa de gaxeta


2º) Rotação abaixo da especificada
3º) Altura manométrica superior à prevista
4º) Altura de sucção acima da permitida
5º) Rotor parcialmente obstruído
6º) Válvula de pé obstruída
7º) Válvula de pé e a extremidade da sucção pouco imersa no líquido
8º) Engaxetamento defeituoso
9º) Tubulação de sucção parcialmente obstruída
10º) Líquido bombeado com viscosidade acima da prevista
53

− Pressão é insuficiente

1º) Rotação abaixo da especificada


2º) Pode haver ar ou gases no líquido
3º) Anéis de vedação demasiadamente gastos
4º) Rotor avariado ou de diâmetro pequeno
5º) Engaxamento defeituoso
6º) Engrenagens gastas ou folgas demasiadas

− Após funcionar algum tempo, perde a sucção.

1º) Escoamento na linha de sucção


2º) Entupimento parcial na linha de sucção
3º) Altura de sucção acima da permitida
4º) Ar ou gases no líquido, na linha de sucção ou na caixa das gaxetas

− A bomba sobrecarrega o motor

1º) Rotação muito alta


2º) Altura manométrica inferior à prevista
3º) Líquido com peso específico ou viscosidade superior à prevista
4º) Defeitos mecânicos, tais como: eixo torto, engripamento das partes
rotativas, rolamentos defeituosos, gaxetas muito apertadas, etc.
54

MÁQUINAS HIDRÁULICAS

TURBINAS:

Há dois tipos básicos de turbinas. Turbina de ação, na qual um jato


livre de água impulsiona o elemento giratório da máquina que está só sob
pressão atmosférica. Turbina de reação, onde o escoamento se realiza sob
pressão em um compartimento fechado. A ação de ambas as turbinas depende de
uma alteração na quantidade de movimento da água, de maneira a que se exerça
uma força dinâmica no rotor. Embora a energia fornecida a uma turbina de ação
seja só de natureza cinética, ao passo que a turbina de reação utiliza tanto
energia de pressão como energia cinética.

TURBINAS DE AÇÃO

As turbinas de ação são também chamadas rodas de água e de ação


tangencial ou turbina Pelton, nome de quem desenvolveu o projeto básico
atualmente em uso. O rotor dispõe de uma série de conchas, providas de uma
aresta central, localizadas, ao longo de seu perímetro. Essas conchas podem ser
fundidas em separado e aparafusadas ao disco central, ou podem ser fundidas em
uma só peça junto ao rotor. Quando o jato incide sobre as arestas das conchas,
divide-se em dois jatos, que se escoam pelos dois lados da concha. Nas turbinas
pequenas usa-se um só jato, mas nas turbinas maiores dois ou mais jatos são
lançados em diferentes pontos em redor da roda Pelton. Os jatos, em geral, são
formados por um bocal de agulha similar às válvulas de agulhas. A velocidade
do rotor pode ser mantida constante sob alturas de carga diversas alterando-se a
vazão do jato.
55

Desenho esquemático da instalação de uma turbina de ação ou Pelton

Como pode ocorrer golpe de aríete na tubulação a montante, se o


bocal for fechado repentinamente, alguns bocais dispõem de dispositivos
desviadores que atuam sempre que as válvulas de agulha são abertas
abruptamente. O mesmo resultado pode-se obter com um defletor de jato, cuja
posição pode ser ajustada para desviar o jato do rotor quando há redução da
carga. Há necessidade de um regulador para o bocal e o desviador ou defletor.

O gerador é montado, em geral, em um eixo horizontal apoiado em


dois mancais, sendo o rotor instalado na extremidade do prolongamento do eixo.
Esse tipo de instalação é conhecido como rotor único em balanço.
Freqüentemente, os rotores são instalados em ambos os lados do gerador (rotor
duplo em balanço) visando a um equilíbrio dos esforços nos mancais. As
turbinas de ação são encerradas em câmaras para evitar borrifos, mas o ar no
interior das câmaras permanece, praticamente, sob pressão atmosférica. Há rodas
Pelton modernas, montadas em eixo vertical, abaixo do gerador, que são
acionadas, por jatos provenientes de vários bocais distribuídos uniformemente
ao redor da periferia do rotor. Essa disposição simplifica o projeto do eixo e dos
mancais, bem como o dos jatos e dos defletores, embora torne mais complexa a
tubulação necessária, face aos muitos bocais.
56

Para maior eficiência, a largura das conchas deve ser 3 a 4 vezes o


diâmetro do jato e o diâmetro do rotor 15 a 20 vezes o diâmetro do jato. Os
diâmetros da turbina de ação alcançam até cerca de 4,5m..
Teoricamente, a eficiência máxima seria obtida se as conchas
pudessem inverter completamente a velocidade relativa do jato. Isso não é
possível, pois a água precisa ser desviada para um dos lados para evitar
interferência com a concha seguinte; o ângulo ß da concha é, em geral de cerca
de 165º. O entalhe da concha evita que o jato incida nas costas das mesmas
enquanto giram até a posição adequada para recebê-lo.

Funções hidráulicas relativas a uma turbina de ação

Funcionamento da turbina de ação

A figura acima mostra um setor de uma turbina de ação girando


com velocidade µ tangencial à circunferência correspondente aos centros das
conchas. (a). No detalhe (b), vê-se um corte de uma das conchas em suas
posições sucessivas. A é a posição no instante de incidência da água sobre a
concha e B é o instante em que, a água sai da concha. O percurso real da água
está indicado e sua velocidade varia de v1, na incidência, a v2 na saída. O
diagrama vetorial das velocidades no instante da incidência está representado na
figura (c). O vetor v representa a velocidade da água relativamente à concha.
57

Desprezando o atrito, o valor da velocidade da água, relativamente à concha,


permanece constante, porém a direção, na saída, deve ser tangente à concha (d).
Aplicando o princípio da quantidade de movimento, a força exercida pela água
sobre a concha, na direção do mesmo, será:
F = ⌠ Q ( v1 - v2 cosα ) (1)

Onde Q é a vazão do bocal. Em termos de velocidade relativa

F = ⌠ Q ( v - v cos β ) = ⌠ Q ( v1 - µ ) ( 1 - cos β ) (2)

Pois a velocidade relativa v = v1 - µ

A potência transmitida às conchas pela água é o produto da força pela


velocidade do corpo onde atua a força. Então:

P = Fu = ⌠ Q ( v1 - µ ) ( 1 - cos β ) µ (3)

A potência será nula quando μ = 0 ou quando u = v1. Para uma


determinada turbina e um certo jato, a potência máxima ocorre a uma velocidade
intermediária u que pode ser determinada diferenciando a equação (3) e
igualando a zero. Ou seja:

dp
= Q(1 − cos β )(v1 − µ − µ ) = 0 (4)

v1
onde: µ =
2

Portanto, o maior rendimento hidráulico (desprezando o atrito)


verifica-se quando a velocidade periférica do rotor é a metade da velocidade do
jato. Ensaios com turbinas de ação mostram que, devido às perdas de energia, as
µ
melhores condições de funcionamento ocorrem quando se situa entre 0,43 e
v1
0,48.

Como o bocal é considerado parte integrante da turbina, a carga útil


P
h, que atua sobre a turbina, é a soma de altura piezométrica e da altura cinética
γ
58

na entrada do bocal como se vê no esquema da instalação de uma turbina de


ação ou Pelton. A potência no freio transmitida por uma turbina ao gerador pode
ser expressada por:

Potência no freio = γQhe (em Kgfm/s) (5)

As perdas de energia em uma turbina de ação incluem as perdas


pelo bocal, perdas devidas ao atrito gerado pela água, aos vórtices nas conchas, à
energia cinética da água ao deixar as conchas, ao atrito nos mancais e à
resistência do ar. O rendimento máximo já conseguido nas turbinas de ação bem
projetadas beira 85 a 90%.

TURBINAS DE REAÇÃO

O escoamento através de uma turbina de reação pode, ao entrar, ser


radial, axial ou misto (parcialmente radial e parcialmente axial). Os dois tipos de
turbinas de reação de uso geral são a turbina Francis e a turbina hélice. Nas
turbinas comuns do tipo Francis, a água é introduzida na câmara espiral e se
dirige ao rotor através de uma série de palhetas-guias móveis formando condutos
convergentes que transformam a energia dinâmica em energia cinética. Essas
palhetas diretrizes são ajustáveis de maneira que a vazão e a direção do
escoamento podem ser controladas. Essas palhetas-guias móveis são operadas
pelo movimento de um anel de comando ao qual cada palheta está acoplada. Se
a carga no interior da turbina cair abruptamente, o regulador aciona o
mecanismo e este fecha as palhetas.
Em geral, há necessidade de uma válvula de alívio ou uma câmara
de compensação para evitar pressões elevadas devidas a golpes de aríete.
O escoamento através do rotor Francis comum é introduzido, de
início, radialmente e, em seguida, paulatinamente se transforma e toma a direção
axial. As turbinas Francis são, em geral, montadas em eixos verticais embora, às
vezes, também se usem eixos horizontais. A câmara espiral de uma turbina
Francis é projetada de maneira a oferecer uma seção transversal cada vez menor,
à medida que a vazão diminui, conservando, assim a velocidade constante. Para
cargas inferiores a cerca de 12m, as turbinas Francis são muitas vezes, instaladas
em um canal a céu aberto.
59

Esquema de uma instalação de uma turbina de reação com pequena


altura de carga, alimentada por um canal a céu aberto.

Ao deixar o rotor, a água encaminha-se para um tubo de sucção cuja


seção transversal aumenta gradualmente a fim de que seja reduzida a velocidade
de descarga. O tipo de tubo de sucção mais simples e eficiente é o vertical que,
geralmente, é feito de chapas de aço. Já o tubo de sucção em cotovelo, em geral
é construído no interior da estrutura de concreto da casa de força e é utilizado
quando não há espaço para construção do tipo vertical. O tubo de sucção reduz a
velocidade de descarga e, portanto, a perda de carga na saída. Para evitar que a
veia líquida se descole das paredes do tubo de sucção o ângulo de divergência do
cone, em relação à vertical, deve ser inferior a 10º. Para evitar cavitação, a
distância vertical, do nível da água no canal de fuga à entrada do tubo de sucção,
deve ser pequena para que nenhum ponto no interior da turbina a pressão
absoluta baixe até o valor da pressão de vapor da água.
60

A turbina hélice, uma máquina de escoamento axial com seu rotor


confinado em um conduto fechado, se instala, geralmente, em um eixo vertical,
embora possa ser instalada em eixo horizontal ou levemente inclinado. O tipo de
rotor mais comum é uma hélice com 4 a 8 pás montadas em um cubo com
pequeníssima folga entre as pás e as paredes do conduto. As pás têm seus bordos
livres como nos hélicos marítimos. Uma turbina Kaplan é uma turbina-hélice
com pás móveis cujo passo pode ser ajustado às condições de operação. Esse
ajuste é feito por meio de um dispositivo mecânico no cubo do rotor que é
acionado hidráulicamente pelo regulador, sincronicamente aos ajustes das
palhetas guias móveis. Nas turbinas de escoamento axial, o gerador pode ser
instalado fora do percurso da água. Pode ser colocado no interior de uma câmara
hidrodinâmica estanque, montada no eixo do escoamento.

− Funcionamento da Turbina de Reação


61

Pode-se ter uma boa compreensão do funcionamento das turbinas


Francis atentando para o fluxo através de um rotor de escoamento radial. A
velocidade da água na entrada, ao incidir sobre a pá do rotor, é praticamente
tangente à extremidade de saída da palheta-guia. A velocidade junto ao bordo de
entrada das pás do rotor é u1 = ωr1,onde ω é a velocidade angular do rotor em
radianos por segundo. Para melhores condições operacionais, a água ao sair de
entre as palhetas guias deve escoar suavemente para o interior do rotor. Para
conseguir esse resultado, a rotação do rotor deve ser tal que a velocidade v1 da
água, relativamente à das pás, seja tangencial a elas. Verifica-se no diagrama das
velocidades que a componente de v1, tangencial ao rotor, ao entrar será:

vt1 = ωr1 + vr1 cotβ1

Onde vr1 é a componente de v1.

Na saída: vt2 = ωr2 + vr2 cotβ2

Admitindo-se que a força exercida em todas as pás seja a mesma, o


torque T agindo no rotor será:

T = ρ Q ( vt1 r1 – vt2 r2 )

Onde Q é a vazão total através da turbina. Portanto, a potência P


transmitida à turbina pela água será:

P = Tω = ρ Q ω ( vt1 r1 – vt2 r2 )

As componentes radiais vr1 e vr2 necessárias à solução das equações


anteriores podem ser obtidas da equação da continuidade.

Q = 2πr1 z vr1 = 2πr2 z vr2

Onde z representa a altura das pás da turbina.


62

Composição de forças nas turbinas de reação

Desenho esquemático da instalação de uma turbina de reação.


63

A carga útil “h” sobre uma turbina de reação é definida na figura


acima. O rendimento total ℮, de uma turbina de reação é expresso, às vezes,
pelo produto do rendimento mecânico ℮m e pelo rendimento volumétrico ℮v,
ou seja:

℮ = ℮h ℮m ℮v

O rendimento hidráulico leva em consideração o atrito do


escoamento e as perdas devidas à turbulência através da câmara espiral, das
palhetas-guias, do rotor, do tubo de sucção, bem como a energia cinética na
saída do tubo de sucção. O rendimento mecânico considera o atrito dos macais,
o atrito da água com o rotor, o arrasto do rotor na folga, ao passo que o
rendimento volumétrico considera a água que escapa à ação do rotor por passar
pela folga, sem produzir trabalho. Em geral, menos de 2% da água que passa por
uma turbina não atua. Nas melhores condições de operação, as turbinas de
reação tem apresentado rendimentos entre 90 a 95%.

- Princípios fundamentais

Se expressarmos a velocidade periférica de um rotor de turbina por


ų1 = Ø √2gh, teremos então:

ų1 ωr1 (2π N/60) (D/2) DN


Ø = ------------ = ------------ = ----------------------- = ------------------
√ 2gh √ 2gh √ 2gh 84,596 √h

onde D é o diâmetro nominal do rotor em m. N a rotação em rpm, e h a


carga útil total em m. Para cada turbina, haverá um valor de Ø que
corresponderá ao maior rendimento. Chamando-o de Ø℮, seu valor, para os
diveroso tipos de turbina, é aproximadamente:

Turbinas de ação 0,43 a 0,48


Turbinas Francis 0,60 a 0,90
Turbinas hélice 1,40 a 2,00
64

BIBLIOGRAFIA

1) Mecânica dos Fluídos – V. Streeter, E.B.Wilye


2) Bombas e Sistemas de Bombeamento – A.Macintyre
3) Máquinas Motrizes Hidráulicas – A. Macintyre
4) Instalações Hidráulicas Industriais – A. Macintyre

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