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O Realismo no Brasil
A prosa naturalista
O Naturalismo, assim como o Realismo, volta-se para o retrato objetivo da
realidade. Entretanto, observa-a, documenta-a, analisa-a, disseca-a sob uma ótica
rigorosamente científica. Os escritores naturalistas, valendo-se de temas inovadores,
mostram a decadência das instituições, denunciam a hipocrisia social, falam da
fragilidade do indivíduo perante as forças da hereditariedade e do meio e vêem as lutas
sociais com simpatia.
De acordo com a concepção naturalista, o homem não passa de um animal cujo
destino é determinado pelo meio social e pela hereditariedade, desprovido de livre-
arbítrio e sempre à mercê de forças que fogem ao seu controle.
Aliteratura naturalista constrói sua ficção sob o regime das leis científicas: o homem
é um caso, um objeto a ser cientificamente estudado.
O Naturalismo introduziu na literatura todos os assuntos ligados ao homem,
inclusive aqueles repulsivos e bestiais, e deu voz às camadas desfavorecidas da
sociedade.
Autores naturalistas: Aloísio de Azevedo (1857-1913) nasceu em São Luís do
Maranhão. Escreveu, O mulato, O cortiço, A fome, O missionário, A normalista, entre
outros. Raul Pompéia (1863-1895) nasceu em Angra dos Reis. Algumas obras: O
Ateneu, Uma tragédia no Amazonas, Canções sem metro.
O Parnasianismo no Brasil
Diferentemente do Realismo e do Naturalismo, que se voltavam para o exame e para
a crítica da realidade, o Parnasianismo representou na poesia um retorno ao clássico,
com todos os seus ingredientes: o princípio do belo na arte, a busca do equilíbrio e da
perfeição formal. Os parnasianos acreditavam que o sentido maior da arte reside nela
mesma, em sua perfeição, e não em sua relação com o mundo exterior.
O Parnasianismo no Brasil, surgiu na década de 80 do século XIX, ilustra bem esse
processo. Depois da revolução romântica, que impôs novos parâmentros e valores
artísticos, formou-se em nosso país um grupo de poetas que desejava restaurar a poesia
clássica, desprezada pelos românticos.
Os parnasianos achavam que o objetivo maior da arte não é tratar dos problemas
sociais, mas alcançar a “perfeição” em sua construção: rimas, métrica, vocabulário
seleto, equilíbrio, controle das emoções, etc. Defendiam com isso o princípio da “arte
pela arte”.
Autores parnasianos: Olavo Bilac (1865-1918) nasceu no Rio de Janeiro, obras:
Poesias, O caçador de esmeraldas, Via láctea, entre outras. Raimundo Correia (1860-
1911) é um dos poetas que, juntamente com Olavo Bilac e Alberto de Oliveira, formam
a chamada “tríade parnasiana”. Sua poesia dentro do movimento parnasiano representa
um movimento de descontração e de investigação.
A um poeta
Parnasianismo X Simbolismo
O Simbolismo é diametralmente oposto ao Parnasianismo quanto à ideologia.
Apesar disso, ambos apresentam em comum uma preocupação intensa com a linguagem e
certos refinamento formal. Isso talvez possa ser explicado pelo fato de ambas as tendências
terem nascido juntas, na França, na revista Parnasse Contemporain, em 1866. Cruz e
Souza, por exemplo, o principal simbolista brasileiro, apresenta influências parnasianas em
alguns de seus poemas.
O Simbolismo buscou uma linguagem que fosse capaz de sugerir a realidade, e não
retratá-la objetivamente, como queriam os realistas. Para isso, faz uso de símbolos,
imagens, metáforas, sinestesias, além de recursos sonoros e cromáticos, tudo com a
finalidade de exprimir o mundo interior, intuitivo, antilógico e anti-racional.
Características da linguagem simbolista:
• Subjetivismo;
• Linguagem vaga, fluida, que busca sugerir em vez de nomear;
• Abundância de metáforas, comparações, aliteração, assonância e sinestesia;
• Cultivo do soneto e de outras formas de composição poética;
• Antimaterialismo, anti-racionalismo;
• Misticismo, religiosidade;
• Interesse pelas zonas profundas da mente humana e pela loucura;
• Pessimismo, dor de existir;
• Interesse pelo noturno, pelo mistério e pela morte;
• Retomada de elementos da tradição romântica.
O movimento simbolista surge no último quarto do século XIX, na França, e representa
a reação artística à onda de materialismo e cientificismo que envolvia a Europa desde a
metade do século.
Os simbolistas procuram resgatar a relação do homem com o sagrado, com a liturgia e
com os símbolos. Buscam os sentimentos de totalidade, que se daria numa integração da
poesia com a vida cósmica. A poesia torna-se desse modo uma espécie de religião.
A forma de adotar a realidade tratada pelos simbolistas é radicalmente diferente das dos
realistas. Não aceitam a separação entre sujeito e objeto ou entre subjetivo e objetivo.
Partem do princípio de que é impossível e retrato fiel do objeto, sendo papel do artista
sugeri-lo. Desse modo, a obra de arte nunca é perfeita ou acabada, mas aberta, podendo
sempre ser modificada, ampliada ou refeita.
O Simbolismo no Brasil
As primeiras manifestações simbolistas já eram sentidas desde o final da década de
80 do século XIX. Apesar disso, tem-se apontado como marco introdutório do
movimento simbolista brasileiro a publicação, em 1893, das obras Missal (prosa) e
Broquéis (poesia), de novo maior autor simbolista: Cruz e Sousa.
Além de Cruz e Sousa, destacam-se, entre outros, Alphonsus de Guimaraens e Pedro
Kilkery (recentemente descoberto pela crítica).
Cruz e Sousa (1861-1898) nasceu em Florianópolis, filho de escravos, foi amparado por
uma família aristocrática, que o ajudou nos estudos. Suas únicas obras publicadas em
vida são Missal e Broqueis.
Alphonsusu de Guimaraens (1870-1921) nasceu em Ouro Preto, estudou direito em São
Paulo e durante muitos anos foi juiz em Mariana, cidade histórica vizinha de sua cidade
natal.
Escreveu um conjunto de poesias uniforme e equilibrado, utilizando mu7ita mística e
espiritualidade. Gostava de escrever sobre o tema da morte, que foi o que lhe abriu
caminhos para a escrita de outros poemas.
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
queria a lua do mar...