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Aula 05
Alessandro Sanchez
Alessandro Sanchez
Aula 05
SUMÁRIO
Sumário ................................................................................................................................ 1
Considerações Iniciais .......................................................................................................... 4
1 - Títulos de Crédito ............................................................................................................ 4
1.1 - Introdução..................................................................................................................... 4
1.2 – Legislação Aplicável...................................................................................................... 5
1.3 – Conceito ....................................................................................................................... 7
1.4 - Principais Características............................................................................................... 8
1.4.1 - Cartularidade .................................. . . . ............. .............................................
8
1.4.2 - Literalidade ................................................................................................................ 9
1.4.3 - Autonomia ................................................................................................................. 9
1.4.3.1 - Abstração ................................................................................................................ 9
1.4.3.2 - Independência ...................................................................................................... 11
1.4.3 – Inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé............................... 12
1.5 – Atributos dos Títulos de Crédito .................................................................................. 14
2 - Classificação dos Títulos de Crédito .............................................................................. 16
2.1 - Quanto ao modelo ...................................................................................................... 16
2.1.1 – Modelos livres ......................................................................................................... 16
2.1.2 – Modelos vinculados................................................................................................. 16
2.2 - Quanto à natureza ...................................................................................................... 16
2.2.1 – Ordem de pagamento ............................................................................................. 16
2.2.2 – Promessa de pagamento ......................................................................................... 16
2.3 - Quanto à vinculação à relação de origem ................................................................... 17
2.3.1 - Causais ..................................................................................................................... 17
2.3.2 – Não causais ou abstratos ......................................................................................... 17
2.4 - Quanto à circulação .................................................................................................... 17
2.4.1 – Ao portador ............................................................................................................. 17
2.4.2 - Nominativos ............................................................................................................. 17
3 – Títulos de Crédito no Código Civil ................................................................................. 17
3.1 – Saque ou Emissão ....................................................................................................... 18
1
Direito Empresarial p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) - Pós-Edital 114
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8.5-Caracteríticas ................................................................................................................ 74
8.6-Conhecimento de Depósito e Warrant .......................................................................... 75
9- Cédula De Crédito Imobiliário ........................................................................................ 77
10- Cédula De Produto Rural .............................................................................................. 78
11- Cédulas De Crédito Bancário ........................................................................................ 79
12 – Destaques da Legislação ............................................................................................. 82
13- Resumo......................................................................................................................... 86
13.1-Requisitos dos Títulos de Crédito ................................................................................. 86
13.2-Títulos ao Portador, à Ordem e Nominativos............................................................... 87
3.3-Preferências e Privilégios............................................................................................... 87
13.7-Cédulas de Crédito ...................................................................................................... 90
13.8-Outros Títulos Impróprios............................................................................................ 91
14 - Questões ..................................................................................................................... 91
14.1 - Questões sem Gabarito ............................................................................................. 91
14.2 – Gabarito ................................................................................................................... 98
14.3 - Questões com Gabarito ............................................................................................. 98
15- Considerações Finais ...................................................................................................114
TÍTULOS DE CRÉDITO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Na aula de hoje, trataremos dos Títulos de Crédito no Código Civil.
Antes de iniciarmos os nossos estudos, vamos analisar a incidência do tema dentro das
provas anteriores aplicadas pelas bancas FGV e FCC:
Fonte: http://www.tecconcursos.com.br
1 - TÍTULOS DE CRÉDITO
1.1 - INTRODUÇÃO
A disciplina dos Títulos de Crédito tem sua criação diretamente relacionada ao auxílio e
simplificação das diversas relações comerciais que envolvem somas em dinheiro, para que
haja uma circulação segura, rápida e fácil do crédito.
A palavra título nos oferece a ideia de um documento em papel, é assim com o título de
eleitor ou com o título de um clube. Nesse caso, teremos um título, logo, um documento
representativo do crédito. Aliás, o que é crédito?
O crédito, nada mais é, do que a consecução de um bem da vida, uma mercadoria, um
empréstimo, logo, uma antecipação do bem da vida, formalizando em papel o pagamento
futuro. Em simples palavras, a troca do bem no presente, pelo dinheiro futuro.
Os títulos mais utilizados hoje em dia são a Nota promissória, Cheque e Duplicata a nota
promissória. A Nota promissória se esboça com uma pessoa denominada devedora, que
emite o título e escreve no documento que pagará certa quantia em dinheiro para uma outra
pessoa, a qual se denomina credora. Eis um Título de Crédito.
Em vista dos estudos, os títulos mais importantes são: A letra de câmbio, nota promissória,
cheque e duplicata, pois todos os demais títulos derivam destes; além disso, trataremos dos
institutos que os cercam. Os títulos citados neste parágrafo são denominados títulos próprios
e serão a base de nosso trabalho. Utilizaremos o Cheque e a Duplicata para os exemplos.
Historicamente, cada um dos principais títulos de crédito, quais sejam: A letra de câmbio,
Nota Promissória, Cheque e Duplicata, sempre tiveram as suas próprias leis especiais, e,
atualmente, não é diferente.
A Letra de Câmbio e Nota Promissória são títulos regulados pelo Decreto 57.663/66,
também conhecida como Lei Uniforme de Genebra (LU). Esse decreto nasceu em vista da
Convenção de Genebra de 1964, onde a maioria dos países de todo o planeta reuniram-se
para, entre muitas discussões, uniformizar as regras dos principais títulos de crédito.
A Convenção de Genebra tem dois anexos. Em um dos anexos, os princípios de Direito
Internacional, que, logicamente, não interessam aos nossos estudos.
No Anexo II, as regras que regulam institutos muito conhecidos dos diversos certames nas
carreiras jurídicas e fiscais, quais sejam a Letra de Câmbio (Artigo 1º); O endosso (Artigo
11); O aval (Artigo 32); a prescrição (Artigo 70), e, enfim, a Nota Promissória em seu artigo
75.
O Cheque é regido pela lei interna de nº 7.357/85 e a Duplicata pela Lei 5.474/68. Como já
dito, os demais títulos derivam destes.
Legislação aplicável
Letra de Decreto
câmbio 57.663/66
Nota Convenção de
Promissória Genebra
Note, que o Código Civil tira o corpo fora quando o assunto tem relação com os principais
títulos de crédito existentes no ordenamento e o artigo 907 do mesmo diploma
complementa.
A aplicação do Código Civil será apenas subsidiária, o que significa, que somente nos casos
em que o legislador se omitir na legislação especial, é que devemos aplicar o conteúdo dos
artigos 887 e seguintes do diploma civil.
Aliás, alguns editais de concursos públicos apenas solicitam as temáticas dos Títulos de
Crédito que estão presentes no Código Civil, o que, facilmente nos faz perceber que a banca
examinadora não foi formada por especialistas na área.
O conteúdo do diploma civil tem utilização subsidiária para os mais importantes títulos, com
aplicação integral apenas para os denominados títulos impróprios que veremos mais
adiante.
Legislação aplicável
Letra de Decreto
câmbio 57.663/66
Nota Convenção de
Promissória Genebra
Vamos agora ao conceito de título de crédito. Aliás, vamos fazer um texto de recuperação
do prestígio do Código Civil.
Em primeiro, as bancas focam em determinados artigos que não podem ficar de fora de nosso
estudo, além do mais, serve como um bom instrumento de auxílio para tratar de regras
gerais, o que pode tornar a nossa matéria mais leve.
Você notará ao longo do texto que o Decreto 57.663/66, também oferece grande auxílio
para a compreensão dos itens mais básicos e comuns a todos os títulos. Vamos aos estudos!
1.3 – CONCEITO
O Código Civil prevê em seu artigo 887 que o título de crédito é: “um documento necessário
ao exercício do direito literal e autônomo nele contido.”
Ocorre, a doutrina é no sentido de que a palavra contido é um erro, já que os direitos
emergentes no título não estão contidos na cártula, mas apenas mencionados. Um pouco
mais a frente voltaremos a esse assunto.
“Artigo 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele
contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.”
O título de crédito é um documento formal, uma representação gráfica que destina a
reproduzir e a provar a existência de uma dívida, e, consequentemente, a vontade de assumir
uma obrigação. Além do que, esse documento é importante para que o credor possa exigir o
pagamento da dívida mencionada.
Note, que o conceito exarado no Código Civil traz a ideia de um documento formal, mas logo
em seguida menciona o direito literal. O que isso quer dizer? Quer dizer que o documento
não bastará, é necessário o preenchimento do título de acordo com os requisitos exigidos na
lei. Vamos a um exemplo!
Imagine que esteja transitando por um “shopping center” e você se depara com o título:
“Aceitamos cheque pré-datado e parcelamos qualquer produto em até 6 (seis) parcelas”. Aí
você pensa: “Vou no cartão de crédito, é mais prático!”. Trata-se de uma loja de calçados,
você prova o tênis, mas, ao tentar o pagamento, não há limite de crédito. Imaginou?
No caso acima, você abre a carteira e pega o talão de cheques, um título de crédito
(documento formal), mas será necessário descrever – literalmente – as condições de
pagamento. Assim, ao escrever o valor a que está se obrigando, o nome do beneficiário
(lojista), data, local e assinatura, você estará oferecendo literalidade ao título.
Agora que você já compreende a Cartularidade (documento formal) e a literalidade
(preenchimento do título), vamos ao último requisito, qual seja, a autonomia.
No texto acima, você estudou o conceito simplificado de título de crédito. Caso não haja
muitas dúvidas poderá prosseguir diretamente para o “capítulo 2 – Constituição do Crédito
Bancário.”
O capítulo da constituição do crédito bancário é o mais prestigiado pelo examinador, pois
retrata o saque (emissão do título), discute os títulos ao portador, títulos nominativos,
títulos à ordem e o instituto do endosso, assim como o aval, vencimento e pagamento.
1.4.1 - Cartularidade
O escrito, para ser título de crédito, deve ser lançado em papel, não se admitindo gravações,
filmagens, nem “pen drive” ou similar. Não existe, também, título de crédito oral.
Sobre as exceções ao princípio da cartularidade, neste momento cumpre mencionar a do
§3.o do Artigo 889 do Código Civil, a seguir:
1.4.2 - Literalidade
O direito que, por meio do título de crédito, se pretende exercer deve estar literalmente
nele mencionado. Aliás, qualquer relação jurídica relacionada com o título de crédito só é
levada em consideração quando nele constar expressamente.
“Artigo 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele
contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.”
O aval, por exemplo, quando lançado fora do título de crédito, ainda que por escritura
pública, não tem a natureza jurídica de aval, embora possa valer como fiança.
A quitação lançada em documento separado, isto é, fora do título, não produz efeitos.
Igualmente, o endosso em separado não surte efeito algum.
Pelo princípio da literalidade, só é levado em consideração o que está escrito no título de
crédito, e, por consequência, as obrigações inseridas em separado a ele não se integram.
Exceção a esse princípio verifica-se na duplicata, pois o §1º do artigo 9º da Lei nº 5.474/1968
admite a quitação, pelo legítimo possuidor do título, em documento separado.
1.4.3 - Autonomia
O princípio da autonomia, de fato, exige mais atenção, já que é o mais importante princípio
para a profunda compreensão dos títulos de Crédito. O título tem autonomia, em no
mínimo, 3 (três) ângulos diferentes de visão, por isso, tal princípio é explicado por
intermédio de sub-princípios, a seguir:
“Artigo 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele
contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.”
1.4.3.1 - Abstração
O princípio da abstração consagra a irrelevância da causa que deu origem ao título, em
relação ao terceiro de boa-fé para o qual este fora transferido. Para a compreensão da
abstração, devemos seguir por partes, entendendo um erro existente no artigo 887, CC.
Inicialmente, vamos trabalhar o erro presente neste artigo, já que a sua compreensão ajudará
a entender melhor a “abstração”. Note, que no início desse trabalho, houve aviso de que
trataríamos disso.
O Artigo 887 do Código Civil é o dispositivo determinante da compreensão de toda essa
matéria, portanto, tenha um pouco mais de paciência. Valerá a pena!
Artigo 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele
contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.
É válido ressaltar, que no conceito exarado no artigo 887 do Código Civil, a seguir:
“documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido...”, a palavra
destacada em vermelho é imprópria, já que toda a doutrina é pacífica ao entendimento de
um dos maiores mestres do Direito Empresarial Italiano, o Jurista Cesare Vivante.
A expressão “contido” é um erro crasso, já que o direito não está contido, mas em vista da
literalidade, apenas mencionado no título. Explico mais!
Vamos a um exemplo, ainda não utilizado neste material. O Professor Cristiano Rodrigues
compra um carro do Professor Alexandre Mazza, temos uma relação contratual de compra e
venda, regulada pelo Direito Civil. Essa transação é a relação que origina o título, denominada
“causa debendi” e não está contida no título, em hipótese alguma!.
Vamos a mais alguns exemplos, mas se a matéria estiver bem compreendida, siga adiante
para o subtítulo de nome independência. Os exemplos no quadro abaixo serão para
compreender que esse princípio atende apenas aos terceiros de boa-fé:
Exemplo 1: Caso um cheque tenha sido obtido mediante extorsão, sendo transferido pelo
extorsionário a um terceiro de boa-fé, este poderá descontá-lo validamente.
Exemplo 2: Caso o vendedor de carro roubado transfere a terceiro de boa-fé o título de
crédito que recebera em pagamento, este poderá cobrar o título do comprador que
desconhecia a origem criminosa do bem adquirido.
O princípio da abstração, porém, só é aplicado em relação ao terceiro, que de boa-fé
adquiriu o título de crédito de um dos contratantes.
O princípio da abstração não é aplicado entre os contratantes, pois eles se obrigam pelo
contrato, e, por consequência, o vício que o contamina é uma defesa pessoal alegável por
quem for prejudicado, buscando inibir o pagamento do título de crédito.
Força convir, portanto, que o princípio da abstração só entra em cena quando o título de
crédito é posto em circulação, aplicando-se, tão somente, entre as pessoas que não
contrataram entre si.
Vamos agora ao estudo do artigo 888 do Código Civil:
“Artigo 888. A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como título de
crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem.” (Grifo nosso).
Caso o título emitido esteja invalidado, e isso pode ocorrer pela ausência de um de seus
requisitos essenciais, a questão será solucionada pelo Direito Civil, não havendo a
invalidação do negócio jurídico que lhe deu origem.
Imagine, que o negócio tenha sido consubstanciado por uma “Nota Promissória”, um título
livre que pode ser confeccionado com uma folha de sulfite e uma caneta em mãos. A ausência
da expressão – “Nota Promissória” – afasta um requisito essencial para a sua validade.
1.4.3.2 - Independência
Caso o emitente da nota promissória seja incapaz, por ser menor, a título de exemplo,
Priscilinha, que aos 17 (dezessete) anos de idade, em vista de saber acerca de sua mesada nos
próximos 15 (quinze) dias, resolve assinar uma nota promissória para a aquisição de um
patinete do Professor Rosenval. Sigamos com o exemplo!
O Professor Rosenval, com alguma desconfiança, solicita que alguém possa garantir o
pagamento dessa obrigação, pois caso Priscilinha não realize o pagamento na data do
vencimento, alguém fará o pagamento em seu lugar. Note, que a relação originária é viciada.
O exemplo prossegue: “O Professor Ricardo Torques, em vista de sua fama de bom pagador
e por confiar em Priscila, assina o título como um avalista.” A pergunta que fica é: “Rosenval
pode prosseguir na cobrança do Avalista?” Pode sim!
O credor (Rosenval) poderá exigir o pagamento do avalista (Ricardo Torques), sendo que
este último, em razão do princípio da autonomia, não poderá alegar a nulidade do título pelo
fato de ter sido emitido por incapaz.
Assim, a nulidade de uma obrigação lançada no título não contamina as outras obrigações
nele mencionadas, porque elas são autônomas.
Ainda com o exemplo acima, podemos explicar o próximo elemento, encerrando todas as
possíveis discussões sobre a Autonomia, que se explica pela Abstração, Independêcia e
inoponibilidade das exceções a terceiros de boa-fé.
Assim, ainda que o possuidor de boa-fé execute um direito próprio, não pode ser
restringido ou destruído em virtude das relações entre os demais intervenientes no título
(Ricardo Torques e Priscilinha), pois cada obrigação que deriva do título é autônoma em
relação às demais.
Finalmente, cada assinatura correspondente a uma obrigação é autônoma, pois
independente, logo, Ricardo Torques não poderá opor defesas pessoais contra terceiros de
boa-fé, no caso, o Professor Rosenval, que prosseguirá na cobrança do Professor Ricardo
Torques.
Notas explicativas: “Inoponibilidade”: Não é possível opor. “Exceções”: Defesas.
Agora que já percebemos que as assinaturas constantes no título são autônomas, portanto,
independentes, vale trabalhar um pouco mais a questão da inoponibilidade das exceções
(defesas) pessoais aos terceiros de boa-fé.
Materialização do Direitos e
Abstração: causa Inoponibilidade de
título: modelos obrigações devem
ou origem do título exceções pessoais
livres e vinculados constar
é irrelevante ao
expressamente do
terceiro de boa-fé
título
Assim, para a transferência da propriedade do título e dos próprios direitos emergentes dele
decorrentes (direito ao valor mencionado, direitos de cobrança, direito de transferi-lo, etc...),
basta uma assinatura no verso do documento. Não há nenhum instituto tão prático no
Direito Civil, o que por si só, justifica a autonomia do direito empresarial.
Observação: Trataremos o endosso em tópico específico!
São aqueles que não possuem uma forma ou padrão preestabelecido pela lei, portanto,
podem ser confeccionados de forma livre, utilizando-se de modelo próprio, desde que
estejam presentes os requisitos legais que devem constar no conteúdo do título. Ex.: letra de
câmbio e nota promissória.
A criação desses títulos exige uma caneta, papel e conhecimento dos requisitos legais, que,
no caso de uma nota promissória são muito simples, como segue: nome do emitente; nome
do beneficiário; a expressão nota promissória; valor mencionado, local e data do pagamento;
assinatura do devedor.
São aqueles que possuem uma forma ou padrão predeterminado pela lei, significando que
o direito definiu um padrão para o preenchimento dos requisitos específicos de cada um. Ex.:
cheque e duplicata.
Ninguém pode confeccionar um impresso, constando tratar-se de cheque, pois cheque
somente será o título que o banco (sacado) fornece ao emitente (sacador), seguindo-se o
modelo estatuído pela lei de acordo com o Banco Central e Casa da Moeda.
Portanto, ainda que constem todos os requisitos do cheque num impresso de confecção
própria, o sacado (banco) deverá recusar o pagamento quando de sua apresentação.
Trata-se de título que apresenta três relações jurídicas diferentes: aquele que dá ordem
(sacador ou emitente), aquele que recebe a ordem (sacado ou devedor) e aquele que é
beneficiário da ordem (tomador). Ex.: Cheque (emitente, beneficiário e banco).
Trata-se de título que apresenta duas relações jurídicas diferentes: aquele que promete o
pagamento e aquele que é beneficiário do pagamento, isto é, o beneficiário da promessa. Ex.:
nota promissória.
2.3.1 - Causais
São aqueles que somente podem ser emitidos se ocorrer o fato que a lei elegeu como causa
possível para sua emissão. Ex.: duplicata mercantil.
Esse título apenas pode ser emitido em vista de uma transação em que empresários estejam
nos dois pólos passivos (Compra e Venda ou Prestação de serviços mercantis).
São aqueles que podem ser criados por qualquer causa, representando obrigação de
qualquer natureza, já que o título, a partir do momento em que é emitido, torna-se livre da
causa que lhe originou. Ex.: letra de câmbio, cheque e nota promissória.
2.4.1 – Ao portador
São aqueles que não identificam o credor, sendo transmissíveis por mera tradição (entrega)
do emissor para o beneficiário.
2.4.2 - Nominativos
São aqueles que identificam o credor, isto é, o título é emitido em favor de pessoa cujo nome
conste no registro do emitente, sendo que sua transmissão pressupõe, além da tradição,
outro ato jurídico (endosso ou cessão de crédito).
Os títulos nominativos podem ser “à ordem” ou “não à ordem”.
Os títulos nominativos à ordem são aqueles que podem ser transferidos pelo beneficiário a
um terceiro mediante endosso. Caso conste em um título a cláusula não à ordem, o título
não poderá ser transferido por endosso.
O capricho na parte geral se deu - justamente - para que tivessem elementos para
compreender os dispositivos que vem pela frente!
Nota: A palavra cambiário serve como referência para o ramo do direito que estuda os títulos
de crédito (Direito Cambiário), uma área de estudo que integra o Direito Empresarial.
Na parte introdutória do material, é possível perceber que cada um dos títulos possuem, em
vista de suas leis especiais, requisitos que lhe são próprios. O Código Civil apenas é aplicado
aos títulos denominados próprios: Letra de Câmbio, Nota Promissória, Cheque e Duplicata,
de forma subsidiária.
A pergunta que você faz agora: Já que o Código Civil é aplicado apenas como um
complemento aos principais títulos, qual a serventia desses artigos?
Tais dispositivos são aplicados para títulos de crédito criados após o ano de 2002, como seria
o caso da Letra de Crédito Imobiliário, Cédula de Crédito Imobiliário ou mesmo a Cédula de
Crédito Bancário. A pergunta que não cala nesse momento: Terei que estudar esses títulos?
O dispositivo conversa com a súmula 387 do STF que vai no sentido de que as omissões em
branco existentes no título, podem e devem ser preenchidas pelo credor de boa-fé antes
do protesto ou da cobrança judicial, a seguir transcrita:
Súmula 387, STF. “A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo
credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto.”
Sabemos que os títulos circulam de mão em mão sem alguns campos preenchidos, o que
não será um problema, desde que haja a data de emisão, que os direitos mencionados sejam
claros, e, logicamente, conste a assinatura do emitente.
Em caso de omissão da data do vencimento, o §1.o do artigo 889 do Código Civil, o considera
à vista, já no caso de omissão local de emissão e de pagamento, considera-se o domicílio do
emitente, como no §2.o do Artigo 889, a seguir:
“§2.o Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não indicado no título, o domicílio do
emitente.”
O artigo 891 e se parágrafo único do mesmo diploma civil, segue no mesmo caminho dos
dispositivos anteriores.
“Artigo 891. O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, deve ser preenchido de conformidade
com os ajustes realizados.”
“Parágrafo único. O descumprimento dos ajustes previstos neste artigo pelos que deles participaram,
não constitui motivo de oposição ao terceiro portador, salvo se este, ao adquirir o título, tiver agido de
má-fé.”
Alguns elementos lançados no título pelas partes, não são benvindos pelo legislador, como
se percebe da leitura do artigo 890 do Código Civil, a seguir:
“Artigo 890. Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a proibitiva de endosso, a
excludente de responsabilidade pelo pagamento ou por despesas, a que dispense a observância de
termos e formalidade prescritas, e a que, além dos limites fixados em lei, exclua ou restrinja direitos e
obrigações.” (grifo nosso).
Hoje em dia, crescem as tecnologias de informática, como é o caso dos contratos eletrônicos,
o comércio eletrônico, e, logicamente, os recursos eletrônicos como facilitadores dos títulos
de crédito.
O §3.o do Artigo 889 do Código Civil traz a ideia dos meios eletrônicos como suporte
material para declarações cambiárias (constituição de créditos cambiários), a seguir
transcrito:
§ 3o O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou meio técnico
equivalente e que constem da escrituração do emitente, observados os requisitos mínimos previstos
neste artigo.
Assim, a criação por meio eletrônico não lhe retira a natureza de título de crédito.
Atualmente, os empresários negociam entre si, tendo o banco como um intermediário em
suas relações, como é o caso das relações de compra e venda. No caso, o vendedor emite a
nota fiscal, envia as mercadorias para o comprador que assina o recebimento. Vamos utilizar
esse exemplo já no próximo parágrafo.
Assim, a duplicata em si, chega ao comprador (devedor) por meios eletrônicos, já que, o
comprovante de mercadorias esclarece de uma vez por todas se a relação se aperfeiçoou
ou não, sendo possível, em posse de tal comprovante, o protesto do título, assim como a
cobrança judicial pela via executiva.
O artigo 895 do Código Civil, indica que todos os títulos de crédito, sejam aqueles abstratos,
que não se vinculam à relação originária, como no exemplo acima, ou até os representativos
de coisas como o conhecimento de depósito, possuem uma origem, e o dispositivo quer
fazer clara a ideia de que existe uma relação civil e outra cambiária, paralelamente:
Artigo 895. Enquanto o título de crédito estiver em circulação, só ele poderá ser dado em garantia, ou
ser objeto de medidas judiciais, e não, separadamente, os direitos ou mercadorias que representa.
Enfim, não há sentido em reivindicar o título de quem o tenha adquirido de boa-fé, de
acordo com as normas que disciplina a sua circulação, como no artigo 896 do diploma civil,
a seguir transcrito:
Artigo 896. O título de crédito não pode ser reivindicado do portador que o adquiriu de boa-fé e na
conformidade das normas que disciplinam a sua circulação.
Nos títulos a seguir, cuidaremos bastante das normas de circulação. O Código Civil permite
que os Títulos de Crédito, segundo o modo como se dê a circulação, possam apresentar três
formas diversas: ao portador, à ordem ou nominativa. O seu edital faz menção diretamente
a cada uma das formas.
Teremos de nos preocupar com possibilidade de equívocos, pois um título à ordem (títulos
que podem ser transferidos), não deixam de ser nominativos (consta o nome do credor),
assim como, os títulos à ordem, podem ser ao portador (sem constar o nome do credor).
Arrisco dizer que, ao bem da verdade, temos apenas duas espécies:
I – Os títulos ao portador são aqueles transferidos pela simples tradição (entrega de boa-
fé ao beneficiário).
II – O título nominativo, como aquele em favor de uma pessoa que conste do registro do
emitente.
Assim, como os títulos de crédito próprios (letra de câmbio, nota promissória, cheque e
duplicata), seguem as suas leis especiais, que, diga-se, vedam os títulos ao portador, já
aqueles títulos criados após o Código Civil de 2002, poderão circular ao portador.
Os títulos ao portador são aqueles transferidos pela simples tradição (entrega de boa-fé ao
beneficiário). Adiante, você perceberá que os títulos ao portador não são diferentes do que
se denomina “endosso em branco”, mas isso nós vamos cuidar um pouquinho depois.
Segue o Artigo 904 do Código Civil:
CAPÍTULO II
Do Título ao Portador
Artigo 904. A transferência de título ao portador se faz por simples tradição.
Artigo 905. O possuidor de título ao portador tem direito à prestação nele indicada, mediante a sua
simples apresentação ao devedor.
Parágrafo único. A prestação é devida ainda que o título tenha entrado em circulação contra a vontade
do emitente.
O dispositivo acima, qual seja o “caput” do Artigo 905 do Código Civil é para legitimar o seu
possuidor como legítimo titular do direito nele mencionado, podendo reclamar a sua
obrigação. A presunção de titularidade não é absoluta, salvo hipótese de má-fé.
Artigo 906. O devedor só poderá opor ao portador exceção fundada em direito pessoal, ou em nulidade
de sua obrigação.
Assim, o devedor apenas poderá opor defesa pessoal ao portador do título que tenha com
ele próprio contratado, nunca em relação a terceiros, como, inclusive, já vimos antes ou em
nulidade de obrigação. Em algumas passagens, esclareci que a compreensão da parte geral
facilitaria o nosso estudo mais adiante.
Endosso é o ato pelo qual o beneficiário de um título opera sua transferência a outrem.
Evidente que a transferência do título a terceiro se efetiva mediante a tradição, já que é
necessária a apresentação do título para sua cobrança. (“cartularidade”).
Aquele que transfere o título é chamado de endossante (ou endossador). O adquirente do
título é chamado de endossatário. Não há limites para o número de endossos, podendo ser
endossado diversas vezes ou nunca ser endossado.
I – O endosso pode ser “em branco”, quando não identificado o endossatário, tornando-
se título ao portador
O Código Civil tem um capítulo próprio para os “Títulos à Ordem”. Os títulos de crédito em
geral, possuem uma cláusula implícita de que podem ser transferidos. Assim, em regra,
todos os títulos (ao portador ou nominativos) são à ordem, portanto, endossáveis.
O Artigo 910 do Código Civil permite que o endosso seja lançado no verso (costas do título),
ou no anverso (frente do título), mas o seu §1o segue a tradição de que a simples assinatura
do verso do título, indica o endosso. No caso de lançar o endosso na frente do título, passa
a ser necessário escrever a expressão “por endosso”, ou equivalente.
Do Título À Ordem
Artigo 910. O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou anverso do próprio título.
§1 oPode o endossante designar o endossatário, e para validade do endosso, dado no verso do título, é
suficiente a simples assinatura do endossante.
§2 o A transferência por endosso completa-se com a tradição do título.
§3 o Considera-se não escrito o endosso cancelado, total ou parcialmente.
O endosso resulta da simples assinatura do credor do título lançado no seu verso, podendo
ser feita sob a expressão “pague-se a ...” (endosso em preto) ou simplesmente “pague-se”
(endosso em branco), ou sob outra expressão equivalente, não podendo o endossador
limitar-se a assinar o título, caso o endosso esteja no anverso.
Além disso, o código civil não autoriza endosso lançando em folha anexa.
No endosso em branco, a transferência do título pode ser feita mediante mera tradição (ao
portador), hipótese em que o credor do título que o transfere não ficará coobrigado.
O Artigo 913 do Código Civil, esclarece que é possível mudar o endosso de branco (ao
portador), para endosso em preto (nominativo).
Artigo 913. O endossatário de endosso em branco pode mudá-lo para endosso em preto, completando-
o com o seu nome ou de terceiro; pode endossar novamente o título, em branco ou em preto; ou pode
transferi-lo sem novo endosso.
É nulo o endosso parcial, segundo se depreende da norma contida no parágrafo único do
artigo 912 do Código Civil.
O caput do artigo 912, ainda trata o endosso condicional, em que a transferência do crédito
fica subordinada a alguma condição, resolutiva ou suspensiva, não é nulo, mas referida
condição será ineficaz, porque a lei a considera não escrita.
“Artigo 912. Considera-se não escrita no endosso qualquer condição a que o subordine o endossante.
Parágrafo único. É nulo o endosso parcial.”
I – a) O cedente responde, em regra, apenas pela existência do crédito pelo tempo que o
cedeu (artigo 295 do Código Civil), e não pela solvência do devedor (artigo 296 do CC);
Por fim, há endossos que produzem efeitos de cessão civil de crédito, São duas hipóteses,
a saber:
A) ENDOSSO-MANDATO
B) ENDOSSO-CAUÇÃO
C) ENDOSSO-PÓSTUMO
O endosso póstumo é aquele que se dá após o vencimento, porém, ainda assim preservará
todos os direitos que o endosso realizado de forma anterior ao vencimento, mas a situação
muda com a realização do protesto, situação em que terá apenas valor de cessão de crédito.
Artigo 920. O endosso posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anterior.
O presente capítulo, a partir do Artigo 921 do Código Civil é para conceituar o título
nominativo, como aquele em favor de uma pessoa que conste do registro do emitente.
Nesse caso, o nome do adquirente constará do documento, como a seguir:
CAPÍTULO IV
Do Título Nominativo
Artigo 921. É título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo nome conste no registro do emitente.
Artigo 922. Transfere-se o título nominativo mediante termo, em registro do emitente, assinado pelo
proprietário e pelo adquirente.
O texto acima demonstra que os títulos nominativos, bem como, os títulos ao portador,
podem ser transferidos mediante o instituto do endosso que trataremos no próximo título.
Artigo 923. O título nominativo também pode ser transferido por endosso que contenha o nome do
endossatário.
É o ato em que uma pessoa garante o pagamento do título em favor do devedor principal
ou de um coobrigado. Quem dá garantia de pagamento é chamado de avalista. A quem é
dada a garantia é chamado de avalizado.
Artigo 897. O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada,
pode ser garantido por aval.
Parágrafo único. É vedado o aval parcial.
O aval resulta da simples assinatura do avalista no anverso do título, sob alguma
expressão indicativa do ato praticado como “por aval” ou equivalente. Se o avalista quiser
firmar no verso do título, somente poderá fazê-lo identificando o ato praticado.
Artigo 898. O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título.
§ 1o Para a validade do aval, dado no anverso do título, é suficiente a simples assinatura do avalista.
§ 2o Considera-se não escrito o aval cancelado.
O código civil apenas aceita o aval integral, e o avalista é responsável da mesma forma que
o seu avalizado, sendo sua obrigação autônoma em relação ao avalizado.
Artigo 899. O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de indicação, ao emitente ou
devedor final.
§ 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu avalizado e demais coobrigados
anteriores.
O aval pode ser “em branco”, quando não é identificado o avalizado, e “em preto”, quando
é identificado. O aval em branco é presumido em favor do sacador segundo a súmula 189 do
STF.
O aval póstumo é aquele dado após o vencimento da obrigação mencionada no título. O
aval dado após o vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente dado.
Artigo 900. O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente dado.
O aval póstumo que se dá após o protesto do título perde a natureza cambiária, logo, não
produzirá efeitos de Aval. A garantia de um crédito dado sem efeitos cambiários é a fiança.
Distingue-se a fiança do aval no seguinte: a obrigação do fiador é pessoal e acessória em
relação ao afiançado e a responsabilidade é subsidiária; já a obrigação do avalista é
autônoma, independente da do avalizado.
I. A lei brasileira permite que se faça um endosso parcial, desde que seja tal
circunstância anotada no verso do título de crédito transferido.
II. Nos títulos de crédito ao portador, a prestação é devida ainda que o documento
tenha entrado em circulação contra a vontade do emitente.
III. Em relações jurídicas regidas pelo direito comum, é válida a cláusula pela qual
o avalista se responsabiliza por parte do pagamento da dívida.
O aval é uma garantia de pagamento feita pelo avalista no próprio título. Vamos
analisar as alternativas apresentadas pela banca:
A alternativa “A” está errada, uma vez que o aval póstumo é aquele feito após
o prazo para o protesto do título ou após o protesto já efetuado . É possível sim
que sejam feitos avais simultâneos. Avais simultâneos são aqueles feitos ao
mesmo tempo, de maneira que os avalistas são garantidores da mesma maneira,
ou seja, tanto Montenegro como Bento respondem independente e integralmente
pelas dívidas relativas ao título de crédito e a garantia por eles dada.
A alternativa “B” está errada, pois aval póstumo é aquele feito após o protesto ou
prazo para o protesto. Isso geralmente acontece após o vencimento sim, porém
um aval pode ser dado após o vencimento e antes do protesto. Esse aval produz
os mesmos efeitos do que o dado anteriormente ao vencimento. Então, não
confunda, aval póstumo com aval lançado após o vencimento. A legislação não
prevê especificamente o regramento e os efeitos de um aval póstumo, a doutrina
varia o entendimento em relação a esse assunto. O que não impede de marcar a
questão como errada, já que o aval lançado na nota após o vencimento não tem
efeito de fiança.
A alternativa “C” está correta, nos exatos termos do artigo 900º do Código Civil:
“O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente
dado.” Como dito, a lei não estabelece os efeitos do aval póstumo, uma das
correntes doutrinárias sobre o assunto nos ensina exatamente o que está previsto
nessa alternativa, pois, segundo alguns doutrinadores, o aval póstumo produz os
mesmos efeitos do anteriormente dado de maneira que os avalistas serão
responsabilizados normalmente, ou seja, solidariamente e autonomamente
perante o portador.
A alternativa “D” está errada, vez que uma das correntes acima citadas vai dizer
exatamente que o aval póstumo não tem validade, no entanto, não foi essa
corrente adotada pela banca e, por isso, essa alternativa errada. Então, para a FGV
admite-se sim aval póstumo.
A insolvência quer significar um volume de dívidas que não pode ser pago com o
patrimônio do sujeito que assim se declara, ou que sofre uma ação de insolvência civil,
valendo considerar que o atual código de processo civil nada trouxe sobre o assunto. Assim,
aplicamos o processo do código processual antigo.
As regras relacionadas ao concurso de credores, situação em que se estabelece quem
recebe em primeiro, segundo, terceiro ou último lugar será resolvida conforme os artigos
955 a 965 do Código Civil, como a seguir:
Artigo 955. Procede-se à declaração de insolvência toda vez que as dívidas excedam à importância dos
bens do devedor.
É natural que se os credores não estiverem classificados entre os privilegiados, não haverá
preferência, tendo os credores direitos iguais aos bens do devedor comum, como segue:
Artigo 957. Não havendo título legal à preferência, terão os credores igual direito sobre os bens do
devedor comum.
A) CRÉDITOS PREFERENCIAIS
Os Artigos 958 a 961 do Código Civil determinam e regulam a preferência que está com os
créditos de natureza real, como é o caso do credor hipotecário, geralmente, as instituições
financeiras, ainda que existam outras possibilidades, como a seguir transcrito:
Artigo 958. Os títulos legais de preferência são os privilégios e os direitos reais.
Artigo 959. Conservam seus respectivos direitos os credores, hipotecários ou privilegiados:
I - sobre o preço do seguro da coisa gravada com hipoteca ou privilégio, ou sobre a indenização devida,
havendo responsável pela perda ou danificação da coisa;
II - sobre o valor da indenização, se a coisa obrigada a hipoteca ou privilégio for desapropriada.
Artigo 961. O crédito real prefere ao pessoal de qualquer espécie; o crédito pessoal privilegiado, ao
simples; e o privilégio especial, ao geral.
O Artigo 962 do Código Civil regula o rateio, que nada mais é, do que a distribuição
proporcional dos ativos do devedor, após a sua liquidação, já que, geralmente, o produto
do processo de insolvência não costuma bastar para o pagamento integral de todos, como a
seguir:
Artigo 962. Quando concorrerem aos mesmos bens, e por título igual, dois ou mais credores da mesma
classe especialmente privilegiados, haverá entre eles rateio proporcional ao valor dos respectivos
créditos, se o produto não bastar para o pagamento integral de todos.
O Artigo 963 do Código Civil deixa claro que em primeiro lugar estarão os créditos de
natureza real, e, logo em seguida, em segundo lugar, os privilégios especiais, para que,
somente após isso, sejam pagos os privilégios gerais.
“Artigo 963. O privilégio especial só compreende os bens sujeitos, por expressa disposição de lei, ao
pagamento do crédito que ele favorece; e o geral, todos os bens não sujeitos a crédito real nem a
privilégio especial.”
B) PRIVILÉGIO ESPECIAL
I - sobre a coisa arrecadada e liquidada, o credor de custas e despesas judiciais feitas com
a arrecadação e liquidação;
VII - sobre os exemplares da obra existente na massa do editor, o autor dela, ou seus
legítimos representantes, pelo crédito fundado contra aquele no contrato da edição;
VIII - sobre o produto da colheita, para a qual houver concorrido com o seu trabalho, e
precipuamente a quaisquer outros créditos, ainda que reais, o trabalhador agrícola,
quanto à dívida dos seus salários.
C) PRIVILÉGIO GERAL
Artigo 965. Goza de privilégio geral, na ordem seguinte, sobre os bens do devedor:
I - o crédito por despesa de seu funeral, feito segundo a condição do morto e o costume
do lugar;
III - o crédito por despesas com o luto do cônjuge sobrevivo e dos filhos do devedor
falecido, se foram moderadas;
VII - o crédito pelos salários dos empregados do serviço doméstico do devedor, nos seus
derradeiros seis meses de vida;
5- LETRA DE CÂMBIO
5. 1 - LETRA DE CÂMBIO
Vamos a um exemplo! Imagine que Ricardo Vale, após visita, se interesse por uma obra em
minha prateleira, a Coleção dos livros do doutrinador Pontes de Miranda. Vamos imaginar
mais. Ricardo Vale não tem a quantia em dinheiro, mas resolve emitir uma Letra de Câmbio
em meu favor (Alessandro Sanchez). No caso em tela serei o beneficiário.
Note, que na explicação acima, por enquanto, temos apenas duas pessoa. Ricardo Vale indica
no título que o beneficiário (Alessandro Sanchez), deverá procurar Rosenval para que este
efetue o pagamento, já que o sacado, ora indicado, lhe deve determinada quantia suficiente
para pagamento do título.
No caso, imaginemos que o Professor Rosenval aceita o pagamento. Resolvido, todos felizes!
Ricardo vale (emitente) conseguiu a aquisição de seu livro e utilizou o crédito que tinha com
o Professor Rosenval. Alessandro Sanchez (beneficiário), procurou Rosenval que, além de
aceitar, fez o pagamento. Rosenval não deve mais nada para Ricardo Vale ou para
Alessandro.
Caso estejamos diante da primeira parte do Art. 3.º, Decreto 77.663/66, a situação é mais
simples já que o sacador consta também como sacado e nesse caso o título funcionará como
uma espécie de Nota Promissória. Explico mais!
Se o título é sacado contra o próprio sacador, temos a figura de Ricardo Vale (sacador) que
se posicionará também como sacado, devendo realizar o pagamento e Alessandro Sanchez
como beneficiário, portanto, apenas duas relações jurídicas.
Finalmente, essa forma de explicação resolve o propósito, já que a Letra de Câmbio, tão
pouco utilizada precisa ser compreendida para responder as hipóteses de prova.
5.1.1 - Saque
A letra de câmbio é uma ordem de pagamento. Portanto, seu saque ou emissão geram três
relações jurídicas. O sacador emite a ordem para que o sacado pague e o tomador se
beneficie.
O saque (emissão) autoriza o tomador a procurar o sacado para, ocorridas determinadas
condições, receber a quantia referida no título, e vincula o sacador ao pagamento da letra
de câmbio.
Caso o sacado não pague ao tomador o valor mencionado na letra de câmbio, poderá este
cobrar o valor do sacador, na medida em que o sacador, ao praticar o saque, tornou-se
codevedor do título.
Requisitos da
Letra de Câmbio
Mandato puro e
Lugar da emissão simples para
pagar quantia
Lugar do Época do
pagamento pagamento
Os requisitos da letra de câmbio e dos demais títulos de crédito podem ser preenchidos até
o momento em que a cártula é apresentada para cobrança ou protesto, viabilizando-se,
destarte, a sua circulação em branco ou incompleta, estando, pois, o portador de boa-fé
legitimado a preenchê-la, ostentando a condição de mandatário tácito do sacador.
Todavia, em conformidade com o artigo 8º da Lei Uniforme, todo aquele que opuser a sua
assinatura numa letra, como representante de uma pessoa, sem que tenha poderes para
tanto ou então extrapolando os seus poderes, fica obrigado pela aludida letra, mas, em
contrapartida, se “A” pagar, passa a ter os mesmos direitos que o pretendido representado
teria.
A mesma regra se aplica ao representante que tenha excedido os seus poderes.
Art. 8º. Todo aquele que apuser a sua assinatura numa letra, como representante de uma pessoa, para
representar a qual não tinha de fato poderes, fica obrigado em virtude da letra e, se a pagar, tem os
mesmos direitos que o pretendido representado. A mesma regra se aplica ao representante que tenha
excedido os seus poderes.
2.1.2 - Aceite
O aceite é o ato cambial pelo qual o sacado de uma ordem de pagamento a prazo concorda
em se obrigar a efetuar o pagamento no vencimento do título que lhe é apresentado.
O sacado, antes do aceite, não é ainda devedor da letra. Aliás, na letra de câmbio, o aceite é
facultativo. Contudo, ao aceitá-la, o sacado passa a se chamar aceitante, tornando-se o
devedor principal do título.
Assim, a letra de câmbio a prazo é apresentada ao sacado duas vezes. A primeira é para o
aceite, a segunda, para o pagamento.
Aceite
É denominado “vista” ou “vista para aceite” o ato pelo qual o portador da letra apresenta ao
sacado para que este dê sua anuência ao pagamento.
O aceite é escrito na própria letra. Exprime-se pela palavra “aceite” ou qualquer outra
palavra equivalente, como, por exemplo, a expressão “de acordo”. Vale, também, como
aceite, a simples assinatura do sacado aposta no anverso (frente) da letra.
Em resumo, o aceite, no anverso, pode se expressar com a mera assinatura do sacado, mas,
no verso, além dessa assinatura, é necessária a inserção escrita da palavra “aceite” ou outra
equivalente.
Aceite limitativo: é aquele em que o sacado aceita pagar apenas uma parte do valor do título.
Se o sacado pode simplesmente não aceitar a obrigação, natural que possa aceitar pagar
apenas uma parte.
Cláusula não aceitável: é a que traz a proibição do aceite antes da data de seu vencimento.
•Sacado se desobriga
Recusa do aceite •A obrigação vence antecipadamente contra o
sacador
•Proibição do aceite
Cláusula não aceitável •Título é apresentado ao sacado apenas na
oportunidade para pagamento
5.1.3 - Endosso
No que se refere ao ato jurídico que opera a transferência da titularidade, os títulos de crédito
são obrigatoriamente nominativos, e poderão ser “à ordem” ou “não à ordem”.
Os títulos “à ordem” são aqueles cuja circulação ocorre mediante endosso; a cláusula “não
à ordem” inviabiliza o endosso, devendo a transferência da titularidade da letra de câmbio
operar-se pela via da cessão civil de crédito, conforme preceitua a segunda parte do artigo
11 da Lei Uniforme.
Artigo 11. Toda letra de câmbio, mesmo que não envolva expressamente a cláusula à ordem, é
transmissível por via de endosso.
Quando o sacador tiver inserido na letra as palavras "não à ordem", ou uma expressão equivalente, a
letra só é transmissível pela forma e com os efeitos de uma cessão ordinária de créditos.
Endosso é o ato cambiário que opera a transferência do crédito, representado por um título
“à ordem”. A cláusula “à ordem” é tácita. Dessa forma, para que um título de crédito seja
considerado “à ordem” e, portanto, transferível por endosso, basta que não contenha uma
cláusula “não à ordem”.
Artigo 12. O endosso deve ser puro e simples. Qualquer condição a que ele seja subordinado considera-
se como não escrita.
O endosso parcial é nulo.
Não obstante, o endosso em branco autoriza a transferência do título pela simples tradição,
transformando-o em “ao portador”, sendo certo que, por força do artigo 1º da Lei
8.021/1990, no momento do pagamento, é obrigatória a identificação do beneficiado,
inserindo-se o seu nome no espaço em branco em que se lançou o endosso:
Artigo 1° A partir da vigência desta lei, fica vedado o pagamento ou resgate de qualquer título ou
aplicação, bem como dos seus rendimentos ou ganhos, a beneficiário não identificado.
Essa prática já era possível, nos termos do artigo 14 da Lei Uniforme, mas tornou-se
obrigatória com a Lei 8.021/1990, funcionando como um mecanismo de controle fiscal:
Artigo 14. O endosso transmite todos os direitos emergentes da letra. Se o endosso for em branco, o
portador pode:
1º) preencher o espaço em branco, quer com o seu nome, quer com o nome de outra pessoa;
2º) endossar de novo a letra em branco ou a favor de outra pessoa;
3º) remeter a letra a um terceiro, sem preencher o espaço em branco e sem a endossar.
Endosso em preto
•Identifica o endossatário
•"Pague-se a ..."
Endosso em branco
Endosso Mandato
O mandatário tem legitimidade para protestar o título e executá-lo judicialmente por meio
das expressões “por procuração” ou “pague-se por procuração”, “valor a cobrar”, “para
cobrança”, ou qualquer outra que implique em simples mandato.
De acordo com o artigo 18 da Lei Uniforme, o mandato que resulta de um endosso por
procuração não se extingue por morte ou sobrevinda incapacidade legal do mandante,
excepcionando-se, destarte, a norma contrária prevista no Código Civil.
Artigo 18. Quando o endosso contém a menção "valor a cobrar" (valeur en recouvrement), "para
cobrança" (pour encaissement), "por procuração" (par procuration), ou qualquer outra menção que
implique um simples mandato, o portador pode exercer todos os direitos emergentes da letra, mas só
pode endossá-la na qualidade de procurador.
Aludido endosso é exteriorizado quando existe no título menção a expressões como “pague-
se por caução”, “valor em garantia”, “valor em penhor”, ou qualquer outra que implique
uma caução.
O portador pode exercer todos os direitos emergentes do título, inclusive protestá-lo e
executá-lo judicialmente, caso haja inadimplemento, facultando-se-lhe, ainda, a prática do
endosso por procuração.
E, finalmente, temos o endosso tardio, ou póstumo, ou impróprio, que é feito após o título
já ter sido protestado por falta de pagamento, ou depois de expirado o prazo fixado para se
fazer o protesto.
Artigo 20. O endosso posterior ao vencimento tem os mesmos efeitos que o endosso anterior. Todavia,
o endosso posterior ao protesto por falta de pagamento, ou feito depois de expirado o prazo fixado
para se fazer o protesto, produz apenas os efeitos de uma cessão ordinária de créditos.
Neste endosso, o endossante não é devedor solidário, respondendo, tão somente, pela
existência do título de crédito e, ainda assim, apenas perante o endossatário. Produz, como
se vê, os efeitos de uma cessão civil de crédito.
Endosso Tardio
5.1.4 - Aval
Aval é o ato cambiário pelo qual uma pessoa garante o pagamento do título de crédito em
favor de outro coobrigado. Essa garantia é dada por um terceiro ou mesmo por signatário da
letra de câmbio (artigo 3º da Lei Uniforme).
Artigo 3º. A letra pode ser à ordem do próprio sacador. Pode ser sacada sobre o próprio sacador. Pode
ser sacada por ordem e conta de terceiro.
O aval considera-se como resultante da simples assinatura do dador aposta na face anterior da letra,
salvo se se trata das assinaturas do sacado ou do sacador.
O aval deve indicar a pessoa por quem se dá. Na falta de indicação, entender-se-á pelo sacador.
O avalista deve ser capaz, mas sua incapacidade limita-se a anular o aval, mantendo-se a
validade do título de crédito, por força do princípio da autonomia das obrigações cambiais
(artigo 7º da Lei Uniforme).
Artigo 7º. Se a letra contém assinaturas de pessoas incapazes de se obrigarem por letras, assinaturas
falsas, assinaturas de pessoas fictícias, ou assinaturas que por qualquer outra razão não poderiam
obrigar as pessoas que assinaram a letra, ou em nome das quais ela foi assinada, as obrigações dos
outros signatários nem por isso deixam de ser válidas.
Aval
Responsabilidade Solidária
Sobre o assunto, também dispõe o artigo 32 da Lei Uniforme que a obrigação do avalista se
mantém, mesmo no caso de obrigação que ele garantia ser nula por qualquer razão que
não seja um vício de forma. Assim, somente o vício de forma, como, por exemplo, o aval
dado em documento separado, é capaz de excluir a obrigação do avalista.
Artigo 32. O dador de aval é responsável da mesma maneira que a pessoa por ele afiançada.
A sua obrigação mantém-se, mesmo no caso de a obrigação que ele garantiu ser nula por qualquer
razão que não seja um vício de forma.
Se o dador de aval paga a letra, fica sub-rogado nos direitos emergentes da letra contra a pessoa a
favor de quem foi dado o aval e contra os obrigados para com esta em virtude da letra.
Aval em branco é o que não identifica o avalizado, reputando-se como tal o sacador (artigo
31 da Lei Uniforme).
Artigo 31. O aval é escrito na própria letra ou numa folha anexa. Exprime-se pelas palavras "bom para
aval" ou por qualquer fórmula equivalente; e assinado pelo dador do aval.
O aval considera-se como resultante da simples assinatura do dador aposta na face anterior da letra,
salvo se se trata das assinaturas do sacado ou do sacador.
O aval deve indicar a pessoa por quem se dá. Na falta de indicação, entender-se-á pelo sacador.
Aval
Os avais em branco, quando superpostos em linhas, isto é, com uma assinatura acima da
outra, são considerados simultâneos, em benefício do sacador, ainda que figurem em série,
com número de ordem (primeiro avalista, segundo avalista etc.), consoante dispõe a
Súmula 189 do STF, cujo teor é o seguinte:
Súmula 189 do STF: Avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos e não sucessivos.
Súmula 26 do STJ: O avalista do título de crédito vinculado a contrato de mútuo também responde pelas
obrigações pactuadas, quando no contrato figurar como devedor solidário.
5.1.5 - Vencimento
Vencimento é o fato jurídico a partir do qual a obrigação se torna exigível.
De acordo com o artigo 2º da Lei Uniforme, a letra de câmbio em que se não indique a época
do pagamento entende-se pagável à vista. Forçoso convir, portanto, que a época do
pagamento é um requisito facultativo, isto é, a sua ausência não desqualifica o título como
letra de câmbio.
Artigo 2º. O escrito em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo anterior não produzirá efeito
como letra, salvo nos casos determinados nas alíneas seguintes:
A letra em que se não indique a época do pagamento entende-se pagável à vista.
Na falta de indicação especial, o lugar designado ao lado do nome do sacado considera-se como sendo
o lugar do pagamento, e, ao mesmo tempo, o lugar do domicilio do sacado.
A letra sem indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido no lugar designado, ao
lado do nome do sacador.
No dia do vencimento do título, este já se revela exigível, podendo ser cobrado do aceitante
e seu respectivo avalista, independentemente do protesto; todavia, para cobrança dos
demais coobrigados, o protesto se faz necessário.
O vencimento duplo gera a nulidade da letra de câmbio. Com efeito, dispõe o artigo 33 da Lei
Uniforme que as letras, quer com vencimentos diferentes, quer com vencimentos sucessivos,
são nulas. O vencimento poderá ser à vista, a certo termo da data, a certo termo da vista ou
a dia certo.
Artigo 33. Uma letra pode ser sacada:
à vista;
a um certo termo de vista;
a um certo termo de data;
pagável num dia fixado.
As letras, quer com vencimentos diferentes, quer com vencimentos sucessivos, são nulas.
A certo termo da vista: é aquela em que o vencimento se opera num determinado período,
cujo termo inicial é a data do aceite ou a data do protesto por falta de aceite.
As letras a certo termo de vista devem ser apresentadas ao aceite dentro do prazo de um
ano, a contar da data do saque, mas o sacador pode reduzir esse prazo ou estipular um prazo
maior, sendo que esses prazos também podem ser reduzidos pelos endossantes (artigo 23
da Lei Uniforme).
Artigo 23. As letras a certo termo de vista devem ser apresentadas ao aceite dentro do prazo de 1 (um)
ano das suas datas.
O sacador pode reduzir este prazo ou estipular um prazo maior.
Esses prazos podem ser reduzidos pelos endossantes.
Se não for apresentado dentro desses prazos, o portador não poderá exercer o direito de
regresso contra os coobrigados anteriores.
Na falta de data do aceite, por dolo ou negligência do aceitante, o portador da letra de câmbio
possui três opções: a primeira é inserir no título a data do aceite, procedendo-se com boa-fé
(Súmula 387 do STF).
A segunda é providenciar o protesto por falta de data do aceite, para que o aceitante seja
intimado a datá-lo, sob pena de ser considerada a data do protesto como sendo o dia do
aceite. A terceira é considerar a data do último dia do prazo para a apresentação ao aceite
(artigo 35 da Lei Uniforme).
Artigo 35. O vencimento de uma letra a certo termo de vista determina-se, quer pela data do aceite,
quer pela do protesto. Na falta de protesto, o aceite não datado entende-se, no que respeita ao
aceitante, como tendo sido dado no último dia do prazo para a apresentação ao aceite.
Vencimento
Ressalte-se que, para efeito de contagem de prazo, dia útil é aquele em que há expediente
bancário.
As obrigações de pagar, em geral, poderão ser quesíveis (quérable) ou portáveis (portable).
São quesíveis quando cabe ao credor a iniciativa de procurar o devedor para a satisfação
de seu crédito. São portáveis quando cabe ao devedor a iniciativa de procurar o credor para
o pagamento de seu débito.
5.1.6 - Protesto
O protesto é um ato notarial que visa documentar, no próprio título, a ocorrência de um
fato que tem relevância para as relações cambiais.
A letra de câmbio comporta três tipos de protesto: por falta de aceite; por falta de data de
aceite; e por falta de pagamento.
O protesto por falta de aceite é cabível quando o sacado, antes do vencimento da letra de
câmbio, se recusa a emitir o aceite ou não é encontrado para aceitá-la.
O protesto por falta de aceite é extraído contra o sacador, mas o cartório intimará o sacado
a manifestar se irá ou não aceitar a letra de câmbio.
Aceitando-a, o protesto não se realiza. Recusando-se o aceite, o protesto se concretiza na
pessoa do sacador, tendo em vista que o sacado não é obrigado a aceitar a letra de câmbio.
O protesto por falta de aceite deve ser feito nos prazos fixados para a apresentação do
aceite (artigo 44 da LU), que, grosso modo, é de um ano a contar do saque, salvo se o sacador
reduziu esse prazo, ou estipulou outro maior, ou se esses prazos foram reduzidos pelos
endossantes.
Convém, ainda, esclarecer que o protesto por falta de aceite dispensa o protesto por falta de
pagamento em relação ao sacador, viabilizando-se, desde logo, contra ele, a cobrança judicial
(artigo 44 da LU).
Artigo 44. A recusa de aceite ou de pagamento deve ser comprovada por um ato formal (protesto por
falta de aceite ou falta de pagamento).
• Antes do vencimento da
letra de câmbio
Por falta de aceite
• Sacado se recusa a emitir o
aceite ou não é encontrado
para aceitá-lo
• Facultativo em relação ao
aceitante e respectivo avalista
Por falta de
pagamento • Necessário para a cobrança
judicial em relação aos demais
coobrigados
A certo termo da data ou de vista e dia fixo: o protesto deve ser feito
num dos dois dias úteis seguintes àquele em que a letra de câmbio é
pagável.
À vista: o protesto deve ser feito dentro do prazo de um ano, a contar
da data do saque, salvo se fixado outro prazo.
5.1.7 – Prescrição
É a promessa de pagamento que uma pessoa faz a outra. Vimos que, quando do saque das
letras de câmbio, surgem três situações jurídicas distintas: sacador, sacado e tomador.
Tratando-se de notas promissórias, surgem duas situações jurídicas distintas: aquele que
promete pagar determinada quantia e o beneficiário dessa promessa. A pessoa que
promete pagar denomina-se sacador, promitente ou emitente.
A pessoa em favor de quem é feita a promessa denomina-se sacado ou beneficiário.
Os requisitos essenciais das notas promissórias conforme art. 75 (LU) são:
a) denominação “nota promissória” expressa no idioma empregado no título;
b) promessa pura e simples de pagar quantia determinada;
c) pessoa a quem deve ser paga;
d) data de emissão;
e) assinatura do emitente.
Súmula 258 do STJ: A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de
autonomia em razão da iliquidez do título que a originou.
Súmula 233 do STJ: O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da
conta-corrente, não é título executivo.
O título em que faltar algum dos requisitos indicados não produzirá efeito como nota
promissória, salvo nos casos determinados em lei.
A nota promissória em que se não indique a época do pagamento será considerada à vista.
Na falta de indicação especial, o lugar onde o título foi passado considera-se como sendo o
lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do domicílio do subscritor da nota
promissória.
A nota promissória que não contenha indicação do lugar onde foi passada considera-se como
tendo-o sido no lugar designado ao lado do nome do subscritor.
Nota Promissória
6 - CHEQUE
A assinatura do emitente ou a de seu mandatário com poderes especiais pode ser constituída,
na forma de legislação específica, por chancela mecânica ou processo equivalente.
O título, a que falte qualquer dos requisitos enumerados precedente não vale como cheque,
segundo o Art. 2º, lei 7.357/85, salvo nos casos determinados a seguir:
I - na falta de indicação especial, é considerado lugar de pagamento o lugar designado junto
ao nome do sacado; se designados vários lugares, o cheque é pagável no primeiro deles;
não existindo qualquer indicação, o cheque é pagável no lugar de sua emissão;
II - não indicado o lugar de emissão, considera-se emitido o cheque no lugar indicado junto
ao nome do emitente.
O cheque é emitido contra banco, ou instituição financeira que lhe seja equiparada, sob
pena de não valer como cheque.
O emitente deve ter fundos disponíveis em poder do sacado e estar autorizado a sobre eles
emitir cheque, em virtude de contrato expresso ou tácito.
A infração desses preceitos não prejudica a validade do título como cheque.
A existência de fundos disponíveis é verificada no momento da apresentação do cheque para
pagamento.
O cheque não admite aceite considerando-se não escrita qualquer declaração com esse
sentido.
Pode o sacado, a pedido do emitente ou do portador legitimado, lançar e assinar, no verso
do cheque não ao portador e ainda não endossado, visto, certificação ou outra declaração
equivalente, datada e por quantia igual à indicada no título.
A aposição de visto, certificação ou outra declaração equivalente obriga o sacado a debitar à
conta do emitente a quantia indicada no cheque e a reservá-la em benefício do portador
legitimado, durante o prazo de apresentação, sem que fiquem exonerados o emitente,
endossantes e demais coobrigados.
O sacado creditará à conta do emitente a quantia reservada, uma vez vencido o prazo de
apresentação; e, antes disso, se o cheque lhe for entregue para inutilização.
Pode-se estipular no cheque que seu pagamento seja feito:
a pessoa nomeada, com ou sem cláusula expressa ‘’à ordem’’;
a pessoa nomeada, com a cláusula ‘’não à ordem’’, ou outra equivalente;
ao portador.
Vale como cheque ao portador o que não contém indicação do beneficiário e o emitido em
favor de pessoa nomeada com a cláusula ‘’ou ao portador’’, ou expressão equivalente.
O cheque pode ser emitido:
à ordem do próprio sacador;
por conta de terceiro;
contra o próprio banco sacador, desde que não ao portador.
A assinatura de pessoa capaz cria obrigações para o signatário, mesmo que o cheque
contenha assinatura de pessoas incapazes de se obrigar por cheque, ou assinaturas falsas, ou
assinaturas de pessoas fictícias, ou assinaturas que, por qualquer outra razão, não poderiam
obrigar as pessoas que assinaram o cheque, ou em nome das quais ele foi assinado.
Obriga-se pessoalmente quem assina cheque como mandatário ou representante, sem ter
poderes para tal, ou excedendo os que lhe foram conferidos. Pagando o cheque, tem os
mesmos direitos daquele em cujo nome assinou.
O emitente garante o pagamento, considerando-se não escrita a declaração pela qual se
exima dessa garantia.
Se o cheque, incompleto no ato da emissão, for completado com inobservância do
convencionado com a emitente, tal fato não pode ser oposto ao portador, a não ser que este
tenha adquirido a cheque de má-fé.
6.2 - CARACTERÍSTICAS
Cheque é o título de crédito emitido contra banco, ou instituição financeira que lhe seja
equiparada, contendo uma ordem de pagamento à vista.
1.Contrato
Sacador Sacado
(correntista) (Banco)
Beneficiário
(lojista)
3. Apresentação do título ao
2. Emissão
Banco para pagamento
O cheque é disciplinado pela Lei 7.357/1985, cujo artigo 32 dispõe que ele é pagável à vista,
considerando-se não escrita qualquer menção em contrário. Não se admite, como se vê, a
cláusula de pagamento a prazo, mas a sua inserção não anula o cheque, sendo, pois, reputada
não escrita, isto é, inexistente.
A propósito, o parágrafo único do citado artigo 32 preceitua que o cheque apresentado para
pagamento antes do dia indicado como data de emissão é pagável no dia da apresentação.
Art . 32 O cheque é pagável à vista. Considera-se não-estrita qualquer menção em contrário.
Parágrafo único - O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data de emissão
é pagável no dia da apresentação.
Convém ainda frisar que o cheque é emitido contra banco, ou instituição financeira que lhe
seja equiparada, sob pena de não valer como cheque (artigo 3º). O sacador é o emitente do
cheque e o sacado é o banco, sendo o beneficiário aquele em favor do qual determinada
quantia é paga.
Art . 3º O cheque é emitido contra banco, ou instituição financeira que lhe seja equiparada, sob pena
de não valer como cheque.
A falta de fundos disponíveis não prejudica a validade do título como cheque (artigo 4º).
É da competência do Conselho Monetário Nacional expedir normas relativas à matéria
bancária relacionada com o cheque (artigo 69 da Lei 7.357/1985).
Art . 69 Fica ressalvada a competência do Conselho Monetário Nacional, nos termos e nos limites da
legislação especifica, para expedir normas relativas à matéria bancária relacionada com o cheque.
Dentre essas normas, merece destaque a que transforma o cheque em título de modelo
vinculado, cujo papel fornecido pelo banco, em talão ou avulso, deve observar formato
normativo.
Mesma Praças
praça distintas
30 dias 60 dias
+
6 meses
A prescrição da pretensão executória não atinge o próprio direito material ou crédito, que
podem ser exercidos ou cobrados por outra via processual, admitida pelo ordenamento
jurídico.
Após o transcurso do prazo prescricional, o cheque não será mais considerado título
executivo; porém, como título monitório, poderá consubstanciar prova escrita para o
ajuizamento da ação monitória.
Nesse sentido, as Súmulas 503, 504 e 505 do STJ também seguiram a orientação
jurisprudencial anterior e a seguir citada, principalmente para definir o prazo quinquenal e o
termo inicial da contagem prescricional, seja o dia seguinte ao vencimento do título:
O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data de emissão é pagável
no dia da apresentação.
O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo de:
30 (trinta) dias, quando emitido no lugar onde houver de ser pago;
60 (sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País ou no exterior;
Quando o cheque é emitido entre lugares com calendários diferentes, considera-se como de
emissão o dia correspondente do calendário do lugar de pagamento.
A apresentação do cheque à câmara de compensação equivale à apresentação a
pagamento.
O emitente do cheque pagável no Brasil pode revogá-lo, mercê de contra-ordem dada por
aviso epistolar, ou por via judicial ou extrajudicial, com as razões motivadoras do ato.
Art . 35 O emitente do cheque pagável no Brasil pode revogá-lo, mercê de contra-ordem dada por aviso
epistolar, ou por via judicial ou extrajudicial, com as razões motivadoras do ato.
Parágrafo único - A revogação ou contra-ordem só produz efeito depois de expirado o prazo de
apresentação e, não sendo promovida, pode o sacado pagar o cheque até que decorra o prazo de
prescrição, nos termos do art. 59 desta Lei.
A revogação ou contra-ordem só produz efeito depois de expirado o prazo de apresentação
e, não sendo promovida, pode o sacado pagar o cheque até que decorra o prazo de
prescrição. (O famoso desacordo comercial).
A oposição do emitente indica que durante o prazo de apresentação, o emitente e o portador
legitimado podem fazer sustar o pagamento, manifestando ao sacado, por escrito, oposição
fundada em relevante razão de direito.
Art . 36 Mesmo durante o prazo de apresentação, o emitente e o portador legitimado podem fazer sustar
o pagamento, manifestando ao sacado, por escrito, oposição fundada em relevante razão de direito.
A oposição do emitente e a revogação ou contra-ordem se excluem reciprocamente.
Não cabe ao sacado julgar da relevância da razão invocada pelo oponente.
A morte do emitente ou sua incapacidade superveniente à emissão não invalidam os efeitos
do cheque.
O cheque cruzado, por sua vez, é o que contém, no anverso, dois traços paralelos, inseridos
pelo emitente ou por qualquer portador.
Art . 44 O emitente ou o portador podem cruzar o cheque, mediante a aposição de dois traços paralelos
no anverso do título.
A finalidade do cruzamento, que é evitar que o cheque seja pago diretamente no caixa da
agência bancária sem que se identifique o beneficiado, na verdade, é atingida por qualquer
cheque de valor superior a cem reais, independentemente de cruzamento, pois, a partir
desse valor, o cheque tem que ser nominativo.
Força, portanto, convir que a utilidade prática do cruzamento cinge-se aos cheques ao
portador, que, no Brasil, não pode ter valor superior a cem reais. Uma vez cruzado, veda-se
o saque direto no caixa, exigindo-se, pois, o depósito do cheque, realizando-se, destarte, a
identificação do beneficiado.
O cruzamento é em branco se entre os dois traços não houver nenhuma indicação do nome
do banco ou, então, existir apenas a indicação “banco”, ou outra equivalente.
§ 1º O cruzamento é geral se entre os dois traços não houver nenhuma indicação ou existir apenas a
indicação ‘’banco’’, ou outra equivalente. O cruzamento é especial se entre os dois traços existir a
indicação do nome do banco.
O cheque com cruzamento geral pode ser pago pelo banco sacado a outro banco, ou a
cliente do sacado, mediante crédito em conta.
O cruzamento é especial ou em preto se entre os dois traços existir a indicação do nome do
banco. O cheque com cruzamento especial só pode ser pago pelo sacado ao banco indicado
ou, se este for o sacado, a cliente seu, mediante crédito em conta. Se o credor não tiver conta
no banco indicado, ficará impedido de depositar o cheque, restando-lhe, no entanto, a opção
de endossar o cheque.
Art . 45 O cheque com cruzamento geral só pode ser pago pelo sacado a banco ou a cliente do sacado,
mediante crédito em conta. O cheque com cruzamento especial só pode ser pago pelo sacado ao banco
indicado, ou, se este for o sacado, a cliente seu, mediante crédito em conta. Pode, entretanto, o banco
designado incumbir outro da cobrança.
A Lei 7.357/1985, em seu artigo 46, define cheque para ser levado em conta como aquele
que possui cláusula proibindo o seu pagamento em dinheiro.
Art . 46 O emitente ou o portador podem proibir que o cheque seja pago em dinheiro mediante a
inscrição transversal, no anverso do título, da cláusula ‘’para ser creditado em conta’’, ou outra
equivalente. Nesse caso, o sacado só pode proceder a Iançamento contábil (crédito em conta,
transferência ou compensação), que vale como pagamento. O depósito do cheque em conta de seu
beneficiário dispensa o respectivo endosso.
Essa cláusula, que pode ser inserida pelo emitente ou por qualquer portador, é revelada pela
expressão “para ser creditado em conta”, ou outra equivalente, escrita de forma transversal
no anverso do título.
Nesse caso, o pagamento pelo sacado é feito por lançamento contábil, após o depósito do
cheque, consistente em crédito em conta do depositante ou transferência para outra conta,
a pedido do depositante, ou, ainda, por compensação, caso o depositante esteja em débito
com o banco no qual o cheque fora depositado.
Aludida cláusula é irretratável, reputando-se não escrita a sua eventual inutilização. O
depósito do cheque em conta de seu beneficiário dispensa o respectivo endosso.
Conquanto seja comum, se inserido nesse cheque o número da conta na qual se deve fazer
o depósito – exigência que não consta na lei –, basta a expressão “para ser creditado em
conta”; caso figure o número da conta, o cheque só poderá ser depositado nessa conta.
Expirado esse prazo, sem que o cheque tenha sido apresentado, o banco sacado procede ao
cancelamento do visamento, creditando na conta do emitente a quantia reservada.
Sobredito cancelamento, ainda que não vencido o prazo de apresentação, pode ser também
providenciado pelo sacado, se o cheque lhe for entregue para inutilização.
O cheque visado é, na prática, dinheiro na mão, pois o banco é responsável pelo pagamento,
se o visou irregularmente ou então se não reservou numerário suficiente para o pagamento,
tendo, em tal situação, direito de regresso contra o emitente.
O cheque administrativo, por sua vez, é o emitido pelo banco contra o próprio banco
sacador. É também chamado de cheque bancário, ou cheque caixa, ou, ainda, cheque de
tesouraria.
Nesse cheque, o emitente é o próprio banco, figurando como sacado uma de suas agências
bancárias. Referido cheque é previsto no artigo 9º, III, da Lei 7.357/1985, não podendo ser
ao portador. A exigência de que seja nominativo não implica, porém, em proibição do
endosso. Ex.: traveller check.
Art . 9º O cheque pode ser emitido:
I - à ordem do próprio sacador;
II - por conta de terceiro;
Ill - contra o próprio banco sacador, desde que não ao portador.
Espécies de cheque
A cobrança de um cheque sem fundos, pela lei, pressupõe o protesto do cheque dentro do
prazo de apresentação, sob pena de o credor perder seu direito de crédito contra os
endossantes e os avalistas.
A falta de pagamento do cheque pode ser comprovada de três formas:
a) protesto;
b) declaração do sacado, escrita e datada sobre o cheque, com indicação do dia da
apresentação, constando a insuficiência de fundos;
c) declaração escrita e datada por câmara de compensação, com menção da
insuficiência de fundos.
Comprovação da falta de
pagamento do cheque
Essas duas declarações acima dispensam o protesto, pois produzem os efeitos deste. A falta
de protesto e das declarações supramencionadas gera a perda do direito de execução
contra os endossantes e seus avalistas (inciso II do artigo 47).
47, II - contra os endossantes e seus avalistas, se o cheque apresentado em tempo hábil e a recusa de
pagamento é comprovada pelo protesto ou por declaração do sacado, escrita e datada sobre o cheque,
com indicação do dia de apresentação, ou, ainda, por declaração escrita e datada por câmara de
compensação.
O protesto ou as declarações acima, porém, são dispensáveis para a execução nas seguintes
hipóteses:
a) execução contra o emitente e seu avalista (inciso I do artigo 47): “Art . 47 Pode
o portador promover a execução do cheque: I - contra o emitente e seu
avalista.”
b) cláusula “sem despesa”, “sem protesto”, ou outra equivalente. Se esta
cláusula é lançada pelo emitente, protesto ou declaração equivalente se tornam
facultativos para todos os obrigados. Se lançada por endossante ou por avalista,
produz efeito de dispensar o protesto ou declaração equivalente, somente em
relação ao que lançar. Aludida cláusula, contudo, não dispensa o portador da
apresentação do cheque no prazo estabelecido;
c) intervenção, liquidação extrajudicial ou falência do sacado (§ 4º do artigo 47).
Se um desses fatos obstou a apresentação ou o pagamento do cheque, a execução
independe de protesto e das declarações de insuficiência de fundos: “§ 4º A
execução independe do protesto e das declarações previstas neste artigo, se a
apresentação ou o pagamento do cheque são obstados pelo fato de o sacado ter
sido submetido a intervenção, liquidação extrajudicial ou falência.”
O portador, nos quatro dias úteis seguintes ao protesto ou às declarações supra, deve dar
aviso da falta de pagamento ao seu endossante e ao emitente.
O aviso pode ser dado por qualquer forma, até pela simples devolução do cheque. Não
decai do direito de regresso o que deixa de dar o aviso no prazo estabelecido. Responde,
porém, pelo dano causado por sua negligência, sem que a indenização exceda o valor do
cheque.
Prescreve em seis meses, contados da expiração do prazo de apresentação, a ação de
execução contra o emitente, endossantes e avalistas (artigo 59 da Lei 7.357/1985):
Art . 59 Prescrevem em 6 (seis) meses, contados da expiração do prazo de apresentação, a ação que o
artigo 47 desta Lei assegura ao portador.
Parágrafo único - A ação de regresso de um obrigado ao pagamento do cheque contra outro prescreve
em 6 (seis) meses, contados do dia em que o obrigado pagou o cheque ou do dia em que foi demandado.
Portanto, o prazo de seis meses não se conta da data da efetiva apresentação do cheque ao
sacado, e sim da expiração do prazo legal para a sua apresentação.
Se, por exemplo, o cheque da mesma praça é emitido no dia 4 de fevereiro, o termo inicial
da prescrição será o término do prazo de apresentação, que é de 30 dias, não se confundindo
com o prazo de um mês.
Logo, no exemplo, o termo inicial da prescrição será o dia 6 de março ou, se o ano for
bissexto, o dia 5 de março, podendo a execução ser ajuizada até o dia 6 ou 5 de setembro do
mesmo ano, respectivamente. Uma vez prescrita a execução, cabe, no prazo de até cinco
anos seguintes ao término do prazo prescricional, ação monitória.
Súmula 600 do STF: Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não apresentado
o cheque ao sacado no prazo legal, desde que não prescrita a ação cambiária.
Para todos os efeitos, emissão de cheque sem fundos é crime previsto no artigo 171, § 2º,
VI, do Código Penal.
Não é considerada crime a emissão de cheque pós-datado sem fundos. Para que se
caracterize o crime, é necessário que tenha havido dolo.
No que se refere à conta conjunta, a responsabilidade dos titulares da conta não é solidária
quanto à emissão do cheque. É solidária apenas no que se refere ao contrato de abertura de
crédito com o banco.
A ação contra um dos obrigados não impede sejam os outros demandados, mesmo que se
tenham obrigado posteriormente àquele.
Regem-se pelas normas das obrigações solidárias as relações entre obrigados do mesmo
grau.
O obrigado contra o qual se promova execução, ou que a esta esteja sujeito, pode exigir,
contra pagamento, a entrega do cheque, com o instrumento de protesto ou da declaração
equivalente e a conta de juros e despesas quitada. O endossante que pagou o cheque pode
cancelar seu endosso e os dos endossantes posteriores.
Quando disposição legal ou caso de força maior impedir a apresentação do cheque, o
protesto ou a declaração equivalente nos prazos estabelecidos, consideram-se estes
prorrogados.
O portador é obrigado a dar aviso imediato da ocorrência de força maior a seu endossante e
a fazer menção do aviso dado mediante declaração datada e assinada por ele no cheque ou
folha de alongamento. São aplicáveis, quanto ao mais, as disposições do artigo 49 e seus
parágrafos desta Lei.
Cessado o impedimento, deve o portador, imediatamente, apresentar o cheque para
pagamento e, se couber, promover o protesto ou a declaração equivalente.
Se o impedimento durar por mais de 15 (quinze) dias, contados do dia em que o portador,
mesmo antes de findo o prazo de apresentação, comunicou a ocorrência de força maior a
7- DUPLICATA
7.1- CARACTERÍSTICAS
A duplicata é um título de crédito emitido para representar uma compra e venda mercantil
ou uma prestação de serviços.
Ambas as transações mercantis são regidas pela Lei 5.474/1968 e têm regime jurídico quase
idêntico, apresentando a praticidade de o sacado se vincular, ainda que não tenha assinado
o título, diferentemente do que ocorre com a letra de câmbio.
De fato, na duplicata o aceite é obrigatório, dispensando a assinatura do devedor, ao passo
que, em uma letra de câmbio, o aceite é facultativo.
A duplicata pode ser garantida por outra pessoa por meio do aval. O avalista terá a mesma
responsabilidade da pessoa avalizada por ele.
Se não tiver a indicação de quem é o avalizado, será considerado o nome da pessoa abaixo
da assinatura do avalista. Fora isso o aval pode ser dado para garantir o comprador ou seja o
sacado da duplicata.
A Lei 5.474/1968, em seu artigo 1º, estabelece que todo empresário que realiza uma venda,
com prazo não inferior a 30 dias, deverá extrair uma fatura e apresentá-la ao devedor. A
fatura é um documento emitido pelo vendedor, relacionando as mercadorias vendidas,
discriminando-as, indicando sua quantidade e o respectivo valor.
Art . 1º Em todo o contrato de compra e venda mercantil entre partes domiciliadas no território
brasileiro, com prazo não inferior a 30 (trinta) dias, contado da data da entrega ou despacho das
mercadorias, o vendedor extrairá a respectiva fatura para apresentação ao comprador.
São duas as espécies de duplicata, também conhecidas como o princípio do direito brasileiro, a
saber:
a) duplicata mercantil ou duplicata de fatura ou conta assinada;
b) duplicata de prestação de serviços.
A duplicata pode, então, ser definida como uma ordem de pagamento emitida pelo
empresário com o escopo de documentar o crédito oriundo de uma operação de compra e
venda mercantil ou prestação de serviços.
Os requisitos da duplicata são encontrados no artigo 2º, § 1º, da Lei 5.474/1968. A duplicata
é título de crédito de aceite obrigatório, o que significa que o comprador da mercadoria –
sacado – não poderá deixar de aceitar o título.
Art . 2º No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para circulação como
efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito para documentar o
saque do vendedor pela importância faturada ao comprador.
§ 1º A duplicata conterá:
I - a denominação "duplicata", a data de sua emissão e o número de ordem;
II - o número da fatura;
III - a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista;
IV - o nome e domicílio do vendedor e do comprador;
V - a importância a pagar, em algarismos e por extenso;
VI - a praça de pagamento;
VII - a cláusula à ordem;
VIII - a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo
comprador, como aceite, cambial;
IX - a assinatura do emitente.
Fora dessas hipóteses, a eventual recusa do aceite será inócua, pois a simples emissão da
duplicata, acompanhada do comprovante da entrega da mercadoria, é suficiente para
vincular o comprador ao pagamento, presumindo-se o aceite, dispensando-se a sua
assinatura.
Vê-se, assim, que a emissão da duplicata é facultativa, mesmo quando a fatura for
obrigatória. Conquanto facultativa, a duplicata, em relação ao vendedor, é insubstituível, pois
ele não pode emitir outro título de crédito.
O protesto deverá ser efetuado nos 30 dias seguintes ao vencimento da duplicata, sob pena
de o credor perder seu direito de crédito contra os endossantes e seus avalistas, mantendo-
se, porém, em relação ao sacado e seu avalista.
A duplicata de prestação de serviço é a emitida pelo empresário individual ou sociedade
empresária, ou, ainda, por fundações e sociedade civis que se dediquem à prestação de
serviços.
Baseia-se numa fatura que deverá discriminar a natureza dos serviços prestados e a soma a
pagar em dinheiro, correspondente ao preço dos serviços prestados. É, ainda, obrigatória,
para emitir essa duplicata, a sua escrituração em livro de registro de duplicata.
Referida duplicata está sujeita ao mesmo regime jurídico da duplicata mercantil, a única
diferença é que o protesto por indicações, para ser tirado, depende da apresentação do
instrumento contratual e da efetiva comprovação da prestação dos serviços (§ 3º do artigo
2º da Lei 5.474/1968.
§ 3º Nos casos de venda para pagamento em parcelas, poderá ser emitida duplicata única, em que se
discriminarão tôdas as prestações e seus vencimentos, ou série de duplicatas, uma para cada prestação
distinguindo-se a numeração a que se refere o item I do § 1º dêste artigo, pelo acréscimo de letra do
alfabeto, em seqüência.
Aliás, admite-se o aceite por presunção, pois o sacado só poderá deixar de aceitar a duplicata
nos seguintes casos, previstos no artigo 21 da Lei 5.474/1968:
I – não correspondência com os serviços efetivamente contratados;
II – vícios na qualidade dos serviços prestados, devidamente comprovados;
III – divergência nos prazos ou nos preços ajustados.
Fora dessas hipóteses, o sacado é devedor e poderá ser executado, ainda que não tenha
assinado o título.
8- CÉDULAS DE CRÉDITO
8.1-CONCEITO
Cédulas de crédito são títulos de créditos causais que representam promessa de pagamento
obtida por meio de operações de financiamento, ou seja, as cédulas têm por objeto
empréstimo fornecido por instituição financeira, ou a ela equiparada, e destina-se ao
estímulo de atividades de certas áreas econômicas especificadas em lei.
As cédulas de crédito permeiam relações jurídicas específicas, de maneira que surgem por
meio de uma operação financeira, tendo como credor obrigatório uma instituição financeira
ou a ela equiparada, e em razão de circunstâncias legais, não sendo possível aplicar tal
financiamento em finalidade diversa da prevista na legislação.
Cédula de Crédito
• Financeira •Rural
• Equiparada •Industrial
• Financiamento •Comercial
• Empréstimo •Exportação
•Imobiliário
•Bancário
Instituição Áreas
8.2- CLASSIFICAÇÃO
A finalidade das cédulas de crédito é estimular a produção em áreas específicas, sendo estas
classificadas nas seguintes categorias:
Cédula hipotecária
Quanto à espécie de
Cédula pignoratícia
garantia
Classificação das
cédulas de crédito
Cédula fiduciária
Cédula pignoratícia
e hipotecária
a) Cédulas de crédito comercial: são títulos causais emitidos pelos armazéns-gerais quando
do depósito de mercadorias. Destacam-se o conhecimento de depósito, que representa o
depósito da mercadoria, e o warrant, que é a promessa de pagamento cuja garantia é a
mercadoria depositada.
b) Cédulas de crédito industrial: são títulos causais, que representam promessa de
pagamento, obtidos por meio de financiamento requerido por empresas no mercado
financeiro com finalidade industrial. São disciplinadas pelo Decreto-Lei nº. 413/1969.
c) Cédulas de crédito à exportação: são títulos causais, que representam promessa de
pagamento, obtidos por meio de financiamento destinado à exportação ou à produção de
bens para exportação. São disciplinadas pela Lei nº. 6.313/1975.
d) Cédulas de crédito rural: são títulos causais, que constituem promessa de pagamento ou
entrega de coisa certa, obtidos por meio de financiamento requerido por cooperativa,
empresa ou produtor rural. São disciplinadas pelo Decreto-Lei nº. 167/1967. Destaca-se a
cédula de produto rural.
e) Cédulas de crédito imobiliário: são títulos causais, que constituem promessa de
pagamento, destinados à execução de empreendimentos imobiliários. Destaca-se a cédula
hipotecária.
f) Cédulas de crédito bancário: são títulos causais, que constituem promessa de pagamento,
obtidos por meio de financiamento destinado ao desenvolvimento de qualquer atividade.
Destacam-se as cédulas de crédito bancário.
Comercial
Industrial
Quanto às áreas
Exportação
específicas
Classificação das cédulas de crédito
Rural
Imobiliária
Bancária
8.3- REQUISITOS
8.3.1 Denominação
O nome do credor deve constar necessariamente na cédula de crédito, podendo ser emitida
de forma à ordem ou nominativa, pois as operações de financiamento são registradas na
instituição financeira.
A cédula de crédito deve trazer em seu corpo a indicação da finalidade a que se destina o
financiamento concedido pela instituição financeira e sua forma de uso. No caso de
pluralidade de beneficiários, o uso do crédito pode ser feito por qualquer deles, persistindo
a reponsabilidade solidária dos outros emitentes.
Facultativamente, pode-se vincular ao título um orçamento assinado pelo credor e devedor
no qual conste o emprego adequado do valor financiado e eventuais alterações
convencionadas em razão deste.
A garantia real será necessária às cédulas de crédito, quais sejam, hipoteca, penhor e
alienação fiduciária.
Na hipoteca deve ser mencionada a situação do imóvel, assim como suas dimensões,
confrontações, benfeitorias, data da aquisição do imóvel e anotações do registro imobiliário.
Essa pormenorização poderá ser substituída pela juntada do título de propriedade à cédula,
na qual se fará essa menção.
A praça de pagamento deve vir especificada no título, de modo que define, além do lugar
onde a obrigação deve ser cumprida, o foro competente para dirimir eventuais demandas
que se originem em razão da cédula de crédito.
8.3.11 Registro
O registro será feito em livro próprio desta natureza existente nos cartórios. Antes da
inscrição a cédula obriga apenas os signatários. Após, o registro é oponível contra terceiros.
Será oferecida cópia idêntica ao original do título, junto da apresentação deste, que será
conferida pelo cartório e autenticada pelo tabelião.
A averbação do cancelamento da inscrição se dará mediante ordem judicial ou prova de
quitação, fazendo constar, no primeiro caso, a data do mandato, o juízo de que procede, o
nome do juiz etc., e, no segundo caso, o nome de quem pagou, quem recebeu e a data do
pagamento. Uma das vias, da ordem judicial ou quitação, será arquivada em cartório.
Valor do Praça de
Denominação
crédito pagamento
Forma de Indicação do
pagamento credor
Definição da Encargos
garantia real financeiros
==119ab8==
8.4-TRANSFERÊNCIA
A cédula de crédito pode ser transferida por endosso em preto que será lançado no presente
título na via do credor, podendo, ainda, o endossatário se valer dos direitos oferecidos pela
cédula, inclusive cobrar os juros e demais encargos estabelecidos na cártula, dentro dos
limites legais.
O endosso deverá indicar o valor do crédito transferido, sob hipótese de se considerar o valor
indicado no título, acrescido de acessórios. O endossante é responsável solidário pelo
pagamento da cédula, ou seja, poderá ser chamado pelo endossatário, sendo desnecessário
o protesto para garantir o direito de regresso contra endossantes e avalistas.
A cédula de crédito pode, ainda, ser transferida por meio da cessão de crédito, podendo
inclusive o titular promover execução do título, se transferido por ato entre vivos.
Transferência da
cédula de crédito
Possível execução do
Lançado na via do Deve indicar o valor
título, por ato entre
credor transferido
vivos
8.5-CARACTERÍTICAS
Por expressa previsão legal, as cédulas de crédito são títulos líquidos, certos e exigíveis. Os
são tanto pelo valor delas constante como pelo eventual saldo devedor, acrescidos de seus
acessórios.
A cédula de crédito torna-se exigível na data do vencimento, que pode se dar em parcela
única ou em várias parcelas. Até o vencimento da única parcela, ou de cada uma delas, a
possibilidade de execução fica suspensa.
Note-se que, além do inadimplemento de qualquer parcela, a exigibilidade vem à tona com
o descumprimento de qualquer obrigação acordada no corpo do título ou em seus anexos, é
o que se denomina vencimento antecipado da dívida, por se tratar de relação jurídica
segundo a lei.
Ainda trata do assunto o artigo 1.425 do Código Civil, que diz que a dívida considera-se
vencida quando:
a) deteriorando-se, ou depreciando-se o bem dado em segurança, desfalcar a garantia, e o devedor,
intimado, não a reforçar ou substituir;
b) o devedor cair em insolvência ou falir;
c) as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez que desse modo se achar estipulado o
pagamento. Nesse caso, o recebimento posterior da prestação atrasada importa renúncia do credor ao
seu direito de execução imediata;
d) perecer o bem dado em garantia, e não for substituído;
e) se desapropriar o bem dado em garantia, hipótese na qual se depositará a parte do preço que for
necessária para o pagamento integral do credor.
• Disposição legal
Liquidez • Determinado ou
determinável
• Disposição legal
Certeza
Certeza
• Documento
comprobatório
• Disposição legal
Exigibilidade
• Vencimento
Os títulos serão extraídos de um livro de talão, que conterá todas as declarações exigidas e o
número de ordem correspondente.
No verso do respectivo talão, o depositante, ou terceiro por este autorizado, passará o
recibo dos títulos e as ocorrências que se derem com os títulos dele extraídos, como, por
exemplo, substituição, restituição, perda, roubo.
Os armazéns gerais são responsáveis para com terceiros pelas irregularidades e inexatidões
encontradas nos títulos que emitirem relativamente a quantidade, natureza e peso da
mercadoria.
O “conhecimento de depósito” e o “warrant” podem ser penhorados, arrestados por dívidas
do portador e transferidos, unidos ou separados, por endosso, e, se for em branco, o portador
do título terá direitos de cessionário.
O primeiro endosso do “warrant” declarará a importância do crédito garantido pelo penhor
da mercadoria, a taxa de juros e a data do vencimento, as quais serão transcritas no
“conhecimento de depósito” com assinatura do(s) endossatário(s) do título.
A mercadoria depositada será retirada do armazém geral contra a entrega do conhecimento
de depósito ou do “warrant” correspondente, liberta pelo pagamento principal e juros da
dívida, se foi negociado.
O portador do “conhecimento de depósito” poderá retirar a mercadoria antes do
vencimento da dívida constante do “warrant”, consignando o armazém geral o principal e os
juros até o vencimento e pagando os impostos fiscais, armazenagens vencidas e mais
despesas.
Se o “warrant” não for apresentado ao armazém geral até oito dias depois do vencimento da
dívida, a quantia consignada será levada a depósito judicial por conta de quem pertencer. A
perda, o roubo, o extravio do “warrant” não prejudicarão o exercício do direito do portador
do conhecimento de depósito.
O portador do “warrant”, que no dia do vencimento não for pago, e que não achar
consignada no armazém geral a importância de seu crédito e juros, deverá interpor o
respectivo protesto nos prazos e pela forma aplicáveis ao protesto das letras de câmbio no
caso de não pagamento.
O oficial dos protestos entregará ao protestante o respectivo instrumento, dentro do prazo
de três dias, sob pena de responsabilidade e de satisfazer perdas e danos.
O portador do warrant venderá em leilão, por intermédio do corretor ou leiloeiro que
escolher, as mercadorias especificadas no título, independentes de formalidades judiciais.
O corretor ou leiloeiro, encarregado da venda depois de avisar o administrador do armazém
geral, ou o chefe da competente repartição federal, anunciará pela imprensa o leilão, com
antecedência de quatro dias, especificando as mercadorias conforme as declarações do
warrant e declarando o dia e a hora da venda, as condições desta e o lugar onde podem ser
examinadas aquelas mercadorias.
A cédula de crédito imobiliário poderá ser emitida com ou sem garantia, real ou fidejussória
(aval), sob a forma escritural ou cartular.
A emissão da cédula de crédito imobiliário sob a forma escritural far-se-á mediante escritura
pública ou instrumento particular, devendo esse instrumento permanecer custodiado em
instituição financeira e registrado em sistemas de registro e liquidação financeira de títulos
privados autorizados pelo Banco Central do Brasil.
Sendo o crédito imobiliário garantido por direito real, a emissão da cédula de crédito
imobiliário será averbada no Registro de Imóveis da situação do imóvel, na respectiva
matrícula, devendo dela constar, exclusivamente, o número, a série e a instituição
custodiante.
permitida em moeda estrangeira, desde que a obrigação esteja sujeita exclusivamente à lei
e ao foro brasileiro.
A cédula de crédito bancário deve apresentar os requisitos essenciais: a denominação
específica; a promessa do emitente de pagar a dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível no
seu vencimento ou, no caso de dívida oriunda de contrato de abertura de crédito bancário, a
promessa do emitente de pagar a dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível,
correspondente ao crédito utilizado; a data e o lugar do pagamento da dívida e, no caso de
pagamento parcelado, as datas e os valores de cada prestação, ou os critérios para essa
determinação; o nome da instituição credora, podendo conter cláusula à ordem; a data e o
lugar de sua emissão; a assinatura do emitente e, se for o caso, do terceiro garantidor da
obrigação, ou de seus respectivos mandatários.
12 – DESTAQUES DA LEGISLAÇÃO
Neste ponto da aula, citamos, para fins de revisão, os principais dispositivos de lei que
podem fazer a diferença na hora da prova. Lembre-se de revisá-los!
CAPÍTULO II
Do Título ao Portador
Artigo 904. A transferência de título ao portador se faz por simples tradição.
Artigo 905. O possuidor de título ao portador tem direito à prestação nele indicada, mediante a sua
simples apresentação ao devedor.
Parágrafo único. A prestação é devida ainda que o título tenha entrado em circulação contra a vontade
do emitente.
Artigo 906. O devedor só poderá opor ao portador exceção fundada em direito pessoal, ou em nulidade
de sua obrigação.
CAPÍTULO III
Do Título À Ordem
Artigo 910. O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou anverso do próprio título.
§ 1 o Pode o endossante designar o endossatário, e para validade do endosso, dado no verso do título, é
suficiente a simples assinatura do endossante.
§ 2 o A transferência por endosso completa-se com a tradição do título.
§ 3 o Considera-se não escrito o endosso cancelado, total ou parcialmente.
Artigo 912. Considera-se não escrita no endosso qualquer condição a que o subordine o endossante.
Parágrafo único. É nulo o endosso parcial.
Artigo 913. O endossatário de endosso em branco pode mudá-lo para endosso em preto, completando-
o com o seu nome ou de terceiro; pode endossar novamente o título, em branco ou em preto; ou pode
transferi-lo sem novo endosso.
Artigo 914. Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso, não responde o
endossante pelo cumprimento da prestação constante do título.
§ 1 o Assumindo responsabilidade pelo pagamento, o endossante se torna devedor solidário.
§ 2 o Pagando o título, tem o endossante ação de regresso contra os coobrigados anteriores.
Artigo 915. O devedor, além das exceções fundadas nas relações pessoais que tiver com o portador, só
poderá opor a este as exceções relativas à forma do título e ao seu conteúdo literal, à falsidade da própria
assinatura, a defeito de capacidade ou de representação no momento da subscrição, e à falta de
requisito necessário ao exercício da ação.
Artigo 916. As exceções, fundadas em relação do devedor com os portadores precedentes, somente
poderão ser por ele opostas ao portador, se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé.
Artigo 917. A cláusula constitutiva de mandato, lançada no endosso, confere ao endossatário o exercício
dos direitos inerentes ao título, salvo restrição expressamente estatuída.
§ 1 o O endossatário de endosso-mandato só pode endossar novamente o título na qualidade de
procurador, com os mesmos poderes que recebeu.
Artigo 918. A cláusula constitutiva de penhor, lançada no endosso, confere ao endossatário o exercício
dos direitos inerentes ao título.
§ 1 o O endossatário de endosso-penhor só pode endossar novamente o título na qualidade de
procurador.
Artigo 919. A aquisição de título à ordem, por meio diverso do endosso, tem efeito de cessão civil.
Artigo 920. O endosso posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anterior.
5.4. Títulos de Crédito no Código Civil – Do Nominativo
CAPÍTULO IV
Do Título Nominativo
Artigo 921. É título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo nome conste no registro do emitente.
Artigo 922. Transfere-se o título nominativo mediante termo, em registro do emitente, assinado pelo
proprietário e pelo adquirente.
Artigo 923. O título nominativo também pode ser transferido por endosso que contenha o nome do
endossatário.
Artigo 897. O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada,
pode ser garantido por aval.
Parágrafo único. É vedado o aval parcial.
Artigo 898. O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título.
§ 1 o Para a validade do aval, dado no anverso do título, é suficiente a simples assinatura do avalista.
§ 2 o Considera-se não escrito o aval cancelado.
Artigo 899. O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de indicação, ao emitente ou
devedor final.
§ 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu avalizado e demais coobrigados
anteriores.
Artigo 900. O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente dado.
TÍTULO X
Das Preferências e Privilégios Creditórios
Artigo 955. Procede-se à declaração de insolvência toda vez que as dívidas excedam à importância dos
bens do devedor.
Artigo 957. Não havendo título legal à preferência, terão os credores igual direito sobre os bens do
devedor comum.
Artigo 958. Os títulos legais de preferência são os privilégios e os direitos reais.
Artigo 961. O crédito real prefere ao pessoal de qualquer espécie; o crédito pessoal privilegiado, ao
simples; e o privilégio especial, ao geral.
Artigo 962. Quando concorrerem aos mesmos bens, e por título igual, dois ou mais credores da mesma
classe especialmente privilegiados, haverá entre eles rateio proporcional ao valor dos respectivos
créditos, se o produto não bastar para o pagamento integral de todos.
Artigo 963. O privilégio especial só compreende os bens sujeitos, por expressa disposição de lei, ao
pagamento do crédito que ele favorece; e o geral, todos os bens não sujeitos a crédito real nem a
privilégio especial.
Artigo 964. Têm privilégio especial:
I - sobre a coisa arrecadada e liquidada, o credor de custas e despesas judiciais feitas com a arrecadação
e liquidação;
II - sobre a coisa salvada, o credor por despesas de salvamento;
III - sobre a coisa beneficiada, o credor por benfeitorias necessárias ou úteis;
IV - sobre os prédios rústicos ou urbanos, fábricas, oficinas, ou quaisquer outras construções, o credor de
materiais, dinheiro, ou serviços para a sua edificação, reconstrução, ou melhoramento;
V - sobre os frutos agrícolas, o credor por sementes, instrumentos e serviços à cultura, ou à colheita;
VI - sobre as alfaias e utensílios de uso doméstico, nos prédios rústicos ou urbanos, o credor de aluguéis,
quanto às prestações do ano corrente e do anterior;
VII - sobre os exemplares da obra existente na massa do editor, o autor dela, ou seus legítimos
representantes, pelo crédito fundado contra aquele no contrato da edição;
VIII - sobre o produto da colheita, para a qual houver concorrido com o seu trabalho, e precipuamente a
quaisquer outros créditos, ainda que reais, o trabalhador agrícola, quanto à dívida dos seus salários.
IX - sobre os produtos do abate, o credor por animais.
Artigo 965. Goza de privilégio geral, na ordem seguinte, sobre os bens do devedor:
I - o crédito por despesa de seu funeral, feito segundo a condição do morto e o costume do lugar;
II - o crédito por custas judiciais, ou por despesas com a arrecadação e liquidação da massa;
III - o crédito por despesas com o luto do cônjuge sobrevivo e dos filhos do devedor falecido, se foram
moderadas;
IV - o crédito por despesas com a doença de que faleceu o devedor, no semestre anterior à sua morte;
V - o crédito pelos gastos necessários à mantença do devedor falecido e sua família, no trimestre anterior
ao falecimento;
VI - o crédito pelos impostos devidos à Fazenda Pública, no ano corrente e no anterior;
VII - o crédito pelos salários dos empregados do serviço doméstico do devedor, nos seus derradeiros seis
meses de vida;
VIII - os demais créditos de privilégio geral.
13- RESUMO
Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo
dos principais aspectos estudados ao longo da aula.
Sugerimos que esse resumo seja estudado sempre
previamente ao início da aula seguinte, como forma de
“refrescar” a memória. Além disso, segundo a organização de estudos de vocês, a cada ciclo
de estudos é fundamental retomar esses resumos.
Cartularidade
Não pode ser verbal, deve existir o documento, o título propriamente dito.
Literalidade
Só terá validade para o mundo jurídico aquilo que está escrito no título.
Autonomia
Abstração – a obrigação constante no título se desvincula do negócio que lhe deu origem.
Não oposição das exceções a terceiros de boa-fé a invalidade de uma relação não prejudica
as demais.
Abstração
O princípio da abstração consagra a irrelevância da causa que deu origem ao título, em
relação ao terceiro de boa-fé para o qual este fora transferido.
Independência
As diversas relações existentes no título são independentes e o vício em uma delas, não
descaracteriza as demais.
Nominativos: Emitidos em favor de alguém que tenha o nome registrado pelo emitente.
Letra de câmbio
Título abstrato, documento formal decorrente da relação de crédito entre duas ou mais
pessoas.
Aceite
Ato de concordar com o cumprimento da obrigação, realizado pelo sacado.
Endosso
Ato cambiário em que se opera a transferência do crédito representado por um título “à
ordem”.
Aval
Ato cambiário pelo qual uma pessoa garante o pagamento de um título em favor de um dos
devedores.
Vencimento
A certo termo da vista
O vencimento ocorre após o transcurso de um lapso temporal iniciado na data do aceite.
A certo Termo da data
O vencimento ocorre após o transcurso de um lapso temporal iniciado na data do saque.
A data certa
O vencimento ocorre em dia predeterminado pelas partes.
Protesto
Ato notarial que documenta, no próprio título, a ocorrência de fato que tem relevância para
a relação cambial.
Nota Promissória
Promessa de pagamento que uma pessoa faz a outra envolve três pessoas: sacador, sacado
e tomador.
Partes Intervenientes
A nota promissória possui apenas duas partes: o sacador ou promitente e o beneficiário.
Atos Cambiários
A legislação sobre os atos cambiários presentes na convenção de Genebra se aplica à letra de
câmbio e também à nota promissória.
A Nota Promissória na Jurisprudência
A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em
vista de sua iliquidez.
13.5 - CHEQUE
Cheque é o título de crédito emitido contra banco ou instituição financeira que lhe seja
equiparada, contendo uma ordem de pagamento à vista.
Prazo de apresentação
O prazo de apresentação do cheque é de 30 dias, tratando-se de cheque da mesma praça, e
de 60 dias, tratando-se de cheques de praças diferentes.
Termo inicial
O termo inicial para a contagem do prazo de prescrição do cheque é a expiração do prazo de
apresentação, 30 ou 60 dias, e será de seis meses.
Cheque cruzado
É o que contém, no anverso, dois traços paralelos, inseridos pelo emitente ou por qualquer
portador. A finalidade do cruzamento é evitar que o cheque seja pago diretamente no caixa
da agência bancária sem que se identifique o beneficiado.
Cheque para ser levado em conta
É aquele que contém a cláusula proibindo o seu pagamento em dinheiro, sendo que tal
cláusula pode ser inserida pelo emitente ou por qualquer portador e é revelada pela
expressão “para ser creditado em conta”, ou outra equivalente, escrita de forma transversal
no anverso do título.
Cheque visado
É aquele que contém, no verso, um visto e assinatura do sacado, representando a
confirmação da existência de fundos. Embora o cheque não admita aceite, tendo em vista
que é ordem de pagamento à vista, considerando-se não escrita qualquer declaração com
esse sentido, a lei do cheque prevê o cheque visado.
Cheque administrativo
O banco se posiciona como sacador e sacado simultaneamente.
Protesto
O protesto serve como meio de coagir a cobrança de uma cambial, na forma de uma execução
forçada.
Ação cambial
A ação cambiária trata-se de uma ação executiva típica, com o escopo de forçar o
cumprimento de uma obrigação cambiária.
Ação monitória
É a forma mais célere para cobrar dívida proveniente de cheque prescrito
Espécies
A duplicata pode ser emitida na modalidade compra e venda, prestação de serviços ou
serviços mercantis.
Sacador
O sacador representa aquele que vende mercadoria ou presta determinado serviço na seara
empresarial. Tem o dever de emitir a nota fiscal e a duplicata na entrega da mercadoria ou
serviço.
Sacado
Aquele que adquire a mercadoria ou serviço e que, no recebimento, deve oferecer o seu
aceite, referendando a transação.
Fatura
Documento que representa a transação, no que a duplicata se baseia para que seja emitida.
Triplicata
Segunda via da duplicata.
Aceite ordinário
Simples assinatura do sacado no título.
Aceite presumido
Situação em que o sacado não assina o título ou o retém em seu poder. O comprovante de
entrega de mercadorias assinado faz presumir o aceite, que é obrigatório.
Protesto por falta de aceite ou falta de devolução
Se dá em vista do sacado não ter aceitado o título, ainda que tenha recebido a mercadoria
ou serviço.
Prazo para protesto
30 dias.
Conceito
Cédulas de crédito são títulos de créditos causais que representam promessa de pagamento
obtida por meio de operações de financiamento, ou seja, têm por objeto empréstimo
fornecido por instituição financeira, ou a ela equiparada, e destina-se ao estímulo de
atividades de certas áreas econômicas especificadas em lei.
Cédulas de crédito comercial
Cédulas de crédito comercial são títulos causais emitidos pelos armazéns-gerais quando do
depósito de mercadorias. Destacam-se o conhecimento de depósito, que representa o
depósito da mercadoria, e o warrant, que é a promessa de pagamento cuja garantia é a
mercadoria depositada.
Cédulas de crédito industrial
Cédulas de crédito industrial são títulos causais, que representam promessa de pagamento,
obtidas por meio de financiamento requerido por empresas no mercado financeiro com
finalidade industrial. Disciplinada pelo Decreto-lei 413/1969.
Cédulas de crédito à exportação
Cédulas de crédito à exportação são títulos causais, que represen- tam promessa de
pagamento, obtidas por meio de financiamento destinado à exportação ou à produção de
bens para exportação. Disciplinada pela Lei nº. 6.313/1975.
Cédulas de crédito rural
Cédulas de crédito rural são títulos causais, que constituem promessa de pagamento ou
entrega de coisa certa, obtidas por meio de financiamento requerido por cooperativa,
empresa ou produtor rural. Disciplinada pelo Decreto-Lei nº. 167/1967. Destaca-se a cédula
de produto rural.
Conhecimento de depósito
O “conhecimento de depósito” transfere a titularidades dos bens depositados.
Warrant
O warrant representa a existência de tais bens para permitir que sejam objetos de penhor,
ou seja, utilizados como garantia real, por meio do endosso do título.
Cédula de crédito imobiliário
A cédula de crédito imobiliário origina-se de financiamento para impulsionar o ramo
imobiliário, portanto é título executivo extra- judicial, exigível pelo valor apurado de acordo
com as cláusulas e condições pactuadas no contrato que lhe deu origem.
Cédula de produto rural
A cédula de produto rural representa promessa de entrega de produtos rurais, com ou sem
garantia, e pode ser emitida pelo produtor rural e suas associações, inclusive cooperativas. A
Lei de regência é a de nº 8.929/1994.
Cédula de crédito bancário
A cédula de crédito bancário, regida pela Lei nº. 10.931/2004, é título de crédito causal
emitido em operação no sistema financeiro, com ou sem garantia, real ou fidejussória, por
pessoa física ou jurídica, em favor de instituição financeira ou de entidade a ela equiparada,
que representa promessa de pagamento em dinheiro, decorrente de operação de crédito, de
qualquer modalidade, quais sejam, rural, comercial, industrial e para exportação.
14 - QUESTÕES
Questão 1. (FGV - AUDITOR FISCAL CUIABÁ - 2016). Com relação à Teoria Geral do
Direito Cambiário, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
a) F, V, F e V.
b) F, F, V e V.
c) F, V, F e F.
d) V, V, F e F.
e) V, F, V e V.
Questão 2. (FGV - OAB - 2018). Três Coroas Comércio de Artigos Eletrônicos Ltda.
subscreveu nota promissória em favor do Banco Dois Irmãos S.A. com vencimento a dia
certo. Após o vencimento, foi aceita uma proposta de moratória feita pelo devedor por
120 (cento e vinte) dias, sem alteração da data de vencimento indicada no título. O
beneficiário exigiu dois avalistas simultâneos, e o devedor apresentou Montenegro e
Bento, que firmaram avais em preto no título.
a) Por ser vedado, no direito brasileiro, o aval póstumo, os avais simultâneos são
considerados não escritos, inexistindo responsabilidade cambial dos avalistas.
b) O aval lançado na nota promissória após o vencimento ou o protesto tem efeito de
fiança, respondendo os avalistas subsidiariamente perante o portador.
c) O aval póstumo produz os mesmos efeitos do anteriormente dado, respondendo os
avalistas solidariamente e autonomamente perante o portador.
d) O aval póstumo é nulo, mas sua nulidade não se estende à obrigação firmada pelo
subscritor (avalizado), em razão do princípio da autonomia.
II. Nos títulos de crédito ao portador, a prestação é devida ainda que o documento
tenha entrado em circulação contra a vontade do emitente.
III. Em relações jurídicas regidas pelo direito comum, é válida a cláusula pela qual o
avalista se responsabiliza por parte do pagamento da dívida.
Assinale:
a) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
b) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
I. Nos casos de venda para pagamento em parcelas, deverão ser emitidas tantas
duplicatas quantas forem as parcelas ajustadas, nas quais haverá a discriminação dos
vencimentos e do valor de cada prestação, consignando-se para cada qual numeração
em sequência de ordem dos vencimentos.
II. No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para circulação
como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito
para documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador.
III. A duplicata indicará sempre o valor total da fatura, a não ser que o comprador tenha
direito a rebate ou compensação, citando o vendedor o valor líquido que o comprador
deverá reconhecer como obrigação de pagar.
IV. A venda mercantil para pagamento contra a entrega da mercadoria ou do
conhecimento de transporte, sejam ou não da mesma praça vendedor e comprador, ou
para pagamento em prazo inferior a trinta dias, contado da entrega ou despacho das
mercadorias, poderá representar-se por duplicata, em que se declarará que o
pagamento será feito nessas condições.
V. É lícito ao comprador resgatar a duplicata antes de aceitá-la, mas não antes da data
do vencimento.
e) I, III e V.
Para que um dos cônjuges possa prestar fiança ou aval, é necessário, exceto no caso de
casamento em regime de separação absoluta de bens, que haja o consentimento
expresso do outro cônjuge, situação denominada outorga uxória ou marital.
Caso um cheque seja apresentado para pagamento em data anterior à que nele esteja
estipulada, ele deverá ser devolvido pela instituição financeira, mesmo que a conta
sacada disponha de saldo suficiente para honrá-lo.
como única consequência a ampliação do prazo de apresentação (...)”
14.2 – GABARITO
1) C
2) C
3) B
4) A
5) B
6) B
7) B
8) B
9) B
10) B
11) D
12) B
13) CERTO
14) CERTO
15) CERTO
16) ERRADO
17) ERRADO
Questão 1. (FGV - AUDITOR FISCAL CUIABÁ - 2016). Com relação à Teoria Geral do
Direito Cambiário, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
a) F, V, F e V.
b) F, F, V e V.
c) F, V, F e F.
d) V, V, F e F.
e) V, F, V e V.
O item I está incorreto, uma vez que a lei admite a possibilidade de títulos eletrônicos
e que sejam escriturais. Os títulos eletrônicos são os criados em computador ou meio
equivalente e são escriturais, pois devem constar na escrituração de quem emite,
conforme Artigo 889 §3.o do Código Civil, a seguir: “O título poderá ser emitido a partir
dos caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da
escrituração do emitente, observados os requisitos mínimos previstos neste artigo.”
O item II está correto, pois segue abaixo a regra prevista na Lei Uniforme de Genebra
que fundamenta nosso argumento e que trata das letras de câmbio, mas que se aplica
também às notas promissórias: LUG - Artigo 15: “O endossante, salvo cláusula em
contrário, é garante tanto da aceitação como do pagamento da letra.”
O item III está incorreto, pois os títulos de crédito, em geral, seguem o princípio da
abstração, por esse princípio temos que o título de crédito quando circula desvincula-
se da relação que lhe deu origem. Esse princípio também é aplicável às duplicatas.
Então, se a duplicata é endossada a outra pessoa, ela se desvincula do negócio jurídico
que deu origem a sua emissão em função do princípio da abstração.
O item IV está incorreto, já que nos termos do artigo 894 do Código Civil: “o portador
de título representativo de mercadoria tem o direito de transferi-lo, de conformidade
com as normas que regulam a sua circulação, ou de receber aquela independentemente
de quaisquer formalidades, além da entrega do título devidamente quitado.”
Questão 2. (FGV - OAB - 2018). Três Coroas Comércio de Artigos Eletrônicos Ltda.
subscreveu nota promissória em favor do Banco Dois Irmãos S.A. com vencimento a dia
certo. Após o vencimento, foi aceita uma proposta de moratória feita pelo devedor por
120 (cento e vinte) dias, sem alteração da data de vencimento indicada no título. O
beneficiário exigiu dois avalistas simultâneos, e o devedor apresentou Montenegro e
Bento, que firmaram avais em preto no título.
a) Por ser vedado, no direito brasileiro, o aval póstumo, os avais simultâneos são
considerados não escritos, inexistindo responsabilidade cambial dos avalistas.
b) O aval lançado na nota promissória após o vencimento ou o protesto tem efeito de
fiança, respondendo os avalistas subsidiariamente perante o portador.
c) O aval póstumo produz os mesmos efeitos do anteriormente dado, respondendo os
avalistas solidariamente e autonomamente perante o portador.
d) O aval póstumo é nulo, mas sua nulidade não se estende à obrigação firmada pelo
subscritor (avalizado), em razão do princípio da autonomia.
O aval é uma garantia de pagamento feita pelo avalista no próprio título. Vamos
analisar as alternativas apresentadas pela banca:
A alternativa “A” está errada, uma vez que o aval póstumo é aquele feito após o prazo
para o protesto do título ou após o protesto já efetuado. É possível que sejam feitos
avais simultâneos. Avais simultâneos são aqueles feitos ao mesmo tempo, de maneira
que os avalistas são garantidores da mesma maneira, ou seja, tanto Montenegro como
Bento respondem independente e integralmente pelas dívidas relativas ao título de
crédito e a garantia por eles dada.
A alternativa “B” está errada, pois aval póstumo é aquele feito após o vencimento,
protesto ou prazo para o protesto. Isso geralmente acontece após o vencimento, porém
um aval pode ser dado após o vencimento e antes do protesto. Esse aval produz os
mesmos efeitos do que o dado anteriormente ao vencimento. A legislação prevê
especificamente o regramento e os efeitos de um aval póstumo feito após o vencimento
já em relação ao aval feito após o protesto, os efeitos são de fiança. A alternativa está
errada, já que o aval lançado na nota após o vencimento não tem efeito de fiança,
inclusive com base no artigo 900 do Código Civil, a seguir.
A alternativa “C” está correta, nos exatos termos do artigo 900 do Código Civil: “O aval
posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente dado.”
A alternativa “D” está errada, nos mesmos termos das explicações anteriores.
II. Nos títulos de crédito ao portador, a prestação é devida ainda que o documento
tenha entrado em circulação contra a vontade do emitente.
III. Em relações jurídicas regidas pelo direito comum, é válida a cláusula pela qual o
avalista se responsabiliza por parte do pagamento da dívida.
Está correto o que se afirma em
a) I, somente.
b) II, somente.
c) III, somente.
d) I e II, somente.
e) II e III, somente.
O item I está incorreto, sendo que o endosso é o ato no qual o credor (endossante)
transmite seus direitos cambiários a terceiros (endossatário), segundo o Código Civil¹,
o endosso parcial será nulo, vejamos: “Artigo 912. Considera-se não escrita no endosso
qualquer condição a que o subordine o endossante. Parágrafo único. É nulo o endosso
parcial.”
O item II está correto, segundo preceitua o artigo 905 do Código Civil: “o possuidor de
título ao portador tem direito à prestação nele indicada, mediante a sua simples
apresentação ao devedor. Parágrafo único. A prestação é devida ainda que o título
tenha entrado em circulação contra a vontade do emitente.”
O item III está incorreto, segundo dispõe o artigo 897 do Código Civil, o aval
parcial é vedado: “O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar
soma determinada, pode ser garantido por aval. Parágrafo único. É vedado o aval
parcial.”
transferência do título que atende a todos os requisitos da lei implica a dos direitos que
lhe são inerentes.
d) Qualquer negócio ou medida judicial que tenha por objeto o título só produz efeito
perante emitente ou terceiros, uma vez feita a competente averbação no registro
emitente.
e) O título de crédito corresponde a bem móvel, estando, portanto, sujeito aos
princípios que disciplinam a circulação de tais bens.
A alternativa “A” está errada, uma vez que a pessoa que tem o título ao portador em
mãos, e, por essa razão, pode exigir a prestação devida no título. Aliás, ainda que o título
circule contra sua vontade, ainda assim esse título deverá ser pago, nos termos do artigo
905 do Código Civil: “O possuidor de título ao portador tem direito à prestação nele
indicada, mediante a sua simples apresentação ao devedor. Parágrafo único. A
prestação é devida ainda que o título tenha entrado em circulação contra a vontade do
emitente.”
A alternativa “B” está correta, uma vez que se não tiver data de vencimento, o título é
à vista, conforme preceitua o artigo 889, §1.o do Código Civil: “é à vista o título de
crédito que não contenha indicação de vencimento.”
A alternativa “C” está correta, uma vez que a transferência de um título de crédito por
meio do endosso transfere a quem recebe todos os direitos que lhe são inerentes, nos
termos do artigo 893 do Código Civil: “a transferência do título de crédito implica a de
todos os direitos que lhe são inerentes.”
A alternativa “D” está correta, uma vez que esta é a regra para o título nominativo
contida no artigo 926 do Código Civil: “qualquer negócio ou medida judicial, que tenha
por objeto o título, só produz efeito perante o emitente ou terceiros, uma vez feita a
competente averbação no registro do emitente.”
A alternativa “E” está correta, uma vez que o título de crédito tem natureza jurídica de
bem móvel de acordo com o previsto no Direito Civil.
Assinale:
a) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
b) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
d) se somente a afirmativa I estiver correta.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Gabarito: B
O item I está correto, porque o aval, que serve para garantir o pagamento do título de
crédito, conforme consta no artigo 30º da LUG, não pode ser parcial, nos termos do
parágrafo único do artigo 897 do Código Civil. As legislações especiais dos mais diversos
títulos de crédito preveem a possibilidade do aval parcial.
O item II está errado, uma vez que o endosso serve para transferir a propriedade do
título de crédito e não para possibilitar o protesto do título, conforme o artigo 11 da Lei
Uniforme Relativa às Letras de Câmbio e Notas Promissórias. O Código Civil acompanha
esse entendimento.
O item III está correto, pois o aceite é ato a ser praticado pelo sacado, nos moldes do
artigo 21 da Lei Uniforme de Genebra. Esse assunto é melhor estudados nos títulos em
espécie.
A alternativa “A” está incorreta, uma vez que o aval é o instituto utilizado como
garantia de pagamento de um título de crédito e não para ser usado nos contratos
empresariais, nos termos do artigo 897º do Código Civil: “O pagamento de título de
crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por
aval.”
A alternativa “B” está correta, uma vez que o avalista paga o título de crédito que não
foi pago pelo devedor principal, ele passa a ter direito de regresso contra o avalizado e
os demais coobrigados anteriores, conforme determina o artigo 899do Código Civil: “o
avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de indicação, ao emitente ou
devedor final. §1° Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu
avalizado e demais coobrigados anteriores.”
A alternativa “C” está incorreta, pois o Código Civil afirma categoricamente que não se
pode dar aval parcial.
A alternativa “D” está incorreta, uma vez que a responsabilidade do avalista é
SOLIDÁRIA em relação ao devedor principal.
A alternativa “E” está incorreta, uma vez que o aval é dado no próprio título de crédito
e não em um instrumento separado.
A alternativa “A” está incorreta, uma vez que o título de crédito, enquanto documento
necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz
efeitos se preenchidos os requisitos legais. É o que dispõe o Artigo 887 do CÓDIGO CIVIL:
"Artigo 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e
autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei".
A alternativa “B” está correta, uma vez que É o exato teor do Artigo 890 do CÓDIGO
CIVIL:
"Artigo 890. Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a proibitiva de
endosso, a excludente de responsabilidade pelo pagamento ou por despesas, a que
dispense a observância de termos e formalidade prescritas, e a que, além dos limites
fixados em lei, exclua ou restrinja direitos e obrigações".
A alternativa “C” está incorreta, uma vez que a omissão de qualquer requisito legal,
que tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade do
negócio jurídico que lhe deu origem, como determina o Artigo 888 do CÓDIGO CIVIL:
"Artigo 888. A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade
como título de crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem".
A alternativa “D” está incorreta, pois conforme preceitua o artigo 895 do CÓDIGO CIVIL,
enquanto o título de crédito estiver em circulação, só ele poderá ser dado em garantia
ou ser objeto de medidas judiciais, e não os direitos ou mercadorias que representa,
que, embora encontrem-se incorporados ao título, não podem ser dados em garantia
separadamente: "Artigo 895. Enquanto o título de crédito estiver em circulação, só ele
poderá ser dado em garantia, ou ser objeto de medidas judiciais, e não, separadamente,
os direitos ou mercadorias que representa".
A alternativa “E” está incorreta, uma vez que o pagamento de título de crédito, que
contenha obrigação de pagar soma determinada, admite garantia por aval, embora não
possa ser concedido aval parcial, conforme dispõe o Artigo 897, caput, e Parágrafo
único do CÓDIGO CIVIL: "Artigo 897. O pagamento de título de crédito, que contenha
obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por aval. Parágrafo único. É
vedado o aval parcial".
A alternativa “A” está incorreta, uma vez que a assertiva trata da intimação do devedor
após a apresentação do pedido de protesto. Nesse sentido a Lei de Protesto dispõe:
Artigo 14, § 1º A remessa da intimação poderá ser feita por portador do próprio
tabelião, ou por qualquer outro meio, desde que o recebimento fique assegurado e
comprovado através de protocolo, aviso de recepção (AR) ou documento equivalente.
A alternativa “B” está correta, uma vez que traz os exatos termos do §1º, artigo 17 do
indigitado diploma: Artigo 17. Permanecerão no Tabelionato, à disposição do Juízo
respectivo, os títulos ou documentos de dívida cujo protesto for judicialmente sustado.
§ 1º O título do documento de dívida cujo protesto tiver sido sustado judicialmente só
poderá ser pago, protestado ou retirado com autorização judicial.
A alternativa “C” está incorreta, uma vez que o incluem-se, entre os documentos
sujeitos a protesto, as CDA’s da União, Estados/DF e Municípios, bem como das
respectivas autarquias e fundações públicas: Artigo 1º, Parágrafo único. Incluem-se
entre os títulos sujeitos a protesto as certidões de dívida ativa da União, dos Estados,
do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas autarquias e fundações públicas.
A alternativa “D” está incorreta, uma vez que o com a revogação da ordem judicial de
sustação do protesto não há necessidade de nova intimação do devedor, sendo – via
de regra – a lavratura e o registro do protesto efetivados até o primeiro dia útil
subsequente ao do recebimento da revogação: Artigo 17, § 2º Revogada a ordem de
sustação, não há necessidade de se proceder a nova intimação do devedor, sendo a
lavratura e o registro do protesto efetivados até o primeiro dia útil subseqüente ao do
recebimento da revogação, salvo se a materialização do ato depender de consulta a ser
formulada ao apresentante, caso em que o mesmo prazo será contado da data da
resposta dada.
A alternativa “E” está incorreta, visto que a Lei Uniforme preceitua que: Artigo 27, §2º.
Das certidões de informações não constarão os registros cujos cancelamentos tiverem
sido averbados, salvo por requerimento escrito do próprio devedor ou por ordem
judicial.
A alternativa “A” está incorreta, visto que a prescrição e caducidade são matérias que
deverão ser alegadas pela pessoa protestada, de modo que não caberá ao tabelião fazer
tal verificação. Isso está previsto no seguinte artigo da Lei de Protestos: Artigo 9º Todos
os títulos e documentos de dívida protocolizados serão examinados em seus caracteres
formais e terão curso se não apresentarem vícios, não cabendo ao Tabelião de Protesto
investigar a ocorrência de prescrição ou caducidade.
A alternativa “B” está correta, conforme expressa disposição do Artigo 20. § 3º da Lei
Uniforme Quando o sacado retiver a letra de câmbio ou a duplicata enviada para aceite
e não proceder à devolução dentro do prazo legal, o protesto poderá ser baseado na
segunda via da letra de câmbio ou nas indicações da duplicata, que se limitarão a conter
os mesmos requisitos lançados pelo sacador ao tempo da emissão da duplicata, vedada
a exigência de qualquer formalidade não prevista na Lei que regula a emissão e
circulação das duplicatas.
A alternativa “C” está incorreta, uma vez acompanhados da tradução efetuada
por tradutor público juramentado, poderão ser protestados títulos e outros
documentos em moda estrangeira, emitidos fora do Brasil. Conforme o disposto na Lei
de Protesto: Artigo 10. Poderão ser protestados títulos e outros documentos de dívida
em moeda estrangeira, emitidos fora do Brasil, desde que acompanhados
de tradução efetuada por tradutor público juramentado.
A alternativa “D” está incorreta, visto que o prazo para registro do protesto será de 3
dias úteis, contado da protocolização do título. Além disso, exclui-se o dia da
protocolização e inclui-se o dia do vencimento (vejam que o examinador peçonhento
inverteu). Isso está disposto no seguinte artigo:Artigo 12. O protesto será registrado
dentro de três dias úteis contados da protocolização do título ou documento de dívida.§
1º Na contagem do prazo a que se refere o caput exclui-se o dia da
protocolização e inclui-se o do vencimento.
A alternativa “E” está incorreta, visto que protesto por falta de aceite somente poderá
ser efetuado: antes do vencimento da obrigação; e após o prazo
para aceite ou devolução do título. Isso está previsto no seguinte dispositivo da Lei de
Protestos: Artigo 21. § 1º O protesto por falta de aceite somente poderá ser efetuado
antes do vencimento da obrigação e após o decurso do prazo legal para o aceite ou a
devolução.
Atenção, APÓS o vencimento da obrigação, o protesto sempre será efetuado por falta
de pagamento, vedada a recusa da lavratura e registro do protesto por motivo não
previsto na lei cambial (artigo 21, §2º).
A alternativa “A” está incorreta, uma vez que de acordo com a jurisprudência
caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.
A alternativa “B” está incorreta, uma vez que em ação monitória fundada em cheque
prescrito ajuizada contra o emitente, é dispensável a menção ao negócio jurídico
subjacente à emissão da cártula.
A alternativa “C” está incorreta, uma vez que prevê a Súmula 388 do STJ que a simples
devolução indevida de cheque caracteriza dano moral.
A alternativa “D” está correta, visto que preceitua a Súmula 503 do STJ que o prazo
para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque sem força
executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão estampada na
cártula.
A alternativa “E” está incorreta, uma vez que a Súmula 299 do STJ determina
ser admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito.
I. Nos casos de venda para pagamento em parcelas, deverão ser emitidas tantas
duplicatas quantas forem as parcelas ajustadas, nas quais haverá a discriminação dos
vencimentos e do valor de cada prestação, consignando-se para cada qual numeração
em sequência de ordem dos vencimentos.
II. No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para circulação
como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito
para documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador.
III. A duplicata indicará sempre o valor total da fatura, a não ser que o comprador tenha
direito a rebate ou compensação, citando o vendedor o valor líquido que o comprador
deverá reconhecer como obrigação de pagar.
IV. A venda mercantil para pagamento contra a entrega da mercadoria ou do
conhecimento de transporte, sejam ou não da mesma praça vendedor e comprador, ou
para pagamento em prazo inferior a trinta dias, contado da entrega ou despacho das
mercadorias, poderá representar-se por duplicata, em que se declarará que o
pagamento será feito nessas condições.
V. É lícito ao comprador resgatar a duplicata antes de aceitá-la, mas não antes da data
do vencimento.
Item “I” está incorreto, uma vez que nos casos de venda para pagamento em
parcelas, poderão ser emitidas tanto séries de duplicatas, uma para cada prestação,
assim como uma duplicata única com discriminação dos vencimentos e do valor de cada
prestação, consignando-se para cada qual numeração em sequência de ordem dos
vencimentos, mas podendo ser alterada a numeração pelo acréscimo de letra do
alfabeto. Conforme dispõe o Artigo 2º, caput, § 1º, I, e § 3º da Lei 5.474/68 (Lei das
Duplicatas): "Artigo 2º, § 1º A duplicata conterá: I - a denominação 'duplicata', a data
de sua emissão e o número de ordem. § 3º Nos casos de venda para pagamento em
parcelas, poderá ser emitida duplicata única, em que se discriminarão todas as
prestações e seus vencimentos, ou série de duplicatas, uma para cada prestação
Logo, está correto o que se afirma apenas em II e IV, sendo a Letra B o gabarito da
questão.
Gabarito: CERTO
Para que um dos cônjuges possa prestar fiança ou aval, é necessário, exceto no caso de
casamento em regime de separação absoluta de bens, que haja o consentimento
expresso do outro cônjuge, situação denominada outorga uxória ou marital.
Gabarito: CERTO
O STJ entende o seguinte, quando se trata de títulos de créditos inominados ou
atípicos (que são de livre criação): aplica-se a regra do artigo 1.647, inciso III do CÓDIGO
CIVIL, qual seja: HÁ NECESSIDADE do consentimento do outro cônjuge quando for
prestado o Aval, salvo se o regime for o de separação absoluta. Em se tratando de títulos
de créditos nominados (Letra de Câmbio, Nota Promissória, Cheque, Duplicata,...): o
código civil é aplicado de forma subsidiária... de modo que a lei especial irá dispor sobre
as regras referentes ao Aval. Portanto, a necessidade do consentimento do outro
cônjuge deverá vir prevista na lei especial.
Gabarito: CERTO
Conforme preceitua o Artigo 75 – A nota promissória contém: 5 – O nome da pessoa a
quem ou a ordem de quem deve ser paga. Ou seja, entre os requisitos de validade
esta. Ou seja, um dos requisitos essenciais é o nome da pessoa a quem ou à ordem de
quem deve ser paga. Nossa legislação não admite a nota promissória ao portador e,
nessa condição, é essencial identificar o credor originário que poderá receber a
promessa, ou transferir o direito de receber a referida promessa
Caso um cheque seja apresentado para pagamento em data anterior à que nele esteja
estipulada, ele deverá ser devolvido pela instituição financeira, mesmo que a conta
sacada disponha de saldo suficiente para honrá-lo.
Gabarito: ERRADO
Se houver fundos, o cheque pré-datado apresentado antes da data prevista no
título poderá ser pago pelo banco. Vejamos o que ensina André Ramos¹: Segundo a
legislação (artigo 32 da Lei do Cheque²), o cheque será sempre uma ordem de
pagamento à vista, devendo ser considerada não escrita qualquer menção em sentido
contrário eventualmente colocada na cártula. Sendo assim, havendo saldo, um cheque
pré-datado pode ser descontado ou devolvido, conforme o emitente possua ou não
fundos suficientes para o seu pagamento.
Sobre o assunto, assentou o STJ no REsp 612.423/DF: “(...) a emissão de cheque pós-
datado, popularmente conhecido como cheque pré-datado, não o desnatura como
título de crédito, e traz como única consequência a ampliação do prazo de
apresentação (...)”
Gabarito: ERRADO
O prazo para apresentar o cheque pode variar de 30 a 60 dias, sendo 30 dias cheques
da mesma praça da emissão e 60 dias cheque de praça distinta da emissão, nos termos
do artigo 33 da lei do cheque: Artigo . 33 O cheque deve ser apresentado para
pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo de 30 (trinta) dias, quando emitido no
lugar onde houver de ser pago; e de 60 (sessenta) dias, quando emitido em outro lugar
do País ou no exterior. O prazo de 6 meses diz respeito ao prazo prescricional para se
entrar com a ação de execução, não podendo um prazo ser confundido com o outro.
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