O documento discute como a pintura renascentista se tornou uma arte comercial na Europa do século 15. A pintura italiana se desenvolveu e se espalhou pela Europa, onde se tornou um objeto de luxo e prestígio que as pessoas pagavam para possuir. Os pintores produziam obras sob encomenda e os contratos especificavam os detalhes e materiais a serem usados, como o azul ultramarino, uma das cores mais caras da época.
O documento discute como a pintura renascentista se tornou uma arte comercial na Europa do século 15. A pintura italiana se desenvolveu e se espalhou pela Europa, onde se tornou um objeto de luxo e prestígio que as pessoas pagavam para possuir. Os pintores produziam obras sob encomenda e os contratos especificavam os detalhes e materiais a serem usados, como o azul ultramarino, uma das cores mais caras da época.
O documento discute como a pintura renascentista se tornou uma arte comercial na Europa do século 15. A pintura italiana se desenvolveu e se espalhou pela Europa, onde se tornou um objeto de luxo e prestígio que as pessoas pagavam para possuir. Os pintores produziam obras sob encomenda e os contratos especificavam os detalhes e materiais a serem usados, como o azul ultramarino, uma das cores mais caras da época.
O presente artigo faz uma abordagem à arte renascentista do século XV,
fazendo uma construção histórica do seu inicio e de como essa se desenvolveu. Os pintores italianos desenvolveram a pintura de forma que essa ficou conhecida em toda a Europa, a pintura logo se tornou artigo comercial e tornaram-se objetos de luxo e prestigio, onde se pagava pelo prazer de ser ter uma obra de arte. Palavras-chaves: Renascimento. Comercio. Pintura. Arte.
A Arte do Renascimento
Tendo suas origens com base na Antiguidade, o Renascimento definiu-se
como um movimento virado para o passado (DELUMEAU, 1964) fazendo um resgate da antiguidade clássica através da arquitetura, escultura, literatura pintura. Para Peter Burke esse resgate da antiguidade ter tido inicio na Itália deu-se pelo fato de ali sobreviverem numerosos edifícios clássicos mais ou menos intactos o que facilitou a inovação de uma arte inspirada nas formas clássicas.
O Renascimento como movimento artístico, pode ser segundo Vasari
divido em três períodos: O primeiro no século XIII, onde artistas toscanos começaram a copiar os Antigos; o segundo período, no século XV, os artistas passaram a imitar a natureza; e, o terceiro período no século XVI onde os artistas atingiram a perfeição.
Na pintura os artistas da renascença desenvolveram técnicas que
permitiram que a pintura se se desenvolve com traços da antiguidade clássica, mesmo não havendo pinturas da época, assim os pintores queriam imitar os antigos, tinham de usar meios mais diretos como figuras que posavam nas mesmas posições das esculturas clássicas, ou tentavam reconstruir quadros clássicos através de descrições em textos literários (BURKE, 1987).
A pintura renascentista foi evoluindo nas suas técnicas e foi sendo
aperfeiçoada aos poucos. Os artistas começaram a se preocupar com a aparência das coisas, os retratos passaram a ser pintados com o rosto de frente, e o corpo passou a fazer parte das telas, os pintores passaram a se interessar pelo homem e pela paisagem. Assim a arte renascentista italiana foi ganhando prestigio por toda a Europa. Para Delumeau, os pintores renascentistas foram grandes humanistas e autênticos promotores da nova cultura.
No meio social a pintura ganhou destaque e importância, passou a ter
valor comercial, desenvolveu-se como algo de prestígio onde se pagava para ter, tornou-se exclusiva e os pintores começaram a pintar o que lhes era mandando e não o que convinha a ser bom e bonito para eles.
Pintura por encomenda.
A pintura renascentista era produzida somente por encomenda, pois se
acreditava que assim a obra seria mais bem executada, poucas eram as pinturas e esculturas que poderiam ser compradas prontas. A arte renascentista desenvolveu, no século XV, um grande comércio ao seu entorno, assim criando-se uma relação comercial entre pintor e cliente. As relações comercias entre pintores e clientes era determinada pela função de cada um:
“de um lado o pintor que realizava o quadro, ou, ao menos
supervisionava sua execução de outro, alguém que encomendava, fornecia fundos para sua realização e, uma vez concluído, decidia de que forma usá-lo” (BAXANDALL, 1991).
Era prática comum entres os pintores renascentistas da época somente
supervisionarem as execuções das obras feitas em seus ateliês por seus aprendizes. O pintor ao receber a encomenda comprometia-se em entrega-la de acordo com as exigências feitas por quem encomendava, aqui o pagamento ganha importância e influência no resultado final da obra, afinal a pintura é fruto de um mercado onde quem paga mais tem o melhor. O cliente fazia especiações de como seria a obra e poderia ele fornecer todo o material necessário para a execução da obra ao pintor, tais acordos eram registrados em contratos entre as partes.
Os contratos especificam o que deveria ser pintado e as cores que
deveriam ser utilizadas, indicava a forma de pagamento e o prazo de entrega, caso houvesse atraso o pintor era taxado por uma multa previamente estabelecida. Embora os contratos fossem parte importante no comércio das artes renascentistas não existem contratos que possam ser definidos como típicos por não haver regras estabelecidas (BAXANDALL, 1991). No entanto, os contratos eram uma forma de assegurar que a encomenda sairia de acordo como o cliente havia pedido, e para o pintor assegurava o seu pagamento.
Portanto, o mercado que se desenvolveu ao entorno da arte renascentista a
tornou uma arte privilegiada, valorizada e criteriosa. Quem comprava uma obra prezava pela qualidade da matéria usada e pelo prazer de admirar uma boa pintura.
O azul que é era precioso.
Em muitos contratos do século XV, o cliente especifica e determina que o
pintor deve usar boas cores e especialmente usar ouro, prata e azul ultramarino. O azul ultramarino era fabricado a partir do pó extraído de pedaços de rocha de lápis-lazúli, que chegava as mãos dos pintores renascentista importado do Oriente. Depois do ouro e da prata, o azul ultramarino era a cor mais cara e a mais difícil de se empregar (BAXANDALL, 1991).
A variação de tons de azul que o pó do lápis-lazúli ganhava ao ser diluído
dava a ele o seu preço, um azul intenso, com tons de violeta, seria o melhor e logo o mais caro. Esse segundo as determinações dos contratos deveriam ser usados na parte mais importante da pintura, ressaltando a figura principal que havia sido retratada. Nas obras com tema religioso, o azul ultramarino era usado nas figuras de Cristo, Maria ou qualquer outra entidade considerada sagrada para quem encomendava a pintura. Os próprios clientes definiam que nas figuras que representavam o sagrado o azul ultramarino deveria ser utilizado e esses também definiam a sua tonalidade. Tanto cliente, como pintores demostravam nos contratos certa preocupação com a cor e mostravam-se também conhecedores ao ponto de saber distinguir um azul do outro.
Mesmo demonstrando sofisticação e poder econômico, o azul ultramarino
vai perdendo espaço e deixando de ser o ponto central das pinturas, o cliente tornou-se menos preocupado em ostentar a pura opulência do material (BAXANDALL,1991), e passou a valorizar a habilidade técnica do pintor.
Conclusão
O Renascimento representou um regresso a antiguidade clássica a fim de
reinventa-la ou até mesmo revive-la se analisada do ponto de vista que remete que a história é cíclica. Na pintura renascentista a beleza do homem passa a ser vista, o corpo como um todo ganhou espaço e passou a ser retratado. A pintura se sofistica e passou a ser valorizada, e se tornou fruto de uma relação social e comercial. Referências Bibliográficas
DELUMEAU, Jean. A civilização do Renascimento. Paris: