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Integração de Sistemas de Propulsão - CIAW - CAMO - 2014

CIAW –AP 2019

INTEGRAÇÃO DOS SISTEMAS


DA PROPULSÃO

1
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Linhas de eixos
Parte II
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Pontos importantes sobre


uma linha de eixo de navio
 O arranjo dos eixos.
 O dimensionamento dos eixos
 Os itens notáveis de uma linha de eixo:
 Mancais;
 Camisas para os mancais;
 Tubos telescópicos;
 Selos;
 Acoplamentos;
 Revestimento externo;
 Freios e travamentos; e
 Torciometros e sensores de rotação.
 A vibração dos eixos; e
 O alinhamento de mancais.
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Pontos importantes sobre


uma linha de eixo de navio

 Vibrações dos eixos.


 Três tipos básicos:
• Torcional;
• Longitudinal; e
• Lateral (“whirling”)
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Tipos de vibração
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Vibração torcional
 Difícil de ser percebida visualmente, pois as
amplitudes são pequenas, porém, seus efeitos
podem ser catastróficos.
 Pode causar tensões vibratórias alternadas
(fadiga!) superiores a 25% da tensão torcional
contínua que o eixo transmite.
 A ausência de vibrações torcionais danosas tem
de ser comprovada por cálculo durante o
projeto.
 As SC exigem, no caso motores diesel cálculo da
condição de falha de um cilindro (“misfiring”).
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Vibração torcional
 Afetada:
 pela inércia rotativa do hélice (e da água
entranhada entre as pás);
 pela inércia e pela rigidez do eixo;
 pelas inércias da engrenagens (cada uma em sua
velocidade!);
 pela rigidez do acoplamento flexível entre o
acionador e a redutora; e
 pela inércia e rigidez do acionador (especialmente
se existir eixo de manivelas).
 A água no hélice e os lubrificantes nos mancais
propiciam amortecimento pequeno
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Vibração torcional
 Metas a serem comprovadas no cálculo de
vibração torcional:
 Freqüência natural de vibração torcional fora da
faixa de rpm de operação;
 Ausência de tensões danosas nos eixos
propulsores; e
 Existência de nó de vibração (i.e., amplitude de
vibração nula) no engrenamento das
engrenagens.
 O controle da vibração normalmente é feito com
adequada seleção da rigidez e amortecimento do
acoplamento flexível.
 Pode causar FAIXA VERMELHA nas rpm de
operação.
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Vibração longitudinal
 Sentida como fazendo a superestrutura “catar-
cavaco” em marcha.
 Pode causar tensões vibratórias alternadas
(fadiga!) muito alta no mancal de escora e
comprometer o contato de dente do
engrenamento das caixas redutoras;
 A ausência de vibrações longitudinais danosas
tem de ser comprovada por cálculo durante o
projeto.
 Pode causar FAIXA VERMELHA nas rpm de
operação.
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Vibração longitudinal
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Vibração longitudinal
 Afetada:
 pela inércia do hélice (e da água entranhada
entre as pás);
 pela inércia e pela rigidez do eixo; e
 pelas inércias das engrenagens (cada uma em
sua velocidade!).
 A água no hélice e os lubrificantes nos
mancais propiciam amortecimento
pequeno
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Vibração longitudinal
 Para minimizar o problema, pode ser utilizado,
no mancal de escora, um sistema controlador
medidor de empuxo (“thrust meter”) baseado
em medição de pressão em um colar de assento
das sapatas desse mancal.
 Esse controlador muda a rigidez do mancal de
escora e desintoniza a freqüência natural
longitudinal da freqüência de operação.
 O equipamento passa a ser chamado de
“Ressonance Changer”.
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Vibração longitudinal

Mancal de
escora

X(t)
f(t)
Deslocamento
Empuxo axial de entrada
na roda da
redutora

Kc
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Vibração longitudinal

Mancal de
k2 escora
Empuxo
M1 k1
M2
x(t)
f(t)
Deslocamento
axial de entrada
na roda da
redutora

M1
k1
M2
Kc, engastada
k2 na estrutura do
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Vibração Lateral (“Whirling”)


 Mais sensível forma de vibração percebida na
popa de um navio.
 O problema é tanto mais crítico quanto maior for
o vão entre os mancais de sustentação. Nesse
caso, o vão entre o pé-de-galinha e o mancal de
ré do tubo telescópico se torna fator
importantíssimo.
 O DDS-243 oferece fórmula para cálculo da
frequência natural de vibração lateral em função
do vão entre o pé-de-galinha e o mancal de ré
do tubo telescópico, considerando a massa do
hélice.
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Vibração Lateral (“Whirling”)


 Se a folga do mancal do pé-de-galinha for elevada, o
hélice irá pressessionar (orbitar), carregando esse
mancal alternadamente para cima, para os lados e
para baixo. Nesse caso, a transmissão de vibração
para a estrutura será MUITO elevada.
 É afetada pelas deformações da viga-navio
(tosamento e alquebramento), que causam
movimento relativo das linhas de centros dos
mancais (desalinhamento).
 É afetada, também, pela esteira do navio que
envolve o hélice, se tornando problema mais sensível
quando o casco está sujo.
 Cuidado com empeno dos eixos e desbalanceamento
dos hélices!
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Vibração Lateral (“Whirling”)


Carregamento linear TEÓRICO
EIXO NOVO

REAL
Carregamento na parte superior COM
DESGASTE

Mancal descarregado!
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Pontos importantes sobre


uma linha de eixo de navio
 O arranjo dos eixos.
 O dimensionamento dos eixos
 Os itens notáveis de uma linha de eixo:
 Mancais;
 Camisas para os mancais;
 Tubos telescópicos;
 Selos;
 Acoplamentos;
 Revestimento externo;
 Freios e travamentos; e
 Torciometros e sensores de rotação.
 A vibração dos eixos; e
 O alinhamento de mancais.
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Alinhamento de Mancais

Mancais alinhados com a mesma linha do eixo


 A situação teórica acima não é prática!
 Os mancais se movem relativamente por:
 Aquecimento diferenciado;
 Desgaste diferenciado dos mancais; e
 Deflexões da viga-navio.
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Como estabelecer o
alinhamento correto
 O alinhamento dos mancais deve propiciar, com o
navio em marcha (estado de mar!), carregado e
mancais e máquinas aquecidas:
 Ausência de vibrações;
 Carregamento adequado dos mancais; e
 Reações equilibradas nos mancais da engrenagem de
saída da caixa redutora, visando garantir o contato
de dentes dessas engrenagens.
 Deve também propiciar esses itens para as
situações de navio descarregado, mancais ainda
em aquecimento e mancais desgastados!
 O alinhamento poderá determinar o limite máximo
de desgaste dos mancais!
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Como estabelecer o
alinhamento correto
 Entretanto, embora se deseje garantir o
funcionamento com o navio em marcha, a
quente em regime permanente e com
mancais com algum desgaste, o
alinhamento dos mancais é efetuado no
estaleiro com a propulsão a frio e mancais
novos, em duas etapas: uma com o navio
docado e outra com ele flutuando.
 Deve ser efetuado, portanto, cálculo de
sensibilidade a esses parâmetros!
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Como estabelecer o
alinhamento correto
 Inicialmente, deve-se calcular as reações nos
mancais, devidas às cargas atuantes (pesos de
hélices, eixos, etc. e cargas na redutora e no
hélice) e a linha elástica correspondente, admitindo
todos os mancais na mesma linha de centro
(chamada “linha de visada”).
 Como existem mais mancais que o teoricamente
necessário, a viga-eixo e seus mancais é hiper-
estática, complicando um pouco o cálculo.
 Atualmente esse cálculo das reações é feito com
programas de computador, utilizando ou o método
dos elementos finitos ou outros métodos iterativos.
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EXEMPLO DE APLICAÇÃO DE MÉTODO DE


ELEMENTOS FINITOS (PROGRAMA
NASTRAN) PARA CÁLCULO DE REAÇÕES
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Atenção: Partes do eixo externas ao navio
estão sujeitas a empuxo hidrostático!!!

FORÇAS e
MOMENTOS
ATUANTES

Foto do CT(EN) Carlos Alexandre do CPN


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Como estabelecer o
alinhamento correto
 O cálculo das reações nos mancais deve ser,
então repetido várias vezes, admitindo-se
deslocamento unitário em cada um dos
mancais (um por vez!).
 Com os resultados pode-se estabelecer uma
matriz na qual cada elemento de uma linha
representa a variação de carga nos demais
mancais causada pelo deslocamento de um
dado mancal. Essa matriz é designada
“Matriz de Influência”.
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Como estabelecer o
alinhamento correto

 I11 I1 2 I1 3 I1 4 I1 5 I1 6 
I I2 2 I23 I2 4 I25 I2 6  
 21
I 3 1 I3 2 I3 3 I3 4 I3 5 I3 6 
 
I 4 1 I4 2 I43 I4 4 I45 I4 6 
I 5 1 I5 2 I5 3 I5 4 I5 5 I5 6 
 
 I 6 1 I6 2 I6 3 I6 4 I6 5 I 6 6 
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Matriz de Influência
Propriedades
 Se elevamos um mancal, a carga nele AUMENTA,
mas diminui-se as carga nos dois outros entre os
quais ele está situado. Assim, os termos da matriz
tem de ser alternados em sinal.
 Se elevarmos todos os mancais de um mesmo
valor, faremos apenas uma translação da viga-eixo,
sem alterar as reações de apoio. Portanto, todas as
linhas (e colunas) da matriz tem de somar ZERO!.
 Pelo Teorema da Reciprocidade de Maxwell, a ação
do mancal A sobre o mancal B é recíproca à ação
do mancal B sobre o mancal A. Daí, a matriz é
simétrica.
 Normalmente,os maiores números estão nos
mancais da redutora enquanto o menor é o PDG.
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Como estabelecer o
alinhamento correto

 I11 I1 2 I1 3 I1 4 I1 5 I1 6  Soma=0
I I2 2 I23 I2 4 I25 I2 6   Negativos
Soma=0
 21
I 3 1 I3 2 I3 3 I3 4 I3 5 I3 6  Soma=0
  Positivos
I 4 1 I4 2 I43 I4 4 I45 I4 6  Soma=0
I 5 1 I5 2 I5 3 I5 4 I5 5 I5 6  Soma=0
 
 I 6 1 I6 2 I6 3 I6 4 I6 5 I 6 6  Soma=0
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Matriz de Influência
Propriedades
 Conhecendo as reações na linha de visada,
a matriz de influência, as dilatações
esperadas para o funcionamento a quente e
as deformações da viga navio, pode-se
estabelecer os recalques a serem
introduzidos em cada mancal, com o navio
no dique, para garantir alinhamento na
condição flutuando, carregado e a quente.
 Assim, alinhar os mancais passa a ser fazer
um desalinhamento adequado!!!
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Método prático de
alinhamento de mancais
 Materializar a linha de visada, em função da
posição do centro do bosso do hélice e do
flange da redutora.
 Cuidado com as deformações do navio no
dique em função da insolação (fazer de
noite, de preferência).
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Método prático de
alinhamento de mancais

tg a = h2-h1
L

Usar corda de piano (cuidado com a catenária!)


ou laser para materializar a linha de visada!

Se forem utilizadas Réguas, estas deverão ser


rígidas e controladas quanto a empeno!
Corveta
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Sede do mancal de ré Barroso


do tubo telescópico
Alinhamento

Guia de centragem

Foto do CT(EN) Carlos Alexandre do CPN


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Sede do mancal do
Pé-de-galinha.

Corveta
Barroso
Alinhamento Foto do CT(EN) Carlos Alexandre do CPN
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Corveta
Barroso
Alinhamento Foto do CT(EN) Carlos Alexandre do CPN
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Corveta
Barroso
Alinhamento

Foto do CT(EN) Carlos Alexandre do CPN


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Método prático de
alinhamento de mancais
 Materializar a linha de visada, em função da
posição do centro do bosso do hélice e do
flange da redutora.
 Cuidado com as deformações do navio no
dique em função da insolação (fazer de
noite, de preferência).
 Mandrilar “in-situ” as sedes dos mancais
dos Pés-de-Galinha e dos Tubos
Telescópicos.
 Posicionar os mancais de pedestais internos.
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Método prático de
alinhamento de mancais
 Instalar as seções externas dos eixos e
fazer flutuar o navio.
 Checar o posicionamento dos mancais
internos mediante “gap” e “sag” dos flanges
das seções.
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Método prático de
alinhamento de mancais

Relógio
comparador
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Método prático de
alinhamento de mancais
 Instalar as seções externas dos eixos e
fazer flutuar o navio.
 Checar o posicionamento dos mancais
internos mediante “gap” e “sag” dos flanges
das seções.
 Posicionar, calçar e acoplar a redutora à
linha de eixo, usando “gap” e “sag” dos
flanges.
 “Bater carga” dos mancais internos para
verificar a instalação do conjunto. Usar
macaco hidráulico e medir “para cima” e
“para baixo” (histerese e atritos!)
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Método prático de
alinhamento de mancais
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Método prático de
alinhamento de mancais
Média

Arriando
Levantando
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