2° TERMO A – DIREITO/2015 AVANÇOS TECNOLÓGICOS E A QUESTÃO CULTURAL
As redes sociais mudaram sua vida? Facebook, whatsapp, twitter… de
que maneira isso influencia você e suas relações com o mundo? Atualmente, com as facilidades da tecnologia e locomoção, o espaço entre as pessoas é quase inexistente, está cada vez mais evidente uma miscigenação não só racial, mas cultural também. Há quem acredite que esse contato intenso com outras culturas esteja criando uma homogeneização da cultura global, ou melhor dizendo, que esteja sendo criada uma ocidentalização cultural devido a grande influência dos Estados Unidos como a maior potência no momento. Apesar das transculturação ser evidente e inevitável, em razão da proximidade e velocidade com a qual as notícias se propagam e são absorvidas atualmente, onde uma mudança radical está em movimento, sempre haverá um “contra movimento” lutando para o permanecimento dos costumes locais, e essa briga de contrastes assegura a diferenciação entre a cultura local e a estrangeira, mesmo quando incorporada permanecem as particularidades de cada espaço, dando início a uma nova diversidade cultural. Nenhuma cultura se manteve alheia ao tempo, mesmo as milenares tiveram que se adequar para continuarem existindo, algumas com mais resistência do que outras, mas é praticamente impossível qualquer coisa que seja não sofrer as ações do tempo e da história. Já foi alvo de muitas pesquisas lugares que nem ao menos tem recursos básicos, como por exemplo instalações sanitárias, água tratada para consumo ou mesmo condições decentes de prevenção de doenças já erradicadas na maioria dos países, porém têm acesso à internet. Em contrapartida essa facilidade de acesso á informações e liberdade que a internet proporciona não traz só vantagens, criou-se a moda da exposição excessiva da imagem, onde tudo pode ser divulgado e facilmente encontrado na rede, tanto fotos, quanto informações privadas do governo e até mesmo facilita o comercio de produtos ilícitos. Modificou a sociedade também de forma que tornou-se totalmente dependente dessa conectividade para viver, tornando quase impossível fugir desse alcance ou se tornar totalmente independente dele, de forma que se essa rede simplesmente se desligasse ocorreria um colapso a nível mundial, principalmente impactando a economia. Individualmente, a internet foi criada para facilitar e aproximar as pessoas, porém, as redes sociais especificamente, prevalecem sobre o diálogo. O interessante é que foram, supostamente, criadas para aproximar as pessoas, mas acabam afastando. Não raro, é possível encontrar pessoas na rua e em todos os lugares uma multidão de pessoas com os olhos fixos em uma tela, ao invés de olhar ao redor, cria-se essa ilusão de que estamos todos juntos, pois estamos conectados, mas nunca estivemos tão sozinhos. Percebe-se que passou do limite saudável quando um número considerável de pessoas trocam a vida real por uma virtual e artificial. No livro Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley alertava sobre os perigos do consumo desenfreado e do hedonismo que parecem preencher o vácuo espiritual deixado pela decadência das religiões. Huxley construiu um mundo em que todos são felizes e alienados, mas não graças a Deus ou a conquistas pessoais, mas à obra de um Estado que mantém a população satisfeita por meio de um condicionamento feito do nascimento à morte. Também o momento propício para o estudo da Sociologia e Antropologia dessa nova realidade, já prevista antes por muitos pensadores, mas nunca tendo um desfecho feliz, no entanto, hoje, com base nas experiências passadas é inaceitável se manter alienado e descrente, quando se tem a possibilidade de reverter o quadro.
A assimilação de outras culturas e tradições é importante não apenas
para fins de estudo e convívio, mas também indispensável para unir as pessoas em prol de melhorar o lugar onde vivem e estabelecer uma tolerância global à diversidade. Faz-se necessário estabelecer uma consciência coletiva de que a internet é uma ferramenta portátil, e apenas isso, para facilitar o dia-a-dia e oferecer informações essenciais, e não para nos tornar escravos submissos à ela.