Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
IDENTIFICAÇÃO E ARMAZENAMENTO DE
FUNGOS AMBIENTAIS
Fungus Extremus
Teixeira de Freitas-BA
2020
2
SUMÁRIO
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
3
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
4
NOMENCLATURA
As regras de nomenclatura para os fungos segue o Código Internacional de Nomenclatura. Com
algumas exceções a nomenclatura dos táxons hierárquicos para os fungos segue o seguinte
padrão:
REINO Fungi
SUB-REINO ...myceta
FILO ...mycota
SUB-FILO ...mycotina
CLASSE ...mycetes
ORDEM ...ales
FAMÍLIA ...mycetidae
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
5
CLASSIFICAÇÃO
Até o início do séc. XXI o reino Fungi era dividido basicamente em nove filos (Chytridiomycota;
Neocallimastigomycota; Cryptomycota; Entomophthoromycota Blastocladiomycota;
Zygomycota; Glomeromycota; Ascomycota e Basidiomycota), além de um grupo artificial (não
taxonômico) de fungos que só se conhece a forma da sua reprodução assexuada. Este grupo é
denominado de anamórfico ou mitospórico ou imperfeito ou conidial, podendo também ser
conhecido como deuteromiceto (Deuteromycota). Este grupo não possui valor taxonômico,
sendo seus membros relacionados aos filos Ascomycota e Basidiomycota assim que se conhece
como ocorre sua reprodução sexuada (HIBBETT et al, 2007; MORAES et al, 2009;
BLACKWELL, 2011; JONES et al, 2011; HUMBER, 2012).
Desses nove filos somente são macrofungos os Eumycetes ou Dicarióticos que pertence aos filos
Ascomycota e Basidiomycota, que são capazes de produzir estruturas facilmente visíveis.
Marques (2012) determinou que os Pseudomycetes também podem formar esporóforos
macroscópicos, apesar de pequenos, porém, os mesmos pertencem ao filo Myxomycota, que são
estudados na área de Micologia, mas na realidade são bactérias.
Apesar de esta classificação, descrita anteriormente, ser atual, três trabalhos recentes
(TEDERSOO et al, 2018; WIJAYAWARDENE et al, 2018; NARANJO-ORTIZ;
GABALDÓN, 2019) reorganizaram os grupos taxonômicos do reino Fungi a partir de estudos
utilizando ferramentas de Biologia Molecular, agrupando-os de forma monofilética.
De acordo com Tedersoo et al (2018) o reino Fungi pode ser subdividido em nove sub-reinos e
18 filos descritos abaixo:
GRUPO SUB-REINOS FILOS
Aphelidiomyceta Aphelidiomycota
Rozellomyceta Rozellomycota
Monoblepharomycota
Zoospórico Chytridiomyceta Crytridiomycota
Neocallimastigomycota
Blastocladiomyceta Blastocladiomycota
Olpidiomyceta Olpidiomycota
GRUPO SUB-REINOS FILOS
Basidiobolomyceta Basidiobolomycota
Entomophthoromycota
Zoopagomyceta Kickxellomycota
Zoopagomycota
Zigospórico
Mortierellomycota
Calcarisporiellomycota
Mucoromyceta
Glomeromycota
Mucoromycota
GRUPO SUB-REINO FILOS
Entorrhizomycota
Dicariótico Dikarya Ascomycota
Basidiomycota
Ainda segundo Tedersoo et al (2018), o filo Ascomycota subdivide-se em três sub-filos
(Taphrinomycotina; Saccharomycotina e Pezizomycotina), mesmo número de sub-filos do filo
Basidiomycota (Pucciniomycotina; Ustilaginomycotina e Agaricomycotina).
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
6
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
7
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
8
FIGURA 1. Ficha de campo para descrever as principais características dos fungos coletados.
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
9
3. MACROFUNGOS
APRESENTAÇÃO
Os macrofungos são fungos que produzem estruturas reprodutoras macroscópicas, designadas
por estroma; carpóforo; esporocarpo; cogumelo; orelha-de-pau; basidioma (basidiocarpo) ou
ascoma (ascocarpo), sendo visíveis a olho nu, ou seja, com tamanho superior a 1,0 mm.
Os macrofungos compreendem um componente extremamente abundante e heterogêneo de
biodiversidade do ecossistema e executam funções vitais ao meio ambiente (LEONARD;
FECHNER, 2010).
Os principais representantes dos Macrofungos são os pertencentes aos filos Ascomycota e
Basidiomycota.
O filo Ascomycota compreende o maior grupo do reino Fungi, constituído de aproximadamente
75% de todos os fungos descritos. Seus representantes são considerados cosmopolitas e são
encontrados na natureza como saprófitos, parasitas (especialmente de plantas), ou em associação
mutualística (com algas unicelulares) formando os liquens. A principal característica deste grupo é
a presença de asco contendo ascosporos, geralmente oito, que representam a estrutura de
propagação do grupo. São produzidos por reprodução sexuada, mas a reprodução assexuada
também pode ser encontrada (MORAES et al, 2009).
Os representantes do filo Basidiomycota são considerados cosmopolitas e sapróbios. São
comumente denominados “cogumelos”. Têm como principal característica a presença de basídio
contendo basidiósporos, geralmente quatro, produzidos por reprodução sexuada, sendo que a
reprodução assexuada também pode ser encontrada (MORAES et al, 2009).
O surgimento do “corpo de frutificação” (aparecimento do esporocarpo) dos macrofungos pode
ocorrer diversas vezes no ano, dependendo de temperatura e umidade favoráveis, mas o
momento exato é muitas vezes espécie-específico. As variadas espécies de macrofungos requerem
diferentes condições ambientais para a formação do esporocarpo. A sobrevivência do
esporocarpo pode durar de algumas horas a vários anos, dependendo do habitat, fisiologia,
agentes destrutivos e ciclo de vida da espécie. Caracteristicamente, um "pico" máximo de
atividade ocorre nas épocas de surgimento do esporocarpo com diversidade e quantidade da
produção do esporocarpo evidente. Este clímax é precedido por alguns dias ou semanas de
rápida acumulação e posterior declínio na produtividade de fungos (LEONARD; FECHNER,
2010).
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
10
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
11
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
12
l) Estufa de secagem com ventilação forçada: para secagem dos macrofungos para
armazenamento na Micoteca.
m) Lâmina de aço; pinça e agulha: usadas para manipulação e cortes de estruturas dos fungos.
n) Folha de papel branca e preta: usada como apoio das lamelas para obtenção dos esporos.
o) Água destilada: para hidratar as estruturas dos fungos durante as análises.
p) KOH (hidróxido de potássio) a 5%: hidratante para análise e medição das estruturas
microscópicas (coloração citoplasmática e separação das hifas). Quando os macrofungos
escurecem na presença do KOH significa que sofreu uma reação Xantocroica.
q) Reagente de Melzer: empregado nas análises das microestruturas do basidioma
(basidiósporos, basídios) e também para determinar as reações de amiloidia (amiloide ou
destrinoide ou inamiloide) de esporos, ascos, basídios e tecidos himeniais de ascomycota e
basidiomycota. Nas análises de estruturas hifais seu uso é indispensável.
Reação Amiloide: caracterizada pela coloração azul.
Reação Dextrinoide: coloração marrom ou avermelhada (IKI +).
Reação Inamiloide: quando não houve nenhuma alteração na cor (IKI –).
r) Floxina 1%: corante para estruturas hialinas microscópicas dos fungos.
s) Azul de metileno: usado para corar estruturas hifais. Ao reagir coram-se de verde esmeralda
(grupo xantocroicos) e violeta claro ou azul arroxeado (grupo dos basidiocarpos corticosos).
Observação: o uso desse corante é importante, pois dependendo do tipo de reação, sua leitura
torna-se um item para identificação da espécie.
t) Azul de algodão: usado para observar a reação das microestruturas, sendo a reação chamada
de cianófila quando for positiva.
PROCEDIMENTOS NO LABORATÓRIO
1) Fotografia: todos os fungos devem ser fotografados novamente no laboratório ao lado de
uma régua ou escala sobre uma superfície clara para análise e registro de suas características
para comparar com as registradas em campo.
2) Descrição do macrofungo: com o auxílio de literaturas especializadas, cada estrutura
macroscópica do fungo deve ser caracterizada desde o tamanho (medir as estruturas); a forma;
a cor, descrevendo detalhadamente cada característica de cada parte do fungo (píleo; himênio;
himenóforo; estipe; anel; volva; etc.).
3) Anotação das características: todas as informações devem ser anotadas em uma ficha ou em
caderno próprio do responsável da pesquisa. São informações importantes de caráter de
identificação: medidas e formas de esporos; coloração; tipo de reação com reagentes; tipo de
hifas; etc.
4) Reações de amiloidia: gotas de reagente de Melzer devem ser adicionadas diretamente no
himênio de fungos do tipo orelha-de-pau para observação de reação.
5) Contagem dos poros: no caso de fungos com poros no himênio (himenóforo), estes devem
ser contados e anotados. A contagem dos poros é feita utilizando-se uma régua milimetrada e
estereomicroscópios (lupa). Contam-se quantos poros tem por milímetro. Devem ser
escolhidas pelo menos dez (10) regiões do fungo para fazer a contagem. Anota-se o menor
valor e o maior valor.
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
13
6) Técnica de esporada: deve ser feita a técnica de esporada para obter os esporos dos fungos,
principalmente aqueles na forma de cogumelo, mas os fungos do tipo orelha-de-pau também
podem ter esporada.
a. Técnica de esporada de cogumelos: utiliza-se um pedaço de papel retangular (se
possível uma metade branca e outra preta) com um pequeno corte em forma de círculo
no meio para encaixe da haste (estipe). O cogumelo deve ficar encaixado com a
superfície do himênio (himenóforo) sobre o papel e a estipe dentro da água em um
béquer durante 24 horas em um local escuro para que os esporos possam cair das
lamelas e marcar o papel. No outro dia poderá ser observada a cor da esporada, além
disso, poderão ser coletados esporos para serem fixados em lâminas com a resina e
lamínula para observação em microscópio óptico.
b. Técnica de esporada para fungos tipo orelha-de-pau: a obtenção de esporos ocorre
com o himênio (himenóforo) voltado para baixo sobre uma lâmina de vidro colocada
em uma placa de Petri forrada com papel toalha que deverá ser umedecido com água
deionizada ou destilada. A placa deverá ser tampada e armazenada durante 24 horas em
ambiente escuro para obtenção dos esporos. No outro dia observa-se a lâmina para
confirmar ou não a presença de esporos. Caso se encontrem os esporos coloca-se a
resina e depois a lamínula para observação em microscópio óptico.
7) Cortes: as análises do basidioma (basidiocarpo) e do himênio (himenóforo) iniciam-se com
cortes destas estruturas utilizando-se lâminas de aço (tipo Gillette). Os cortes devem ser feitos
em diferentes partes do basidioma e himênio para visualização das hifas (para caracterização) e
outras microestruturas (cistídios, paráfises, setas, etc.).
8) Montagem das lâminas em cogumelos: cortes finos da lamela devem ser colocados sobre
uma lâmina e depois se colocam os reagentes e corantes. O uso dos corantes deve ser utilizado
separadamente em lâminas diferentes. Com a lamínula cobre-se a amostra e leva ao
microscópio para visualização em diferentes aumentos.
9) Montagem das lâminas em fungos porosos (orelha-de-pau): cortes finos devem ser feitos
em diferentes regiões do fungo sobre diferentes lâminas. Em uma lâmina adicionar uma gota
de KOH 5% e em outra adicionar KOH 5% e corante azul de metileno. Cobrir com lamínula
e observar em microscópio óptico para caracterizar as hifas. Quando as estruturas são hialinas
(transparentes), de difícil observação, acrescentar o corante floxina 1%.
10) Identificação: após todas as análises descritas acima e consequente registros das
características dos fungos utilizam-se chaves de identificação; bancos de dados de herbários e
literaturas especializadas para identificação do espécime.
11) Conservação do macrofungo: o espécime é seco em estufa de ventilação forçada a 45°C
por 12 h (fungos mais secos) e 24 h (fungos friáveis ou úmidos). Após a secagem cada fungo
é acondicionado em caixas de papel com suas respectivas informações e inserido na micoteca
para conservação e/ou futuros estudos.
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
14
6. MICROFUNGOS
APRESENTAÇÃO
Os fungos anamórficos formam um grupo de fungos onde a reprodução assexuada é
predominante, com a formação de conídios como estrutura de propagação. A reprodução
sexuada é ausente, desconhecida ou teve a capacidade perdida. Esse grupo está relacionado aos
gêneros do filo Ascomycota e Basidiomycota por comparação de sequências gênicas. São
considerados como cosmopolitas, sapróbios e parasitas de animais e plantas. Os conídios são
formados por células conidiogênicas, presentes nos conidióforos, que são prolongamentos de
hifas modificadas, com função reprodutiva. Os conídios podem ter diferentes formas, tamanhos
e cores, podem possuir ou não a superfície texturizada, ornamento ou septo (MORAES et al,
2009).
Os microfungos são definidos como fungos com produção de estruturas microscópicas de
esporos (MUELLER et al, 2004). Estão distribuídos praticamente em todos os grupos
(Chytridiomycota, Zygomycota, Glomeromycota, Ascomycota e Basidiomycota) e possuem
estruturas reprodutivas microscópicas (MORAES et al, 2009).
Os fungos conidiais, também incluídos entre os microfungos, representam a fase anamórfica de
Ascomycota e Basidiomycota e tem aproximadamente 15.000 espécies descritas mundialmente
(KIRK et al, 2001). A estrutura reprodutiva mais comum em fungos são os conídios (reprodução
sexuada dominante), Moraes et al (2009) afirmam que os conídios são prolongamentos de hifas
modificadas, com função reprodutiva, formados por células conidiogênicas, presente nos
conidióforos.
Os fungos conidiais formam um grupo artificial, anteriormente conhecido como fungos
mitospóricos, fungos imperfeitos, fungos anamórficos ou Deuteromicetos e constituem a fase
assexuada dos filos Ascomycota e Basidiomycota, não apresentando forma sexuada de
reprodução. A maior parte destes fungos conidiais perdeu sua capacidade de reprodução sexuada
ou de se reproduzirem dessa forma em condições extremas ou desconhecidas (KIRK et al, 2001).
Os fungos conidiais podem estar presentes em quase todos os tipos de substratos possíveis de
serem utilizados em sua nutrição e podem ser encontrados tanto em ambientes terrestres,
associados às plantas, serrapilheira, solo e outros substratos, quanto em ambientes aquáticos
(água doce, salobra ou salgada), associados a partes de vegetais submersas e organismos aquáticos
(ALEXOPOULOS et al, 1996; MUELLER et al, 2004; SEIFERT et al, 2011).
As estruturas reprodutivas básicas que compõem este grupo são os conídios, os conidióforos e as
células conidiogênicas, sendo de grande importância para a taxonomia devido a grande
diversidade morfológica propiciada pela plasticidade fenotípica/genotípica do grupo
(ALEXOPOULOS et al, 1996).
Os fungos conidiais podem ser divididos em fungos ingoldianos; fungos aero-aquáticos; fungos
aquático-terrestres; e fungos aquático-facultativos (ALEXOPOULOS et al, 1996; GOH; HYDE,
1996; INGOLD, 1975; SILVA et al, 2014).
FUNGOS INGOLDIANOS
São dependentes exclusivamente do ambiente aquático para sua reprodução. Sua identificação é
baseada na morfologia dos conídios que apresentam formas hidrodinâmicas (tetra-radiados,
ramificados e sigmoides) que auxiliam na aderência ao substrato (DIX; WEBSTER, 1995; GOH,
1997). Estão presentes na natureza habitando, principalmente, ambientes lóticos com água limpa
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
15
e clara. Porém, alguns já foram reportados em água poluída (SRIDHAR et al, 2000), lagos e no
ambiente terrestre (BANDONI,1972, SCHOENLEIN-CRUSIUS; MALOSSO 2006).
FUNGOS AERO-AQUÁTICOS
Não conseguem completar seu ciclo de vida em ambiente aquático, sobrevivem vegetativamente
à substratos submersos. Porém, só esporulam quando expostos ao ar. Geralmente colonizam
matéria em decomposição e habita ambientes lênticos. Sua dispersão ocorre na superfície da água
(GOH; HYDE, 1996; SHEARER et al, 2007).Vivem em ambientes lênticos como lagos e
riachos, colonizam matéria orgânica em decomposição, possui conídios com estruturas
multicelulares de formas distintas em sua maioria helicoidal ou clatróide, estas formas possui ar
que possibilita os conídios a flutuarem sendo dispersos na superfície da água (BARBOSA, 2011;
SILVA, 2013).
FUNGOS AQUÁTICO-TERRESTRES
Geralmente são encontrados em gotas de chuva ou orvalho, em plantas intactas, como a
superfície foliar ou mesmo no tronco, formando um filme d’água que funciona como um micro-
habitat aquático (ANDO, 1992).
FUNGOS AQUÁTICO-FACULTATIVOS
São fungos que podem ser encontrados tanto em ambiente terrestre quanto aquático (lóticos e
lênticos). São caracterizados como sapróbios, com conidióforos e conídios de parede
relativamente espessa, podendo se desenvolver sobre substratos vegetais submersos ou terrestres
(SILVA, 2013). Podem esporular e dispersar seus conídios nos ambientes terrestre e aquático Os
conídios neste grupo são ovoides, cilíndricos, obclavados, piriformes ou fusiformes, o que não
caracteriza adaptações distintas para o ambiente aquático (GOH; HYDE, 1996).
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
16
ESTRUTURAS DO MICÉLIO
h) Micélio Vegetativo ou de Absorção ou Assimilativo: formado por um conjunto de hifas
que estão submersas no substrato ou crescendo na superfície, sendo formado por hifas
septadas, que são filamentos celulares cilíndricos geralmente multinucleados, com parede
celular. As hifas geralmente apresentam ramificações entre o ápice e a base do micélio.
i) Micélio Reprodutivo ou Aéreo ou Estroma: corpo de frutificação do fungo, formado por
hifas aéreas ou reprodutivas que apresentam a função de formar e liberar os conídios
(esporos).
Basidioma ou Basidiocarpo: estrutura reprodutora complexa dos fungos
Basidiomycota.
Ascoma ou Ascocarpo: estrutura reprodutora complexa dos fungos Ascomycota
j) Esclerócito ou Escleroto: formado por hifas agregadas escuras com parede espessa e
firmemente entrelaçadas com função de resistência.
k) Rizomorfo ou Rizoide: aglomerado de hifas formando denso filamento semelhante a raízes.
l) Hifopódio (Hyphopodia): formado por hifas diferenciadas com função de se fixar ao
substrato. Também denominado de Apressório.
m) Estomatopódio (Stomatopodia): formado por hifas diferenciadas de fungos parasitas que
penetram no tecido do hospedeiro. Também conhecidas como Haustório.
n) Seta (Setae): estrutura formada por hifas diferenciadas que apresentam forma de cerda ou
seta com parede espessa.
o) Paráfise (Paraphysis): estrutura formada por células terminais das hifas estéreis e
filamentosas que geralmente apresentam um ápice globoso ou capitado ou forma de baqueta.
p) Conidióforo: é uma hifa diferenciada que dará origem aos conídios. Pode não estar presente.
q) Célula Conidiogênica: célula produtora de conídios. Sempre está presente.
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
17
TIPOS DE CONIDIÓFOROS
a) Conidióforo Micronematoso: conidióforo com mesma espessura/tamanho que a hifa
principal.
b) Conidióforo Macronematoso: conidióforo com espessura/tamanho maior que a hifa
principal.
c) Conidióforo Isolado: formado apenas por uma hifa diferenciada.
d) Conidióforo Agrupado: formado por agrupamento de diversas hifas. Pode ser classificado
em Protegido e Desprotegido.
Conidióforo Agrupado Protegido:
Acérvulo: corpo de frutificação (estroma) em forma de almofada, fechado tendo
apenas uma abertura, composto por hifas impactadas que originam os
conidióforos.
Picnídio: corpo de frutificação assexual, geralmente em forma piriforme,
revestido por conidióforos.
Conidióforo Agrupado Desprotegido:
Sinema: corpo de frutificação formado por diversos conidióforos em paralelo.
Esporodóquio: corpo de frutificação em forma de almofada ou prato recoberto
por conidióforos.
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
18
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
19
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
20
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
21
p) KOH (hidróxido de potássio) a 5%: pode ser utilizado no caso de microfungos escuros
(demáceos). Usados para clarear microfungos demáceos.
q) Floxina B 1%: corante para estruturas hialinas (claras) microscópicas dos fungos.
r) Corantes: usados na microscopia óptica. O ideal é fazer uma lâmina SEM CORANTE e
outra COM CORANTE. Os principais corantes utilizados são:
Azul de metileno.
Azul de algodão.
Lactofenol de Amann.
Vermelho Congo.
PROCEDIMENTOS NO LABORATÓRIO
1) Higienização das amostras coletadas: lavagem do material em água corrente intermitente
durante 30 min.
2) Secagem do material: sobre papel toalha durante 15 min em temperatura ambiente.
3) Cultivo em micro ecossistema: colocar as amostras dos substratos coletados (para ser
cultivado) em placas de Petri contendo papel toalha (esterilizados) e depois umedecer o
papel com água também esterilizada.
4) Armazenamento: colocar as placas com os substratos em temperatura ambiente, dentro de
caixa isotérmica, contendo papel toalha umedecido no fundo da caixa e tampar a caixa.
5) Visualização: após uma semana, começar a visualização dos substratos nas placas de Petri
utilizando lupa (estereomicroscópio) para observação de crescimento de microfungos.
6) Registrar: assim que um microfungo for encontrado deve-se fotografá-lo ainda nos
substratos, diretamente da ocular da lupa.
7) Preparação da lâmina direta: com o auxílio de agulhas de insulina deve-se retirar o
microfungo do substrato e transferi-lo para uma lâmina de vidro contendo resina PVLG
(Álcool Polivinílico + Ácido Lático + Glicerina) ou resina PVL (Álcool Polivinílico + Ácido
Lático + Fenol).
8) Desmembramento do microfungo: ainda na lâmina, e com o auxílio das agulhas, o
microfungo deve ser desmembrado para facilitar a visualização de suas estruturas tais como
os esporos e células conidiogêncas.
9) Visualização e registro: tendo uma boa visualização das estruturas fúngicas pode-se
colocar a lamínula sobre a lâmina e fotografar as estruturas do microfungo diretamente da
ocular do microscópio.
10) Selar as lâminas: após a confecção das lâminas estas devem ser seladas passando esmalte
incolor nas bordas das lamínulas e deixando secar por 24 h antes de usá-las novamente.
11) Cultivo em meio de cultura: deve ser realizado cultivo em meio Ágar Cenoura Milho
(ACM) e Ágar Batata Dextrose (ABD) com 0,5% de cloranfenicol (ver protocolo de
produção) dos microfungos encontrados nos substratos, utilizando as técnicas de uma estria
e/ou três picadas. Após os repiques as placas devem permanecer incubadas de 3 a 7 dias
(dependendo da taxa de crescimento de cada espécime).
12) Registro das placas: as placas com crescimento dos microfungos devem ser fotografadas,
tanto a face superior (micélio aéreo) quanto a face inferior (micélio vegetativo). Suas
características devem ser anotadas.
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
22
13) Microcultivo: após o crescimento dos microfungos nos meios de cultura, realizar o
microcultivo (ver protocolo de microcultivo).
14) Visualização do microcultivo: as lâminas produzidas no microcultivo devem ser
visualizadas em microscópio óptico para caracterizar e medir (com auxílio da escala
micrométrica da ocular) as estruturas dos microfungos que serão importantes para a
identificação destes. Anote tudo em seu caderno de pesquisa.
15) Registrar: as estruturas visualizadas nas lâminas devem ser fotografadas e o aumento da
imagem deve ser anotado.
16) Armazenamento em tubos de ensaio: a partir das placas de Petri com ACM e ABD com
crescimento dos microfungos deve-se fazer repiques para tubos de ensaio contendo o meio
de cultura ACM inclinado e após o crescimento dos microfungos, no meio de cultura,
adicionar óleo mineral esterilizado até cobrir a amostra.
17) Armazenamento em água: a partir das placas de Petri, com ACM e ABD com crescimento
dos microfungos, deve-se fazer cortes cúbicos do ágar, com o auxílio de um bisturi,
formando fragmentos do ágar contendo o microfungo. Estes fragmentos devem ser
colocados em frascos de vidro contendo água deionizada ou destilada, ambos esterilizados
(ver protocolo do método de Castellani).
18) Armazenamento do substrato e das lâminas: os substratos, dos quais foram retirados os
microfungos, devem ser secos em estufa com ventilação forçada a 45°C/24 h e depois
armazenados em caixas junto com suas respectivas lâminas. Tudo deve ser identificado e
registrado na Micoteca.
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
23
PROCEDIMENTOS EM CAMPO
1) Materiais importantes: canivete, facão, perneiras, GPS, termômetro, higrômetro; etc.
2) Coleta de material em campo: retirar a estrutura da planta com tesoura, canivete ou estilete.
3) Armazenamento das amostras: em sacos de papel e/ou frascos;
4) Transporte para o laboratório: em caixas isotérmicas.
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
24
q) Lâmina de aço ou bisturi: usados para cortar o Ágar Batata ou Ágar Cenoura Milho para
fazer o microcultivo. Também serão utilizados para cortar o Ágar Batata ou Ágar Cenoura
Milho, com o microfungo, para ser armazenado no método Castelanni (1939).
r) KOH (hidróxido de potássio) a 5%: pode ser utilizado no caso de microfungos escuros
(demáceos). Usados para clarear microfungos demáceos.
s) Floxina B 1%: corante para estruturas hialinas (claras) microscópicas dos fungos.
t) Corantes: usados na microscopia óptica. O ideal é fazer uma lâmina SEM CORANTE e
outra COM CORANTE. Os principais corantes utilizados são:
Azul de metileno.
Azul de algodão.
Lactofenol de Amann.
Vermelho Congo.
PROCEDIMENTOS NO LABORATÓRIO
1) Higienização dos substratos: higienizar as estruturas das plantas coletadas (no interior de
uma capela de exaustão ou fluxo laminar), utilizando recipientes previamente higienizados
com solução de hipoclorito (3%), de acordo com o tipo de microfungo (epifítico ou
endofítico) que se pretende isolar.
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
25
2) Colocando fragmentos nas placas: após a higienização deve-se cortar (utilizando lâmina
de aço ou bisturi ou tesoura previamente esterilizada ou flambada) pequenos discos ou
fragmentos (6-7 mm) das estruturas das plantas e colocar (usando uma pinça esterilizada ou
flambada) na placa de Petri contendo Ágar Batata Dextrose (ABD). Para cada placa de Petri
é possível colocar de três a cinco fragmentos.
3) Incubação das placas: incubar em estufa úmida e manter em temperatura ambiente,
analisar o crescimento que pode variar de três a seis dias, dependendo da estação.
4) Repique dos fungos: repicar os variados fungos que cresceram a partir dos fragmentos das
plantas para outra placa de Petri contendo ABD, sendo um fungo para cada nova placa de
Petri.
5) Microcultivo: realizar o método de microcultivo em lâminas dos fungos que cresceram nos
fragmentos (ver protocolo de microcultivo);
6) Visualização das lâminas do microcultivo: com o microscópio óptico fazer varredura na
lâmina e medir as estruturas dos microfungos conforme o protocolo de identificação. Anotar
as medidas realizadas.
7) Registro: fotografar as estruturas e anotar o aumento da objetiva.
8) Cultivo: cultivar os microfungos em placas de Petri e em tubos de ensaio inclinados com
Ágar Cenoura Milho (ACM) com 0,5% de cloranfenicol. A incubação deve ser realizada a
temperatura ambiente de 3 a 7 dias.
9) Registro das placas: as placas com crescimento dos microfungos devem ser fotografadas,
tanto a face superior (micélio aéreo) quanto da face inferior (micélio vegetativo). Suas
características devem ser anotadas.
10) Armazenamento em água: após o crescimento dos microfungos nas placas de Petri, retirar
pequenos discos ou quadrados (utilizando bisturi esterilizado ou flambado) e colocá-los em
frascos de vidro contendo água deionizada ou destilada esterilizada (ver protocolo para
armazenamento a partir do método Castellani).
11) Armazenamento em tubos de ensaio: após o crescimento dos microfungos nos tubos de
ensaio, esterilizar óleo mineral e colocar dentro dos tubos até a total cobertura dos
microfungos.
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
26
10. MICROCULTIVO
MONTAGEM DA CÂMARA ÚMIDA
Montar uma placa de Petri com o fundo coberto com papel de filtro e colocar sobre este um
bastão em forma de “U” ou “V”, uma lâmina e três lamínulas.
Caso não tenha um bastão para a lâmina ficar em cima use outra lâmina como base, colocando a
lâmina de cima perpendicular à lâmina de baixo.
Esterilizar todas as placas de Petri montadas em estufa de esterilização (Pasteur) a 180°C/3 horas.
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
27
MÉTODO CASTELLANI
Realizar todo o procedimento próximo ao bico de Bunsen.
A partir das placas de Petri contendo ACM e ABD, com crescimento dos microfungos, devem-se
fazer cortes cúbicos do ágar, com o auxílio de um bisturi (esterilizado ou flambado), formando
pequenos fragmentos do ágar contendo o microfungo.
Os fragmentos devem ser transferidos para frascos de vidro contendo água deionizada ou
destilada, ambos esterilizados, e depois tampados.
Armazenar os frascos em temperatura ambiente ou refrigerador.
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
28
PREPARO:
Suspender de 39,0 a 42,0 g (depende da marca) do pó em um litro (1.000 mL) de água destilada
ou deionizada (verificar e seguir as instruções no rótulo do frasco do meio de cultura).
Aquecer até dissolver completamente, sem ferver.
Esterilizar em autoclave a 121°C por 15-20 minutos.
Resfriar em temperatura ambiente.
PREPARO:
Ralar a cenoura madura e pesar 30,0 g e colocar em um erlenmeyer com 500 mL de água
deionizada ou destilada (Solução 1).
Pesar 30,0 g de fubá de milho (tipo flocão) e colocar em um erlenmeyer com 500 mL de água
deionizada ou destilada (Solução 2).
Cozinhar por 15 minutos no fogão (não deixar ferver) as duas soluções em recipientes separados.
Após cozidas as soluções 1 e 2 devem ser coadas separadamente (use coador de pano) e
utilizando uma proveta coloque a mesma quantidade da Solução 1 e da Solução 2 em um único
recipiente com tampa (geralmente a Solução 2 fica com menor volume).
Após juntar as duas soluções acrescente o Ágar Bacteriológico, lembrando que a quantidade pode
variar dependendo do volume final das duas soluções, para cada 1 L (1.000 mL) da solução final
de cenoura e milho são acrescentados 16,0 g de Ágar (para outras quantidades use regra de três).
Esterilizar em autoclave a 121°C por 20 minutos.
Resfriar em temperatura ambiente.
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
29
PREPARO:
Em um erlenmeyer coloque 16,6 g de PVA em 100,0 mL de água deionizada ou destilada.
Tampe com rolha de algodão hidrófobo e por cima da rolha coloque papel alumínio (faça
pequenos furos no papel alumínio).
Homogeneizar e autoclavar a 121°C/20 min.
Depois de frio misturar com 100,0 mL de ácido lático e 10,0 mL de glicerina.
Guardar em frasco âmbar ou coberto com papel alumínio ao abrigo da luz.
Usar somente depois de 48 horas.
Parte da resina pode ficar estocada no frasco maior (em refrigerador).
A resina que vai ser usada pode ser colocada em frascos menores (âmbar ou coberto com papel
alumínio), com conta-gotas.
Identifique todos os frascos.
PREPARO:
Modo de fazer a solução estoque:
Em um erlenmeyer coloque 15,0 g de PVA em 100,0 mL de água deionizada ou destilada.
Tampe com rolha de algodão hidrófobo e por cima da rolha coloque papel alumínio (faça
pequenos furos no papel alumínio).
Homogeneizar e autoclavar a 121°C/20 min.
A solução estoque deve ser acondicionada em refrigerador depois de pronta e ao abrigo da luz
(frasco âmbar ou coberto com papel alumínio).
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
30
AZUL DE ALGODÃO
FÓRMULA:
Ácido lático 20,0 g 100,0 g
Cristais de fenol 20,0 g 100,0 g
Glicerina 20,0 g 100,0 g
Azul algodão 0,05 g 0,25 g
Água destilada ou deionizada 20,0 mL 100,0 mL
PREPARO:
Fundir os cristais de fenol em banho-maria e depois misturar com os outros ingredientes.
Esperar 24 horas e filtrar.
Armazenar em pote de vidro âmbar ou coberto por papel alumínio.
LACTOFENOL DE AMANN
FÓRMULA:
Ácido fênico 20,0 g 100,0 g
Ácido lático 20,0 g 100,0 g
Glicerina 40,0 g 200,0 g
Água destilada ou deionizada 20,0 mL 100,0 mL
Azul de Poirrierblau 0,05 g 0,25 g
PREPARO:
Misturar todos os componentes e dissolver pelo calor.
Depois adicionar 0,05g de azul de Poirrierblau.
Esperar 24 horas e filtrar.
Armazenar em pote de vidro âmbar ou coberto por papel alumínio.
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
31
AZUL DE METILENO
FÓRMULA:
Azul de metileno 1,0 g
Água destilada ou deionizada 100,0 mL
PREPARO:
Dissolver os dois ingredientes até a total dissolução dos componentes.
Armazenar em pote de vidro âmbar ou coberto por papel alumínio.
VERMELHO CONGO A 1%
FÓRMULA:
Vermelho congo 1,0 g
Água destilada ou deionizada 100,0 mL
PREPARO:
Dissolver os dois ingredientes até a total dissolução dos componentes.
Armazenar em pote de vidro âmbar ou coberto por papel alumínio.
PREPARO:
Dissolver os dois ingredientes até a total dissolução dos componentes.
Armazenar em pote de vidro âmbar ou coberto por papel alumínio.
FLOXINA B 1%
FÓRMULA:
Floxina B 10,0 g
Glicerina 75,0 mL
Água destilada ou deionizada 175,0 mL
PREPARO:
Misturar todos os componentes e dissolver pelo calor.
Armazenar em pote de vidro âmbar ou coberto por papel alumínio.
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
32
REAGENTE DE MELZER
FÓRMULA:
Iodo 0,5 g 2,5 g
Potássio iodado 1,5 g 7,5 g
Hidrato de cloro 20,0 g 100,0 g
Água destilada ou deionizada 20,0 mL 100,0 mL
PREPARO:
Dissolver os ingredientes e agitar.
Armazenar em pote de vidro âmbar ou coberto por papel alumínio.
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
33
ALEXOPOULOS, C. J.; MIMS, C. W.; BLACKWELL, M. Introductory Mycology. 4. ed. New York:
John Willey & Sons. 1996.
BARNETT, H. L.; HUNTER, B. B. Illustrated Genera of Imperfecti Fungi. 4. ed. Saint Paul: APS
Press. 1998, 218 p.
BLACKWELL, M. The Fungi:1, 2, 3. 5.1 million species? American Journal of Botany. v. 98, n. 3, p.
426-438, 2011.
CAI, L.; HYDE, K. D.; TSUI, C. K. M. Genera of Freshwater Fungi. Hong Kong: Fungal Diversity
Press. 2006, 261 p.
CANNON, P. F.; KIRK, P. M. Fungal Families of the World. Wallingford: CAB INternational.
2007, 456 p.
CASTELLANI, A. Viability of some pathogenic fungi in distilled water. The Journal of Tropical
Medicine and Hygiene. v. 24, p. 270-276, 1939.
DIX, N. I.; WEBSTER, J. Fungal Ecology. Cambridge: University Press. 548 p. 1995.
DOMSCH, K. H.; GAMS, W. Compendium of Soil Fungi. Vol. 1-2. Braunschweig: IHW-Verlag.
1993, 860 p.
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
34
EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Raven. Biology of Plants. 8. ed. New York: W. H. Freeman and
Company Publishers. 2013, 900 p.
FUNCH, L. S.; MIRANDA, L. D. (Orgs.). Serrano. Parque Municipal da Muritiba. Feira de Santana:
Print Mídia. 2011, 188 p.
GIBERTONI, T. B.; A. C. GOMES-SILVA, C. R. S.; LIRA, G. S. N.; MELO, V. F.; SILVA, L.;
ARAÚJO-NETA, L.; DRECHSLER-SANTOS, E. R. Hymenochaetales. In: Lista de Espécies da
Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 2012.
GOH, T. K.; HYDE, K. D. Biodiversity of freshwater fungi. Journal of Industral Microbiology. v. 17,
p. 328-345, 1996.
GOND, S. K.; VERMA, V. C.; MISHRA, A.; KUMAR, A.; KHARWAR, R. N. Role of Fungal
Endophytes in Plant Protection. Cap. 15, p. 183-197. In: ARYA, A.; PERELLÓED, A. E. (Eds.).
Management of Fungal Plant Pathogens. Wallingford: CAB International. 2010.
GUERRERO, R. T.; HOMRICH, M. H. Fungos Macroscópicos Comuns no Rio Grande do Sul. Guia
para Identificação. 2. ed. Porto Alegre: UFRGS. 1999, 124 p.
HIBBETT, D. S.; BINDER, M.; BISCHOFF, J. F.; BLACKWELL, M.; CANNON, P. F.;
ERIKSSON, O. E.; HUHNDORF, S.; JAMES, T.; KIRK, P. M.; LÜCKING, R.; LUMBSCH,
H. T.; LUTZONI, F.; MATHENY, P. B.; MCLAUGHLIN, D. J.; POWELL, M. J.;
REDHEAD, S.; SCHOCH, C. L.; SPATAFORA, J. W.; STALPERS, J. A.; VILGALYS, R.;
AIME, M. C.; APTROOT, A.; BAUER, R.; BEGEROW, D.; BENNY, G. L.; CASTLEBURY,
L. A.; CROUS, P. W.; DAI, Y.; GAMS, W.; GEISER, D. M.; GRIFFITH, G. W.; GUEIDAN,
C.; HAWKSWORTH, D. L.; HESTMARK, G.; HOSAKA, K.; HUMBER, R. A.; HYDE, K. D.;
IRONSIDE, J. E.; KOLJALG, U.; KURTZMAN, C. P.; LARSSON, K.; LICHTWARDT, R.;
LONGCORE, J.; MIADLIKOWSKA, J.; MILLER, A.; MONCALVO, J.; MOZLEY-
STANDRIDGE, S.; OBERWINKLER, F.; PARMASTO, E.; REEB, V.; ROGERS, J. D.;
ROUX, C.; RYVARDEN, L.; SAMPAIO, J. P.; SCÜBLER, A.; SUGIYAMA, J.; THORN, R. G.;
TIBELL, L.; UNTEREINER, W. A.; WALKER, C.; WANG, Z.; WEIR, A.; WEISS, M.;
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
35
WHITE, M. M.; WINKA, K.; YAO, Y.; ZHANG, N. A higher-level phylogenetic classification
of the Fungi. Mycological Research, v. 111, p. 509-547, 2007.
JONES, M. D. M.; FORN, I.; GADELHA, C.; EGAN, M. J.; BASS, D.; MASSANA, R.;
RICHARDS, T. A. Discovery of novel intermediate forms redefines the fungal tree of life.
Nature, v. 474, p. 200-203, 2011.
KIRK, P. M.; CANNON, P. F.; DAVID, J. C.; STALPERS, J. A. Ainsworth and Bisby’s Dictionary
of the Fungi. 9. ed. CABI, Wallingford. 2001. 655 p.
LARGENT, D. L.; THIERS, H. D. How to Identify Mushrooms to Genus II: Field Identification of
Gerena. Eureka: Eureka Printing. 1977, 32 p.
LEONARD, P.; FECHNER, N. A Guide to Collecting and Preserving Fungal Specimens for the
Queensland Herbarium. Version 3.2. Queensland: Department of Environment and Resource
Management. 2010. 45 p.
MUELLER, G. M.; BILLS, G. F.; FOSTER, M. S. (Eds.). Biodiversity of Fungi: Inventory and
Monitoring Methods. Amsterdam: Elsevier Academic Press. 2004. 777 p.
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
36
PUTZKE, J.; PUTZKE, M. T. L. Os Reinos dos Fungos. Volume 1. 3. ed. Santa Cruz do Sul:
EDUNISC. 2013, 665 p.
SHEARER, C. A.; DESCALS, E.; KOHLMEYER, B.; KOHLMEYER, J.; MARVANOVÁ, L.;
PADGETT, D.; PORTER, D.; RAJA, H. A.; SCHMIT, J. P.; THORTON, H. A;
VOGLYMAYR, H. Fungal biodiversity in aquatic habitats. Biodiversity Conservation, v. 16, p. 49-67,
2007.
SILVA, S. S. Fungos conidiais associados a substratos vegetais submersos em alguns corpos d'água no Bioma
Caatinga. 101 f. Dissertação (Mestrado em Botânica). Departamento de Ciências Biológicas.
Universidade Estadual de Feira de Santana. Bahia. 2013.
SINGER, R.; ARAUJO, I.; IVORY, M. H. The Ectotrophically Mycorrhizal Fungi of the Neotropical
Lowlands, Especially Central Amazonia. Beihefte zur Nova Hedwigia. Berlin: J. Cramer. 1983. 339 p.
SRIDHAR, K. R.; KRAUSS, G.; BARLOCHER, E.; WENNRICH, R.; KRAUSS, G. J. Fungal
diversity in heavy metal polluted waters in central Germany. p. 119-129. In: HYDE, K. D.; HO,
W. H.; POINTING, S. B. (Eds.). Aquatic Mycology Across the Millennium. Hong Kong: Fungal
Diversity. 2000.
STONE, J. K.; POLISHOOK, J. D.; WHITE JR., J. F. Endophytic Fungi. Cap. 12. p. 241-270.
In: MUELLER, G. M.; BILLS, G. F.; FOSTER, M. S. (Eds.). Biodiversity of Fungi: Inventory and
Monitoring Methods. Boston: Elsevier Academic Press. 2004, 777 p.
TEDERSOO, L.; SÁNCHEZ-RAMÍREZ, S.; KOLJALG, U.; BAHRAM, M.; DÖRING, M.;
SCHIGEL, D.; MAY, T.; RYBERG, M.; ABARENKOV, K. High-level classification of the
Fungi and a tool for evolutionary ecological analyses. Fungal Diversity, v. 90, p. 135-159, 2018.
WATANABE, T. Pictorial Atlas of Soil and Seed Fungi. Morfologies of Cultured Fungi and Key to Species.
2. ed. New York: CRC Press. 2002, 486 p.
WEBSTER, J.; WEBER, R. Introduction to Fungi. 3. ed. Cambridge: Cambridge University Press.
2007.
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna
37
Projeto Fungus Extremus – UNEB – Campus X – Ciências Biológicas – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna