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COMPREENSÃO ORAL
3. Assinala, para cada uma das alíneas seguintes (3.1. a 3.3.), a(s) opção(ões) correta(s), de acordo com o
texto.
3.1. Apesar de acreditar que a fidalga não comia, um dos trabalhadores revelou-se…
a. feliz. c. irado.
b. invejoso. d. desconfiado.
4. Completa a frase com um(a) vocábulo/expressão que seja sinónimo(a) da última palavra do texto.
“A mulher daí em diante emendou-se d .” (toleima)
Bom Trabalho!
Professora Neila Soares
Transcrição do texto
Vamos ouvir uma história que fui buscar ao livro de Xavier Ataíde de Oliveira, Contos Tradicionais do
Algarve, intitulada “A mulher que não come”.
Um fidalgo tinha uma filha que nunca comia. Esta notícia criou em redor da filha do fidalgo uma atmosfera
de mistério. Ninguém a pedia em casamento.
Um rapaz pobre, mas bem-educado, foi pedir ao pai a mão de sua filha. Admirou-se o fidalgo do pedido e
foi comunicá-lo à filha. Esta declarou que casava com o rapaz. E casaram.
Efetivamente ninguém ainda tinha visto a fidalga comer. Eram passados quinze dias e nunca o marido vira
que sua esposa comesse a coisa mais insignificante.
Uma tarde foi ele visitar uma quinta onde trazia trabalhadores e ouviu-os falar de sua esposa. O marido
escondeu-se. Ninguém punha em dúvida que a fidalga não comesse; no entanto um dos trabalhadores dizia:
– Se fosse a minha mulher, espreitava-a.
Esta dúvida do trabalhador assaltou também o espírito do marido. Foi para casa, disse à mulher que ia fazer
no dia seguinte uma jornada e pôs-se em lugar de onde ele pudesse ver tudo o que se fazia no quarto de sua
mulher. Escolheu para esconderijo uma casa velha, onde ninguém entrava.
Logo de manhã, ouviu o marido entrar a criada no quarto de sua esposa e perguntar-lhe o que queria para
o almoço.
– Uns miolinhos de porco. – respondeu ela.
Ao meio-dia foi a criada perguntar-lhe o que queria jantar.
– Basta-me um bolo grande com manteiga.
À noite voltou a criada a perguntar-lhe o que queria cear.
– Um franganito com ovos.
O nosso homem saiu do esconderijo, ensopou a roupa em água e entrou no quarto da esposa.
– Vens molhado? Aqui não choveu. – disse-lhe a mulher.
– Eu te digo: quando voltava para casa apanhei água de pedra do tamanho dos miolinhos de porco do teu
almoço; corri a amparar-me a um carro do tamanho do bolo do teu jantar e fiquei molhadíssimo como o
pintainho da tua ceia.
A mulher daí em diante emendou-se da toleima.
Acabámos de ouvir a história da mulher que não comia. Fui buscá-la ao livro de Xavier Ataíde de Oliveira.