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INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE

E ADMINISTRAÇÃO DE LISBOA

ACTIVOS FIXOS TANGÍVEIS

IAS 16 / NCRF 7

Unidade Curricular:
Contabilidade das Operações Especiais Elaborado por:

Licenciatura em Contabilidade e Administração Professor João Teixeira Nogueira (regente)


Ramo: Contabilidade Professora Ana Isabel Dias

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IAS 16 – ACTIVOS FIXOS TANGÍVEIS
CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO
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NOTAS IMPORTANTES
Licenciatura em Contabilidade e Administração

A IAS 16 Activos Fixos Tangíveis tem vindo a ser alterada tendo em conta as melhorias contínuas
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efetuadas pelo IASB:


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 Annual improvements 2009-2011 (classification of servicing equipment) – com aplicação a partir


de 1/1/2013;
 Annual improvements 2010-2012 (proportionate restatement of accumulated depreciation under
the revaluation method) – com aplicação a partir de 1/7/2014;
 Alterações à IAS 16 (e IAS 38) - Clarification of Acceptable Methods of Depreciation and
Amortisation – com aplicação a partir de 1/1/2016;
 Alterações à IAS 16 (e IAS 41) – Agriculture: Bearer Plants – com aplicação a partir de 1/1/2016.

Para maior detalhe consulte: http://www.iasplus.com/en/standards/ias/ias16

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NOTAS IMPORTANTES
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Em termos de endosso dessas alterações pela Comissão Europeia, chama-se a atenção para a
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leitura aos seguintes:


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 Regulamento (UE) 2015/2113 da Comissão, de 23/11/2015 (referente à introdução de


“plantas destinadas à produção”);
 Regulamento (UE) 2015/2231 da Comissão, de 2/12/2015 (referente à clarificação dos
métodos aceitáveis de depreciação e amortização);
 Regulamento (UE) 2015/28 da Comissão, de 17/12/2014 (referente à emenda da alínea
a) do §35 modelos de revalorização, e introduções de disposições transitórias).

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ÍNDICE

Objectivo;
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 Âmbito;
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 Definições/Conceitos;
 Decisão de Capitalizar;
 Reconhecimento e Mensuração Inicial;
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 Dispêndios Subsequentes;
 Mensuração Subsequente ao Reconhecimento Inicial;
 Capitalização de Juros;
 Trabalhos para a Própria Empresa;
 Bens recebidos por Doação;
 Aquisições Lump Sum e por emissão de acções;
 Troca de activos não monetários;
 Depreciações;
 Imparidade;
 Retiradas e alienações;
 Divulgações;
 Comparação com a realidade nacional;
 Questões e casos de estudo.

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OBJECTIVO
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A IAS 16 tem por objectivo prescrever o tratamento contabilístico para activos fixos tangíveis.
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Notas:
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A actual IAS 16 foi emitida em Dezembro de 2003; tornou-se efectiva em 01/01/2005 tendo substituido a IAS 16
(revista em 1998); incorpora melhorias em 2009, 2013, 2014, e a partir de 1/1/2016 clarifica os métodos de
depreciação aceitáveis e introduz conceitos relacionados com a agricultura (plantas destinadas à produção).

As principais alterações introduzidas na actual versão dizem respeito: (i) aos custos de desmantelamento, remoção
ou restauração que passam a ser incluídos no custo de um activo fixo tangível; (ii) adoptada uma abordagem por
componentes de depreciação; (iii) os ganhos com a alienação de activos fixos tangíveis não podem ser incluídos no
rédito; (iv) incorporação de plantas destinadas à produção como AFT .

Revogou as seguintes interpretações:


SIC 6 – Custos de modificação de software existente;
SIC 14 – Activo fixo tangível – Compensação pela imparidade de activos;
SIC 23 – Activo fixo tangível – Custos com grandes inspecções ou revisões.

Outras normas aplicáveis aos activos fixos tangíveis: IAS 17; IAS 23; IAS 36; IAS 40.
5 Nota importante: ver conteúdo da IFRIC 1 (Alterações em Passivos por Descomissionamento, Restauro e Outros Semelhantes
Existentes) e sua relação com a IAS 16.

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ÂMBITO
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A IAS 16 aplica-se à contabilização de activos fixos tangíveis excepto quando uma outra
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norma exija ou permita um tratamento contabilístico diferente (IAS 17, IAS 23, IAS 36,
IAS 40, por exemplo).
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A IAS 16 não se aplica:

- A activos fixos tangíveis classificados como detidos para venda de acordo com IFRS 5;

- A activos biológicos relacionados com a actividade agrícola (IAS 41).;

- A activos relacionados com a exploração e avaliação de ativos minerais (IFRS 6);

- A direitos minerais e reservas minerais tais como petróleo, gás natural e recursos não regenerativos semelhantes.

 Contudo, a IAS 16 aplica-se aos AFT usados para manter ou desenvolver as 3 últimas categorias de
ativos e aplica-se às plantas destinadas à produção, mas não se aplica aos produtos agrícolas
6 obtidos a partir das plantas destinadas à produção.

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DEFINIÇÕES/CONCEITOS
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Activos fixos tangíveis são itens tangíveis que :


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-sejam detidos para uso na produção ou fornecimento de bens e serviços, para arrendamento
a outros, ou para fins administrativos, e
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- se espera que sejam usados durante mais do que um período.

Uma planta destinada à produção é uma planta viva que:

a) é utilizada na produção ou fornecimento de produtos agrícolas;

b) irá fornecer produtos agrícolas por um período que se espera ser superior a um ano; e

c) tem uma probabilidade remota de ser vendida como produto agrícola, com exceção de
vendas ocasionais de resíduos.

NOTA: não são plantas destinadas À produção: (i) plantas cultivadas para serem usadas
como produto agrícola, p. ex. árvores para utilização da madeira, (ii) plantas cultivadas pelo
7 seu produto agrícola e (iii) culturas anuais, p. ex. milho e trigo. (§5A IAS 41)

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DEFINIÇÕES/CONCEITOS
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Quantia escriturada – é a quantia pela qual um activo está reconhecido após dedução de
qualquer depreciação acumulada e perdas por imparidade acumuladas.
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Custo – é a quantia de caixa ou seus equivalentes paga ou o justo valor de outra retribuição
dada para adquirir um activo no momento da sua aquisição ou construção ou, quando aplicável,
a quantia atribuída a esse activo aquando do reconhecimento inicial de acordo com os
requisitos específicos de outras IFRS s. Por exemplo, a IFRS 2 – Pagamento com base em
acções.

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DEFINIÇÕES/CONCEITOS
(CONT.)

Quantia depreciável – é o custo de um activo ou outra quantia substituta do custo, menos os seu
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valor residual.
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Depreciação – é a imputação sistemática da quantia depreciável de um activo durante a vida útil.


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Vida útil – é o período durante o qual uma entidade espera que um activo esteja disponível para
uso, ou, o número de unidades de produção ou semelhantes que uma entidade espera obter do
activo.

Valor específico para a entidade – é o valor presente dos fluxos de caixa que uma entidade
espera que resultem do uso continuado de um activo e da sua alienação no final da sua vida útil ou
em que espera incorrer ao liquidar um passivo.

Justo valor – é a quantia pela qual um activo pode ser trocado entre partes conhecedoras,
dispostas a isso, numa transacção em que não existe relacionamento entre as mesmas.

Perda por imparidade – é a quantia pela qual a quantia escriturada de um activo excede a sua
9 quantia recuperável.

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DECISÃO DE CAPITALIZAR (GASTO NÃO EXTINTO)


OU
RECONHECER COMO GASTO (GASTO EXTINTO)
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 Capitalizar (considerar gasto não extinto) – sempre que o gasto ou dispêndio satisfaz a
definição de activo prevista na Estrutura Conceptual (recurso controlado pela entidade,
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proveniente de acontecimentos passados, do qual se espera que fluam para a entidade


benefícios económicos futuros) e, também, satisfaça os critérios de mensuração definidos
naquela estrutura (seja provável que benefícios económicos futuros associados ao activo
fluirão para a entidade e o custo do activo puder ser mensurado com fiabilidade).

 Não capitalizar (considerar gasto extinto do período) – sempre que o gasto ou


dispêndio não satisfaz a definição de activo e/ou não satisfaz os critérios de mensuração
fiável.

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RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO INICIAL

A IAS 16 preconiza que os Activos Fixos Tangíveis são mensurados inicialmente pelo seu
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CUSTO.
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O custo deve incluir:


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- O preço de compra, incluindo direitos de importação e impostos não reembolsáveis e


excluindo descontos comerciais e abatimentos;
- Custos necessários para colocar o activo na localização e condição de funcionamento (*);
- Estimativa do custo de desmantelamento e remoção do bem e de restauração do local (**).

(*)Custos de preparação do local; custos iniciais e de entrega e manuseamento; custos de


instalação e montagem; custos para testar o correcto funcionamento do activo, deduzidos de
eventuais receitas na fase de teste; honorários profissionais.

(**) A fim de satisfazer o “matching principle” entre proveitos e custos ao longo da vida útil do

activo.

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DISPÊNDIOS SUBSEQUENTES
RESUMO DOS DISPENDIOS SUBSEQUENTES E RESPECTIVO TRATAMENTO CONTABILÍSTICO
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NO
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CAPITALIZE
CAPITALIZE
TYPE OF EXPENSE CHARACTERISTICS EXPENSED CHARGE CHARGE
WHEN TO TO ACCUM. OTHER
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INCURRED ASSET DEPREC.


Extensions, enlargements, or expansions made to
1. Additions X
an existing asset
2. Repairs and maintenance Recurring, relatively small expenditures
A) ordinary 1. Maintain normal operating condition X
2. Do not add materially to use value X
3. Do not extend useful life X
Not recurring, relatively large expendit.
B) extraordinary (major) 1. Primarily increase the use value X
2. Primarily extend the useful life X

3. Replacements and Major component of asset is removed and


betterments replaced with the ame type of component
with comparable performance capabilities
(replacement) or different type of component
having superior performance capabilities
(betterment).

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DISPÊNDIOS SUBSEQUENTES
RESUMO DOS DISPENDIOS SUBSEQUENTES E RESPECTIVO TRATAMENTO CONTABILÍSTICO
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EXPENSED CHARGE TO
CHARGE
TYPE OF EXPENSE CHARACTERISTICS WHEN ACCUM. OTHER
TO ASSET
INCURRED DEPREC.
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3. Replacements and
betterments
A) book value of old
component is known
Remove asset
cost and accum
deprec;
B) book value of old asset is 1. Primarily increase use value Rec. Loss
X
not known 2. Primarily extend useful life X (gain);
Charge asset for
repl. Comp.
4. Reinstallations and 1. Material costs incurred; benefits X
rearrangements extent into future
2. No measurable future benefit X

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MENSURAÇÃO SUBSEQUENTE
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MENSURAÇÃO SUBSEQUENTE (à mensuração inicial ao custo)


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Pode utilizar-se dois modelos – o modelo do custo e o modelo da revalorização.


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Nota: esta opção é efectuada por classes; assim uns tangíveis podem ser mensurados ao custo e
outros ao custo revalorizado.

MODELO DO CUSTO

Os AFT são mensurados pelo custo, menos depreciações acumuladas e perdas por
imparidade.

Nota: neste modelo, comparativamente ao modelo da revalorização, os capitais próprios estão


subavaliados, havendo menores gastos com depreciações.

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MENSURAÇÃO SUBSEQUENTE

MODELO DA REVALORIZAÇÃO
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No modelo da revalorização, os AFT são mensurados pelo justo valor menos depreciação
acumulada subsequente e perdas por imparidade subsequentes.
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Notas:
 O modelo permite e requer revalorizações frequentes, quando tal acontece, toda a classe a que
pertence o activo deve ser re-mensurada;
 Os aumentos das revalorizações são reservas (excedentes) de revalorização levados aos
capitais próprios, a menos que reverta uma perda reconhecida em anos anteriores, situação em
que o valor revertido é levado a resultados do período, e o remanescente a reserva de
revalorização;
 As diminuições de um activo por revalorização são levadas ao capital próprio, até ao montante
das reservas de revalorização existentes. O excedente será considerado gasto do período.
 Deve-se proceder à transferência da reserva de revalorização para resultados transitados em
função da realização da revalorização. Essa realização ocorre pela depreciação, venda ou
15 abate.

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REVALORIZAÇÃO

As reavaliações dos AFT podem ser com base no poder aquisitivo da moeda (considerando coeficientes de
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desvalorização monetária) ou com base no justo valor. As primeiras, apelidadas geralmente de fiscais,
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podem incidir sobre bens não totalmente reintegrados ou sobre bens totalmente reintegrados. Por sua vez,
quer os bens totalmente reintegrados, quer os bens não totalmente reintegrados, podem nunca terem sido
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reavaliados anteriormente ou, pelo contrário, já terem sido objecto de reavaliação em período precedente.
As reavaliações ao justo valor, também ditas não fiscais ou livres, podem ser efectuadas ao Custo de
Reposição Amortizado ou ao Justo Valor de Mercado.

Combinando o tipo de moeda (moeda nominal ou moeda constante) e o tipo de custo (custo histórico ou
custo corrente), podemos expressar os demonstrativos financeiros de quatro formas diferentes,
nomeadamente ao Custos Histórico/Moeda Nominal, ao Custo Histórico/Moeda Constante, ao Custo
Corrente/Moeda Nominal e ao Custo Corrente/Moeda Constante.

Moeda
Moeda Nominal (MN) Moeda Constante (MC)
Custo

Custo Histórico (CH) CH/MN CH/MC

16 Custo Corrente (CC) CC/MN CC/MC

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REAVALIAÇÕES
- ESQUEMA -
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Em esquema tem-se:
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   Nunca reavaliados
 Bens não totalmente reintegrados
Com Base no Poder Aquisitivo da Moeda  Já anteriormente reavaliados
 

Re avaliações  Bens totalmente reintegrados Nunca reavaliados
 
  Já anteriormente reavaliados


Ao Justo Valor 
Ao Custo de Reposição Amortizado

 Ao Justo Valor de Mercado

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CAPITALIZAÇÃO DE JUROS
(aplicação da IAS 23)
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De acordo com a IAS 23, até 2007, era possível aplicar dois tratamentos contabilísticos aos
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encargos financeiros incorridos com a aquisição, construção ou produção de itens do AFT.

O Tratamento de Referência preconizava que os custos de empréstimos obtidos deveriam ser


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reconhecidos como um gasto do período, e o Tratamento Alternativo permitia que os custos de


empréstimos obtidos que sejam directamente atribuíveis à aquisição, construção ou produção de
um activo qualificável fossem capitalizados como parte do custo do activo.
Nota: este tratamento alternativo permitia, por sua vez duas abordagens ou métodos distintos: o método do
empréstimo específico e o método da média ponderada das taxas de juro (ver casos de estudo)!

Em 2006, o IASB publica um ED propondo alterações à IAS 23 – Custos dos Empréstimos Obtidos,
sendo estas alterações efectuadas à norma em Março de 2007. Com o REGULAMENTO (CE) N.o
1260/2008 DA COMISSÃO de 10 de Dezembro de 2008, as alterações àquela norma são
transpostas para os membros da U.E.
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CAPITALIZAÇÃO DE JUROS
(aplicação da IAS 23)
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Atualmente, a IAS 23 – Custos de Empréstimos Obtidos, indica que:


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Uma entidade deve capitalizar os custos de empréstimos obtidos que sejam directamente
atribuíveis à aquisição, construção ou produção de um activo que se qualifica como parte do
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custo desse activo.


Uma entidade deve reconhecer outros custos de empréstimos obtidos como um gasto no
período em que sejam incorridos.

 Uma entidade deve cessar a capitalização de custos de empréstimos obtidos quando


substancialmente todas as actividades necessárias para preparar o activo que se qualifica para
o seu uso pretendido ou para a sua venda estejam concluídas.

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CAPITALIZAÇÃO DE JUROS
(aplicação da NCRF 10)
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À semelhança do que era preconizado na IAS 23 antes do ED de 2006, o tratamento preconizado


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na NCRF 10 do Aviso 15655/2009 (instrumento do SNC que entrava em vigor a 1/1/2010 de acordo
com o DL 158/2009, de 13/7) prescrevia os dois tratamentos alternativos.
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TRATAMENTO DE REFERÊNCIA
Os custos de empréstimos obtidos devem ser reconhecidos como um gasto no período em
que sejam incorridos, excepto nos casos em que sejam capitalizados de acordo com o parágrafo 9
(da NCRF 10).

TRATAMENTO ALTERNATIVO
Os custos de empréstimos obtidos que sejam directamente atribuíveis à aquisição, construção ou
produção de um activo que se qualifica podem ser capitalizados como parte do custo desse activo,
quando seja provável que deles resultarão benefícios económicos futuros para a Entidade e tais
custos possam ser fiavelmente mensurados. A quantia de custos de empréstimos obtidos elegível
para capitalização deve ser determinada de acordo com esta Norma.
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CAPITALIZAÇÃO DE JUROS
(aplicação da NCRF 10)
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Com a alteração ao SNC, imposta pela Diretiva 2013/34/UE, a qual foi introduzida no direito interno
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pelo DL 98/2015, de 2/6, que altera o DL 158/2009, a NCRF 10 incorpora algumas alterações,
aproximando-a assim do prescrito na IAS 23.
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O Aviso 8256/2015, de 29/7, que homologa as NCRF do SNC, introduz então aquelas alterações
preconizando, à semelhança da IAS 23 que:

- Uma entidade deve capitalizar os custos de empréstimos obtidos que sejam diretamente
atribuíveis à aquisição, construção ou produção de um ativo que se qualifica como parte do
custo desse ativo.
- Uma entidade deve reconhecer outros custos de empréstimos obtidos como um gasto no
período em que sejam incorridos.

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TRABALHOS PARA A PRÓPRIA EMPRESA


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Várias entidades produzem itens para o seu próprio Activo Fixo Tangível.
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Os itens produzidos internamente devem ser mensurados com base no menor entre o
custo de produção da entidade e o custo da produção para terceiros (justo valor).

Principio contabilístico subjacente: um activo nunca pode ser reconhecido e mensurado


por um valor superior ao justo valor.

O custo de produção inclui os materiais directos incorporados, a mão-de-obra directa e os gastos


gerais de fabrico. o custo de quantias anormais de materiais, de mão -de -obra ou de outros
recursos desperdiçados incorridos na autoconstrução de um activo não é incluído no custo do
activo.
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BENS RECEBIDOS POR DOAÇÃO


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 Os itens recebidos por doação, que se enquadrem na definição de ativo fixo tangível,
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devem ser contabilizados como ativos fixos tangíveis sendo a contrapartida uma reserva
de subvenções e doações.
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 A mensuração do item deverá resultar de uma avaliação do seu justo valor, tendo em
conta o estado em que o item se encontra.

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AQUISIÇÕES LUMP SUM, POR EMISSÃO DE


ACÇÕES E COM PAGAMENTOS DIFERIDOS
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Aquisições “at a single lump sum price” são aquisições de vários activos por junto e
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por um único valor.


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 Mensuração dos activos: divisão do valor desembolsado de forma proporcional ao justo valor
de mercado dos activos individuais adquiridos em conjunto, após avaliação.

 Nas aquisições por emissão de acções, a mensuração do activo adquirido deve ser feita
tendo em conta a cotação das acções dadas em troca; caso não exista cotação a
mensuração é feita tendo em conta o justo valor de mercado do item tangível.

 Os activos adquiridos com base em contratos de MLP (pagamentos diferidos) devem ser
contabilizados tendo em conta o valor presente do item e a abordagem da taxa de juro
efectiva.

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TROCA DE ACTIVOS NÃO MONETÁRIOS

Ao longo do tempo, verificaram-se duas abordagens para contabilizar a troca de activos não
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monetários:
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1 – Distinguir entre activos não monetários semelhantes e dissemelhantes;


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2 – Verificar se a troca tem, ou não, substância comercial.

 A primeira abordagem foi abandonada em 2005, como resultado da convergência FASB-IASB.

 Presentemente, os dois organismos FASB-IASB adoptam a SEGUNDA ABORDAGEM.

Nota importante: ver capítulo 10 do livro “Intermediate Accounting”, 15th Edition, Wiley, Kieso, pp
484 e seguintes)

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TROCA DE ACTIVOS NÃO MONETÁRIOS


PRIMEIRA ABORDAGEM (DESCONTINUADA)

 A troca de activos mão monetários é sempre mensurada ao justo valor de mercado do activo cedido ou do activo recebido,
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dependendo de qual deles (justos valores) é o mais evidente.


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 Na troca de activos não monetários ocorre normalmente um ganho ou uma perda. O ganho ou a perda é sempre a
diferença entre o justo valor de mercado do activo cedido e o valor contabilístico (custo menos depreciação acumulada, na
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ausência de imparidade) desse mesmo activo.

 A troca de activos não monetários pode verificar-se entre activos semelhantes e activos dissemelhantes.
 Trocas de activos semelhantes são, por exemplo, a troca entre veículos automóveis ou entre equipamentos que
preenchem a mesma função na empresa e são de valor aproximado. Como troca de activos dissemelhantes tem-se, por
exemplo, a troca de um automóvel por um computador ou ainda de um terreno por um apartamento.
 Na troca de activos dissemelhantes o ganho (ou a perda) que resulte da transacção é imediatamente reconhecido(a).
 Na troca de activos semelhantes uma perda que resulte da transacção é imediatamente reconhecida. Um ganho carece
de uma análise mais aprofundada. Neste último caso, importa analisar, adicionalmente, duas situações distintas: se não
há “boot” (montante diferencial em dinheiro recebido para ajustar os valores dos activos transaccionados); ou se, pelo
contrário, existe “boot” (diferencial em dinheiro) recebido. Quando existe ganho e não há “boot” recebido, o ganho é
diferido totalmente, mediante a sua redução no custo do activo recebido. Quando existe ganho e há “boot” recebido, o
ganho é parcialmente reconhecido (proporcionalmente ao dinheiro recebido) e parcialmente diferido (proporcionalmente
ao valor do bem trocado), mediante a redução do custo do activo recebido. O ganho parcialmente reconhecido é calculado
pela fórmula (regra de três simples):

Dinheiro (" boot") Recebido


Ganho a Reconhecer =  GanhoTotal
Dinheiro (" boot") Recebido  Justo Valor do Outro Activo
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TROCA DE ACTIVOS NÃO MONETÁRIOS


PRIMEIRA ABORDAGEM (DESCONTINUADA)
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 Em esquema tem-se:
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 Ganho - ReconhecerImediatamente
Dissemelhantes
 Perda - ReconhecerImediatamente
 
 Perda - ReconhecerImediatamente
Troca de Activos Não Monetários 
Semelhantes  Não Existe " Boot" Recebido - Diferir o Ganho
  
Ganho  ReconheceParte do Ganho
 Existe " Boot" RecebidoDifere o Restante

   

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TROCA DE ACTIVOS NÃO MONETÁRIOS


SEGUNDA ABORDAGEM (EM VIGOR)

Um ou mais itens do activo fixo tangível podem ser adquiridos em troca de um activo ou
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activos não monetários, ou de uma combinação de activos monetários e não monetários.


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 A discussão seguinte refere-se simplesmente a uma troca de um activo não monetário por
outro, mas também se aplica a todas as trocas descritas na frase anterior.
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O custo de um tal item do activo fixo tangível é mensurado pelo JUSTO VALOR a não ser que:
a) a transacção da troca careça de substância comercial, ou
b) nem o justo valor do activo recebido nem o justo valor do activo cedido sejam fiavelmente
mensuráveis.

Se uma entidade for capaz de determinar com fiabilidade o justo valor tanto do activo recebido
como do activo cedido, então o justo valor do activo cedido é usado para mensurar o custo do
activo recebido a não ser que o justo valor do activo recebido seja mais claramente evidente.

Se o item adquirido não for mensurado pelo justo valor, o seu custo é
28 mensurado pela quantia escriturada do activo cedido.

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TROCA DE ACTIVOS NÃO MONETÁRIOS


SEGUNDA ABORDAGEM (EM VIGOR)

Uma entidade determina se uma transacção de troca tem substância comercial considerando a
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extensão em que espera que os seus futuros fluxos de caixa sejam alterados como resultado da
transacção.
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Uma transacção de troca tem substância comercial se:

a) a configuração (risco, tempestividade e quantia) dos fluxos de caixa do activo recebido diferir da
configuração dos fluxos de caixa do activo transferido; ou

b) o valor específico para a entidade relativo à parte das operações da entidade afectada pelas
alterações na transacção como resultado da troca (*); e

c) a diferença na alínea a) ou b) for significativa em relação ao justo valor dos activos trocados.

29 (*) Este
valor específico deve reflectir os fluxos de caixa após impostos. O resultado destas análises pode ser claro sem
que uma entidade tenha de efectuar cálculos detalhados.

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TROCA DE ACTIVOS NÃO MONETÁRIOS


SEGUNDA ABORDAGEM (EM VIGOR)
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Resumindo, uma troca de activos não monetátio tem substância comercial se os futuros cash flows
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se alteram como resultado da transacção, ou seja, altera-se a posição económica das duas partes
com a transacção.
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TYPE OF EXCHANGE ACCOUNTING GUIDANCE


Exchange has commercial substance Recognize gains and losses immediately
Exchange lacks commercial substance - no
Defer gains; recognize losses immediately
cash received
Exchange lacks commercial substance – cash Recognize partial gain; recognize losses
received immediately*

* If cash is 25% or more of the fair value of the exchange,


recognize entire gain because earnings process is complete.

30

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TROCA DE ACTIVOS NÃO MONETÁRIOS


SEGUNDA ABORDAGEM (EM VIGOR)

RESUMO DOS REQUISITOS PARA RECONHECER GANHOS E PERDAS NA


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TROCA DE ACTIVOS NÃO MONETÁRIOS


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1. Compute the total gain or loss on the transaction. This amount is equal to the difference between
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the fair value of the asset given up and the book value of the asset given up;

2. If a loss is computed in step 1, always recognize the entire loss.

3. If a gain is computed in step 1,


A) And the exchange has commercial substance, recognize the entire gain;
B) And the exchange lacks commercial substance,
(i) and no cash is involved, no gain is recognized;
(ii) and some cash is given, no gain is recognized;
(iii) and some cash is received, the following portion of the gain is recognized:

Cash received (boot)/(cash received (boot) + fair value of other assets received) x total gain*
31 If the amount of cash exchanged is 25% or more, recognize entire gain.

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DEPRECIAÇÕES
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A IAS 16 preconiza que os AFT sejam depreciados em função do seu uso balanceando
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apropriadamente o custo com a depreciação e os ganhos gerados pelo activo.


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No cálculo das depreciações importa ter presente, considerando as definições consignadas na IAS 16:
(i) a quantia depreciável ---- Quantia depreciável = custo do activo – valor residual;
(ii) a depreciação por componentes;
(iii) os método de depreciação; e
(iv) a vida útil,

 Valor residual – quantia líquida que a empresa espera obter no final da vida útil. A IAS 16
prescreve que seja revisto, anualmente, o valor residual e a vida útil (ver IAS 8).

 Depreciação por componentes – para activos compostos por diferentes componentes com
vidas úteis diferenciadas ou diferente padrão de depreciação.
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16
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MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO

A IAS 16 preconiza preconiza os seguintes métodos de depreciação (ver casos):


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A) Métodos com base no tempo


A.1) Método da Linha Recta
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A.2) Métodos acelerados


A.2.1) Método do Saldo Decrescente Não referindo explicitamente, mas não
A.2.2) Método da Soma dos Dígitos proibindo a depreciação por períodos
inferiores a um ano (“partial-year
B) Métodos com base no uso físico (actividade)
depreciation”).
B.1) Método das unidade de produção
B.2) Método das horas de trabalho

C) Outros métodos (não são referidos métodos acelerados, “sinking fund”, e outros, por ex.)
C.1) Método da retirada
C.2) Método da substituição
C.3) Método de grupo (ou compósito)
C.4) Método do proveito (utilizado para filmes)
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MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO
ESQUEMA
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 
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 
 Método da Linha Recta
  Saldo Decrescente
Baseados no Tempo
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Mét. de Quotas Decrescentes 


  Soma dos Dígitos
 
 " Sinking Fund"
Mét. das Quotas Crescentes
  " Annuity Fund"
 

Métodos de Depreciação Baseados no Uso Efectivo - Método da Actividade/Unidades Produzidas

 Método do Abate

Outros MétodosMétodo de Substituição
 Método do Grupo ou Compósito
 






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MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO

Existem vários métodos de depreciação de activos tangíveis, designadamente: métodos baseados


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no tempo (“time based methods”), métodos baseados na sua efectiva utilização física (“actual
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physical use based methods”) e ainda outros métodos. Os métodos baseados no tempo mais
utilizados são: o método da linha recta (“straight-line method”), os métodos acelerados (“accelerated
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based methods”) ou do saldo decrescente e os métodos com base no valor presente/actual (“present
value methods”) ou das quotas progressivas ou crescentes. Dentro dos métodos acelerados, por sua
vez, assinala-se como métodos mais utilizados o Método do Saldo Decrescente (“declining balance
method”) e o Método da Soma dos Dígitos (da vida útil) (sum of the years digits method”). Dentro
dos métodos com base no valor presente assinala-se como métodos mais utilizados o (“sinking fund
method”) ou Método do Fundo de Amortização ou Resgate e o (“annuity fund method”) ou Método
Fundo de Anuidade, que são métodos de quotas progressivas ou crescentes. O método baseado na
efectiva utilização física mais conhecido é o Método da Soma das Unidades Produzidas ou Método
da Actividade (“sum of production units method”). Como outros métodos de depreciação são de
referir ainda o método do abate (“retirement method”), o Método de Substituição (“replacement
method”) e o Método do Grupo (ou Compósito) (“group (or composite) method”).
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IMPARIDADE
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As IAS 16 preconiza que, em cada data de relato, as entidades verifiquem se existe alguma
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indicação de que alguns dos seus activos se encontram sobreavaliados (em imparidade).
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Para o efeito utiliza a IAS 36 e compara a quantia escriturada com a quantia recuperável (maior
entre justo valor (menos os custos de vender) e valor de uso (valor presente de fluxos de
benefícios económicos futuros gerados pelo activo). Se quantia escriturada for superior
contabiliza uma perda por imparidade pela diferença.

A IAS 16 prevê a compensação de terceiros por imparidade a incluir em resultados (quando a


compensação se tornar recebível) – contabilizada separadamente da imparidade.

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RETIRADAS E ALIENAÇÕES

A quantia escriturada de um activo fixo tangível deve ser desreconhecida no momento da alienação
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ou quando não se esperam futuros benefícios económicos do seu uso ou alienação.


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O GANHO ou PERDA proveniente do desreconhecimento é levado a resultados do período (a


menos que uma outra norma, como por exemplo a IAS 17, disponha de outro modo).

Os ganhos não são considerados rédito (mas sim como ganhos – ver a este propósito a Estrutura
Conceptual).

O GANHO OU PERDA É A DIFERENÇA ENTRE A QUANTIA ESCRITURADA E OS


PROVENTOS LÍQUIDOS DA ALIENAÇÃO.

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DIVULGAÇÕES

A IAS 16 preconiza, entre outras, as seguintes divulgações:


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a) as bases de mensuração usadas para determinar a quantia escriturada bruta do activo;


b) os métodos de depreciação usados;
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c) as vidas úteis ou as taxas de depreciação usadas;


d) o activo bruto e a depreciação acumulada (incluindo perdas por imparidade acumuladas);
e) reconciliação da quantia escriturada no início e fim do período evidenciando um conjunto significativo de
itens;
f) activos fixos tangíveis dados como garantia de passivos e restrições de titularidade;
g) dispêndios reconhecidos na quantia escriturada de AFT em curso;
h) a quantia de compromissos contratuais para aquisição de activos fixos tangíveis;
i) compromissos de terceiros por imparidad,e perda ou cedência de AFT, desde que não divulgado
separadamente nas DF;
j) informação vária, quando os elementos dos AFT são mensurados por quantias revalorizadas; e
l) ainda, as seguintes informações: (i) quantia escriturada de activos temporariamente ociosos; (ii) quantia bruta
de activos totalmente depreciados ainda em uso; (iii) quantia escriturada de activos retirados de uso activo
e classificados como detidos para venda (IFRS 5); e (iv) quando se utiliza o modelo do custo, evidenciar os
38 respectivos justos valores, se materialmente diferirem muito do custo.

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QUESTÕES E CASOS DE ESTUDO


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As questões e casos de estudo que se seguem ilustram a aplicação da IAS 16 em


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várias situações.

NOTA:

As contas para os registos contabilísticos utilizadas seguem o previsto na Portaria 218/2015, de


23 de Julho.

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QUESTÕES TEÓRICAS

1. Refira e exemplifique as formas de reavaliação mais conhecidas.


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Resposta:
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Existem basicamente duas formas de reavaliar:


A) Com base na variação do poder aquisitivo da moeda (reavaliações fiscais);
B) Com base no justo valor (modelo de revalorização - de acordo com as normas de contabilidade).

Por sua vez, as reavaliações ao justo valor (ditas livres), podem ser :

1) Ao custo de reposição amortizado (método geralmente utilizado para máquinas e instalações);


2) Pelo valor corrente de mercado (método geralmente utilizado para terrenos e edifícios).

40

20
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QUESTÕES TEÓRICAS

Com base na variação do poder aquisitivo da moeda (reavaliações fiscais)


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A)
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De acordo com este método, os coeficientes de desvalorização monetária (CDM) serão aplicados às
quantias brutas escrituradas do activo e correspondentes depreciações acumuladas, sendo o excedente a
diferença das respectivas variações.
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Assim o excedente calcula-se da seguinte forma:


1º Aplicação do coeficientes de desvalorização monetária:

À quantia escriturada bruta Custo aquisição x Coef. Desv. moeda = A


Às depreciações acumuladas Deprec. Acumuladas x Coef. Desv. moeda = B

2º Determinação do excedente de revalorização por diferença:

Diferença para a quantia bruta A - Custo aquisição = X


Diferença para as depreciações acumuladas B - Deprec. Acumuladas = Y
Excedente de revalorização X-Y

41

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QUESTÕES TEÓRICAS

No caso dos activos se encontrarem totalmente depreciados, mas estarem ainda em condições de
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poderem contribuir de forma útil para o processo produtivo, caso não tenham sido reavaliados
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anteriormente, o excedente (E), calcula-se da seguinte forma:

AS depreciações acumuladas já actualizadas (Dep Acum * CDM) devem ser corrigidas com base na taxa
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média (TM) que resultar da soma do período de vida útil já decorrido (N1) com o período adicional de
utilização futura (N2), tal como segue:

 TM = 1/(N1+N2), não podendo NI+N2 exceder o período de vida útil do bem,

Assim, teremos para as depreciações acumuladas corrigidas:


DA*CDM*N1 / (N1+N2)
De onde resulta um excedente (E1)
E1=DA*CA-DA*CDM*N1/(N1+N2) OU E1=(DA*CDM*N2)/(N1+N2)

sendo então o EXCEDENTE TOTAL


E = X-Y+E1
42

21
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QUESTÕES TEÓRICAS

B) Com base no Justo Valor (modelo de revalorização - de acordo com as normas de contabilidade).
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B.1) Método do Custo de Reposição Amortizado (para máquinas equipamentos)

O custo de reposição de um bem é o custo que a entidade teria de suportar para o substituir nas mesmas condições,
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qualidade, quantidade e locais de aquisição e utilização.

Este método consiste na substituição da quantia bruta do activo (QBA) a reavaliar pelo correspondente custo de
reposição (CR), sendo as correspondentes depreciações acumuladas (DA) calculadas proporcionalmente àqueles
valores, a fim de se obter o custo de reposição amortizado (CRA), ou seja, o justo valor. O execedente (E) será
assim a diferença entre a variação do custo e a variação das depreciações.

POR EXEMPLO:
Tem-se que: QEB = 1.000 u.m.; DA = 600 u.m.; CR = 1200 u.m.
Vida útil = 10 anos
Contas Débito Crédito
43x QBA 200
Aumento do activo = 200 / 1000 = 0,20, o que implica um aumento de 20%
Aumento das depreciações acumuladas = 20% * 600 = 120; 5891 Exc Revalorização 200

CRA = 1200 - (600 + 120) = 480 (justo valor) 5891 Exc Revalorização 120

43 Excedente = (1200 - 1000) - (720 - 600) = 80. 438x Dep Acum 120

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QUESTÕES TEÓRICAS

B) Com base no Justo Valor (modelo de revalorização - de acordo com as normas de contabilidade).
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B.2) Método do Valor Corrente de Mercado (terrenos e edifícios)


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Este método consiste na substituição da quantia líquida do activo (QLA) pelo valor corrente de mercado
(VCM), ou seja, o justo valor. A quantia do excedente (E) será a variação verificada.

POR EXEMPLO:
Contas Débito Crédito
QLA = QBA – DA = 2500 – 1700 = 800
VCM = 3200 (JUSTO VALOR) 43x QBA 2400
Excedente = 3200 – 800 = 2400 5891 Exc Revalorização 2400
438x Dep Acum 1700
43x QBA 1700

44

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QUESTÕES TEÓRICAS

Como se viu a contabilização do excedente (E) é feita a crédito do capital próprio (crédito da conta 58). O excedente
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terá o tratamento contabilístico consoante for o tipo de reavaliação efectuada (legal ou livre).
Contabilidade das Operações Especiais

O excedente com base nas reavaliações legais pode ser utilizado para cobrir prejuízos acumulados até à data a que
se reporta a reavaliação (inclusivé) e a parte remanescente ser incorporada no capital social.
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A utilização do excedente com base nas reavaliações livres, sendo também contabilizado na conta 58, está sujeito
às cláusulas emanadas das normas contabilísticas aplicáveis. Aquele excedente tem de estar realizado (transferido
da conta 58 para a conta 56 Resultados transitados). Ora, a realização do excedente, é feita à medida em que se
faz a depreciação do bem reavaliado (transfere-se da conta 58 para a conta 56 a diferença entre a depreciação
baseada na quantia reavaliada e a depreciação baseada no custo histórico).
No exemplo atrás tem-se:
Contas Débito Crédito
Depreciação baseada na quantia reavaliada = 1200 * 0,1 = 120
58 Exc Revalorização 20
Depreciação baseada no custo histórico = 1000 * 0,1 = 100
Diferença = 20 56 Resultados transitados 20

No final de cada período os bens que foram objecto de reavaliações livres deverão ser analisados de modo a
actualizar o seu valor, para mais ou para menos, consoante os casos, de forma a corrigir o excedente. Se a
diferença entre o novo excedente e a quantia escriturada for positiva, aumenta-se o excedente debitando, por
exemplo, a 43 e creditando a 58. Se a diferença entre o novo excedente e a quantia escriturada for negativa, reduz-
45 se o excedente até ao seu limite, sendo o restante uma perda por imparidade.

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CASO PRÁTICO 1
DEPRECIAÇÕES (REVISÃO)

A empresa Mineira H, Lda. adquiriu recentemente uma retroescavadora para a sua actividade.
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Consideremos os seguintes dados:


Contabilidade das Operações Especiais

 Valor de aquisição: 500.000 u.m.


 Vida útil estimada: 5 anos
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 Valor residual: 50.000 u.m.


 A vida produtiva estimada da retroescavadora é de 30.000 horas
 Sabe-se que as horas trabalhadas pela retroescavadora foram:
ANO Nº DE HORAS
1 4.000
2 5.000
3 7.000
4 6.000
5 remanescente

Pretende-se o cálculo do valor da depreciação pelos seguintes métodos:


 Método das unidades de produção;
 Método da linha recta;
 Método do saldo decrescente.
46

23
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CASO PRÁTICO 1
DEPRECIAÇÕES (REVISÃO)
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 MÉTODO DAS UNIDADES DE PRODUÇÃO


Contabilidade das Operações Especiais

VALOR DEPRECIÁVEL = VALOR DE AQUISIÇÃO - VALOR RESIDUAL


Ramo Contabilidade

Valor Depreciável = 500.000 - 50.000 = 450.000

CUSTO HORA = VALOR DEPRECIÁVEL / Nº DE HORAS ESTIMADAS DE FUNCIONAMENTO


= 450.000/30.000 = 15/hora

O valor da depreciação para cada ano seria o seguinte:

ANO HORAS TRABALHADAS DEPRECIAÇÃO


1 4.000 60.000
2 5.000 75.000
3 7.000 105.000
4 6.000 90.000

47 5 8.000 120.000

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CASO PRÁTICO 1
DEPRECIAÇÕES (REVISÃO)

 NOTAS:
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Nº de horas trabalhadas para o ano 5 = 30.000 - 4.000 - 5.000 - 7.000 - 6.0000 = 8.000
Contabilidade das Operações Especiais

Valor da Depreciação = Nº de Horas Trabalhadas x Custo Hora


EX: VALOR PARA O ANO 1 = 40.000 X 15 = 60.000
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Os registos contabilísticos a efectuar pela empresa seriam os seguintes:

CRÉDITO DÉBITO
1) ANO 1

DEPRECIAÇÃO ACUMULADA 60.000

DEPRECIAÇÃO DO PERÍODO 60.000

CRÉDITO DÉBITO
2) ANO 2

DEPRECIAÇÃO ACUMULADA 75.000


DEPRECIAÇÃO DO PERÍODO 75.000
48 Para os anos subsequentes aplica-se o mesmo racíocínio

24
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CASO PRÁTICO 1
DEPRECIAÇÕES (REVISÃO)

MÉTODO DA LINHA RECTA


Licenciatura em Contabilidade e Administração

Contabilidade das Operações Especiais

VALOR DEPRECIÁVEL = VALOR DE AQUISIÇÃO - VALOR RESIDUAL


VALOR DEPRECIÁVEL = 500.000 - 50.000 = 450.000
Ramo Contabilidade

Valor da Depreciação Anual = Valor Depreciável / Nº de Anos Estimados de Vida Útil (o que
implica uma taxa de 20% ao ano sobre valor depreciável)
Valor da Depreciação Anual = 450.000 / 5 = 90.000 OU 450.000 X 20% = 90.000

Os registos contabilísticos a efectuar pela empresa para o primeiro ano e subsequentes seriam os
seguintes:
CRÉDITO DÉBITO

DEPRECIAÇÃO ACUMULADA 90.000

49 DEPRECIAÇÃO DO PERÍODO 90.000

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CASO PRÁTICO 1
DEPRECIAÇÕES (REVISÃO)

MÉTODO DO SALDO DECRESCENTE


Licenciatura em Contabilidade e Administração

Contabilidade das Operações Especiais

Valor Depreciável = Valor De Aquisição - Valor Residual


Valor Depreciável = 500.000 - 50.000 = 450.000
Ramo Contabilidade

Taxa = 2 x Taxa do Método da Linha Recta


Taxa = 2 x 20% = 40%

O valor da depreciação para cada ano seria o seguinte:

DEPRECIAÇÃO DEPRECIAÇÃO
ANO SALDO
(SALDO X 40%) ACUMULADA
1 500.000 200.000 200.000
2 300.000 120.000 320.000
3 180.000 72.000 392.000
4 108.000 43.200 435.200
50 5 64.800 14.800 450.000

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CASO PRÁTICO 1
DEPRECIAÇÕES (REVISÃO)

NOTAS:
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• O saldo de cada ano é obtido subtraindo ao saldo do ano anterior a respectiva depreciação;
Contabilidade das Operações Especiais

• O valor da depreciação do ano 5 foi ajustada para obter o valor depreciável (450.000).
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Os registos contabilísticos a efectuar pela empresa seriam os seguintes:

1) ANO 1 CRÉDITO DÉBITO

DEPRECIAÇÃO ACUMULADA 200.000


DEPRECIAÇÃO DO PERÍODO 200.000

2) ANO 2
CRÉDITO DÉBITO

DEPRECIAÇÃO ACUMULADA 120.000


DEPRECIAÇÃO DO PERÍODO 120.000

51 Para os anos subsequentes aplica-se o mesmo racíocínio

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CASO PRÁTICO 2
Compra com pagamento diferido

 A empresa Ómega adquiriu, em 2/01/N, um equipamento à empresa Kapa, destinado à sua


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Contabilidade das Operações Especiais

linha de produção.

 Para o efeito, subscreveu um título de dívida a favor da empresa vendedora, no montante de


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400.000,00, a 5 anos, e sem juros.

 A empresa Ómega irá pagar a dívida em 5 prestações anuais de 80.000,00, desembolsadas no


final de cada ano. A taxa de juro anual praticada no mercado para uma obrigação desta
natureza é de 6%.

 O justo valor de mercado do equipamento é desconhecido.

 O valor actual de cinco pagamentos de montante igual a 1 euro, no final de cada um dos cinco
períodos, à taxa de 6%, é de 4,21236.

52

26
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CASO PRÁTICO 2
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Contabilidade das Operações Especiais

De acordo com a IAS 16/NCRF 7, o custo de um item de activo fixo tangível é equivalente ao
preço a dinheiro à data do reconhecimento. Se o pagamento for diferido para além das
condições normais de crédito, a diferença entre o equivalente ao preço a dinheiro e o
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pagamento total é reconhecida como juro durante o período de crédito a não ser que esse juro
seja reconhecido na quantia escriturada do item de acordo com o tratamento alternativo permitido
na IAS 23.

Cálculo do equivalente ao preço a dinheiro:


 Valor do AFT = Valor Presente do item = Valor Anual da prestação x Factor De Actualização (anuidade)
 Valor do AFT = 80.000 x 4,21236 = 336.989  Equivalente ao preço a dinheiro

 Gasto diferido = 400.000 - 336.989 = 63.011  Juro a reconhecer durante o período de crédito

53

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CASO PRÁTICO 2
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O registo contabilístico a efectuar pela empresa Ómega na data de aquisição seria o seguinte,
Contabilidade das Operações Especiais

considerando que a entidade usa o modelo do CUSTO na mensuração do passivo financeiro:


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1) Em 2/01/2013 – Pela aquisição do equipamento

Ano N
Descrição da operação Contas Débito Crédito
433 AFT / Eq. Básico 336.989,10
Pela aquisição do
281 Gastos diferidos 63.010,90
equipamento
2711 Fornecedores de inv 400.000,00

54

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CASO PRÁTICO 2

No momento do pagamento de cada prestação, há então que reconhecer o juro do período – gasto
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que a entidade deve assumir por ter adquirido o AFT em condições de pagamento diferido.

Qual é então o gasto do financiamento em cada período?


Ramo Contabilidade

Valor Presente da Dívida a pagar


Período Pagamentos 0 1 2 3 4 5
0 0 0
1 80.000 75.472 0 --- ---
2 80.000 71.200 75.472 0 --- ---
3 80.000 67.170 71.200 75.472 0 --- ---
4 80.000 63.367 67.170 71.200 75.472 0 ---
5 80.000 59.781 63.367 67.170 71.200 75.472 0
Soma 400.000 336.989 277.208 213.841 146.671 75.472 0
Valor nominal da dívida 400.000 320.000 240.000 160.000 80.000 0
(antes do pagamento da prestação
do período)

Gasto diferido 63.011 42.792 26.159 13.329 4.528 0


55 Juro a reconhecer 20.219 16.633 12.830 8.800 4.528

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CASO PRÁTICO 2

Outra forma de calcular o gasto do financiamento em cada período:


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Quantia escriturada dívida Juros Amortização capital


Ano
Ramo Contabilidade

Valor nominal - Amortização capital QE dívida x 6% Prestação - Juros


2013 336.989,10 20.219,35 59.780,65
2014 277.208,45 16.632,51 63.367,49
2015 213.840,96 12.830,46 67.169,54
2016 146.671,41 8.800,28 71.199,72
2017 75.471,70 4.528,30 75.471,70

56

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CASO PRÁTICO 2
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2) Em 31/12/2013 - Pelo pagamento da prestação anual e reconhecimento dos juros do período


Contabilidade das Operações Especiais

Ano N
Ramo Contabilidade

Descrição da operação Contas Débito Crédito


Pelo pagamento da 1ª 2711 Fornecedores de investimentos 80.000,00
prestação 121 Depósitos à ordem 80.000,00
Pelo reconhecimento dos 691 Juros de financiamentos obtidos 20.219,35
juros no final ano N 281 Gastos diferidos 20.219,35

NOTAS:
 Valor dos juros = valor presente da dívida x taxa de juro
 Valor dos juros = 336.989 x 6% = 20.219
57

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CASO PRÁTICO 2
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3) Em 31/12/2014 – Pelo pagamento da prestação anual e reconhecimento dos juros do período


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Ano N+1
Descrição da operação Contas Débito Crédito
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Pelo pagamento da 2ª 2711 Fornecedores de investimentos 80.000,00


prestação 121 Depósitos à ordem 80.000,00
Pelo reconhecimento dos 691 Juros de financiamentos obtidos 16.632,51
juros no final ano N+1 281 Gastos diferidos 16.632,51

NOTAS:
 Valor dos juros = [valor presente da dívida- (prestação anual - juros pagos)] x taxa de juro
 O valor do juro tem que ser retirado à prestação anual, pois o valor presente do bem (336.989) já foi calculado sem
juros
 Valor dos juros = [336.989 - (80.000 -20.219)] x 6% = 16.633
 Os lançamentos dos anos subsequentes obedecem ao mesmo raciocínio, esgotando a conta de gastos diferidos

58

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CASO PRÁTICO 2
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O registo contabilístico a efectuar pela empresa Ómega na data de aquisição seria o seguinte,
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considerando que a entidade usa o modelo do CUSTO AMORTIZADO na mensuração do


passivo financeiro:
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1) Em 2/01/2013 – Pela aquisição do equipamento

Descrição da operação Contas Débito Crédito


Pela aquisição do 433 AFT / Eq. Básico 336.989,10
equipamento 2711 Fornecedores de investimentos 336.989,10

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2) Em 31/12/2013 – Pelo pagamento da prestação anual e reconhecimento dos juros do período


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Descrição da operação Contas Débito Crédito


Pel o pa ga mento da 1ª 2711 Fornecedores de inves timentos 80.000,00
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pres ta çã o 121 Depós itos à ordem 80.000,00


Pel o reconheci mento dos 691 Juros de financiamentos obtidos 20.219,35
juros no fi na l a no N 2711 Fornecedores de inves timentos 20.219,35

OU (outra forma de efectuar o registo contabilístico)

Descrição da operação Contas Débito Crédito


Pelo pagamento da 1ª 2711 Fornecedores de investimentos 59.780,65
prestação e reconhecimento 691 Juros de financiamentos obtidos 20.219,35
dos juros 121 Depósitos à ordem 80.000,00

60

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3) Em 31/12/2014 – Pelo pagamento da prestação anual e reconhecimento dos juros do período


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Descrição da operação Contas Débito Crédito


Pelo pagamento da 2ª 2711 Fornecedores de investimentos 80.000,00
Ramo Contabilidade

prestação 121 Depósitos à ordem 80.000,00


Pelo reconhecimento dos 691 Juros de financiamentos obtidos 16.632,51
juros no final ano 2014 2711 Fornecedores de investimentos 16.632,51

OU (outra forma de efectuar o registo contabilístico)

Descrição da operação Contas Débito Crédito


Pelo pagamento da 2ª 2711 Fornecedores de investimentos 63.367,49
prestação e reconhecimento 691 Juros de financiamentos obtidos 16.632,51
dos juros 121 Depósitos à ordem 80.000,00
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CASO PRÁTICO 3
Compra Lump Sum
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A empresa Lambda aproveitando o processo liquidação da empresa Alfa, sua concorrente no sector
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da construção, decidiu comprar-lhe vários activos por 160.000 u.m.


Ramo Contabilidade

Os activos vendidos pela empresa Alfa à empresa Lambda foram os seguintes:

Activos Quantia escriturada Justo valor


Inventários 60.000 50.000
Terreno 40.000 50.000
Edifício 70.000 100.000
TOTAL 170.000 200.000

Na óptica da entidade Lambda, efectue o reconhecimento da aquisição dos activos.

62

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CASO PRÁTICO 3
Compra Lump Sum
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 Os registos contabilísticos a efectuar pela empresa Lambda seriam os seguintes:


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Ano N
Descrição da operação Contas Débito Crédito
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3x Inventários 40.000,00
431 Terrenos e outros recursos 40.000,00
Aquisição dos ativos
432 Edifícios e outras construções 80.000,00
121 Bancos 160.000,00

NOTAS:
A mensuração deve ter em conta a proporcionalidade dos justos valores, conforme os seguintes
cálculos:
 (1) e (2) = [(50.000 / 200.000) X 160.000] = 40.000
63  (3) = [(100.000 / 200.000) X 160.000] = 80.000

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CASO PRÁTICO 4
Mensuração de AFT construídos pela própria
entidade
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A empresa Beta decidiu construir a sua própria sede em vez de a dar de subempreitada a uma
outra empresa.
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O justo valor da sede após a sua conclusão é de 1 milhão de euros.


Porém, de forma documentada, a empresa capitalizou dispêndios nos investimentos em curso no
montante de 1,2 milhões de euros.
 Poderá fazê-lo? Qual o registo contabilístico a efectuar nesta situação, aquando a
transferência de investimentos e curso para ativo fixo tangível?

Não, pois de acordo com a IAS 16 nunca se pode reconhecer um activo por um valor superior ao
justo valor.

64

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CASO PRÁTICO 4
Mensuração de AFT construídos pela própria
entidade
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 O lançamento contabílistico a efectuar seria o seguinte:


Ramo Contabilidade

Ano N
Descrição da operação Contas Débito Crédito
Reconhecimento da 6878 Gastos e perdas em inv não financeiros 200.000,00
perda por JV < 432 Edifícios e outras construções 1.000.000,00
Capitalização 453 Investimentos em curso / AFT 1.200.000,00

NOTA:
(1) Perda em investimentos não financeiros = custos capitalizados - justo valor
(1) Perda em investimentos não financeiros = 1.200.000 - 1.000.000 = 200.000

65

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CASO PRÁTICO 5
Aquisição de AFT por emissão de acções
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A entidade Alfa, S.A. decidiu adquirir o terreno adjacente ao seu armazém de produção, com o
objectivo de expandir o mesmo. Ao invés de efectuar o pagamento em dinheiro, a Alfa, S.A.
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ofereceu à entidade Beta, S.A. (proprietária do terreno adjacente) 5.000 acções de acções
ordinárias (que seriam um aumento do capital social da Alfa, S.A.), cujo valor nominal unitário era
de 10,00 e apresentavam neste momento um justo valor de 12,00. A Beta, S.A. aceitou a
cedência do terreno em troca das 5.000 acções.

Como deve a entidade Alfa proceder ao registo da transacção acima exposta?

66

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CASO PRÁTICO 5
Aquisição de AFT por emissão de acções
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Registo da aquisição do terreno e da emissão das acções:

Conta Débito Crédito


Ramo Contabilidade

Aquisição do terreno 431 60.000,00


(5.000 x 12,00)

Capital 511 50.000,00


(5.000 x 10,00)

Prémios de emisão 54 10.000,00

O preço de mercado das acções emitidas é um indicador fiável do custo do terreno adquirido. A
cotação das acções são um bom indicador de mensuração do preço em dinheiro do activo a
adquirir.
Se a entidade não pudesse determinar o preço de mercado das acções ordinárias, iria determinar
67 o justo valor do terreno, e utilizaria esse valor para mensurar o terreno e emitir as acções.

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CASO PRÁTICO 6
Troca de activos

 As empresas F, S.A. e T, S.A. são empresas de rent-a-car. A primeira possui uma frota
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essencialmente de veículos da marca Ford. A frota da segunda é constituída por automóveis da


marca Toyota. A administração da empresa F, S.A. está interessada em diversificar a oferta de
automóveis da sua frota de aluguer, mediante a adição de veículos da marca Toyota.
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 Para efectuar a troca, a empresa F, S.A. acordou com a administração da empresa T, S.A. trocar
um grupo de automóveis de marca Ford, com um justo valor de 170.000 u.m. e uma quantia
escriturada de 130.000 u.m. (custo de 150.000 menos depreciação acumulada de 20.000), por um
determinado número de Toyotas, os quais possuem um justo valor de mercado de 185.000 (na
contabilidade da empresa T possuíam um custo de 200.000 e depreciações acumuladas de
74.000).
 Adicionalmente aos veículos Ford entregues para concretizar a troca, a empresa F, S.A. teve de
pagar uma verba em dinheiro de 15.000 u.m.
Pretende-se que efectue o tratamento contabilístico desta operação na óptica da empresa F,
S.A., admitindo que: 1) esta troca tem substância comercial, e 2) esta troca não tem substância
68 comercial.

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CASO PRÁTICO 6
Troca de activos COM
SUBSTÂNCIA
COMERCIAL

 Para a EMPRESA F, S.A., os cálculos a efectuar com esta operação serão os seguintes:
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Mensuração dos activos adquiridos (Toyotas) e do resultado (ganho ou perda ou nulo):

JV dos Ford trocados 170.000 Justo valor dos ativos cedidos 185.000
Ramo Contabilidade

Quantia em dinheiro 15.000 Quantia escriturada ativos cedidos 145.000


185.000 Ganho reconhecido 40.000

EMPRESA F, S.A. Ano N


Descrição da operação Contas Débito Crédito
434 Eq transporte - viaturas toyota 185.000,00
Pela troca dos 434 Eq transporte - viaturas ford 150.000
automóveis - com 4384 Depreciações acumuladas - Ford 20.000,00
substância comercial 121 Depósitos à ordem 15.000,00
78x Ganhos em inv não financeiros 40.000,00

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CASO PRÁTICO 6
Troca de activos SEM
SUBSTÂNCIA
COMERCIAL
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 Para a EMPRESA F, S.A. caso a troca de viaturas fosse caracterizada por não ter substância
comercial, então não haveria lugar ao reconhecimento de qualquer resultado, pois a mensuração
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inicial do ativo recebido seria a quantia escriturada dos ativos cedidos.

EMPRESA F, S.A. Ano N


Descrição da operação Contas Débito Crédito
Pela troca dos 434 Eq transporte - viaturas toyota 145 000,00
automóveis - sem 434 Eq transporte - viaturas ford 150 000,00
substância comercial 4384 Depreciações acumuladas - Ford 20 000,00
(com dinheiro pago) 121 Depósitos à ordem 15 000,00

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CASO PRÁTICO 6
Troca de activos COM
SUBSTÂNCIA
COMERCIAL

 Para a EMPRESA T, S.A., os cálculos a efectuar com esta operação serão os seguintes:
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Mensuração dos activos adquiridos (Ford) e do resultado (ganho ou perda ou nulo):


JV dos Toyota trocados 185.000 Justo valor dos ativos cedidos 185.000
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Quantia escriturada ativos cedidos 126.000


Ganho reconhecido 59.000

EMPRESA T, S.A. Ano N


Descrição da operação Contas Débito Crédito
434 Eq transporte - viaturas toyota 170 000,00
Pela troca dos 434 Eq transporte - viaturas ford 200 000
automóveis - com 4384 Depreciações acumuladas - Ford 74 000,00
substância comercial 121 Depósitos à ordem 15 000,00
78x Ganhos em inv não financeiros 59 000,00
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CASO PRÁTICO 6
Troca de activos SEM
SUBSTÂNCIA
COMERCIAL

 Para a EMPRESA T, S.A., no caso da transacção não ter substância comercial, a mensuração inicial
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do ativo recebido considera uma proporção do ganho uma vez que a entidade recebeu dinheiro
(activo monetário) conjuntamente com o carros Ford.
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Quando uma entidade recebe uma quantia em dinheiro (também conhecido como “boot”), resultado de uma troca de
activos quando a transacção não tem substância comercial, ela pode reconhecer uma porção do ganho.

Este ganho é calculado em função da quantia de dinheiro (também conhecida como “boot”)
envolvida:
*Ganho a reconhecer:
Quantia em dinheiro (Boot)
x Ganho total
Quantia em dinheiro (Boot) + Justo valor do(s) activo(s) recebido(s)

*Ganho a reconhecer = 4.784

15.000
X 59.000
72 15.000 + 185.000

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CASO PRÁTICO 6
Troca de activos SEM
SUBSTÂNCIA
COMERCIAL
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 Para a EMPRESA T, S.A., o registo contabilístico a efetuar seria o seguinte:


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EMPRESA T, S.A. Ano N


Descrição da operação Contas Débito Crédito

Pela troca dos 434 Eq transporte - viaturas toyota 115 783,78


automóveis - sem 434 Eq transporte - viaturas ford 200 000
substância comercial 4384 Depreciações acumuladas - Ford 74 000,00
(com dinheiro 121 Depósitos à ordem 15 000,00
recebido) 78x Ganhos em inv não financeiros 4 783,78

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CASO PRÁTICO 7
Troca de activos em situação de Perda

A empresa H decidiu trocar um computador que tinha ao seu serviço por outro mais moderno.
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O computador entregue tinha uma quantia escriturada de 10.000 u.m. (15.000 u.m. de custo menos
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5.000 u.m. de depreciações acumuladas) e um justo valor de 8.000 u.m.. O novo modelo possui um
preço de catálogo de 18.000 u.m. Após negociações com o fornecedor foi acordada a retoma do
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computador antigo por 11.000 u.m. mais um pagamento em dinheiro, que compense a diferença entre
o novo computador e o usado.

Pretende-se que proceda aos registos contabilísticos de acordo com a IAS 16.

Em primeiro, devemos então calcular qual o custo do novo computador para a entidade H,
considerando que a entidade irá ceder ao fornecedor o computador usado e uma quantia em dinheiro
pela diferença.
Valor a pagar em dinheiro = Preço do novo computador - Valor de retoma do comp. usado
Valor a pagar em dinheiro = 18.000 - 11.000 = 7.000
Custo do novo computador = Justo valor do computador cedido + Valor pago em dinheiro
74 = 8.000 + 7.000 = 15.000

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CASO PRÁTICO 7
Troca de activos em situação de Perda

De seguida vamos então apurar se existe um ganho ou perda nesta operação para a empresa H:
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 Tendo em conta que a quantia escriturada do computador usado é superior ao seu justo valor, então neste caso
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verificou-se uma perda.


Valor da perda = Quantia escriturada do computador antigo - justo valor do computador usado
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OU
Valor da perda = (Quantia escriturada do computador antigo + Dinheiro pago) - Quantia da troca (sendo esta o
justo valor do computador usado + Dinheiro pago)
Valor da perda = 10.000 - 8.000 = 2.000

 O lançamento contabilístico a efectuar pela empresa H seria o seguinte:

Ano N
Descrição da operação Contas Débito Crédito
438x Depreciações acumuladas - comp usado 5 000,00
435x Eq administrativo - comp usado 15 000,00
Pela troca dos
121 Depósitos à ordem 7 000,00
computadores
435y Eq administrativo - comp novo 15 000,00
75 68x Perdas em inv nao financeiros 2 000,00

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BIBLIOGRAFIA
Licenciatura em Contabilidade e Administração

 IAS 16 - Activos Fixos Tangíveis (Property, Plant and Equipment);


Contabilidade das Operações Especiais

 IFRIC 1 - Alterações em Passivos por Descomissionamento, Restauro e Outros Semelhantes


Existentes;
Ramo Contabilidade

 NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis;

 Alves, Gabriel e Costa, Baptista, Contabilidade Financeira, 8ª/9ª Edição, Rei dos Livros, Capítulo 11;

 Kieso d. & Weygandt, Intermediate Accounting, 14/15th Edition, Wiley, Capítulos 10 e 11;

 Rodrigues, João, Adopção em Portugal das Normas Internacionais de Relato Financeiro, 2005,
Áreas Editora, Capítulo 9;

 Epstein, Barry & Jermakowicz, Eva, IFRS 2010 – Interpretation And Aplication Of Internactional
Accounting And Financial Reporting Standards, Wiley, Capítulo 8;

 Mirza, Alli, Holt, Graham & Orrell, Magnus IFRS – Work Book And Guide, Wiley, Capítulo 11;

 Outra documentação fornecida nas aulas.


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