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Eixo rEnina-angiotEnsina-aldostErona:

BasEs fisiológicas E fisiopatológicas

Antonio F. Sanjuliani
Marcia R. S. G. Torres
Livia N. Paula
Fabiana B. Bassan

rEsumo renina-angiotensina pode ser um sistema re-


gulatório duplo e independente, sanguíneo e
O sistema renina-angiotensina tem sido
tecidual. Assim o sistema renina-angiotensina
reconhecido como um importante regulador da
regula muito mais funções fisiológicas do que
pressão arterial e da homeostase eletrolítica re-
acreditávamos previamente.
nal. A visão clássica do sistema renina-angioten-
sina consistia na renina circulante atuando sobre PALAVRAS-CHAVES: Renina; Angio-
o angiotensinogênio para produzir angiotensina tensina; Aldosterona; Enzima conversora da
I que seria convertida em angiotensina II através angiotensina; Envelhecimento.
da enzima conversora da angiotensina. A angio-
tensina II ainda era considerada como principal introdução
componente hipertensor desse sistema, mas As pesquisas sobre as ações do sistema
acreditava-se que ela atuasse apenas como renina-angiotensina (SRA) nos trazem só-
um hormônio circulante via receptores AT1 e lidas informações sobre como esse sistema
AT2. Entretanto, o sistema renina-angiotensina é capaz de contribuir, de forma expressiva,
também tem sido identificado localmente em na homeostase hidroeletrolítica, no controle
inúmeros órgãos e, mais recentemente, novas da pressão arterial (PA), na regulação de
evidências têm mostrado a presença desse sis- processos metabólicos, na modulação do
crescimento e da proliferação celular de vários
tema intracelular. Outros peptídeos do sistema
tecidos. Assim, a capacidade desse sistema de
renina-angiotensina têm sido identificados e
se adaptar ou contribuir para uma doença está
parecem ter ações biológicas como a angiotensi-
intimamente relacionada ao seu envolvimento
na III, angiotensina IV e a angiotensina 1-7, que
em processos tanto fisiológicos como fisiopa-
atua através dos receptores Mas. A descoberta tológicos1. Cada vez mais, a hiperatividade do
de outra enzima conversora da angiotensina SRA tem sido relacionada à gênese de várias
(ECA2) e dos receptores de renina acrescentou doenças como a hipertensão arterial (HA), o
mais um complemento para esse novo cenário. infarto agudo do miocárdio, a insuficiência
Esses novos achados sugerem que o sistema cardíaca congestiva, as arritmias cardíacas, o

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diabetes mellitus, a insuficiência renal crônica bição da ECA ou do bloqueio dos receptores
e o acidente vascular encefálico1. AT1 e uma nova expectativa com a introdução
Novos componentes do SRA ainda estão dos bloqueadores de renina. Assim, o SRA
sendo revelados. O clássico SRA tem início na parece regular mais e diferentes funções fisio-
ação de uma renina circulante atuando sobre o lógicas que se pensava anteriormente.
angiotensinogênio para produzir a angiotensi-
na (Ang) I que é convertida em angiotensina II principais componEntEs do sra
(Ang II) através da enzima conversora da an- A renina, o angiotensinogênio, a ECA, a
giotensina (ECA)1. Acreditava-se que a Ang II, ECA2, as angiotensinas e os receptores que
ainda o principal componente efetor do SRA, fazem a mediação das ações das angiotensinas
atuava somente como um hormônio circulan- são os principais componentes do SRA. A re-
te via receptores AT1 e AT22. Uma revisão de nina, uma protease produzida exclusivamente
conceitos emergiu após a demonstração de pelas células justaglomerulares dos rins, hi-
que tanto a renina como o angiotensinogênio drolisa o angiotensinogênio, um substrato de
estão presentes em inúmeros tecidos como os renina produzido pelo fígado, para Ang I, um
vasos sanguíneos, o cérebro, o coração, os rins, decapeptídeo, que é convertido pela ECA para
as adrenais e os órgãos reprodutores2. Esses o octapeptídeo Ang II1. Além da ECA, outra
achados sugerem que o SRA é composto por protease, a quimase, pode proporcionar uma
um duplo e independente sistema regulatório via alternativa para conversão da Ang I para
circulante e tecidual. Entretanto, essa divisão Ang II. Também tem sido descrito que a partir
sob a ótica funcional pode gerar alguma con- da Ang I ou da Ang II, outros metabólitos
fusão, uma vez que pode existir a possibilidade como a Ang III, Ang IV e Ang 1-7 podem ser
da captação de componentes circulantes pelos gerados (Fig. 1)1. A interação da Ang II com
tecidos e também a liberação de peptídeos
os receptores AT1 ativa numerosos processos
gerados nos tecidos para a circulação. Atu-
celulares induzindo a vasoconstricção, a ge-
almente, um SRA mais complexo tem sido
ração de espécies reativas de oxigênio (ROS),
revelado com o avanço de novas ferramentas
a inflamação vascular, o remodelamento car-
genéticas e moleculares, inclusive alguns
díaco e vascular e a produção de aldosterona
estudos têm sugerido a presença de um SRA
que contribuem não somente para a gênese da
intracelular (sistema hormonal intracrino)2.
HA, mas também para acelerar os danos nos
Outros componentes do SRA, com fun-
chamados “órgãos-alvo”1.
ções biológicas, têm sido identificados: a
angiotensina 2-8, um heptapeptídeo (Ang açõEs da rEnina E pró-rEnina
III), parece ter funções semelhantes à Ang mEdiadas por rEcEptorEs
II 1. A angiotensina 3-8, um hexapeptídeo
(Ang IV), provavelmente exerce suas ações Na visão clássica do SRA, a pró-renina
via receptores amino-peptidase regulada pela era considerada uma precursora inativa da
insulina. Finalmente, a angiotensina 1-7 (Ang renina, e cuja função atribuída a ela renina,
1-7) atua via receptores “Mas” e apresenta era unicamente gerar a Ang I através da
efeitos vasodilatores e anti-hipertensivos, biodegradação do angiotensinogênio. Novos
com características contrarreguladoras das conceitos, entretanto, apontam efeitos tóxi-
ações da Ang II3. A descoberta de uma nova cos tanto da renina como da pró-renina no
enzima conversora da angiotensina, a ECA2, coração e nos rins.
foi um importante complemento para esse A pró-renina, em seu estado original, é
cenário, assim como a recente descoberta dos inativa pelo fato da estrutura da sua cadeia de
receptores de renina que nos trouxeram uma aminoácidos ser fechada e, consequentemen-
visão extremamente complexa do SRA4. te, impedir a fixação do angiotensinogênio.
A importância do SRA nas doenças car- Nos rins, a pró-renina inativa é convertida
diovasculares também tem sido demonstrada em renina ativa através da quebra enzimática
por inúmeros ensaios clínicos, através da ini- desses aminoácidos que estavam fechados5.

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Por outro lado, quando a pró-renina circu- nismo para a gênese da HA, assim como a
lante fixa-se ao receptor de pró-renina/renina pró-renina pode vir a ser um novo biomar-
no coração e rins, a cadeia de aminoácidos cador para as complicações vasculares da HA
da pró-renina é aberta, mas não quebrada; e do diabetes6.
há, então, a ativação total da pró-renina.
Esse processo não enzimático de ativação da
açõEs EstaBElEcidas da
pró-renina resulta em aumento na produção angiotEnsina ii
de fator de crescimento tumoral β (TGF-β) A Ang II é o principal peptídeo efetor do
induzindo deposição de colágeno e fibrose5. SRA e exerce suas ações via receptores AT1 e
Interessantemente, todo esse processo AT2, que parecem mediar ações opostas, en-
mediado pelos receptores independe da ge- quanto os receptores AT1 mediam ações com
ração de Ang II e, consequentemente, não é consequências potencialmente deletérias, se
afetado pelos inibidores da ECA ou mesmo não forem apropriadamente contrabalancea-
pelos bloqueadores dos receptores AT1 da dos, os receptores AT2 parecem induzir ações
angiotensina (BRAs) 6. Há, também, a pos- protetoras, embora de relevância clínica ainda
sibilidade desses hipotensores induzirem o não totalmente esclarecida1.
aumento da pró-renina e da renina podendo A Ang II é a maior reguladora do equi-
contrapor o efeito cardioprotetor proporcio- líbrio hemodinâmico e da homeostase de
nados pela redução da atividade dos recepto- líquidos e do sódio e também participa, de
res AT16. Esse aumento reativo da pró-renina forma importante, no crescimento celular e do
e da renina também tem sido observado com processo de remodelamento cardiovascular1.
a utilização do inibidor direto da renina, o Assim, os receptores AT1, encontrados de for-
aliskireno, o bloqueio direto da renina pode ma abundante nos vasos, rins, coração, fígado
reduzir a sua capacidade de degradar o angio- e cérebro mediam a vasoconstricção, a sede,
tensinogênio e gerar Ang I, mas não inibe a a liberação de vasopressina e aldosterona, a
sinalização pró-fibrose induzida pelo receptor fibrose, o crescimento e a migração celular
de renina/pró-renina7. (Fig. 2)1. Mais recentemente, foi descrito que
Os níveis circulantes da pró-renina são, a Ang II pode ser responsável pela geração
aproximadamente, 100 vezes maiores que de radicais oxidativos e estar envolvida no
os da renina, e a ativação dos receptores da processo de inflamação, aterosclerose e en-
pró-renina pode ser um importante meca- velhecimento vascular (Fig. 2). O receptor

Figura 1: o sistEma rEnina-angiotEnsina Expandido. principais vias dE Formação das angiotEn-


sinas. rpr, rEcEptor dE rEnina/pró-rEnina; Eca, Enzima convErsora dE angiotEnsina; Eca2,
Enzima convErsora dE angiotEnsina 2; nEp, EndopEptidasE nEutra; ampa, aminopEptidasE a;
ampm, aminopEptidasE m; ang, angiotEnsina; mas, rEcEptor para angiotEnsina 1-7; at1, rE-
cEptor tipo 1 para angiotEnsina; at2, rEcEptor tipo 2 para angiotEnsina; irap, aminopEptidasE
rEgulada pEla insulina.

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AT2 induz a vasodilatação, liberação de óxido co e bradicinina, e inibição do crescimento e


nítrico e parece inibir o crescimento celular1. da proliferação celular (Fig. 2)1. Entretanto,
em alguns modelos animais, as consequências
novas açõEs da angiotEnsina ii da estimulação dos receptores AT2 podem
mEdiadas pElos rEcEptorEs AT1 E AT2 induzir um estado pró-fibrótico10. A despei-
Estudos experimentais em ratos mostram to dos resultados promissores dos estudos
que a infusão de Ang II causa redução da experimentais fortemente sugerirem ações
adiponectina, aparentemente, via receptor benéficas do estímulo dos receptores AT2, o
AT1 8 . A supressão da adiponectina pode resultado clínico final tem sido pobre1. Tam-
representar o mecanismo pelo qual a Ang II bém parece não haver nenhuma evidência
induziria a intolerância à glicose. Outras ações clínica relevante capaz de demonstrar que a
metabólicas da Ang II incluem a modulação estimulação do receptor AT2 pela Ang II, após
pró-inflamatória, o aumento da secreção de a utilização dos BRAs, seja benéfica1.
insulina, a apoptose da célula β, a redução da
gliconeogênese e aumento na concentração
angiotEnsina iii (2-8 hEptapEptídEo)
dos triglicerídeos plasmáticos8. Identificada a partir do início da década
Os receptores de Ang II são encontrados, de 70 e conhecida por causar vasoconstricção
mais amplamente, no feto e no período neo- e liberação de aldosterona, a Ang III é gerada
natal, sendo encontrados em adultos apenas a partir da Ang II através da aminopeptidase
na medula adrenal, útero, ovários, endotélio A (Fig. 1)1 e exerce suas ações de forma muito
vascular e algumas regiões específicas do semelhante à Ang II, via receptores AT1 e AT2.
cérebro9. Os receptores AT2 são gerados para Enquanto a Ang II é considerada o principal
mediar efeitos opostos e contrapor aqueles efetor do SRA, a Ang III pode mediar, via
mediados pelos receptores AT1, promovendo, receptores AT1, ações que podem ser consi-
então, vasodilatação, liberação de óxido nítri- deradas mais importantes que as da Ang II,

Figura 2: rEprEsEntação EsquEmática dos principais EFEitos das angiotEnsinas E da rEnina/pró-


-rEnina, mEdiada por sEus rEspEctivos rEcEptorEs. ang, angiotEnsina; at1, rEcEptor at1; at2,
rEcEptor at2; irap, rEcEptor aminopEptidasE rEgulado pEla insulina; mas, rEcEptor mas; rrp,
rEcEptor insulina/pro-insulina; adH, Hormônio antidiurético; no, óxido nítrico; nF- ,
Fator nuclEar kappa-BEta; mcp, protEína quimioatrativa dE monócitos; il-6, intErlEucina-6;
pai-1, iniBidor do ativador do plasminogênio; tnF- , Fator dE nEcrosE tumoral- ; icam-1,
molécula dE adEsão intErcElular-1.

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como por exemplo, o estímulo para liberação os estudos têm apontado que a Ang 1-7 tem
da vasopressina11. efeitos que se opõem aos da Ang II, particu-
Estudos experimentais em cães mos- larmente induzindo a vasodilatação, os efeitos
traram que a infusão sistêmica de Ang II antitróficos e a amplificação da vasodilatação
ou Ang III produz, com doses equivalentes, induzida pela bradicinina2. Numerosos estu-
efeitos semelhantes sobre a PA, a secreção de dos sugerem uma forte interação entre a Ang
aldosterona, a excreção de sódio e a atividade 1-7 e o sistema prostaglandina-bradicinina-
plasmática de renina. Entretanto, o clearance -óxido nítrico (NO)14. A Ang 1-7 liga-se ao
metabólico da Ang III foi cinco vezes supe- receptor Mas que media a vasodilatação e as
rior ao da Ang II, ratificando que a Ang II ações antiproliferativas desse heptapeptídeo3.
tem papel dominante como efetor no SRA O receptor Mas é o principal mediador das
circulante12. ações da Ang 1-7, sendo bloqueado espe-
cificamente pelo D-Ala-Ang 1-7 (A-799) e
angiotEnsina iv (3-8 hExapEptídEo) pelo D-Pro-Ang 1-7. Esse receptor possui
Conforme mostra a Figura 1, a Ang IV sete domínios transmembrana hidrofóbicos
pode ser gerada a partir da Ang III através acoplados à proteína G3.
da aminopeptidase M. Esse peptídeo bio- angiotEnsina (1-12)
logicamente ativo tem despertado grande
interesse após a descoberta dos receptores Mais recentemente, estudos japoneses
aminopeptidases regulados pela insulina conseguiram isolar, a partir de células do
(IRAP) que são um sítio de ligação e um intestino delgado de ratos, um novo pep-
provável receptor (AT4) da Ang IV 13. As tídeo derivado do angiotensinogênio. Esse
ações da Ang IV mediadas pelo IRAP (Fig. substrato derivado do angiotensinogênio foi,
2) incluem vasodilatação renal; aumento da inicialmente, chamado de “pró-angiotensina
expressão do inibidor do ativador do plas- 12”, como base em sua capacidade de ser um
precursor da Ang II, apesar disso, a termino-
minogênio-1 (PAI-1), da interleucina-6, das
logia aprovada foi de “angiotensina (1-12)”
moléculas de adesão intercelular (ICAM-1)
(Ang-[1-12])15. A presença da Ang (1-12) foi
e do fator de necrose tumoral α 13. Alguns
registrada, também, no fígado, pulmão, adre-
estudos sugerem, também, a importância da
nais, coração, cérebro e pâncreas, constatando,
Ang IV na regulação de funções cognitivas,
nesses órgãos, concentrações mais elevadas do
do metabolismo renal, do crescimento de fi-
que a concentração correspondente de Ang I15.
broblastos cardíacos, da célula endotelial e da
A capacidade da Ang (1-12) atuar como um
célula da musculatura lisa dos vasos, podendo
substrato endógeno para formação de Ang II
ter um importante papel na fisiopatologia das
decorreu, também, da observação de que o
doenças cardiovasculares1.
seu efeito vasoconstrictor foi prevenido pelo
angiotEnsina 1-7 hEptapEptídEo E bloqueio prévio do SRA com inibidor da ECA
ou com BRA tanto na circulação sistêmica
rEcEptor mas
quanto em aorta isolada16.
Durante vários anos, acreditava-se que a Assim, um novo nível de complexidade
Ang 1-7 era desprovida de ações biológicas, regulatória do SRA foi adicionado com a
sendo sua importância apenas enfatizada após demonstração da existência da Ang (1-12),
a descoberta da ECA2. Essa enzima, ECA2, é como um substrato alternativo, contribuindo
capaz de gerar Ang 1-7 a partir da Ang II; en- para formação da Ang II através de um meca-
tretanto a Ang 1-7 pode, também, ser formada nismo independente da renina. A formação e
a partir da Ang I ou Ang II por outras endo- o processamento de produtos biologicamente
peptidases (Fig. 1)2. Na década de 80, estudos ativos do SRA podem seguir as vias já descri-
em ratos mostraram que a Ang 1-7 podia in- tas anteriormente, entretanto a síntese da Ang
duzir a liberação de vasopressina de forma tão II e da Ang 1-7 pode ser determinada pela
efetiva quanto a Ang II. Mais recentemente, disponibilidade de formação da Ang (1-12) 15.

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Enzima convErsora da do-se às ações da ECA18. Estudos experimen-


angiotEnsina tais em ratos mostraram que a deleção do
gene da ECA2 estava relacionada ao desen-
Classicamente, a ECA é uma ectoenzima volvimento de cardiomiopatia grave19. Nesses
e um componente integral do SRA sendo res- animais, a ablação genética da ECA preveniu
ponsável pela formação de Ang II através de o desenvolvimento da cardiopatia, sugerindo
seu precursor inativo a Ang I (Fig. 1)1, além a importância da ECA2 em contrabalancear
de degradar a bradicinina em fragmentos os efeitos deletérios da ECA19. A despeito da
inativos; aumentando, assim, a produção de ECA2 ser homóloga à ECA, os inibidores ECA
um potente vasoconstrictor, a Ang II, e, si- e os BRAs não são capazes de inibir a atividade
multaneamente, degradando uma substância da ECA2, pelo contrário20: tanto os inibidores
natriurética e vasodilatadora, a bradicinina1. da ECA como os BRAs parecem aumentar a
Embora não seja considerado um fator limi- expressão cardíaca e renal da ECA2.
tante para a síntese de Ang II, a ECA, todavia, Tanto a ECA2 como a Ang 1-7 podem
é a maior e, certamente, o determinante final ter um envolvimento importante na fisio-
da existência dos níveis de Ang II na circu- logia e na fisiopatologia cardiovascular por
lação e em muitos tecidos. A ECA humana modularem, ou mesmo contrabalancearem,
possui dois domínios, um aminoterminal e o excesso de atividade do clássico SRA18. A
outro carboxiterminal, cada um contendo expressão da ECA2 no coração e nos rins está
um íon zinco como cofator. Existem duas diferentemente aumentada após o tratamen-
formas de ECA, a somática e a testicular, que to com inibidores da enzima conversora da
são derivadas do mesmo gene por meio de angiotensina (IECA), sugerindo fortemente
dois promotores distintos. A forma testicular, a possibilidade de produção local de ECA2,
encontrada exclusivamente nos testículos, é como foi demonstrado em ratos. Isso pode
menor que a forma somática e possui apenas oferecer um benefício adicional aos IECA, po-
um domínio. A forma somática possui os dois dendo explicar, pelo menos em parte, porque
domínios e é encontrada, principalmente, nas os IECA e mesmo os BRAs podem ser efeti-
células endoteliais, epiteliais e neuroepiteliais vos a despeito de elevadas concentrações da
carboxiterminal. Também tem sido descrita a atividade plasmática da renina e da Ang II21.
participação da ECA na degradação da Ang
1-7 em Ang 1-5. vias altErnativas dE gEração da ang ii
Enzima convErsora da Em determinadas situações patológi-
cas, a Ang II pode ser, enzimaticamente,
angiotEnsina 2
gerada a partir da Ang I pela quimase (Fig.
A descoberta da ECA2 em 2000 intro- 1)1. A quimase é estocada em um complexo
duziu não somente a ECA2, mas também o macromolecular nas células de glândulas se-
seu principal produto, a Ang 1-7, para o foco cretórias22. Para tornar-se enzimaticamente
de inúmeras pesquisas 4. Estas se iniciaram ativa, a quimase deve ser liberada através
a partir do reconhecimento de um gene no de um dano vascular22. Portanto, a quimase
cromossomo X que codificava uma carboxi- parece ser enzimaticamente inativa no tecido
monopeptidase, que denominaram ECA2. A vascular normal, podendo produzir Ang II
ECA2 hidrolisa um aminoácido da Ang I para somente na parede de artérias lesadas com
gerar a Ang 1-9 e remove um único aminoá- comprometimento aterosclerótico1. Enquanto
cido da Ang II para gerar a Ang 1-7 (Fig. 1)4. os resultados dos estudos experimentais em
Essa enzima é mais abundante no endotélio animais com os inibidores da quimase pare-
vascular das coronárias e dos rins, no coração, cem ser promissores, a possível importância
nos testículos, no hipotálamo e na parede da da geração de Ang II pela quimase não está
aorta17. totalmente esclarecida, assim como os inibi-
A ECA2 parece ter um papel importante dores da quimase para uso em humanos ainda
na regulação da função cardíaca, contrapon- não estão disponíveis22.

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aldostErona vascular pela aldosterona através de inúme-


ros mecanismos extrarrenais. A aldosterona
A aldosterona é um mineralocorticoide
amplifica as ações da Ang II induzindo o
sintetizado pela camada glomerulosa da
remodelamento e inflamação vascular, assim
adrenal. Entretanto, recentemente, tem sido
como a estimulação de receptores mineralo-
proposta a possibilidade de outras células,
corticoides no coração, rins e cérebro pela
como as do coração, sintetizarem esse mine-
aldosterona circulante induz a fibrose cardíaca
ralocorticoide23.
e renal e aumento da atividade simpática,
A ativação do sistema renina-angioten-
respectivamente1. Curiosamente, inúmeros
sina-aldosterona (SRAA) é um importante
estudos mostram que a elevação da aldostero-
mecanismo de defesa contra os estados de
na somente teria alguma relevância deletéria
hipotensão de origem hipovolêmica, como
se acompanhada da ingestão de uma dieta
ocorre na hemorragia ou na privação de sal23.
rica em sódio1.
A aldosterona quando se liga ao receptor
mineralocorticoide nas células epiteliais do sistEma rEnina-angiotEnsina
ducto coletor renal recruta canais de sódio do (sra) tEcidual
citosol para a superfície das células epiteliais
renais, promovendo assim aumento na reab- O SRA tecidual, também chamado de
sorção de sódio, excreção tubular de potássio local, tem sido encontrado em muitos órgãos
e expansão do volume plasmático23. e tecidos e contém todos os componentes
Teoricamente, o consumo de dietas com necessários para a produção de Ang II, outras
elevado teor de sódio deve provocar a inibição angiotensinas, seus respectivos receptores e
do SRAA e a consequente supressão da aldos- também os receptores de renina/pró-renina25.
terona que induz a endocitose e destruição Entretanto, a maioria dos estudos mostra que
dos canais de sódio e aumento na excreção a renina encontrada no SRA local é oriunda
de sódio, redução do volume plasmático e da renina produzida nos rins.
protegendo, então, contra a HA sódio de- Em alguns órgãos, como glândula adrenal
pendente24. Assim, no cenário de ingestão de e cérebro, o SRA local atua de forma indepen-
dieta rica em sódio e elevação da PA, o SRAA dente do SRA circulante, enquanto no coração
deverá ser suprimido e a presença de qualquer e rins eles interagem fortemente. Acredita-se,
atividade desse sistema deverá ser considerada também, que os componentes circulantes do
“inapropriada”. Alguns estudos mostram que SRA, como a renina e o angiotensinogênio,
os indivíduos normotensos têm seu risco de possam ser utilizados pelos tecidos26. O SRA
desenvolver HA aumentado em decorrência local e o circulante atuam complementando
do aumento na concentração de aldosterona um ao outro e não de forma antagônica, suge-
mesmo em níveis considerados “normais”. rindo que o balanço apropriado entre os fato-
Interessantemente, outros estudos registram res reguladores e contrarreguladores do SRA
elevados níveis de aldosterona em negros local possa ser importante na manutenção
hipertensos, a despeito da reduzida atividade das funções fisiológicas de muitos órgãos26.
plasmática da renina, sugerindo produção Enquanto o SRA circulante é tido como
anormal de aldosterona independente do um regulador do volume sistêmico, do ba-
eixo-renina24. lanço eletrolítico e da homeostase da PA, os
O clássico conceito do envolvimento da efeitos do SRA local envolvem a proliferação
aldosterona na fisiopatologia da HA e das e crescimento celular, a síntese proteica e,
doenças cardíacas se restringia à capacidade até mesmo, a função de vários órgãos com
regulatória de excreção de sódio e potássio, coração, rins, cérebro, órgãos reprodutivos
mas se modificou significativamente nos e pâncreas26.
últimos anos. Os receptores da aldosterona O tecido adiposo contém todos os com-
são expressos em diversos tecidos além dos ponentes do SRA, incluindo os receptores
renais; isso induz comprometimento da saúde funcionais de renina, e podem estar envolvi-

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dos na regulação da adiposidade visceral e do centração circulante do angiotensinogênio27.


acúmulo de tecido adiposo27. O SRA visceral O aumento da expressão do angiotensinogê-
pode ter papel importante na fisiopatologia nio em camundongos selvagens produz au-
da síndrome metabólica28. O tecido adipo- mento na concentração do angiotensinogênio
so parece ser uma importante fonte para a circulante e da PA, demonstrando assim que
produção de angiotensinogênio, podendo o angiotensinogênio derivado do adipócito
participar de forma ativa na regulação da pode contribuir com o SRA circulante. Os
PA27. Foi demonstrado que a maior parte da efeitos da Ang II sobre o próprio adipócito
expressão do RNAm do angiotensinogênio parecem estar mais relacionados à regulação
está localizada no tecido adiposo marrom do crescimento e diferenciação do próprio
perivascular, ao redor da aorta de ratos27. A adipócito, na inflamação e estresse oxidativo,
partir desses achados, várias evidências su- na lipólise e no fluxo sanguíneo local27.
portam a existência do SRA no adipócito. De
acordo com os dados disponíveis na literatura,
sistEma rEnina-angiotEnsina E
existem duas razões primárias pelas quais os EnvElhEcimEnto
adipócitos devem produzir os componentes O envelhecimento está associado a inú-
do SRA (Fig. 3): 1) para auxiliar como fonte meras alterações estruturais e funcionais dos
dos componentes para produção sistêmica vasos, como aumento na espessura e do en-
de Ang II e 2) para produzir Ang II e exercer durecimento, aumento da velocidade da onda
efeitos autócrine e parácrine nos próprios de pulso e deterioração da função endotelial29.
adipócitos. Evidências diretas que o adipócito Essas alterações contribuem para o desen-
serve como uma fonte de angiotensinogênio volvimento das doenças cardiovasculares
para o SRA circulante foram observadas em relacionadas ao processo de envelhecimento.
estudos experimentais em camundongos Vários estudos mostram a importância
onde a expressão do angiotensinogênio nos do papel do SRA no envelhecimento arterial,
adipócitos desses animais – deficientes em bem como nas doenças cardiovasculares. Os
angiotensinogênio – produz aumento na con- componentes da cascata de sinalização da Ang

Figura 3: EsquEma rEprEsEntando o modElo Fisiológico E Fisiopatológico do sistEma rEnina-


-angiotEnsina no tEcido adiposo. agt, angiotEnsinogênio; ang i, angiotEnsina i; ang ii, angio-
tEnsina ii; Eca, Enzima convErsora da angiotEnsina; at, rEcEptor para angiotEnsina.

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II parecem estar aumentados com o envelheci- um efeito proliferativo via estímulo da MAP
mento. A sinalização da Ang II via receptores quinase32.
AT1 aumenta a produção de colágeno dentro Além disso, tanto a hiperglicemia quanto
da parede arterial, reduz a atividade de formas a hiperinsulinemia ativam o SRA por aumen-
de nicotinamida-adenina fosfato oxidase e tarem a expressão do angiotensinogênio, da
aumenta a migração de células da musculatura Ang II e do receptor AT1, podendo contribuir
lisa dos vasos29. para o desenvolvimento da hipertensão em
A Ang II pode, também, induzir a for- indivíduos com resistência à insulina32. Adi-
mação das ROS, podendo contribuir para a cionalmente, a Ang II agindo via receptores
doença vascular e cardiovascular relacionadas AT1 é uma potente estimuladora da NADPH
ao envelhecimento30. O aumento na formação oxidase, que parece já estar aumentada em
dos ROS ativa a metaloprotease e induz menor estados hiperglicêmicos, uma das principais
biodisponibilidade de óxido nítrico e, conse- fontes das ROS. Esse aumento do estresse
quentemente, disfunção endotelial30. Esses oxidativo provoca disfunção endotelial, in-
dados sugerem que a Ang II pode ter um papel flamação, hipertrofia da musculatura lisa dos
central em muitos estímulos que influenciam vasos e remodelamento vascular32. Também
o envelhecimento arterial. tem sido proposto que o estresse oxidativo
Recentemente, observou-se que o trata- pode estimular a formação de produtos finais
mento com um inibidor da ECA (enalapril) ou da glicação avançada, formados através da
um BRA (losartan) em ratos machos Wistar, glicação não enzimática de aminoácidos sobre
durante 18 meses ou ao longo da vida desses proteínas, lipídios e ácidos nucleicos. Essas
animais, resultou em prolongamento da vida moléculas podem ter um papel importante
em 21% (enalapril) e 19% (losartan) compa- na patogênese da lesão vascular dos estados
rado com animais controle não tratados31,22. hiperglicêmicos, dependendo, pelo menos
Como a diferença da duração da vida parece em parte, da geração das ROS dependente de
não poder ser explicada por efeito sobre a NADPH32.
proteção cardiovascular, os autores especu- Essas bases fisiopatológicas da interação
lam que o prolongamento da vida possa ser entre o SRA e a sinalização da insulina moti-
decorrente da redução na formação de ROS e varam a exploração terapêutica da inibição do
do processo oxidativo decorrentes da inibição SRA, pelos IECA ou pelos BRAs, não somente
do SRA30. no controle da HA, mas também no melhor
controle do metabolismo da glicose e da
intEração do sistEma rEnina- insulina32. Vários estudos com IECA e BRAs
angiotEnsina E a insulina mostraram a possibilidade dessas drogas
serem efetivas em aumentar a sensibilidade
Um considerável número de evidências
à insulina e o controle glicêmico, reduzir a
sugere que a Ang II pode modular as ações
inflamação e a disfunção endotelial e dimi-
da insulina. Uma complexa interação celular
nuir a incidência de novos casos de diabetes
entre o SRA e a sinalização da insulina inclui
tipo 233,34.
uma via de sinalização compartilhada que
envolve o trifosfato inositol (PI3), a prote-
ína quinase ativada por mitógenos (MAP
conclusõEs
quinase) e a fosforilação dos substratos dos Desde a descoberta da renina no final do
receptores de insulina IRS1 e IRS2. A ativação século XIX até o encontro das mutações do
da fosforilação dos substratos do receptor da receptor AT2, da inter-relação entre o eixo
insulina (IRS1 e IRS2) ativa o PI3, enquanto ECA/Ang II/AT1 e o contrabalanço do eixo
a ativação do receptor da Ang II (AT1) inibe ECA2/Ang 1-7/Mas, e das potenciais ações
o IP3 quinase. Portanto, a ativação do SRA das mais recentes angiotensinas, as pesquisas
pode inibir as ações metabólicas da insulina nos induzem a concluir que o SRA é muito
via IP3 quinase e, sinergicamente, promover mais complexo e com uma dinâmica rede de

28 Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ


Eixo rEnina-angiotEnsina-aldostErona: BasEs fisiológicas E fisiopatológicas

interações intercelulares significativamente


maior do que imaginávamos. É bem provável
que ainda não conheçamos completamente
esse sistema. O desafio dessa complexidade,
dos conhecimentos ainda a revelar e a posição et
al
central do SRA no mecanismo fisiopatológico
das doenças cardiovasculares, certamente,
motivarão futuras pesquisas sobre modelos
fisiopatológicos e a descoberta de drogas que
possam modular ou bloquear adequadamente
o SRA. et al

rEFErências
et al

et al

et al

et al

et al

et al

et al

et
al
et al

et al

et al

et et al
al

Ano 10, Julho / Setembro de 2011 29


Eixo rEnina-angiotEnsina-aldostErona: BasEs fisiológicas E fisiopatológicas

aBstract
The renin-angiotensin system has long been
recognized as an important regulator of the sys-
temic blood pressure and the renal electrolyte
homeostasis. The classical renin-angiotensin
system consisted of circulating renin, acting
on angiotensinogen to produce angiotensin I,
which in turn was converted into angiotensin II
et al by angiotensin-converting enzyme. Angiotensin
II, still considered the main effector of renin-an-
giotensin system, was believed to act only as a
et al circulating hormone via angiotensin receptors,
AT1 and AT2. Local tissue renin-angiotensin
systems have been identified in most organs
and recently and evidence for an intracellular
et al
rennin-angiotensin system has been reported.
Others peptyde of these system have been shown
to have biological actions such as angiotensin
III, angiotensin IV and angiotensin 1-7 that
et al acts via Mas receptors. The recent discovery of
another angiotensin-convertin enzyme ECA2
and the renin receptors was an important com-
plement to this picture. These findings suggest
that the renin-angiotensin system is composed
of a dual, independently regulated, blood-borne
and tissue system.
KEY WORDS: Renin; Angiotensin; Aldos-
terone; Angiotensin converting enzyme; Aging.

30 Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ


TITULAçãO DOS AUTORES

Editorial Mario F. Neves


(Vide Editorial)
Antonio Felipe Sanjuliani
Professor Adjunto e Coordenador da Disciplina de
artigo 2: Eixo rEnina-
Fisiopatologia Clínica e Experimental. CLINEX/ angiotEnsina-aldostErona:
UERJ
BasEs fisiológicas E
Mario F. Neves fisiopatológicas
Professor Adjunto de Clinica Médica da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro Antonio Felipe Sanjuliani

Wille Oigman (Vide Editorial)

Professor Titular de Clínica Médica da UERJ Márcia Regina Simas Gonçalves Torres
Nuricionista, Mestrado e Doutorado em
artigo 1: inflamação como Fisiopatologia Clínica e Experimental – CLINEX/
mEcanismo patogênico na UERJ

hipErtEnsão artErial Lívia Nogueira de Paula


Nutricionista, Mestrado e Doutoranda, Disciplina
de Fisiopatologia Clínica e Experimental –
Daniel A.B. Kasal
CLINEX/UERJ
Médico cardiologista, doutor em Ciências,
Universidade do Estado do Rio de Janeiro Fabiana Braunstein Bassan
Endereço para correspondência: Médica, Mestranda, Disciplina de Fisiopatologia
Departamento de Clínica Médica Clínica e Experimental – CLINEX/UERJ
Hospital Universitário Pedro Ernesto. Endereço para correspondência:
Av. 28 de Setembro, 77/sala 329, Vila Isabel. Rua Ramon de Castilla 25/102.
Rio de Janeiro - RJ. CEP 20551-030 Rio de Janeiro - RJ. CEP 20551-030
Telefone: (21) 2868-8484 Telefone: (21) 2868-8484

Ano 10, Julho / Setembro de 2011 9


artigo 3: contriBuição do artigo 6: chocolatE E os
Estudo da microcirculação à BEnEfícios cardiovascularEs
fisiopatologia da hipErtEnsão
Jenifer D’El-Rei
artErial
Nutricionista da Clínica de Hipertensão Arterial e
Doenças Metabólicas Associadas (CHAMA)
Sergio Emanuel Kaiser Dep. Clínica Médica, UERJ

Professor Assistente da Disciplina de Fisiopatologia Endereço para correspondência:


Clínica e Experimental – CLINEX-UERJ Departamento de Clínica Médica
Hospital Universitário Pedro Ernesto.
Av. 28 de Setembro, 77/sala 329, Vila Isabel.
artigo 4: EfEitos do magnésio Rio de Janeiro - RJ. CEP 20551-030
Telefone: (21) 2868-8484
soBrE a Estrutura E função
Email: jeniferdelrei@gmail.com.br
vascular
Fernanda Medeiros
Ana Rosa Cunha
Professora Adjunto do Departamento de Nutrição
Professora do Instituto de Nutrição da UERJ, Aplicada, UERJ
Mestre em
artigo 7: BEnEfícios do chá
Bianca Umbelino vErdE soBrE a hipErtEnsão
Aluna de Iniciação Científica da UERJ artErial, dano cardiovascular
E disfunção EndotElial
Margarida L. Correia
Aluna de Iniciação Científica da UERJ Lívia P. Nogueira
Nutricionista
Mario F. Neves Mestre e Doutoranda em Fisiopatologia Clínica e
Experimental. CLINEX/UERJ.
(Vide Editorial) Endereço para correspondência:
Rua Aroazes 870, bl 2 /apto 508
artigo 5: ingEstão dE Rio de Janeiro - RJ. CEP: 22775-060
Telefones (21) 9714-5262
cálcio E fatorEs dE risco E-mail: liviapnogueira@gmail.com
cardiomEtaBólico: ondE
Márcia R.S.G. Torres
Estamos?
Nutricionista - Mestrado e Doutorado em
Márcia R.S.G. Torres Fisiopatologia Clínica e Experimental. CLINEX/
UERJ
Nutricionista - Mestrado e Doutorado em
Fisiopatologia Clínica e Experimental. CLINEX/ Antonio F. Sanjuliani
UERJ
(Vide Editorial)
Endereço para correspondência:
Rua Araguaia, 71 - bloco 2 / apto 303
Rio de Janeiro - RJ. CEP: 22745-270
Telefones: (21) 8317-7480, 2334-2063
E-mail: marciarsimas@gmail.com

Antonio F. Sanjuliani
(Vide Editorial)

10 Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ


artigo 8: EfEitos do licopEno artigo 10: iniBidorEs dirEtos
na saúdE cardiovascular da rEnina no tratamEnto da
hipErtEnsão artErial sistêmica
Michelle Trindade
Ronaldo A. O. C. Gismondi
Nutricionista da Clínica de Hipertensão Arterial e
Doenças Metabólicas Associadas (CHAMA) Médico do Hospital Antônio Pedro - UFF
Dep. Clínica Médica, UERJ Doutorando na Pós-graduação em Ciências
Médicas - UERJ
Endereço para correspondência:
Departamento de Clínica Médica Endereço para correspondência:
Hospital Universitário Pedro Ernesto. Departamento de Clínica Médica
Av. 28 de Setembro, 77/sala 329, Vila Isabel. Hospital Universitário Pedro Ernesto.
Rio de Janeiro - RJ. CEP 20551-030 Av. 28 de Setembro, 77/sala 329, Vila Isabel.
Telefone: (21) 2868-8484 Rio de Janeiro - RJ. CEP 20551-030
Email: michelle.trindade@yahoo.com.br Telefone: (21) 2868-8484
Email: ronaldogismondi@gmail.com
Renata B. Martucci
Wille Oigman
Professora Adjunto do Instituto de Nutrição - UERJ
(Vide Editorial)
artigo 9: rEcEntEs Evidências artigo 11: hipErtEnsão
soBrE os ácidos graxos artErial E disfunção Erétil
poli-insaturados da família
ÔmEga-3 na doEnça Valter Javaroni

cardiovascular Médico Urologista, Mestre em Urologia UERJ


Doutor em Ciências Médicas UERJ
Marcela A. Casanova Endereço para correspondência:
Departamento de Clínica Médica
Nutricionista da Clínica de Hipertensão Arterial e Hospital Universitário Pedro Ernesto.
Doenças Metabólicas Associadas (CHAMA) Av. 28 de Setembro, 77/sala 329, Vila Isabel.
Dep. Clínica Médica, UERJ Rio de Janeiro - RJ. CEP 20551-030
Endereço para correspondência: Telefone: (21) 2868-8484
Departamento de Clínica Médica Email: ronaldogismondi@gmail.com
Hospital Universitário Pedro Ernesto.
Av. 28 de Setembro, 77/sala 329, Vila Isabel.
Rio de Janeiro - RJ. CEP 20551-030
Wille Oigman
Telefone: (21) 2868-8484
(Vide Editorial)
Email: cela.abreu@gmail.com

Mario F. Neves
Fernanda Medeiros
(Vide Editorial)
Professora Adjunto do Departamento de Nutrição
Aplicada, Universidade Federal do Estado do Rio
de Janeiro

Ano 10, Julho / Setembro de 2011 11

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