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DIREITO ADMINISTRATIVO II

PRIMEIRA UNIDADE
Maria Sylvia Zanella Di Pietro
CAP. 13 – SERVIDORES PÚBLICOS
13.1. TERMINOLOGIA
*CF/88 – Seção II, capítulo da Adm Pública. Emprega o termo “servidores
públicos” para se referir a pessoas que prestam serviços com vínculo
empregatício à Administração Pública direta (autarquias e fundações públicas).
*Seção I – Disposições gerais da Adm. Pública. Contemplam não só da
administração direta, mas também da adm. Indireta (empresas públicas,
sociedades de economia mista e fundações de direito privado).
*Seção III – Militares (Estado, DF e territórios).
*Expressão: Servidor público – Sentido amplo (direta e indireta) ou
estrito (direta). Pode-se utilizar do vocabulário “funcionário”.
*Capítulos próprios que tratam da função pública legislativa e
jurisdicional.
*Ainda existem pessoas que exercem função pública, sem vínculo
empregatício com o Estado.
*Sentido amplo – Doutrina chama de agente públicos
13.2. AGENTES PÚBLICOS
*Agente público é toda pessoa física que presta serviços ao Estado e às
pessoas jurídicas da Adm. Indireta (art.37)
*Classificação de Celso Antonio Bandeira de Melo: - agentes políticos; -
servidores públicos; - militares; e – particulares em colaboração com o Poder
Público.
*EC18/98 – Militares em tratados como servidores militares (servidor
público). Passou a ser tratado como militar e ganhou categoria própria (Regime
jurídico parcialmente diverso). Entram nessa categoria: PM e Bombeiros dos
Estados, DF e territórios (art.42) e os membros das Forças Armadas (Marinha,
aeronáutica e exército – art. 142).
13.2.1. Agentes Políticos:
*Não há consenso. Alguns consideram como agentes políticos apenas o
Presidente da República, Governadores, Prefeitos e os auxiliares imediatos de
todos estes (Ministros e secretários), os Senadores, Deputados e Vereadores, que
têm como função formadores da vontade superior do Estado (sentido estrito –
titulares de cargos estruturais à organização política do País).
*Outros ainda adicionam os membros da Magistratura, MP, Tribunal de
Contas (sentido amplo).
*A ideia de agente político está vinculada à de governo e à de função
política. As atividades que compreendem esta são de direção e as co-legislativas
(fixação de metas, diretrizes, ou de planos governamentais). Assim, Maria Sylvia
considera apenas o conceito estrito.
*Essas funções se concentram, basicamente, nas mãos do Executivo, e em
parte do Legislativo. O judiciário praticamente não tem função política, limita-se
à jurisdicional, a não ser pelo controle posteriori. O mesmo vale para o MP e o
TC, cada um possuindo sua função específica, sem caráter político.
*Agentes políticos são aqueles que exercem atividades típicas de governo
e exercem mandato, para o qual foram eleitos. A forma de investidura é a eleição,
salvo pelos Ministros e secretários, que são de livre escolha do Chefe de
Executivo e providos em cargos públicos, mediante nomeação.
*Tendência doutrinária atual de considerar os magistrados e o MP como
agentes políticos.
*Em relação a magistratura – válido o entendimento, desde que, entenda-
se que sua função não é considerada política, corresponde apenas ao exercício de
uma parcela da soberania (função de dizer o direito em última instância).
*MP – Têm sido justificada essa natureza política pelas funções de
controle que lhe foram atribuídas na CF/88, de zelar pelos servidores de
relevância pública.
13.2.2. Servidores Públicos:
*Sentido amplo: Pessoas físicas que prestam serviços ao Estado e às
entidades da Adm. Indireta, com vínculo empregatício, mediante remuneração
paga pelos cofres públicos.
*Servidores estatutários: Sujeitos ao regime estatutário, ocupante de
cargos públicos. Regime estabelecido por cada uma das unidades da federação
através da lei, é modificável unilateralmente (deve respeitar os direitos já
adquiridos pelo servidor). Por entrar numa situação jurídica já previamente
determinada, esta é imodificável através de contrato, por serem normas cogentes
e de ordem pública.
*Empregados públicos: contratados sob o regime da legislação trabalhista
e ocupantes de emprego público. Essa legislação é aplicável com as alterações
decorrentes da CF. Apenas a União possui competência para derrogar outras
normas da legislação trabalhista. Embora sujeitos à CLT, submetem-se às normas
previstas no cap. VII, título III, do CF.
*Servidores temporários (art. 37, IX): Contratados por tempo
determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse.
Eles exercem função sem estarem vinculados a cargo ou emprego público.
Possuem um regime especial a ser disciplinado em lei de cada unidade da
federação. Atualmente utiliza-se apenas da contratação, não mais também da
admissão. (CF/1967)
*Na esfera federal, o regime do emprego público do pessoal da Adm.
Direta, autárquica e fundacional está na lei 9.962/00, segundo o qual o pessoal
celetista será regido pela CLT no que a lei não dispuser ao contrário.
*A lei repete a exigência de lei para a criação de empregos, vedando
expressamente a utilização de medidas provisórias para esse fim. Veda o uso do
regime celetista para encargos em comissão, para os servidores regidos pela lei
nº 8.112/90, também para a criação de empregos não criados por lei específica.
Exige a necessidade de concurso público de provas ou de provas e título. Cria
certa estabilidade aos celetistas contratados por prazo indeterminado, ao
estabelecer que a rescisão unilateral só poderá ocorrer nas hipóteses dispostas
nela.
*Esse procedimento só é dispensado para as contratações de pessoas
decorrentes da autonomia de gestão de que trata o SS 8º do art. 37 da CF. A lei
também permite a transformação de cargos em empregos, alcançando apenas
aqueles que estão nos cargos.
*Nos Estados e municípios os celetistas serão regidos pela CLT e não é
possível promulgação de leis desses entes que derroguem as normas da CLT para
os servidores públicos.
*Com a emenda nº 19/98 não há mais necessidade de que o mesmo
regime adotado para a adm. Indireta seja igual para as autarquias e fundações
públicas.
*As categorias magistrado, do MP e do TC, da Advocacia Pública e da
Defensoria Pública se enquadrarão como servidores estatutários, ocupantes de
cargos públicos criados por lei, mediante vínculo empregatício com o Estado e
submetem-se a regime estatutário próprio (leis orgânicas próprias).
*Os servidores da adm. Indireta regem-se pela legislação trabalhista. Para
as empresas que exercem atividade econômica é obrigatório esse regime, para os
demais não, mas é o que se adota através de leis ordinárias.
13.2.3. Militares:
*Os militares abrangem as pessoas físicas que prestam serviços ao Estado,
com vínculo estatutário sujeito a regime jurídico próprio, mediante remuneração
paga pelos cofres públicos.
*Depois da emenda nº18/98, os militares deixaram de ser considerados
servidores públicos e ganharam categoria própria. As normas referentes a estes,
então, só lhe são aplicáveis quando previsto expressamente.
*Regime estatutário porque é estabelecido em lei a que se submete
independentemente do contrato. Este é estabelecido por legislação própria dos
militares.
13.2.4. Particulares em colaboração com o Poder Público:
*Pessoas físicas que prestam serviços ao Estado, sem vínculo
empregatício, com ou sem remuneração. Podem fazer sob diversos títulos:
1. Delegação do poder público: exercem função pública, em seu próprio
nome, sem vínculo empregatício, porém sob fiscalização do Poder Público.
Remuneração paga pelos terceiros usuários do serviço (não pelos cofres
públicos). Por exemplo: Empregados das empresas concessionárias e
permissionárias de serviço público.
2. Mediante requisição, nomeação ou designação para o exercício de
funções públicas relevantes (jurados, etc...). Não possuem vínculo empregatício e
também não recebem remuneração.
3. Gestores de negócios: Espontaneamente assumem determinada função
pública em um momento de emergência (epidemia, enchente, etc...).
13.3. CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO:
*A CF emprega de maneiras diversas os vocábulos: cargo, emprego e
função.
*Na Adm.Pública todas as competências são definidas na lei e distribuídas
em 3 níveis: pessoas jurídicas (União, Estados e Municípios), órgãos
(Ministérios, Secretarias e subdivisões) e servidores públicos, que ocupam
cargos ou empregos ou exercem função.
*As várias competências da União, Estados e Municípios são distribuídas
entre seus respectivos órgãos, cada qual dispondo de certo número de cargos
variados por lei, que determinam suas especificações.
*Quando se aceitou a ideia de contratações de servidores sob o regime de
legislação trabalhista, além do regime estatutário, a expressão emprego público
passou a ser utilizada paralelamente a cargo público, também para designar uma
unidade de atribuições, distinguindo-se uma da outra pelo tipo de vínculo
contratual (EP –CLT; CP – Lei nº 8.112/90, estatuto dos funcionários públicos).
*Existe ainda um conjunto de atribuições também exercidas pelo servidor
público que não correspondem ao cargo nem ao emprego, são as chamadas
funções públicas.
*Quando se fala em função, perante a CF atual, refere-se a duas situações:
1. A função exercida por servidores contratados temporariamente com
base no art. 37, IX (não se exige necessariamente concurso público, em razão da
urgência de algumas situações).
2. As funções de natureza permanente, correspondentes a chefia, direção,
assessoramento ou outro tipo de atividade para a qual o legislador não crie cargo
respectivo. É determinado no art.37, V, este diz que serão exercidas
exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo (os cargos em
comissão destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia ou
assessoramento).
*Por isso que o art. 37, II, apenas exige concurso público para emprego e
cargo, já que no caso de função, ou são contratados temporariamente ou são
ocupantes de funções de confiança, para os quais não exige concurso público.
13.4 NORMAS CONSTITUCIONAIS:
13.4.1. Regime Jurídico do Servidor:
*A CF especificava, com relação aos servidores públicos, a forma como
queria que a isonomia deveria ser observada, em aspectos como o regime
jurídico (que deveria ser único para os da adm. Direta, autarquias e fundações
públicas), a remuneração e as condições do ingresso.
*A EC nº 19/98 exclui a exigência do regime jurídico único. Com isso cada
esfera do governo ganha liberdade para adotar regimes jurídicos diversificados,
ressalvadas aquelas carreiras institucionalizadas em que a própria CF impõe,
implicitamente, o estatutário.
*Na esfera federal, a lei 8.112/90, estabeleceu o regime estatutário como
regime jurídico único para os servidores da adm. Direta, autarquias e fundações
públicas. A lei continua a aplicar-se, apenas deixa de ser obrigatória para todas
as categorias de servidores. O regime estatutário poderá conviver com o
contratual.
13.4.2. Direito de acesso aos cargos, empregos e funções públicas.
*A redação original do art. 37, I, assegurava o direito aos cargos, funções e
empregos aos brasileiros natos e naturalizados.
*A partir da EC nº 11/96, permitiu-se às universidades e instituições de
pesquisa científica e tecnológica a admissão de professores, técnicos e cientistas
estrangeiros, o que antes era apenas possível de maneira temporária para atingir
interesse excepcional. Isso é uma lei federal, os demais entes podem criar suas
próprias leis sobre a matéria.
*O direito de acesso, assim, também se estende aos estrangeiros. O
dispositivo não é auto-aplicável, dependendo de lei que estabeleça as condições
de ingresso do estrangeiro.
13.4.3 Condições de ingresso:
*Art. 37, II (EC19/98): a investidura em cargo ou emprego público
depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
títulos, dependendo da natureza e da complexidade destes, na forma prevista em
lei, ressalvadas os casos de nomeações (cargos em comissão) outras exceções
(membros do TC).
*José Afonso da Silva considera como uma grande lacuna a falta do
vocábulo função na lei, entretanto, Maria Sylvia não concorda, já que a função é
algo temporário para atender a necessidade excepcional e para cargos de
confiança.
*A admissão só era possível para serviços temporários, e agora é mais
restringida ainda, pela excepcionalidade do interesse público e pela exigência de
contratação por tempo determinado, daí não ser compatível o concurso público,
em razão da demora desse procedimentos e o caráter temporário da admissão. É
preciso que a lei, ao disciplinar esse tipo de contratação, especifique a
excepcionalidade do caso. Os casos de excepcional interesse público são
definidos pela Lei 8.745/93.
*Para cargos de confiança a CF exige apenas que sejam exercidas
exclusivamente por servidores de cargo efetivo e que se limitam às atribuições
de direção, chefia e assessoramento (art. 37, V).
*Não se justifica o concurso para os cargos em comissão, já que segundo a
CF, exige-se apenas que os mesmos sejam preenchidos por servidores de
carreira nos casos, nas situações, e nos percentuais previstos em lei, ou seja,
deve-se assegurar que um mínimo de cargos em comissão seja ocupado por
servidores de carreira.
*Art. 37, II: o prazo de validade do concurso público é de dois anos,
podendo ser prorrogável por mais dois anos, e o candidato não possui direito
subjetivo a prorrogação. O ingresso vai depender da Adm. Púb., caso seja
conveniente para ela assim fazê-lo (princípio da conveniência).
*Enquanto houver candidatos aprovados em concurso e este estiver
dentro do prazo de validade fixado no edital, eles terão prioridade para a
nomeação, ainda que a administração tenha feito outro concurso, também com
candidatos habilitados.
*Inciso VIII: determina a reserva de percentual de cargos e empregos
públicos para portadores de deficiência e define os critérios de sua admissão.
Esse dispositivo não é auto-aplicável, em caso de omissão do Poder Público os
interessados devem se manifestar judicialmente.
*Ainda há um dispositivo na CF que veda diferenças de salários, de
exercícios de funções e de critérios de admissão por motivo de sexo, idade, cor
ou estado civil, entretanto, é permitido o uso de requisitos diferentes de
admissão quando a natureza do cargo exigir (princípio da razoabilidade).
*A fixação dos requisitos de acesso aos cargos, empregos e funções é
deixado a cargo da lei ordinária.
13.4.4 Sistema remuneratório dos servidores públicos:
*EC 19/98: excluiu do art. 39 o princípio da isonomia dos vencimentos e
introduziu, ao lado do atual regime, o regime de subsídios para determinadas
categorias de agentes públicos.
* A CF ora fala em remuneração, ora fala em vencimentos para se referir à
remuneração paga aos servidores públicos pela Adm. direta e indireta.
*A regra que tem prevalecido é que o soldo do servidor público compõe-
se de uma parte fixa (padrão fixado em lei), e uma parte que varia de um
servidor para outro (em função da natureza e condições do serviço prestado,
dentre outras razões – chamadas de vantagens pecuniárias, são adicionais).
Mesma regra é usada para os membros da Magistratura, MP e TC.
*A expressão subsídio (constituído por parcela única, não há vantagens
pecuniárias) apareceu pela primeira vez na CF de 88 com a EC 19, porém apenas
para algumas categorias de agentes públicos. Passaram a coexistir esses dois
sistemas remuneratórios: o tradicional (vencimento e remuneração) e o
subsídio.
13.4.4.1 NORMAS CONSTITUCIONAIS PERTINENTES À REMUNERAÇÃO OU
VENCIMENTO:
*EC 19: Elimina a isonomia de vencimentos para cargos de atribuições
iguais ou assemelhadas. Isso não impedirá, entretanto, que os servidores
pleiteiem à isonomia, fundamentada no art. 5. Deve-se respeitar a norma de que
os vencimentos dos cargos do Legislativo e Judiciário não podem ser superiores
aos pagos pelo Executivo, igualdade de remuneração para os três poderes.
*A fixação e a alteração de remuneração dos servidores públicos só pode
ser feita por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso. A
iniciativa das leis é repartida entre o Chefe do Executivo, Tribunais, MP e TC.
Cada um destes remete ao Legislativo projeto de lei, seja de criação de cargos ou
de fixação de vencimentos de seus servidores, devendo todos observar os limites
estabelecidos para os servidores do Executivo.
*EC 19/98: adicionou a vedação de vinculação ou equiparação de
qualquer espécie remuneratória para o efeito de remuneração de pessoal do
serviço público, visando impedir que hajam reajustes automáticos de
vencimentos, o que ocorreria se um cargo ficasse vinculado ao outro ou a
determinado índice, de modo que qualquer acréscimo concedido a um
beneficiaria a ambos automaticamente. A razão disso é clara, a administração
pública, além de depender da existência de recursos orçamentários, sofre
limitações.
*EC 19/98: os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público
não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos
ulteriores.
13.4.4.2 REGIME DE SUBSÍDIOS:
*Subsídio: vocábulo veio substituir, para alguns agentes públicos, o uso
das palavra vencimento e remuneração se referindo a soldo, pago em parcela
única, vedada o acréscimo de qualquer gratificação, entre outros, extinguindo,
assim, a remuneração tradicional (da parcela fixa e da vantagem pecuniária) da
administração pública do pagamento desses agentes. Ficam assim derrogadas
para estes, todas as normas legais que prevejam essas vantagens.
*Para remunerar diferenciadamente, independentemente que seja dos
ocupantes de cargos de confiança ou de níveis de carreiras diversos, é preciso
que esta remuneração esteja fixada em lei.
*Tiveram dispositivos que a EC, que adicionou os subsídios a CF, não
atingem, existindo exceções para essa parcela única. Por exemplo, o caso do
ocupante do cargo público terá direito a décimo terceiro, adicional noturno,
dentre outras vantagens. O art. que trata disso não distingue o regime de
retribuição pecuniária, referindo-se aos ocupantes dos cargos públicos, em geral.
*Não se pode deixar de pagar as vantagens de caráter indenizatório.
13.4.4.2.1 Agentes públicos em regime de subsídio:
*Serão obrigatoriamente remunerados por subsídios:
1. art. 39, par. 4: membros de Poder (exe, jud, leg, união, est, mun),
detentor de mandato eletivo (já alcançado pela expressão anterior), ministros de
estados e secretários estaduais e municipais.
2. membros do MP.
3. integrantes da Advocacia Geral da União, Procuradores dos Est. do DF e
os Defensores Públicos.
4. ministros do TC da União
5. servidores públicos policiais.
*Os servidores públicos organizados em carreira ainda podem ser
facultativamente remunerados por subsídios.
13.4.4.2.2 Competência para fixação e alteração dos subsídios:
*A substituição do sistema remuneratório pelo sistema de subsídios
depende de lei, não decorre diretamente da CF.
*Deputados estaduais, governadores, vice, secretários do estado: lei de
iniciativa da Assembleia Legislativa.
*Prefeito, vice, vereadores e secretários municipais: Câmara municipal.
*Deputados Federais, Senadores, Presidente e vice: não se faz por lei
(único caso) por já estar previsto na CF, é de competência do Congresso
Nacional.
*Membros da magistratura: duas normas diversas.
1. Congresso Nacional tem competência para fixação do subsídio dos
Ministros do STF, por lei de iniciativa conjunta do Presidente da República, da
Câmara de Deputados, do Senado Federal e do STF, porque o subsídio mensal do
STF é o teto salarial para todas as categorias de agentes públicos.
2. Ministros dos Tribunais Superiores: CF determina o montante dos
subsídios de 95% do subsídio mensal fixado para os Ministros do STF. Para os
demais magistrados a fixação será feita por lei, em níveis federal e estadual,
conforme a categoria em que se encontram, não podendo a diferença entre uma e
outra ser maior que 10% e inferior a 5%.
*Quanto aos demais servidores, os subsídios somente serão fixados ou
alterados por lei específica, observando a iniciativa privativa em cada caso.
*Para a alteração deverá ser observada as mesmas regras (deve ser feita
através de lei) e deverá observar a norma de exigência de prévia dotação
orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa pessoal e aos
acréscimos dela decorrentes.
13.4.4.2.3 Subsídios para os servidores organizados em carreira:
*Não há nada que impeça a organização em carreira dos servidores em
regime de subsídios. Os subsídios, nesse caso, terão que ser fixados em calores
diferentes para cada nível da carreira, observado a exigência da parcela única.
*Não se pode, para diferenciar um nível do outro, conceder acréscimos
pecuniários que constituam exceção à regra do subsídio como parcela única.
13.4.4.3 NORMAS COMUNS À REMUNERAÇÃO E AOS SUBSÍDIOS:
13.4.4.3.1 Fixação e alteração da remuneração e do subsídio:
*Art. 37, X, alterado pela EC 14: remuneração dos servidores públicos e o
subsídio somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada
a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual (atualizar as
remunerações de modo a acompanhar a evolução do poder aquisitivo da moeda),
sempre na mesma data e sem distinção de índices.
*Na alteração ainda tem que ser observada a norma do art. 169, que exige
prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de
pessoal e aos acréscimos dela decorrentes.
*A fixação observará: a natureza, o grau de responsabilidade e a
complexidade dos cargo componentes de cada carreira; os requisitos para a
investidura; as peculiaridades dos cargos.
13.4.4.3.2 Teto das remunerações e subsídios:
*Para todas as categorias de agentes públicos, observa-se o art. 37, XI, que
diz que a remuneração e os subsídios ou outra qualquer espécie remuneratória
(abrangendo tudo assim) destes não poderão exceder o subsídio mensal, em
espécie, dos Ministros do STF.
*Essa regra abrange a todos, independentemente se o agente recebe
remuneração ou subsídio, se submete-se ao regime estatutário ou trabalhista, se
pertence a administração direta (inclusive autarquias e fundações públicas) ou a
indireta (se receberem recursos públicos para custeio do pessoal).
*O teto é o mesmo para todos.
*O servidor que esteja em regime de acumulação está sujeito a um teto
único que abrange a soma da dupla retribuição pecuniária.
*Na aplicação do teto, serão consideradas todas as importância
percebidas pelo servidor, “incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra
natureza”.
13.4.4.3.3 Irredutibilidade de remuneração e subsídio:
*Art. 37, XV: o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e
empregos públicos são irredutíveis (não pode ser reduzível), com exceção
daquelas que se encontram como ressalvas nesse dispositivo. São elas:
1. art. 37, XI: irredutibilidade de vencimentos e subsídios não impede o
teto fixado pelo inciso XI, não se poderá invocar a irredutibilidade para manter
remunerações que hoje superam o teto.
2. art. 37, XIV: a irredutibilidade não impede a aplicação dessa norma que
diz que os acréscimos pecuniários percebidos por servidores públicos não serão
computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores.
Dentre outros.
13.4.5 Direito de greve e de livre associação sindical:
*Art. 37, VI e VII: assegura ao servidor público o direito à livre associação
sindical e o direito de greve que será exercido nos termos e nos limites definidos
em lei específica. O primeiro é auto-aplicável e o segundo é depende de lei. Cada
esfera do Governo deverá disciplinar o direito de greve por lei específica própria.
*O servidor militar e os membros das forças armadas são proibidos de
fazer greve e de se sindicalizar.
*Quanto aos sindicatos, a CF não estabelece regras disciplinadoras.
*VII: exige expressamente lei específica que define os limites da greve.
*O STF entendeu que o preceito constitucional que prevê o direito de
greve do servidor público é norma de eficácia limitada, não podendo ser aplicada
enquanto não disciplinada por lei.
*Ainda não existe a lei que disciplina a greve do servidor público.
13.4.6 Proibição de acumulação de cargos:
*Art. 37, XVI: é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
exceto quando houver compatibilidade de horários, observado, em qualquer
caso, o disposto no inciso IX (teto de vencimento e subsídio): a de dois cargos de
professor; a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; a de dois
cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas.
*O inciso XVII estende essa vedação aos membros da administração direta
ou indireta, e qualquer sociedades controladas, direta ou indiretamente pelo
poder público. Em todas as empresas (sentido amplo) que o Estado tenha
participação acionária.
*A vedação só existe quando ambos os cargos, funções ou empregos
foram remunerados. As exceções somente são possíveis quando há
compatibilidade de horário.
13.4.8 Estabilidade:
*Tradicionalmente, a estabilidade, no direito brasileiro, tem sido
entendida como garantia de permanência no serviço público assegurada, após
dois anos de exercício, ao servidor nomeado por concurso, que somente pode
perder o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou
mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.
*Excepcionalmente, a CF de 88 conferiu estabilidade a servidores que não
foram nomeados por concurso, desde que estivessem em exercício na data da
promulgação da CF há pelo menos 5 anos continuados, o benefício alcançou aos
entes políticos e a administração direta.
*O reconhecimento da efetividade dos empregados públicos não implicou
efetividade, esta só existe em relação a cargos públicos (concurso).
*Dispositivo exclui desta estabilidade: cargos, empregos e funções de
confiança ou em comissão e professores universitários.
*Existem então esses dois casos, o tradicional e o excepcional. Ambos tem
iguais garantias de permanência no serviço público.
*EC 19/98:
1.Alterou de 2 para 3 anos o prazo de efetivo exercício para se adquirir
estabilidade, ressalvado para os que já eram servidores na data da promulgação
da Emeda.
2. Previu mais duas hipóteses de perda do cargo: uma que ocorrerá
mediante procedimento administrativo de avaliação de desempenho, na forma
de lei complementar, assegurada ampla defesa (ainda depende da existência da
lei, então não funciona na prática, porque não há lei); e a outra que ocorrerá caso
não for cumprido o limite com despesa de pessoal previsto no art. 169, seguindo
as medidas dispostas nesta.
3.Tornou expresso que a estabilidade só beneficia os servidores
nomeados para cargos de provimento efetivo.
*A lei 9.962/00 cria uma estabilidade relativa aos servidores celetistas,
diversa desta do servidor estatutário.
*O estado probatório é o período compreendido entre o início do
exercício e a aquisição da estabilidade, o período de três anos que o servidor
nomeado por concurso tem que passar para ganhar a estabilidade. Este tem por
finalidade apurar se o funcionário apresenta condições para o exercício do cargo,
referentes à moralidade, assiduidade, disciplina e eficiência. Deve-se, ainda, o
servidor para adquirir essa estabilidade, submeter-se a avaliação especial de
desempenho por comissão instituída para essa finalidade.
*Não confirmados os requisitos, caberá exoneração ex officio, desde que
assegurado ao interessado o direito de defesa.
*Constituem decorrência da estabilidade os direitos à reintegração, à
disponibilidade e ao aproveitamento. Reintegração é o reingresso do funcionário
demitido, quando seja invalidade por sentença judicial a sua demissão
(ressarcimento das vantagens do cargo). A disponibilidade é a garantia de
inatividade remunerada, assegurada ao servidor estável, em caso de ser extinto o
cargo ou declarada a sua desnecessidade (remuneração proporcional ao tempo
de serviço). O aproveitamento é o reingresso do funcionário em disponibilidade,
quando haja cargo vago de natureza e vencimento compatíveis com o
anteriormente ocupado.
13.4.9 Afastamento para exercício de mandato eletivo:
*Art. 38: assegura ao servidor público em exercício de mandato o direito
de ficar afastado do cargo, emprego ou função, computando esse tempo para
todos os efeitos legais, exceto para a promoção por merecimento. Apenas no caso
do Vereador, quando há compatibilidade de horários, há previsão de exercício
simultâneo do cargo, emprego ou função com o mandato.
13.4.10 Direitos sociais:
13.4.11 Limites de despesa com pessoal:
13.5 PROVIMENTO:
*Provimento é o ato pelo qual o servidor público é investido no exercício
do cargo, emprego ou função.
*Pode ser originário ou derivado. O primeiro é o que vincula inicialmente
o servidor ao cargo, emprego ou função, pode ser tanto a nomeação como a
contratação, dependendo do regime jurídico de que se trate.
*Provimento derivado é o que depende de um vínculo anterior do
servidor com a Administração. Em razão da aprovação prévia em concurso
público de prova ou provas e títulos para a investidura em cargo ou emprego
público (ressalvada as nomeações), o rol de possibilidades dessa última ficou
bem reduzido.
*Inovações trazidas pela nova CF:
1. Exigência de concurso público para cargo e emprego público.
2. Fala apenas em investidura, referindo-se, então, aos provimentos
originários e aos derivados, somente sendo admissíveis as exceções previstas na
CF (reintegração, aproveitamento, recondução e a promoção, além da reversão
ex officio.)
*Promoção: forma de provimento pela qual o servidor passa para cargo
de maior grau de responsabilidade e maior complexidade de atribuições, dentro
da carreira a que pertence. Uma forma de ascender na carreira. A EC 19 exige,
como requisito para esta, a participação de cursos de formação e
aperfeiçoamento em escolas do governo.
*Recondução: outra forma de provimento originada na CF. Ocorre como
consequência da reintegração, hipótese em que o servidor que ocupava o cargo
do reintegrando tem o direito de ser reconduzido a seu cargo de origem.
*Provimento pode ser classificado quanto à sua durabilidade: efetivo,
vitalício e em comissão.
1. Provimento efetivo: se faz em cargo público, mediante nomeação por
concurso público, assegurado ao servidor, após 3 anos de exercício o direito de
permanência no cargo, do qual só pode ser destituído por sentença judicial, por
processo administrativo ou por procedimento de avaliação periódica de
desempenho (ambos garantindo a ampla defesa).
2. Provimento vitalício: se faz em cargo público, mediante nomeação,
assegurando ao funcionário o direito à permanência no cargo, do qual só pode
ser destituído pose sentença judicial transitada em julgado. Exceção a regra,
somente nos casos definidos pela CF (membros da magistratura, do MP e do TC).
*Tanto a primeira quanto a segunda hipótese não impedem a
aposentadoria compulsória do funcionário que tenha completado a idade limite.
3. Provimento em comissão: se faz mediante nomeação para cargo
público, independentemente de concurso e em caráter transitório. Somente é
possível com relação aos cargos que a lei declara de provimento em comissão.
*É em regra do Executivo, mas existem competências específicas.
13.6 VACÂNCIA:
*Vacância é o ato administrativo pelo qual o servidor é destituído do
cargo, emprego ou função.
*Decorre de exoneração, demissão, aposentadoria, promoção e
falecimento.
1. Exoneração: não é penalidade, se dá a pedido ou ex officio, neste último
caso quando se tratar de cargo em comissão ou, no caso de cargo efetivo, quando
não satisfeitas as exigências do estágio probatório, ou quando tomado posse, o
servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido.
2. Demissão: constitui penalidade decorrente da prática de ilícito
administrativo, tem por efeito desligar o servidor dos quadros do funcionalismo.
3. Promoção: é, ao mesmo tempo, ato de provimento no cargo superior e
vacância no inferior.
4. Readaptação: é a investidura do servidor em cargo de atribuições e
responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
capacidade física ou mental verificada em inspeção médica.

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