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UNIDADE CURRICULAR: TECNOLOGIAS DIGITAIS EM EDUCAÇÃO

CÓDIGO: 11057

A preencher pelo estudante

CURSO: Curso de profissionalização em Serviço

DATA DE ENTREGA: 16-12-2019

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TRABALHO / RESOLUÇÃO:
1.

Enquanto adulto, comparo as tecnologias existentes de há 15 anos com os dias de


hoje. Se para aceder à internet era necessário recorrer à escola ou à biblioteca, hoje
em dia, viajamos com ela. Atualmente verifica-se uma enorme evolução da tecnologia,
que trouxe novos desafios para a escola, sendo importante repensar a forma como a
escola se prepara para esta diferente realidade. “Na verdade, precisam as escolas, os
professores e os estudantes de encontrar uma nova via para o desenvolvimento das
aprendizagens...” (Martins, citado por Dias-Trindade, Moreira. 2018, p.627). Há assim
uma necessidade de uma aprendizagem em rede, baseada não só no conhecimento
científico, curricular e pedagógico como no verdadeiro conhecimento das tecnologias.
Neste sentido, é importante a utilização da web na educação, que, atendendo à sua
evolução possui recursos importantes e interessantes, mas que implicam uma
mudança de teorias pedagógicas centradas no professor para teorias centradas nos
diferentes atores educativos. (Moreira, Barros, Monteiro, 2015). Deste modo, com as
potencialidades da web, têm surgido várias teorias como, por exemplo, a pedagogia
conectivista que defende o conhecimento em rede. Perante esta nova realidade, a web
mostra-se como um vetor de mudança pois contribui para a melhoria da qualidade da
aprendizagem, cria novas oportunidades por meio de redes sociais, altera o paradigma
clássico da geração e da transmissão de conhecimento, fornece ferramentas e
serviços de fácil utilização, promove o envolvimento ativo, permite a partilha de
saberes entre os estudantes, modifica os métodos pedagógicos tradicionais
oferecendo alternativas, promove a aprendizagem personalizada e cooperativa ou
colaborativa, desenvolve o interesse pelo conhecimento ao mesmo tempo que permite
uma distribuição espacial do mesmo, cria verdadeiras comunidades de aprendizagem
e reforça a partilha de informação ou competências. (Moreira, Barros, Monteiro, 2015).

Em jeito de conclusão, a web faz parte do quotidiano do ser humano, bem como
possui recursos e estratégias que promovem o sucesso da aprendizagem. Esta tem
“potenciado a construção coletiva do conhecimento com base na facilidade e
exponenciação das possibilidades de construção, reconstrução e partilha de
saberes...”. (Moreira, Barros, Monteiro, 2015, p.76). Cabe à escola saber utilizar esses
recursos de forma pedagógica e de forma produtiva, no sentido de alcançar os
objetivos pretendidos. Ou seja, é importante que os professores estejam informados e
sejam capazes de utilizar as diferentes ferramentas que as tecnologias têm para
oferecer.

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2.

Ser professor hoje não é ser igual ao que fomos há 20 anos, por muito bom professor
que possamos ter sido. Numa sociedade digital é urgente a utilização das ferramentas
da web nos espaços de aprendizagem pela diversidade de ferramentas e recursos que
a mesma possui. No entanto, não basta usar, é necessário “um conhecimento das
mesmas por parte dos professores, que nem sempre existe...” (Moreira, Barros,
Monteiro, 2015, p.76). Para tal, é importante que o docente procure melhorar os seus
conhecimentos e competências nas tecnologias. Neste sentido, foi criado o referencial
teórico de formação de professores TPACK (Tecnological Pedagogical Content
Knowledge) de forma a entender os tipos de conhecimentos necessários para ensinar
com a tecnologia. Este modelo baseia-se na ideia de Conhecimento Pedagógico de
conteúdo (Pedagogical Content Knowledge – PCK), que é “uma forma de
conhecimento prático que é usado por professores para orientar suas ações em sala
de aula, altamente contextualizadas” (Moreira, Barros, Monteiro, 2015, p.77). Isto
implica interligar os conhecimentos sobre os conteúdos que vai ensinar e os
conhecimentos pedagógicos, ou seja, a forma como vai ensinar. Deste modo, interliga
o conhecimento sobre como apresentar o conteúdo aos alunos, com o conhecimento
sobre as possíveis dificuldades que os alunos possam apresentar num determinado
conteúdo, e com o conhecimento sobre as estratégias de ensino que pode usar para
ajudar os alunos em determinadas circunstâncias. (Moreira, Barros, Monteiro, 2015)

O TPACK foi desenvolvido tendo em conta a interseção de 3 tipos diferentes de


conhecimento: conhecimento científico (CK), que se baseia no conhecimento do
conteúdo a ser ensinado; conhecimento pedagógico (PK), que se baseia no
conhecimento sobre métodos e práticas de ensino e de aprendizagem; e
conhecimento tecnológico (TK), que se baseia nos conhecimentos acerca dos
recursos e ferramentas que as tecnologias podem oferecer para o desenvolvimento
dos conhecimentos científicos e pedagógicos. (Dias-Trindade, Moreira. 2018).

Para além da interligação dos conhecimentos descritos anteriormente, o TPACK


interliga também esses mesmos conhecimentos: Conhecimento Pedagógico do
Conteúdo (PCK), que implica o professor ter conhecimento sobre como ensinar um
determinado conteúdo; Conhecimento Tecnológico do Conteúdo (TCK), que pretende
que o professor tenha conhecimento sobre os recursos tecnológicos mais adequados
para lecionar um determinado conteúdo; e Conhecimento Tecnológico Pedagógico
(TPK), que se pretende que o professor saiba utilizar os recursos tecnológicos no
processo de ensino aprendizagem. “Apenas a interseção destes três conhecimentos

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permite uma verdadeira integração das TIC na formação de professores
(Conhecimento Tecnológico Pedagógico de Conteúdo – TPACK) (Moreira, Barros,
Monteiro, 2015, p.79). Este modelo reconhece a necessidade de integrar a tecnologia
no ensino sem “negligenciar a natureza complexa, multifacetada e situada de
conhecimento dos professores” (Dias-Trindade, Moreira, 2018. p.628). Segundo
Koehler e Mishra, (citados por Moreira, Barros, Monteiro, 2015. p.79), o TPACK veio
proporcionar um ensino eficaz com as tecnologias, bem como criar condições para
integrar as ferramentas da web 2.0 de forma eficiente nas atividades curriculares.
Assim sendo, o ensino tradicional, em que o professor é um mero transmissor de
informação já não se enquadra na sociedade de hoje, já que “para fazer face aos
novos tempos, sobretudo de públicos bastante heterogéneos, se devem abrir novas
perspectivas...” (Martins, citado por Dias-Trindade, Moreira, 2018. p.627). No entanto,
as tecnologias possuem diversificadas ferramentas e recursos tão interessantes que,
por vezes, os professores a usam sem verificar se são efetivamente pedagógicas.
Deste modo, não basta saber usar as tecnologias mas também compreendê-la, ou
seja, saber aplicar a tecnologia de forma produtiva e reconhecer se a mesma pode ou
não ajudar a alcançar um objetivo, sendo capaz de se adaptar às evoluções da
tecnologia. Neste sentido, é importante o professor perceber se é digitalmente letrado
ou digitalmente fluente, sendo também importante o professor perceber o seu nível de
competência digital, tentando identificar também as suas fragilidades de forma a
melhorar e evoluir. O modelo de formação TPACK pode assumir um papel central, já
que “identifica a natureza do conhecimento exigido para a integração da tecnologia no
ensino”. (Moreira, Barros, Monteiro, 2015. P.79)

Em jeito de conclusão, educar numa sociedade digital requer, não só saber os


conteúdos, não só saber a pedagogia, não só saber utilizar as tecnologias, mas antes
a interligação de todas as componentes, adquirindo competências necessárias para a
fluência digital, ou seja, saber aplicar as tecnologias de forma consciente e apropriada.

Bibliografia:

1. DIAS-TRINDADE, S., MOREIRA, J.A. (2018). Avaliação das competências e


fluência digitais de professores no ensino Público, Médio e Fundamental em
Portugal. (p.625-644)
2. MOREIRA, J. A., BARROS, D., & MONTEIRO, A. (2015). Inovação e Formação
na Sociedade Digital: Ambientes Virtuais, Tecnologias e Serious Games. Santo
Tirso: White Books.

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