Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
Às Educadoras e Educadores,
Combater a teia de violência que, muitas vezes, começa dentro de casa e em locais
que deveriam abrigar, proteger e socializar as pessoas é uma tarefa que somente
poderá ser exercida pela mobilização social, por políticas públicas intersetoriais e
pela criação de rede de proteção integral.
Salientamos, por fim, que o propósito maior desta publicação é contribuir com
a discussão para uma educação cada vez mais inclusiva na escola, como objeto
de diálogo entre educadores na Hora-Atividade das Escolas da Prefeitura, para,
com isso, fazer frente a todas as formas de violência e violação de direitos de
crianças e adolescentes. Com a garantia de que esse é um passo fundamental
para uma real humanização, acreditamos que cabe a todos nós garantir as condi-
ções fundamentais para o desenvolvimento pleno dos educandos.
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de rein-
cidência. (negrito nosso)
Art. 1º Fica o Poder Executivo responsável por instituir a Campanha de Combate a Vio-
lência, conhecida como bullying, de ação interdisciplinar e de participação comunitária,
nas escolas públicas municipais e privadas, no Município de Guarulhos.
Parágrafo único. Entende-se por bullying atitudes de violência física ou psicológica, in-
tencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente, praticadas por um indiví-
duo ou grupos de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la
ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder
entre as partes envolvidas.
Todo poder implica a existência de uma relação, mas nem todo poder está asso-
ciado à violência. O poder é violento quando se caracteriza como uma relação
de força de alguém que a tem e que a exerce visando alcançar objetivos e obter
vantagens (dominação, prazer sexual, lucro) previamente definidas.
Segundo Faleiros (1998), violência, aqui, não é entendida como ato isolado, psi-
cologizado pelo descontrole, pela doença, pela patologia, mas como um desen-
cadear de relações que envolvem a cultura, o imaginário, as normas, o processo
civilizatório de um povo.
Fatores externos constituem uma poderosa influência sobre o modo como crian-
ças, adolescentes e jovens pensam e se comportam — o meio em que eles vivem,
os veículos de comunicação de massa, a indústria do entretenimento, as institui-
ções comunitárias e religiosas e o sistema legal e político constituem tais fatores.
defInIção de vIoLêncIas
vIoLêncIa IntrafaMILIar
violência física: caracterizada como todo ato violento com uso da força física de
forma intencional, não acidental, praticada por pais, responsáveis, familiares ou
pessoas próximas da criança ou adolescente, que pode ferir, lesar, provocar dor
e sofrimento ou destruir a pessoa, deixando ou não marcas evidentes no corpo e
podendo provocar inclusive a morte. Pode ser praticada por meio de tapas, belis-
cões, chutes e arremessos de objetos, o que causa lesões, traumas, queimaduras
e mutilações.
abuso sexual: é descrito como toda situação em que uma criança ou adolescen-
te é usado(a) para gratificação sexual de pessoas mais velhas. O uso do poder,
pela assimetria entre abusador e abusado, é o que mais caracteriza esta situa-
ção. O abusador “se aproveita do fato de a criança ter sua sexualidade desperta-
da para consolidar a situação de acobertamento. A criança se sente culpada por
sentir prazer e isso é usado pelo abusador para conseguir o seu consentimento”
(ABRAPIA, 2002).
Na maioria dos casos, o autor da agressão é uma pessoa que a criança conhece,
ama ou em quem confia. O abusador quase sempre possui uma relação de paren-
tesco com a vítima e tem certo poder sobre ela, tanto do ponto de vista hierárqui-
co e econômico (pai, mãe, padrasto), como do ponto de vista afetivo (avós, tios,
primos e irmãos).
Nem toda relação incestuosa é abuso sexual, por exemplo, quando ela se realiza
entre adultos da mesma idade e mesma família sem o emprego de força física ou
coerção emocional e psicológica. Mas a relação incestuosa com uma criança ou
adolescente é considerada abuso sexual, mesmo quando ocorre sem uso de força
física.
É um tipo de abuso sexual que ocorre fora do âmbito familiar. Também aqui
o abusador é, na maioria das vezes, alguém que a criança conhece e em quem
confia: vizinhos ou amigos da família, educadores, responsáveis por atividades
de lazer, médicos, psicólogos e psicanalistas, padres e pastores. Eventualmente,
o autor da agressão pode ser uma pessoa totalmente desconhecida. Os exemplos
são os casos de estupro em locais públicos.
Cerca de mil novos sites de pedofilia são criados todos os meses no Brasil. Destes,
52% tratam de crimes contra crianças de 9 a 13 anos, e 12% dos sites de pedofilia
expõem crimes contra bebês de zero a três meses de idade, com fotografias.
O uso do termo pedofilia para descrever criminosos que cometem atos sexuais
com crianças é visto como errôneo, especialmente quando tais indivíduos são
vistos de um ponto de vista clínico.
A maioria dos crimes envolvendo atos sexuais contra crianças são realizados por
pessoas que não são clinicamente pedófilas (mas realizaram o ato por outras ra-
zões, como para aproveitar-se da vulnerabilidade da vítima), e que não sentem
atração sexual primária por crianças.
Nem todos que distribuem a pornografia infantil na internet são abusadores, ex-
ploradores sexuais ou pedófilos. Os agentes criminosos, que variam de simples
usuários de rede aos pedófilos, no sentido estrito, distribuem a pornografia in-
fantil pelos mais diversos motivos, que vão desde a mera diversão até a manifes-
tação da prática real do abuso sexual.
Essa forma de abuso também pode ser enquadrada como exploração sexual co-
mercial, uma vez que, na maioria dos casos, o objetivo da exposição da criança ou
do adolescente é a obtenção de lucro financeiro.
São atos físico-genitais que incluem carícias nos órgãos genitais, tentativas de
relações sexuais, masturbação, sexo oral, penetração vaginal e anal.
O estupro é ter com uma pessoa relação sexual de qualquer natureza ou utili-
zar objeto com este fim, sem seu consentimento ou com o emprego de violên-
cia, constrangimento ou grave ameaça. A defloração anal de homens e mulheres,
sexo oral forçado, bem como a utilização de objetos com a finalidade de abuso
sexual caracterizam tal prática.
A Lei nº 12.015/2009, que versa sobre Crimes contra a Dignidade Sexual, considera como
crime de estupro de vulnerável, independentemente do sexo da vítima, qualquer tipo de
relacionamento sexual (conjunção carnal ou outro ato libidinoso) com crianças e ado-
lescentes com idade inferior a 14 anos. É crime também a prática de tais atos diante de
menores de 14 anos ou a indução a presenciá-los.
trabalho infantil: qualquer trabalho realizado por uma criança com idade me-
nor do que 15 anos. É um tipo de trabalho excessivo, caracterizado como aquele
que supera as forças físicas ou mentais da vítima, ou que produz fadiga anormal;
é trabalho impróprio para as condições orgânicas da vítima, segundo a idade ou
sexo. Em qualquer das hipóteses, o referencial para a análise é a própria vítima,
levando-se em conta seu condicionamento físico, capacidade mental, sua força
muscular, sua idade e sexo.
Se o(a) educador(a) desconfia que uma criança está sofrendo violência sexual,
mesmo que seja apenas suspeita, ele(a) deve conferir. Em caso de indecisão, peça
a opinião de seus colegas de trabalho. Lembre-se sempre, porém, de proteger a
identidade da criança.
O(a) educador(a) também pode discutir suas opiniões e ações com profissionais
de outras áreas como médicos, advogados, psicólogos, assistentes sociais, conse-
lheiros tutelares que compõem a rede intersetorial.
vIoLêncIa físIca
vIoLêncIa psIcoLógIca
O abuso sexual limita-se Além do ato sexual com penetração vaginal (estupro) ou
ao estupro. anal, outros atos são considerados abuso sexual, como
o “voyeurismo”, a manipulação de órgãos sexuais, a
pornografia e o exibicionismo.
A divulgação de textos O malefício é enorme para as crianças fotografadas ou
sobre pedofilia e fotos de filmadas. O uso dessas imagens e textos estimula a acei-
crianças e adolescentes tação do sexo de adultos com crianças, situação crimino-
em posições sedutoras sa e inaceitável. Sabe-se que, frequentemente, o contato
ou praticando sexo com do pedófilo inicia-se de forma virtual na internet, mas
outras crianças, adultos e logo pode passar para a conquista física, levando inclusi-
até animais não causa ma- ve ao assassinato de crianças.
lefícios, uma vez que não
há contato e, muitas vezes,
tudo ocorre virtualmente
na tela do computador.
As vítimas do abuso Níveis de renda familiar e de educação não são indica-
sexual são oriundas de dores de abuso. Famílias das classes média e alta podem
famílias de baixo nível ter melhores condições para encobrir o abuso e manter
socioeconômico. o “muro do silêncio”. Vítimas e autores do abuso são,
muitas vezes, do mesmo grupo étnico e socioeconômico.
Crianças e adolescentes Crianças e adolescentes só revelam o “segredo” quando
só revelam o “segredo” se confiam e sentem-se apoiadas.
tiverem sido ameaçadas
com violência.
A maioria dos casos é Estima-se que poucos casos são denunciados. Quando há
denunciada. envolvimento de familiares, poucas são as probabilidades
de que a vítima faça a denúncia, seja por motivos afetivos
ou por medo do abusador; medo de perder os pais; de ser
expulso; de que outros membros da família não acreditem
em sua história; ou de ser o causador da discórdia fami-
liar.
A maioria de pais e profes- A maioria, no Brasil, desconhece a realidade do abuso
sores está informada sobre sexual de crianças. Pais e professores desinformados não
abuso sexual de crianças, podem ajudar uma criança.
sobre sua frequência e so-
bre como lidar com ele.
O ECA, em seu artigo 13, prescreve: “Os casos de suspeita ou confirmação de maus-
-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho
Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais”. No artigo
245, o ECA estabelece multa de 3 a 20 salários de referência (aplicando-se o dobro
em caso de reincidência), se “deixar o médico, professor ou responsável por estabele-
cimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar
à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou
confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente”.
Falta de tempo
Como previsto em lei, mesmo nos casos de suspeita, a notificação deve ser feita
ao Conselho Tutelar. No entanto, é importante fundamentar as suspeitas com o
registro de observações a respeito de aspectos sociais e psicológicos. Baseados nas
evidências de violências e abuso, descritas neste documento, o(a) educador(a) e/
ou a direção da escola podem oferecer denúncia de suspeita de violências e/ou
abuso às autoridades responsáveis e deixar que elas se encarreguem de abordar
a criança e proceder às apurações, para que não haja a revitimização.
O(a) educador(a), devido sua proximidade com a criança, deverá aproveitar uma
oportunidade de maior intimidade em que possa acolhê-la, sem expô-la frente a
outras pessoas. Esse acolhimento é peça fundamental para derrubar o “muro do
silêncio”.
Além disso, os sdh são planejados tematicamente de modo a fazer com que cada
conjunto de sinalizadores aborde temas específicos, que podem, para além de sensi-
bilizar pessoas, oferecer subsídios para que professores trabalhem com a questão em
sala de aula. Os sdh estão expostos para que possam ser lidos e divulgados, mas,
considerando a realidade de sala de aula, também podem ser dramatizados, pinta-
dos ou transformados em tema de debate ou produção de texto.
Sistematicamente, novos temas são acrescentados de modo a oferecer para cada es-
cola ou instituição pública condições de construir repertórios de direitos humanos.
Que todos os leitores dos sdh possam perceber o papel relevante que possuem em
relação à prevenção das violências praticadas contra crianças e adolescentes!
acácIo
Rua Maria Luiza Pericó, 177 - Jd. Acácio
Telefone: 2406-2113
centro
Av. Brigadeiro Faria Lima, 375 - Cocaia
Telefone: 2087-4275
ItapegIca
Rua Ceres, s/ nº - Vila São Rafael
Telefone: 2421-0656
ponte aLta
Estrada Mato das Cobras, s/ nº - Ponte Alta
Telefone: 2438-1507
centenárIo
Avenida José Miguel Ackel, 1100 - Centenário
Telefone: 2425-4369
cuMbIca
Avenida Monteiro Lobato, 5.088 - Cumbica
Telefone: 2411-1317
santos duMont
Rua Adalberto Bellini, 173 - Jd. Bananal
Telefone: 2467-3315
presIdente dutra
Av. Rio Real, 218 - Jd. Presidente Dutra
Telefone: 2433-2882
pIMentas
Estrada Capão Bonito, 64 - Jd. Maria de Lourdes
Telefone: 2484-0809, ramais: 204 / 205
nova cIdade
Rua Itália, 13 - Parque das Nações
Telefone: 2484-2813
secretarIa da saÚde
unIdades de referêncIa do 1º atendIMento para os
casos de abuso sexuaL
crIanças e adoLescentes
(Vítimas até 17 anos, 11 meses e 29 dias)
policlínica alvorada
Avenida Santa Helena, 70 - Jd. Alvorada
Fone: 2484-5659
policlínica bonsucesso
Rua Catarina Mariana de Jesus, s/nº - Bonsucesso
Fone: 2438-7658
policlínica paraíso
Avenida Silvestre Pires de Freitas, 50 - Jd. Paraíso
Fone: 2088-4050
LeIs
BRASIL. Lei 8.069/90. estatuto da criança e do adolescente. São Paulo: Impren-
sa Oficial do Estado de São Paulo, 2010.
______. Lei 12.015/09. crimes contra a dignidade sexual, 2009.
______. constituição da república federativa do brasil, 1988.
SãO PAULO (Estado). comunicado nº 052/11. Diretoria Regional de Assistência
Social da Grande São Paulo Norte - DRADS/SPN, 1/6/2011.
decLaração de estocoLMo, 1998. I Congresso Mundial sobre Explora-
ção Sexual de Crianças e Adolescentes, 1996.
sIte
PORTAL PROMENINO, FUNDAçãO TELEFôNICA. <http://www.promenino.
org.br/>.
revIsão
Cristiane Machado
Maria Aparecida Contin
Tiago Rufino-Fernandes
Agradecimentos ao Prof. Dr. Marcos Cezar de Freitas e à Isabel Aparecida dos Santos Mayer pela parceria e
contribuição teórica; e à Ellen Maria Oliveria Lopes, Floripes Fernandes Miranda Pinho, Francisca Alves dos
Santos, Leila de Jesus Pastores Carbajo e Vera Canto Berzaghi pela representação da Supervisão Escolar nas
discussões para elaboração desta publicação.